25 dezembro 2021

OS TEMPOS E AS ESTAÇÕES ATÉ A VOLTA DO SENHOR


(Comentário do 3⁰ tópico da lição 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO)

Neste terceiro e último tópico da lição falaremos a respeito do comportamento do crente, enquanto aguarda a vinda do Senhor. Após a ressurreição, nos momentos finais que antecederam a sua ascensão ao Céu, o Senhor Jesus estava reunido com os seus discípulos, dando-lhes as últimas instruções antes de subir ao Céu. 

Jesus os exortou a não se ausentarem de Jerusalém, até que recebessem a promessa do Pai, referente à descida do Espírito Santo, que viria "não muito depois daqueles dias" (At 1.4-6). Os discípulos, então, lhe perguntaram se o Senhor restauraria, nesse tempo, o reino a Israel. Jesus esclareceu que não lhes competia a eles saber "os tempos e as estações" que o pai estabelecera pelo seu próprio poder. Em seguida, Jesus disse que eles receberiam a virtude do Espírito Santo, para serem suas testemunhas em sua própria cidade, província, país e em todo o mundo. (At 1.7,8). 

1.   Uma atenção à expressão “dos tempos e das estações”. As palavras "tempos" e "estações",  usadas por Jesus nas últimas instruções aos discípulos, no grego são, respectivamente, "chronos" e "kairós". Chronos significa a extensão do tempo e Kairós significa a qualidade do tempo ou oportunidades. Jesus estava falando que haveria um espaço de tempo (chronos) entre o início da Igreja e sua segunda vinda e haveria ocasiões (kairós) com sinais que aconteceriam durante o estabelecimento do Reino de Deus. Paulo também usa as mesmas expressões em 1 Tessalonicenses 5.1, para responder às perguntas sobre os últimos acontecimentos: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva”. Jesus deixa claro que tanto o chronos (tempo decorrido) quanto o kairós (ocasiões e acontecimentos) pertencem única e exclusivamente a Deus. Então, não compete ao crente ficar preocupado com a data da volta de Jesus, ou tentar decifrar os acontecimentos atuais, para tentar descobrir quando o Senhor voltará. 

2.   Uma dimensão do Espírito; uma dimensão do porvir. A principal prova de que estamos nos últimos dias é a descida do Espírito Santo para habitar em nós. O profeta Joel já havia profetizado: "E acontecerá, nos últimos dias, diz Deus, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne…". Esta expressão bíblica "últimos dias" é uma referência ao período que abrange desde o dia de Pentecostes até a vinda do Senhor, em suas duas fases. Não haverá mais outro período da Igreja na terra depois disso. Após o arrebatamento da Igreja, haverá a Grande Tribulação na terra e as Bodas do Cordeiro no Céu, como vimos no tópico anterior. Depois, Jesus virá com a Igreja glorificada e instaurará o seu reino milenial. No final do Milênio, o diabo será solto da prisão e sairá a enganar as nações. Ele conseguirá reunir uma multidão para pelejará contra Cristo e a sua Igreja. Mas, será derrotado e lançado no lago de fogo, junto com a Besta e o Falso profeta. A partir deste acontecimento, haverá o Juízo Final, onde todos os ímpios de todas as as épocas, serão julgados e condenados ao lago de fogo. Então virá a eternidade. Os salvos herdarão a Nova Jerusalém e viverão eternamente com Cristo. Os condenados no Juízo Final terão o seu destino eterno no lago de fogo, com o diabo e seus anjos. 

3. Espírito e Porvir: temas da nossa pregação. A mensagem da Igreja de Cristo nestes últimos dias, portanto, deve girar em torno de dois temas principais: primeiro, o revestimento do poder do Espírito Santo, para testemunhar, ousadamente, de Cristo. A mensagem da Igreja vai na contramão do mundo e se ela não estiver cheia do Espírito Santo, não se sustentará. Segundo, a mensagem da Igreja deve estar voltada para o porvir (futuro escatológico). A Igreja de Cristo não foi chamada para estabelecer um reino político neste mundo ou transformá-lo em um mundo melhor para se viver. Jesus nos chamou para proclamar a salvação aos perdidos, não para viver aqui e sim, em um novo céu e nova terra que Ele foi preparar. 


REFERÊNCIAS: 


REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS / PROFESSOR. CPAD, 4⁰ Trimestre de 2021. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 87, pág. 42.  

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. págs. 25,28.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 622-623.    

BARCLAY, William. Comentário Bíblico: ATOS. pag. 12.    

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 8.    

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.622).    


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Pb. Weliano Pires

23 dezembro 2021

A DOUTRINA BÍBLICA DE PAULO SOBRE A VOLTA DO SENHOR

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO).

