06 dezembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA



REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada falamos sobre o amor de Paulo pela Igreja do Senhor, no âmbito local. Paulo demonstrou um profundo amor pelas Igrejas que ele plantou. Ele escreveu o capítulo 13 de 1 Coríntios, dedicando-o inteiramente ao amor, fazendo afirmações profundas sobre o amor. 


No primeiro tópico, falamos sobre o amor de Paulo pela Igreja de Tessalônica, não apenas por ela, mas pelas demais também. Paulo tinha um amor de pai para filhos para com os irmãos de Tessalônica, não por interesses pessoais, mas, pelo modo como eles viviam o Evangelho. Vimos também que nós devemos demonstrar amor pela Igreja que congregamos.


No segundo tópico falamos sobre a relação que há entre amor e fé. Em suas epístolas frequentemente Paulo faz questão de demonstrar a grandeza do amor de Deus, revelado no sacrifício de Cristo, que morreu pelos pecadores, que não mereciam ser amados. A fé, por sua vez, vai muito além da crença na existência de Deus. Ela representa uma confiança inabalável em Deus a ponto de obedecê-lo incondicionalmente. 


No terceiro e último tópico falamos a respeito das três virtudes chamadas de ‘teologais', que estão presentes na Igreja de Tessalônica: fé, esperança e amor. São assim chamadas, porque são virtudes que tem origem em Deus e nos são concedidas por Sua infinita graça. Paulo fala destas três virtudes em 1 Coríntios 13.8 e diz que elas permanecem juntas, mas o amor é a maior delas.


LIÇÃO 11: O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA


Na lição desta semana falaremos a respeito do zelo do apóstolo Paulo para com a doutrina bíblica, que ele chama de Sã doutrina em seus escritos. Conforme já falamos em lições anteriores, Paulo foi o grande doutrinador da Igreja Cristã. Ele recebeu o Evangelho diretamente do Senhor Jesus e o entregou fielmente às Igrejas que ele fundou e discipulou. 


No primeiro tópico da lição trataremos das definições das palavras ortodoxia e heterodoxia. Em resumo, ortodoxia é o ensino que está de acordo com ensinaram Cristo e os apóstolos. Qualquer ensino que não se enquadre nisso é heterodoxia. São dois termos técnicos muito importantes, para entendermos a diferença entre um ensino genuinamente bíblico e doutrinas humanas ou de demônios. 


No segundo tópico falaremos a respeito da ameaça da corrupção doutrinária. Paulo advertiu as Igrejas, a respeito de alguns obreiros que ensinavam "outra doutrina" ou "outro evangelho". Entre estes ensinos diferentes (heterodoxos), estavam os judaizantes, que se ocupavam com fábulas judaicas e genealogias; e os gnósticos, conforme vimos na lição 9. 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre a Igreja como a guardiã da Sã Doutrina. Escrevendo a Timóteo Paulo declarou que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Cabe a ela, portanto, anunciar e defender a verdade bíblica perante o mundo, contra as vãs filosofias, doutrinas de homens e de demônios.  Nesta era pós moderna, uma das suas características é o relativismo moral e a idéia de que não há verdade absoluta. A Igreja de Cristo não pode se curvar diante deste discurso, mas deve sustentar a verdade de Deus, custe o que custar. 


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Pb. Weliano Pires


03 dezembro 2021

LIÇÃO 11: O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA

12 de Dezembro de 2021 (Dia da Bíblia)

TEXTO ÁUREO:

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. ” (1 Tm 4.16)    


VERDADE PRÁTICA:

"A igreja de Cristo é a única instituição divina na terra que preserva e defende a să doutrina diante dos enganos e males das heresias."


LEITURA DIÁRIA


Segunda – Hb 6.1.2 

Os princípios elementares da sã doutrina  

Terça – 1 Co 3.1-3 

Os males das facções na igreja  

Quarta – 2 10 9 

A desobediência à sã doutrina  

Quinta – 1 Co 5.1-13 

A disciplina na igreja  

Sexta – 1 Co 10.23-32 

Os limites da liberdade cristã  

Sábado – Mt 16.13-18 

O fundamento da Igreja    


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Timóteo 6.3-6,11; 2 Timóteo 3.14-17


3- Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade. 

4- é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,  

5- contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade. cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais.   

6- Mas é grande ganho a piedade com contentamento.   

11- Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.  


2 Timóteo 3   

14- Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.  

15- E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.   

16- Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.   

17- para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.    


HINOS SUGERIDOS: 306, 322, 505 da Harpa Cristã.


OBJETIVO GERAL:

  • Asseverar o zelo pela Sã Doutrina.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Conceituar e correlacionar ortodoxia e heterodoxia.  

  • Advertir a respeito da ameaça da corrupção doutrinária. 

  • Apresentar a Igreja como a guardiã da Sã Doutrina.    


INTERAGINDO COM O PROFESSOR

    

Em relação a Bíblia, a Palavra de Deus, cremos na sua inerência, infalibilidade e suficiência para toda a regra de fé e prática. Para nós, zelar pela sã doutrina que se encontra nas Escrituras Sagradas é inegociável. Em tempos de ventos de doutrinas, torna-se urgente, a partir da vida e ministério do apóstolo Paulo, reafirmar o nosso compromisso com a Sã Doutrina exposada na Bíblia, a Palavra de Deus. Busquemos honrar a Bíblia e, ao mesmo tempo, ter a coragem de afirmar e reafirmar as gloriosas e antigas doutrinas das Sagradas Escrituras. Essas doutrinas edificam e sustentam a igreja de Cristo ao longo dos tempos.    


PONTO CENTRAL: É preciso zelar pela Sã Doutrina.


COMENTÁRIO 


INTRODUÇÃO


Qual o fim do mandamento? Por que devemos zelar pela sã doutrina? Qual o ponto de equilíbrio da estudaremos nesta lição responderá essas questões que se mostram importantes para a nossa caminhada na vida cristã. Que o Espírito Santo o enriqueça na graça e no conhecimento.    


I. ORTODOXIA VERSUS HETERODOXIA


1.   Dois termos técnicos importantes. Ortodoxia e heterodoxia são dois termos técnicos necessários à Teologia para compreender a distinção entre ensino correto e desvios quanto à doutrina bíblica. Esses termos nos ajudam a compreender a preocupação de Paulo com a invasão de heresias nas igrejas locais.    

2.   Conceito de ortodoxia. Na língua grega do Novo Testamento, a palavra tem como prefixo orthos e significa “o que é direito, reto, certo” (1 Tm 4.1,2). Então, a definição técnica para a palavra “ortodoxia” diz respeito à “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina”. Na Teologia Cristã, o termo refere-se ao modelo bíblico das “sãs palavras” (2 Tm 1.13). Logo, a Doutrina é Cristã é ortodoxa enquanto for coerente com o que Cristo e os apóstolos ensinaram.    

3.   Conceito de heterodoxia. O prefixo da palavra heteros significa “diverso”. Assim, heterodoxia nos remete à “opinião diferente; oposição aos padrões, normas ou dogmas estabelecidos”. Se a ortodoxia tem um só parecer, a heterodoxia implica várias opiniões a respeito de um mesmo objeto. Para o apóstolo Paulo, a Igreja deve manter a unidade doutrinária da fé e combater com veemência as “doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). A Igreja deve ser, portanto, ortodoxa. Sua advertência é um antidoto para nós nos dias de hoje. Devemos, pois, fortalecer a unidade doutrinária em nossas igrejas.  

  

SÍNTESE DO TÓPICO I

Com ortodoxia nos referimos à Doutrina Cristã enquanto for coerente com o que Cristo e os apóstolos ensinaram. Com heterodoxia, tudo o que for diferente disso.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Atente para as seguintes palavras de estudiosos pentecostais, “Reconhecemos também que somente a Bíblia, por ser a Palavra de Deus, tem a resposta definitiva. Todas as palavras meramente humanas são, na melhor das hipóteses. meros ensaios, e só são verdadeiras à medida que se harmonizam com a revelação da Bíblia” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.44). Com base neste texto, procure saber como seus alunos consideram a Bíblia. Para eles, a Bíblia tem a resposta definitiva? Discuta com eles a respeito das produções literárias humanas e a preciso pontuar o papel da Bíblia como o livro de valores e princípios atemporais e eternos. Por isso ela está acima de toda produção literária humana.    