Neste segundo tópico, falaremos sobre  a doutrina bíblica referente à volta do Senhor, que foi exposta pelo apóstolo Paulo, nas duas Epístolas aos Tessalonicenses. Há muita discussão teológica sobre este assunto e pontos de vistas diferentes no meio evangélico, sobre a forma que se dará a volta de Cristo. 

Alguns dizem que Jesus virá antes da Grande Tribulação e antes do milênio. Por isso, são chamados de pré-tribulacionistas e pré-milenistas ou pré-milenaristas; outros dizem que Jesus virá no meio da Grande Tribulação e antes do milênio.  Estes são chamados mid ou meso-tribulacionistas; há os que dizem que Jesus virá após a Grande Tribulação e são chamados de pós-tribulacionistas; há ainda alguns que dizem que não haverá um período de sete anos de Tribulação e um reinado literal de mil anos de Cristo. Segundo estes, estas expressões são simbólicas e indicam, respectivamente, as tribulações que a Igreja passa e que Cristo reina hoje através da Igreja. Estes são chamados de amilenistas ou amilenaristas. 

A Assembleia de Deus adota a posição pré-tribulacionista e pré-milenista. Cremos que a volta do Senhor se dará em duas fases: a primeira será o arrebatamento da Igreja, quando somente Senhor descerá do Céu e a Igreja será arrebatada ao  seu encontro nos ares, num abrir e fechar de olhos. A segunda fase, será a manifestação de Jesus em glória, quando Ele virá com a Igreja glorificada, visível a todos os homens. Entre uma fase e outra, haverá na terra, sete anos de Grande Tribulação. 

1. A volta do Senhor em 1 Tessalonicenses. Muitos cristãos no primeiro século, especialmente os de Corinto e Tessalônica acreditavam que Jesus voltaria durante a vida deles. Outros, eram influenciados pela cultura grega, que não acreditava na ressurreição do corpo. Com o passar dos anos, eles viam os seus entes queridos morrerem e Cristo não voltava. Eles, então, começaram a se preocupar com a situação dos crentes que haviam morrido. 

Paulo dedicou o capítulo 15 de 1 Coríntios e o capítulo 4 de 1 Tessalonicenses, para explicar sobre a ressurreição dos mortos e a vinda do Senhor. Agora, no capítulo 5 de 1 Tessalonicenses, ele inicia com a conjunção adversativa "mas", indicando uma continuidade do assunto anterior. Paulo diz que "não há necessidade de escrever-lhes sobre os tempos e as estações", não porque isso não seja importante, mas, porque não lhe foi revelado quando estas coisas aconteceriam. Sobre a vinda do Senhor, há dois extremos que o cristão evitar:

a. Dar lugar à curiosidade e tentar prever a data em que Cristo voltará. Jesus falou de vários sinais que antecederam a sua vinda e a maioria deles já se cumpriu. Portanto sabemos, pelas Escrituras, que a vinda do Senhor está próxima. Entretanto, o próprio Jesus disse que “ninguém sabe o dia, nem a hora, somente o Pai" (Mt 24.36). Ao longo da história, muitas seitas já marcaram a data da volta de Cristo e erraram. Guilherme Miller, fundador do Movimento Adventista marcou a data da volta de Cristo para 22 de outubro de 1844 e nada aconteceu. Charles Taze Russell, fundador das Testemunhas de Jeová, disse que Jesus votaria em 1914. Nada aconteceu e ele remarcou para 1915. De novo, nada aconteceu. Os seus sucessores marcaram a data para 1925, 1975, 1984 e 2000. Também erraram e pararam de marcar a data e inventaram a desculpa esfarrapada de que Jesus voltou espiritualmente. 

b. Ignorar a volta de Jesus. Se por um lado há os que vivem em constante expectativa, tentando marcar a data da volta de Cristo, no outro extremo há os incrédulos que vivem como se Cristo não fosse voltar, fincando raízes neste mundo e se preocupando apenas com as coisas terrenas. Não podemos esquecer que somos peregrinos aqui que estamos a caminho do nosso eterno lar. Jesus disse: "Eis que venho sem demora…"; "Eis que cedo venho…". (Ap 3.10; Ap 22.12). Ele virá e não tardará. 

2. As duas fases dessa vinda. Sobre a volta de Cristo, assim lemos na Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil:

"CREMOS, professamos e ensinamos que a Segunda Vinda de Cristo é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira é o arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação, momento este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados...” (1 Ts 4.17); a segunda fase é a sua vinda em glória depois da Grande Tribulação e visível aos olhos humanos: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1.7).


Infelizmente, muitos crentes fazem confusão entre estes dois eventos, usando textos bíblicos que se referem à segunda fase da vinda de Cristo e aplicando-os ao arrebatamento. Com isso, dizem que Jesus Jesus virá após a Grande Tribulação. Ora se atentarmos para os textos bíblicos que falam da vinda do Senhor, teremos que admitir que se tratam de dois eventos diferentes. Vejamos:

Em Mateus 24.30, o Senhor Jesus disse: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória." Também em Apocalipse 1.7 diz: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém." Vemos nestes dois textos que o Senhor aparecerá no Céu, visível a todas as tribos da terra. O profeta Zacarias diz que Ele pisará sobre o Monte das Oliveiras e o monte se dividirá no meio: "Naquele dia, os seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras, a leste de Jerusalém, e o monte se dividirá ao meio, de leste a oeste, por um grande vale; metade do monte será removi­do para o norte, e a outra metade para o sul". (Zc 14.4). 

Entretanto, em 1 Coríntios 15.52, o apóstolo Paulo diz: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados". Ainda em 1 Tessalonicenses 4.16,17, Paulo diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." Nestes dois textos das Epístolas Paulinas fica claro que o Senhor virá rapidamente e a Igreja subirá ao seu encontro nos ares. Paulo usa a palavra grega "átomos" trazida por "num momento". Esta palavra significa a menor fração de tempo ou um milésimo de segundo. Seria impossível todas as tribos da terra, que não estão esperando o Senhor, vê-lo em tão pouco tempo e ainda se lamentarem sobre Ele. Paulo usa também a palavra grega "harpadzo", que significa "raptar inesperadamente com força", indicando que a Igreja será raptada rapidamente ao encontro do Senhor nos ares. 

Fica claro, portanto, que nos textos citados, a Bíblia está falando de duas situações diferentes: a primeira dela é o arrebatamento da Igreja, quando os mortos em Cristo e os santos do Antigo Testamento serão ressuscitados primeiro e, em seguida, os salvos que estiverem vivos serão transformados e subirão ao encontro do Senhor nos ares. A segunda situação, será a manifestação gloriosa do Senhor, no final da Grande Tribulação. Aí sim, Ele aparecerá nas nuvens com poder e grande glória e “todo o olho verá” (Ap 1.7). Nesta ocasião, Cristo voltará à terra, com a Igreja, vencerá os exércitos do Anticristo, livrará Israel e estabelecerá o seu reino milenial. (Ap 19.11-16).

3. Sobre a Grande Tribulação. A grande tribulação será um período de transição entre a dispensação da Graça e o Milênio, que terá a duração de sete anos. Este será o período mais terrível que o mundo irá atravessar: “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21). Logo após o arrebatamento da Igreja, o Anticristo, também chamado de “o homem do pecado”, se manifestará e governará o mundo. Inicialmente, ele firmará um acordo de paz com todas as nações, inclusive com Israel. Entretanto, o seu domínio será segundo a “eficácia de satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira e com todo o engano da injustiça.” (2 Ts 2.9,10). O maior desses sinais é a chamada “abominação da desolação”. No meio da grande tribulação, ele revelará a sua verdadeira face. Ele colocará uma imagem de si mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2 Ts 2.3,4; Ap 13.14,15). 

A Bíblia de Estudo Pentecostal traz um estudo com as principais características da Grande Tribulação: 

1) Será de âmbito mundial (Ap 3.10).

2) Será o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Dn 12.1; Mt 24.21).

3) Será um tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jr 30.5-7).

4) O período será controlado pelo “homem do pecado” (i.e., o Anticristo; Dn 9.27; Ap 13.12).

5) Os fiéis da igreja de Cristo recebem a promessa de livramento e “escape” dos tempos da tribulação (Lc 21.36; 1Ts 5.8-10; Ap 3.10).

6) Durante o período da tribulação, muitos entre os judeus e gentios crerão em Jesus Cristo e serão salvos (Dt 4.30,31; Os 5.15; Ap 7.9-17; 14.6,7).

7) Será um tempo de grande sofrimento e de perseguição pavorosa para todos quantos permanecerem fiéis a Deus (Ap 12.17; 13.15).

8) Será um tempo de ira de Deus e de juízo seu contra os ímpios (1Ts 5.1-11; Ap 6.16,17).

9) A declaração de Jesus de que aqueles dias serão abreviados (24.22) não pressupõe a redução dos três anos e meio, ou 1260 dias preditos. Pelo contrário, parece indicar que o período é tão terrível que se não fosse de curta duração a totalidade da raça humana seria destruída.

10) A grande tribulação terminará quando vier Jesus Cristo em glória, com sua noiva (Ap 19.7,8,14), para efetuar o livramento dos fiéis remanescentes e o juízo e destruição dos ímpios (Ez 20.34-38; Mt 24.29-31; Lc 19.11-27; Ap 19.11-21).