II – A AMEAÇA DE CORRUPÇÃO DOUTRINÁRIA


1. A advertência do apóstolo. Em 1 Timóteo, Paulo adverte acerca de “alguns que não ensinem outra doutrina” (1.3 - grifo nosso). Aqui a palavra para “outra” é heteros, diverso. Por isso, Paulo se refere a “outra doutrina” como a que nada tinha a ver com a genuína doutrina de Cristo. Esse zelo para preservar a “sã doutrina” trazia um contexto de homens sem escrúpulos que não respeitavam os ensinos apostólicos. O apóstolo os identifica como “lobos cruéis” vestidos de ovelhas que investiam contra o rebanho de Deus, não o perdoando (At 20.29.30).  

2. Quais eram os problemas de ordem doutrinária? As igrejas plantadas por Paulo e outros apóstolos, no primeiro século, sofreram com a infiltração de conceitos filosóficos pagãos e judaizantes na interpretação da doutrina apostólica. Nas igrejas como a de Corinto ou Éfeso, havia os que afirmavam crer no Evangelho, mas não renunciavam os costumes pagãos. Outros traziam uma bagagem religiosa do legalismo judaico, aliada ao gnosticismo (1 Co 1.12). É lamentável que, hoje, haja os que defendem a banalização da graça de Deus para, em nome dela, viverem em licenciosidade; e os judaizantes que confundem a liturgia crista com a judaica, bem como a moral cristã com o legalismo judaico. A Igreja de Cristo pertence a um novo tempo e deve obedecer ao ensino do Novo Testamento.    

3. Fábulas e genealogias intermináveis (1 Tm 1.4). No tempo de Paulo, havia os mestres falsos que propagavam fábulas e lendas da vida judaica como “culto aos anjos” (Cl 2.18). Além de não possuírem conteúdo concreto, eles torciam o sentido da verdade apostólica. O apóstolo advertiu a Igreja quanto a essas coisas e as refutou com veemência (1 Tm 1.3,4). Aqui, aprendemos que não podemos perder tempo com que relas infrutíferas. O conhecimento das Escrituras não é para ostentar vaidade pessoal ou capacidade do intelecto, mas para nos fazer caminhar com o coração puro, uma boa consciência e uma fé não fingida (1 Tm 1.5).  


SÍNTESE DO TÓPICO II

Paulo sempre admoestou a igreja quanto às ameaças de corrupção doutrinária.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


O termo “fábulas" ou ‘mitos (mythos) poderia incluir narrações alegóricas, lendas ou ficção, ou seja, doutrinas espúrias em contraste com a verdade do Evangelho. Esta palavra era frequentemente usada em um sentido pejorativo, denotando deste modo histórias falsas e tolas. A composição de histórias míticas baseadas no Antigo Testamento agradou aos judeus daquele período […] Os mitos eram também uma parte integrante do ensino dos gnósticos, que tinham, por exemplo, versões alternativas da história da criação” 

(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.641-42).    


III – A IGREJA COMO GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA

   

1. A Igreja é “coluna e firmeza da verdade”. Em Timóteo, o apóstolo declarou que a Igreja sustenta a verdade (1 Tm 3.15). Por conseguinte, diante das falsas crenças, a Igreja é coluna e firmeza da sã doutrina. Ela é a demonstração viva e santa da verdade revelada nas Escrituras. Por isso, a Igreja mantém e defende a sã doutrina contra todo o erro, oposição intelectual, filosófica e religiosa dos falsos mestres. Não podemos descuidar desse nosso papel.    

2. O objetivo do zelo pela sã doutrina. Qual seria o objetivo de zelar pela sã doutrina? Preservar o amor de um coração puro e de uma fé não fingida (1 Tm 1.5). A finalidade da defesa da doutrina é o amor como prática sincera da fé em Cristo. O falso ensino e os falsos mestres geram contenda, dissensões e gangrenas na comunhão. Logo, não há cristianismo ortodoxo sem a prática do amor de um coração puro e de uma fé não fingida.    