11) Não devemos confundir essa fase da vinda de Jesus, no fim da grande tribulação, com a sua descida imprevista do céu, em 24.42-44 (ver notas sobre estes versículos, que tratam da vinda de Jesus, na sua fase do arrebatamento dos crentes), a qual ocorrerá num momento diferente do da sua volta final, no fim da tribulação.

12) O trecho principal das Escrituras que descreve a totalidade da tribulação de sete anos de duração é encontrado em Ap 6–18. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES, Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 119-121.    

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 664. 

SILVA, Esequias Soares da. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 185-187.    

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Rio de Janeiro: CPAD. pag. 663.   

SILVA, Severino Pedro da. Armagedom A Batalha Final. Editora CPAD. pag. 119-120.   

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.632,33).    

Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, p.415.    

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pág. 1438-1439. 


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Pb. Weliano Pires


22 dezembro 2021

A CONSCIÊNCIA DE PAULO DIANTE DA MORTE

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO).

Neste primeiro tópico falaremos sobre a consciência que Paulo tinha diante da morte. Paulo se encontrava preso em Roma, consciente de que não sairia com vida. Entretanto, a herança espiritual que lhe esperava, enchia-lhe o coração de uma esperança que transcendia a sua existência terrena. Paulo estava completamente desapegado da Terra e o seu alvo era apenas ser participante da glória celestial que breve estaria diante dele. O cristão precisa estar consciente de que a sua caminhada com Cristo é um constante enfrentamento, pois, ele vive na contramão do sistema maligno que impera no mundo. O último inimigo a ser vencido nesta guerra é a morte (1 Co 15.26). Escrevendo aos Filipenses, Paulo disse: “Porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fp 1.21)

1. Uma morte como oferta de sacrifício (2 Tm 4.6). Paulo já havia sido avisado pelo Espírito Santo que em breve seria morto. “...o tempo da minha partida está próximo.” (2 Tm 4.6). Paulo  se refere à sua morte, como uma partida. Segundo o Pr. Hernandes Dias Lopes, a palavra traduzida por “partida”, no grego é “analyses”. Esta palavra era usada em três circunstâncias: 

a. Aliviar alguém de uma carga. Neste sentido, a morte para Paulo era um descanso de suas fadigas. “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.”  (Ap 14.13). 

b. Levantar acampamento e voltar para casa. Neste aspecto, a morte para Paulo significava mudança de endereço. Ele estava deixando o corpo e partindo para habitar com o Senhor. “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Co 5.8), que ele considerava “incomparavelmente melhor”. (Fp 1.23).

c. Desatar o barco e atravessar para o outro lado. Neste sentido, a morte para Paulo seria fazer a última viagem desta vida de dissabores, rumo à Pátria Celestial, o seu eterno lar. 


Paulo encarava a própria morte não como uma derrota, ou como um fim trágico. Paulo encarava o seu martírio como um sacrifício oferecido a Deus. Por isso, ele usou a expressão “estou sendo oferecido por libação”. A ritual de oferta por libação era uma oferta pacífica ao Senhor, onde era derramado água, vinho, ou o sangue de uma animal, sobre o holocausto. No Antigo Testamento, o líquido oferecido na libação era aspergido ou derramado e tinha um alto valor, como o vinho (Nm 15.7);o azeite (Gn 35.14) ou bebida forte (Nm 28.7). No Novo Testamento, Paulo usa a expressão libação em sentido figurado. Na epístola aos Filipenses, Paulo faz referência a libação no sentido de ter o seu sangue vertido por causa de Cristo: "Contudo, ainda que eu seja derramado como libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós" (Fp 2.17). Depois, escrevendo a Timóteo, prevendo a proximidade da sua morte, Paulo usa novamente a figura da oferta por libação, fazendo referência à própria morte como um sacrifício, ou uma oferta derramada a Deus. 

2.  “Combati o bom combate” (2 Tm 4.7). A expressão usada neste versículo por Paulo "combati o bom combate", no grego é "agonidzomai". A raiz "agon" originalmente indicava uma assembleia de qualquer natureza. Depois, passou a indicar uma multidão que se reunia para ver as competições atléticas. Era usada também para se referir à própria competição, onde os atletas se esforçavam para alcançar o prêmio ou coroa. Também era usada para se referir a qualquer forma de luta ou batalha. O termo grego "agon"  deu origem à palavra portuguesa "agonizar". Quando Paulo diz que combateu o bom combate é uma referência a lutar respeitando as regras e por uma boa causa, que era a causa de Cristo. Há pessoas que se entregam completamente a um combate, a ponto de sacrificarem a própria vida por uma causa, mas não é o bom combate de Cristo. Então, o mérito aqui não está em combater, mas no "bom combate". 

Paulo faz aqui uma análise positiva da sua trajetória como bom soldado de Cristo. Os critérios usados nesta análise não são do ponto de vista humano, mas do ponto de vista do Senhor. Se Paulo fosse analisar a sua vida ministerial usando os critérios da teologia da prosperidade, o seu ministério teria sido um fracasso e ele seria considerado um derrotado. Não construiu nenhuma catedral, não tinha saúde, não tinha jatinhos nem mansões de luxo. Terminou o seu ministério preso em uma masmorra, sendo condenado à morte.  

3. Gratidão e esperança (2 Tm 4.7,8). Paulo combateu o bom combate, com fidelidade. Ele "acabou a carreira", ou seja, chegou até o fim. Não desistiu e não entregou os pontos no meio da luta. Há obreiros que começam bem, com toda garra e ânimo, mas não completam a carreira. Paulo citou o exemplo de Demas, que era seu companheiro de ministério, mas amou o presente século e o desamparou. Demas é citado pelo menos três vezes nas Epístolas paulinas. Nas duas primeiras, Demas aparece como um companheiro de ministério do apóstolo Paulo: "Saudai-vos Lucas, o médico amado, e Demas." (Cl 4.14); "Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores." (Fm 1.23,34). Mas, escrevendo a Timóteo, Paulo diz: "Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica…". (II Tm 4.10).

Além de "acabar a carreira", Paulo "guardou a fé". Tão importante quanto terminar a carreira é guardar a fé. Há pessoas que não desistem da carreira e chegam até o fim. Mas, não guardam a fé e abraçam doutrinas heterodoxas e inovações que não estão de acordo com a Palavra de Deus. Paulo concluiu a sua carreira com fidelidade a Deus, demonstrando no final dela, o sentimento de gratidão a Deus pelo dever cumprido e de esperança, pela certeza do galardão que, pela fé em Cristo, ele esperava (2 Tm 4.8).


REFERÊNCIAS:


LIÇÕES BÍBLICAS / MESTRE. 4⁰ Trimestre de 2021, CPAD. 

ENSINADOR CRISTÃO, N⁰ 87. 4⁰ Trimestre de 2021, CPAD. 

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES, Hernandes Dias. Paulo, o Maior Líder do Cristianismo. Editora Hagnos. 1 Ed. 2009.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. págs.  401,402.


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Pb. Weliano Pires

21 dezembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO PAULO.


Depois de estudar doze lições sobre a vida e ministério do apóstolo Paulo, começando pelos aspectos do mundo em que ele vivia antes da sua conversão, passando pelo seu processo de conversão e discorrendo sobre a sua atuação como apóstolo dos gentios, chegamos ao final deste quarto trimestre de 2021. 

Nesta última lição, como conclusão dos assuntos estudados, falaremos sobre a gloriosa esperança do apóstolo Paulo, sabendo que em breve ele seria executado. Neste contexto, Paulo estava preso em Roma, não mais em um regime semi-aberto, como era o caso da lição passada. Dessa vez, o apóstolo foi lançado num lugar lúgubre, úmido, frio e sem qualquer conforto. 


No primeiro tópico da lição falaremos da consciência de Paulo diante da morte. Paulo sabia, pelo Espírito Santo, que o tempo da sua partida estava chegando e encarava a morte como um sacrifício oferecido a Deus. Escrevendo a Timóteo, seu filho na fé, o apóstolo fez uma retrospectiva da sua trajetória e, com a consciência tranquila e sensação de dever cumprido, disse: "Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé". (1 Tm 4.7). O mais importante no ministério não é a forma que começamos, ou como estivemos em um determinado momento, mas como terminamos a carreira.


No segundo tópico, falaremos sobre a Doutrina bíblica a respeito da Vinda do Senhor, explicada por Paulo, nas Epístolas aos Tessalonicenses. Falaremos sobre as duas fases da segunda vinda de Cristo, que são: o arrebatamento da Igreja e a manifestação de Jesus em glória. Por último, falaremos sobre o período da Grande Tribulação, enfatizando o advento do Anticristo e do Falso profeta, e que a Igreja não passará por este período na terra, pois já estará com Cristo nas Bodas do Cordeiro. 


No terceiro e último tópico falaremos sobre os tempos e estações até a vinda do Senhor. Falaremos sobre o significado bíblico dos termos "tempos" e "estacões", respectivamente, no grego os termos "chronos" e "kairós". Por último, falaremos a respeito da mensagem pentecostal, que deve se fundamentar em uma vida cheia do Espírito Santo e na esperança do porvir. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.   

LOPES, Hernandes Dias. A Segunda Vinda de Cristo, Nossa Grande Esperança. Editora Hagnos. 1 Ed. 2015.      