3. A primazia do amor. O fim do mandamento é o amor (1 Tm 1.5). Em 1 Timóteo, o amor aparece como um freio, um instrumento de equilíbrio no combate às falsas doutrinas. Na epístola paulina, o combate nunca é contra pessoas, mas contra as ideias que elas representam. O zelo do apóstolo se dá justamente para impedir que o "espírito" dos falsos mestres se infiltrasse na Igreja. Nesse caso, o amor como fim do mandamento é o antídoto perfeito. Ora, o “amor de um coração puro” é um amor que procede de dentro para fora, não se tratando de mero sentimento. Nesse amor, o coração é santificado pelo Espírito Santo, gerando uma pureza interior; pois um coração sujo pelo pecado não pode agir amorosamente. Já um coração limpo diante de Deus recebe e vê as coisas espirituais com transparência. No amor não há lugar para imparcialidade, pois se cultiva uma “boa consciência”; nem lugar para a simulação, fingimento e hipocrisia, pois se cultiva uma “fé não fingida” (1 Tm 1.5).    


SÍNTESE DO TÓPICO III

Como “coluna e firmeza da verdade”, a Igreja é a guardiã da Sã Doutrina


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“A menção da ‘verdade’ no verso 15 estimula o apóstolo a uma exclamação: ‘E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade’. ‘A expressão traduzida como ‘sem dúvida alguma (do grego, homologoumenos) significa por consentimento mútuo, e expressa a convicção unânime dos cristãos (Kelly, 1963, 88). O que se segue é uma recitação do ‘mistério” (isto é, da verdade revelada) da ‘piedade’ (o conteúdo ou base do cristianismo, isto é, nossa fé). Uma das características mais interessantes das Pastorais é a citação frequente de resumos de adoração contemporânea. Esta nos dá uma noção muito mais rica de como era a adoração neste primeiro período que nós, de outra forma, não teríamos conhecido (Hanson, 1982,45)” 

(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.662).  


CONCLUSÃO

  

A Bíblia, a Palavra de Deus, é a fonte genuína para a doutrina cristã. Por isso, precisamos ser dedicados estudantes das Sagradas Escrituras a fim de que zelemos pela sã doutrina. Levemos em conta que a finalidade dela é o amor para, em Cristo, vivermos com um coração puro e uma fé não fingida. A exemplo de Paulo, somos chamados para zelar pelo ensino de Cristo a fim de edificar a Igreja do Senhor.    


Q U E S T I O N Á R I O  


1. Qual é o conceito de ortodoxia?

A definição técnica para a palavra “ortodoxia” diz respeito à “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina”.  


2. Qual é o conceito de heterodoxia?

Heterodoxia nos remete à “opinião diferente; oposição aos padrões, normas ou dogmas estabelecidos”.  


3. A que contexto se refere o zelo de Paulo para preservar a “Sã Doutrina”?

Paulo se refere a “outra doutrina” como a que nada tinha a ver com a genuína doutrina de Cristo.  


4. O que Paulo declarou a respeito da Igreja?

Em Timóteo, o apóstolo declarou que a Igreja sustenta a verdade (1 Tm 3.15).  


5. Qual é o fim do mandamento?

O fim do mandamento é o amor (1 Tm 1.5).  


  

02 dezembro 2021

AS TRÊS VIRTUDES NA IGREJA DE TESSALÔNICA: FÉ, AMOR E ESPERANÇA.

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 10: Paulo e seu amor pela Igreja).

Neste terceiro e último tópico, o nosso comentarista elenca três virtudes visíveis na igreja em Tessalônica: fé, amor e esperança. O ser humano nascido de novo, possui várias virtudes que são produzidas pelo Espírito Santo. Em Gálatas 5. 22, o apóstolo Paulo lista nove virtudes que compõem o fruto do Espírito Santo: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. 

Entretanto, estas três virtudes elencadas aqui são características inerentes ao cristão. Sem elas não há cristianismo. Elas aparecem juntas e interligadas nos escritos de Paulo, mostrando-nos que há uma relação intrínseca entre as três. 

1.   As três virtudes teologais (1 Ts 1.3). Paulo expõe aqui uma tríade favorita das virtudes cristãs, que são elevadas como características eternas do homem redimido: “Lembrando-nos, sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai” (1 Ts 1.3). Esta tríade de virtudes provém do próprio Deus. Por isso são chamadas de "Virtudes teologais". Após citar a relação de dona espirituais, no capítulo 12 de 1 Coríntios, Paulo discorreu sobre a suprema excelência do amor e concluiu citando estas três virtudes teologais, mostrando a interligação entre elas e a superioridade do amor: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”. (1 Co 13.13). Essa tríade aparece também em I Ts 1.3; 5.8 e Cl.1.4,5.