 


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Pb. Weliano Pires

20 dezembro 2021

REVISÃO DAS LIÇÕES DO 4º TRIMESTRE DE 2021


Com a Graça de Deus, chegamos ao fim de mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Estudamos neste 4º trimestre, sobre a vida e o ministério do Apóstolo Paulo, extraindo lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Foram treze lições, comentadas pelo renomado Pr. Elienai Cabral, consultor doutrinário da Casa Publicadora das Assembléias de Deus no Brasil (CPAD). 

O apóstolo Paulo, sem dúvida nenhuma, é o personagem mais importante da história do Cristianismo, depois do próprio Cristo. Foi ele o responsável por sistematizar as principais doutrinas cristãs e expandir o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina. Não temos informações precisas sobre a data de nascimento do apóstolo Paulo. Mas, a tradição da Igreja romana afirma que ele nasceu no ano 9 d.C. Orlando Boyer, no entanto, diz no Livro Pequena Enciclopédia Bíblica que foi no ano 1 d.C.


Paulo nasceu na Cidade de Tarso, capital da Cilícia, uma província romana, que fica no atual território da Turquia. Era filho de pais israelitas, descendentes da tribo de Benjamim, a mesma de Saul, que foi o primeiro rei de Israel. Por isso, o seu nome hebraico era Saulo, uma variante de Saul. Paulo era o seu nome romano. Ao contrário do que muitos dizem, o nome de Saulo não foi mudado para Paulo. Saulo era o nome, pelo qual, ele era conhecido na comunidade israelita e Paulo, o seu nome no Império romano. 


Os pais de Saulo, eram pessoas influentes e de posses. Isto porque Paulo foi enviado para Jerusalém para estudar a Lei mosaica, com o rabino Gamaliel, um dos mais influentes fariseus da época. Estudar naquela época custava muito caro. Além disso, Saulo era detentor do título de cidadão romano desde o nascimento. Este título era adquirido por uma boa quantia em dinheiro, ou por serviços relevantes prestados ao império.


Em Tarso, Saulo também estudou a filosofia grega. Em seus discursos no Livro de Atos e em suas epístolas, vemos várias citações dos filósofos gregos. Saulo também tinha conhecimento do direito romano. Em seus depoimentos a Festo, Félix e Agripa, isso fica bem evidente. O rei Agripa, ao ouvir o longo discurso de Paulo em sua própria defesa, exclamou: 

– Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!


O Espírito Santo usou todo o arcabouço religioso, cultural e acadêmico de Saulo, para torná-lo o apóstolo dos gentios. Paulo empreendeu três viagens missionárias pelo mundo conhecido da sua época, plantando Igrejas, discipulando e formando  novos obreiros. 


Paulo também foi muito usado pelo Espírito Santo na formação do Novo Testamento. Treze ou catorze (pois alguns consideram que ele escreveu também a Epístola aos Hebreus) dos vinte e sete livros do Novo Testamento foram escritos por ele. Paulo escreveu as Epístolas: aos Romanos, as duas epístolas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, 1 e 2 aos Tessalonicenses, 1 e 2 a Timóteo, a Tito e a Filemon.


Segue abaixo, um pequeno resumo das treze lições deste trimestre: 


Lição 1 - O Mundo do Apóstolo Paulo

Na primeira lição vimo o mundo do apóstolo Paulo em três aspectos: 

1. Os detalhes da vida de Paulo no império romano; 

2. O aspecto cultural do apóstolo Paulo, no domínio do grego Koiné, na diversidade religiosa e filosófica, da cultura grega;

3. O aspecto religioso e a ligação de Saulo com a descendência e religião judaica. 


Estes três aspectos contribuíram muito para a propagação do Evangelho, tanto aos judeus quanto aos gentios. 


Lição 2 - Saulo de Tarso: o Perseguidor da Igreja

Na lição 2 falamos da vida de Saulo como o grande perseguidor da Igreja, antes de conhecer a Cristo. Em Damasco e Jerusalém, com autorização das autoridades religiosas, Saulo empreendeu uma implacável caçada aos cristãos, arrastando homens e mulheres pelas ruas e conduzindo-os às prisões. Saulo foi um dos responsáveis pela morte de Estevão. Vimos nesta lição que a perseguição contra a Igreja é, na verdade, uma perseguição contra o próprio Jesus. 