2.   A virtude da fé. A fé é descrita na Epístola aos Hebreus, capítulo 11, como "O firme fundamento das coisas que não se esperam e prova das que não se vêem". A fé, por conseguinte, é a confiança inabalável de que aquilo que Deus prometeu irá acontecer. É prova cabal de que aquilo que não vemos, mas, foi mencionado pela Palavra de Deus, é real. Neste capítulo, denominado por "galeria dos heróis da fé", encontramos vários exemplos de homens e mulheres de Deus que fizeram várias proezas, pela fé e outros que sofreram e até morreram pela fé. Então, a fé é operante. 

3.   A virtude do amor. Conforme mencionamos no tópico anterior, o amor não consiste em palavras e sim, em ações a favor do próximo. Paulo falou sobre o "trabalho do amor" dos tessalonicenses (1 Ts 1.3). Isso significa que o trabalho daqueles irmãos era motivado pelo amor a Deus e ao próximo. Onde há amor, não há espaço para soberba, competições, egoísmo, exibicionismo ou inveja. Estas atitudes mesquinhas são incompatíveis com o amor. Paulo falando sobre o amor, disse que ele não busca os próprios interesses. 

É claro que a tendência natural de cada um de nós é pensar somente em si mesmo sem ter preocupação com o próximo. Sem a ação do Espírito Santo, a nossa natureza carnal impede que amemos os outros. É isso que fé e amor estão intrinsecamente ligados, como vimos no tópico anterior. Que. Não tem fé em Deus é incapaz de amar de verdade. 

4. A virtude da esperança. A terceira virtude desta tríade mencionada por Paulo é a esperança.  A esperança é uma “irmã gêmea” da fé, pois é a fé que nos dá certeza de que aquilo que esperamos tem fundamento. Por exemplo, pela fé nós acreditamos que Jesus virá buscar a sua Igreja e, por isso, esperamos a sua vinda. Quem não acredita na vinda de Jesus, não a espera e vive neste mundo, como se Cristo nunca fosse voltar. 

As pessoas que não servem a Deus dizem que "a esperança é a última que morre". Mas, os que temem a Deus e crêem em sua Palavra dizem que a nossa esperança morreu, mas ressuscitou e em breve voltará. É esta esperança que nos mantém de pé e nos encoraja a enfrentar as lutas e tribulações deste mundo. A nossa esperança não está neste mundo. Paulo disse que "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." (1 Co 15.19). 


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Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 33-34; 168; 

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 213.   

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 168. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 1685,1686 e 1759.



01 dezembro 2021

AMOR E FÉ NA IGREJA

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 10: Paulo e seu amor pela Igreja).

O amor e a fé são duas virtudes fundamentais na vida cristã. Ambas provêm de Deus e são indispensáveis na vida do cristão. Paulo descreve o amor como um caminho excelente, que está acima de todos os dons espirituais e sacrifícios (1 Co 13). O autor da Epístola aos Hebreus, por sua vez, diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6a). O apóstolo Paulo falou bastante sobre o amor e sobre a fé em seus escritos. Geralmente, estas palavras aparecem juntas ou relacionadas, indicando que há uma correlação inigualável entre ambas.


1.  Amor, uma palavra proeminente nas cartas de Paulo. Paulo demonstra em seus escritos que a expressão máxima de amor foi manifestada por Deus, através do seu Filho Jesus Cristo. “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nos ainda pecadores” (Rm 5.8). Jesus também já havia dito isso aos seus discípulos, em outras palavras: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16) “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” (Jo 15.13). O amor de Deus consiste em oferecer perdão e salvação a quem não merece. Entretanto, diferente do que pensam os calvinistas, é preciso o ser humano responder ao amor de Deus. Para responder a este amor, é necessário a fé. Jesus disse que “Quem crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.” (Jo 3.36). Vemos, portanto, a relação entre amor e fé. Tanto um como o outro não consistem em sentimentos, mas em ações e decisões. Deus nos amou e deu-nos o Seu Filho Unigênito para nos salvar. Se  nós o amarmos, demonstraremos este amor através da fé, que não é apenas a crença abstrata na existência de Deus. Tiago disse que os demônios também crêem e estremecem, mas, não obedecem. Disse ainda que a fé sem as obras é morta. (Tg 2.19,20).