Lição 3 - A Conversão de Saulo de Tarso

Na lição 3, vimos os detalhes da conversão de Saulo, o implacável perseguidor dos Cristãos, a Cristo. A conversão de Saulo foi um ato da Graça de Deus, pois, o próprio Jesus tomou a iniciativa de ir ao seu encontro, no caminho de Damasco, quando ele ia em busca de cristãos, para levá-los à prisão. Vimos também nesta lição que, a conversão do homem começa no arrependimento e prossegue pela transformação do seu caráter. Saulo nunca mais foi o mesmo, após o encontro com o Senhor.  No processo de conversão, o Espírito Santo transforma o intelecto, as emoções e as vontades do ser humano. 


Lição 4 - Paulo: a Vocação para Ser Apóstolo

Na lição 4 falamos sobre o chamado de Paulo para ser apóstolo. Paulo não conviveu com Jesus e não fez parte do colégio dos doze apóstolos. Mas, ele foi chamado pelo próprio Jesus para ser apóstolo. Esta chamada teve início na presciência de Deus, que é o atributo divino, pelo qual, Ele conhece o futuro antecipadamente. A visão do Cristo ressurreto mudou completamente a vida de Saulo. Depois, o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido, foi a escola de Deus para prepará-lo para o apostolado. 


Lição 5 - Jesus Cristo, e este Crucificado — A Mensagem do Apóstolo.

Na lição 5,  vimos que cerne da mensagem de Paulo era o Cristo crucificado ou a cruz de Cristo. A ideia de alguém morrer crucificado para salvar os outros era considerada um escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas Paulo, não obstante, todo o seu conhecimento da Lei mosaica e da filosofia grega, não se ocupava com estes temas em suas pregações. As palavras chaves da sua pregação eram o Cristo crucificado e o Cristo ressurreto. O resumo da mensagem pregada por Paulo era: "Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo para morrer pelos pecadores, dos quais eu sou o principal."


Lição 6 - Paulo no Poder do Espírito

Na lição 6 destacamos o aspecto pentecostal do ministério do apóstolo Paulo. Paulo escrevendo aos Coríntios, disse que “a sua mensagem não consistia em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Poder do Espírito Santo.”

De fato, as suas viagens missionárias foram conduzidas pelo Espírito Santo. Houve lugares que ele foi, obedecendo à orientação do Espírito Santo e houve lugares, que o Espírito não permitiu que ele fosse. Onde ele passava, o Espírito Santo operava sinais e maravilhas através dele. Paulo teve o cuidado de esclarecer aos cristãos de Éfeso e também a Apolo, sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Depois, escrevendo a Timóteo, sobre os requisitos para o episcopado, Paulo falou que o bispo deve ser cheio do Espírito Santo. 


Lição 7 - Paulo: o Plantador de Igrejas

Na lição 7 vimos que Paulo era um dos doutores da Igreja de Antioquia, junto com Barnabé e outros. Em uma reunião de oração e jejum, o Espírito Santo ordenou que a Igreja os separasse para uma obra que Ele havia chamado. A partir daí, a Igreja os despediu para a obra missionária. Paulo e Barnabé seguiram pelo mundo, pregando nas sinagogas e nas praças, e plantando Igrejas. Falamos também nesta lição sobre as características do plantador de Igrejas e os seus desafios no mundo atual.


Lição 8 - Paulo: o Discipulador de Vidas

Na Lição 8, falamos sobre o trabalho do apóstolo Paulo como discipulador. O método de discipulado do apóstolo Paulo consistia primeiro em pregar aos pecadores e, em seguida, ensiná-los de forma sistematizada as Doutrinas Cristãs. Deve haver, por parte da liderança da Igreja, um equilíbrio entre a pregação evangelística aos pecadores e o discipulado aos crentes. O evangelismo busca as pessoas para Cristo, com a pregação do Evangelho. O discipulado, por sua vez, fornece as bases da Doutrina Cristã, para que a pessoa conheça, de fato, a Cristo e se torne um verdadeiro discípulo do Senhor. 


Lição 9 - Paulo e sua Dedicação aos Vocacionados

Na lição 9, vimos que Paulo tinha uma preocupação enorme com a escolha e formação de novos obreiros, que pudessem dar continuidade aos trabalhos por ele iniciados. Não à toa, ele escreveu as cartas pastorais a Timóteo e a Tito, pastores mais jovens, que eram seus cooperadores, dando-lhes orientações muito importantes para o exercício do ministério pastoral. 

Paulo sabia que o seu martírio era iminente, pois, a perseguição à Igreja, principalmente aos líderes, era intensa. Em seu discurso emocionado de despedida aos anciãos da Igreja de Éfeso, pouco tempo antes da sua prisão, Paulo fez importantes recomendações a eles, em relação à Igreja, para depois da sua partida. Paulo alertava constantemente aos novos obreiros acerca dos perigos representados pelos judaizantes e gnósticos. Fica aqui uma grande lição para os pastores mais antigos, para prepararem obreiros mais novos para os sucederem na liderança da Igreja, pois, não somos eternos. 


Lição 10 - Paulo e seu Amor pela Igreja

Na lição 10, falamos sobre o amor que Paulo nutria pela Igreja de Cristo. Paulo dedicava um amor de pai para filho, a todas as Igrejas. Escrevendo aos Gálatas, Paulo disse que sofria por eles “as dores de parto”, até que Cristo fosse gerado neles (Gl 4.19). O amor, a fé e a esperança são virtudes que aparecem sempre juntas nos escritos de Paulo. (1 Co 13.13; 1 Ts 1.3). No capítulo 13 da primeira Epístolas aos Coríntios, Paulo nos ensina que o amor é superior a todos os dons espirituais. Devemos seguir o exemplo de Cristo amar a Igreja do Senhor, nos doando por ela. 


Lição 11 - O Zelo do Apóstolo Paulo à Sã Doutrina

Na lição 11 estudamos o zelo do apóstolo Paulo pela Sã Doutrina. Aliás, a expressão “Sã Doutrina” é um conceito de Paulo no Novo Testamento (2 Tm 4.3-4) e se refere a todo o ensino dos apóstolos. Falamos nesta lição sobre os conceitos de ortodoxia e heterodoxia. A ortodoxia é a doutrina que é coerente com os ensinos de Cristo e dos seus apóstolos. A heterodoxia é o oposto disso. São doutrinas de homens e de demônios. 

Falamos ainda nesta lição sobre as ameaças e corrupção doutrinárias nos dias de Paulo, que eram as fábulas e genealogias intermináveis dos judaizantes, os cultos aos anjos, os costumes pagãos, o gnosticismo, etc. Por último, falamos da Igreja como a guardiã da Sã Doutrina ou, nas palavras de Paulo, a coluna e firmeza da verdade. O maior antídoto contra as heresias é o ensino sistemático da Palavra de Deus, principalmente, a Escola Bíblica Dominical, Escola Bíblica de Obreiros e Simpósios doutrinários. 


Lição 12 - A Coragem do Apóstolo Paulo diante da Morte

Na Lição 12, vimos que o apóstolo Paulo, durante a sua vida, tinha plena consciência de que é inerente ao cristão, padecer por Jesus. Ele dizia que “trazia no próprio corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl 6.17). Estas marcas se referiam aos açoites e sofrimentos que ele passou pelo Evangelho. 

Paulo também vivia em constante expectativa de que poderia morrer a qualquer momento, por causa do Evangelho. Mas, ele tinha plena consciência de que a morte não era o fim para o cristão e, por isso, tinha coragem para enfrentar as ameaças de morte. 

Vimos ainda nesta lição, as acusações mentirosas contra o apóstolo Paulo e a sua prisão no templo de Jerusalém. Paulo era acusado falsamente pelos judeus, de ensinar aos judeus que viviam entre os gentios, a violarem a lei de Moisés e a não circuncidarem os seus filhos. Entretanto, mesmo que isso não representasse nada para a Salvação, não era isso que Paulo ensinava. Quando Paulo chegou ao Templo em Jerusalém, foi reconhecido pelos judeus e quase foi linchado. Só escapou, porque o comandante do militar, Cláudio Lísias, mandou algemar Paulo, retirá-lo imediatamente do local e o conduzir à Fortaleza Antonia. Depois, descobriu que se tratava de um cidadão romano e o encaminhou para Cesaréia às autoridades romanas. 


Lição 13 - A Gloriosa Esperança do Apóstolo Paulo

Na lição 13, falamos sobre a esperança gloriosa que Paulo tinha de em breve partir e estar com o Senhor. Segundo Paulo, isso é incomparavelmente melhor do que permanecer neste mundo, mesmo servindo a Deus e fazendo a Sua Obra. Falamos sobre a consciência que Paulo tinha diante da morte. O Espírito Santo já havia revelado a Paulo que a sua partida estava próxima. Ele estava preso, quando escreveu a segunda carta a Timóteo e sabia que seria executado. Mas, ele não se desesperou diante da morte e a enxergava como uma oferta a Deus. Falamos nesta lição sobre a vinda do Senhor, esclarecendo sobre as suas duas fases: O arrebatamento da Igreja e manifestação de Cristo. Falamos um pouco sobre a grande tribulação. Por último, vimos o significado da expressão "tempos e as estações" até a volta do Senhor. 


Nestes tempos trabalhosos, que a Igreja do Senhor atravessa, com a multiplicação da iniquidade, o esfriamento do amor e a proliferação de falsos mestres e falsos ensinos, a vida e o ministério do apóstolo Paulo tem muito a nos ensinar. 


Deus os abençoe e até o próximo trimestre! 


Pb. Weliano Pires.


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