2.  A fé e o amor no ensino de Paulo. Paulo foi o escritor do Novo Testamento que mais falou sobre fé e amor. Na Epístola aos Romanos, por exemplo, há muitos textos falando sobre a fé. Logo no início, Paulo fala da “obediência por fé” (Rm 1.5). Depois, ele diz que no Evangelho se manifesta a Justiça de Deus, ‘de fé em fé” e cita o texto de Habacuque que diz que o justo viverá da fé. Paulo fala também constantemente em Romanos sobre a justificação pela fé. Para entendermos isso, é importante sabermos o que é fé, do ponto de vista bíblico, pois, as palavras variam e perdem o sentido original, quando são traduzidas de um idioma para outro e com as atualizações da linguagem. Com a palavra fé, não foi diferente. Muitas pessoas hoje em dia confundem fé com crença no absurdo ou confissão positiva. 


2.1. Fé. Os escritores do Novo Testamento usaram a palavra grega “pistis”, que foi traduzida por “fé”. Em seu significado original, “pistis” é usada para descrever a convicção ou a crença, que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e às coisas divinas. A fé também é a convicção de que Deus existe, é o criador, governa todas as coisas e é o provedor e doador da salvação eterna em Cristo. No Novo Testamento é a convicção inabalável de que Jesus é o ungido de Deus, através do qual nós obtemos a salvação eterna no reino de Deus. O conceito de fé também traz a ideia de confiança, fidelidade, lealdade a Deus ou em Cristo.


Há pelo menos três tipos de fé: 

a) A fé natural, que todo ser humano tem, inclusive os ateus; 

b) A fé salvífica, que é um dom de Deus e vem através da Palavra de Deus; 

c) A fé como um dom espiritual, concedido pelo Espírito Santo para edificar a Igreja. 

2.2. O amor. Assim como aconteceu com a fé, o conceito de amor foi esvaziado e deturpado com as traduções e atualizações linguísticas. O amor, do ponto de vista bíblico, não se refere a um sentimento abstrato ou a declarações poéticas como no romantismo. O amor bíblico consiste em desejar e trabalhar pelo bem do outro, independente de quem seja. No grego há quatro palavras traduzidas por amor em português:


a) Ágape. Nas versões mais antigas da Bíblia, esta palavra foi traduzida por "caridade" e se referia a um mero sentimento, mas a uma entrega voluntária e sem interesses, em favor do próximo. Este é o amor que Deus nos ofereceu e é o que espera de nós. Paulo dedicou o capítulo 13 de 1 Coríntios para falar de "Ágape". Paulo o descreveu como o amor paciente, benigno, não invejoso, não leviano e não soberbo. Este amor não é indecente, não é egoísta, não suspeita mal, nem se alegra com a injustiça. É impossível ao homem, por sua própria natureza, produzir um amor com estas características. Isso provém de Deus, que é amor em sua essência. 

b) Philos. Refere-se a um sentimento de simpatia natural, de amizade verdadeira e carinho que alguém dispensa aos seus amigos e entes queridos. Desta palavra derivam as palavras filantropia e Filadélfia, que significam respectivamente, amor ao ser humano e amor aos irmãos. 

c) Storge. Este é o amor familiar. Significa carinho ou afeição, existentes entre pais e filhos e parentes consanguíneos. Esta palavra não aparece na Bíblia. Mas, há uma derivação dela "astorgos", no sentido negativo, que foi traduzida por “sem afeição” (Rm 1.31; 2 Tm 3.3).

e) Eros.  Refere-se ao amor entre homem e mulher no sentido de atração física. É o amor que é composto de paixão e romantismo e tem o sentido de desejo passional, sensual e sexual. Esta palavra não aparece no Novo Testamento, provavelmente, pelo fato de ser usada naquela época em sentido promíscuo.

 

3. A dimensão prática do amor na igreja. O amor no Novo Testamento tem conotação prática e não apenas teórica como nos romances. O Senhor Jesus, para explicar a dimensão do amor ao próximo, contou a conhecida parábola do samaritano. Nesta parábola, um judeu descia de Jerusalém para Jericó. No meio do caminho foi atacado por ladrões que o agrediram violentamente e o deixaram desacordado. Em seguida, passaram pelo mesmo caminho, um sacerdote e um levita. Ambos viram o homem agonizando e nada fizeram para ajudá-lo. Por último, passou um samaritano, que era visto pelos judeus como impuro, por serem descendentes de outros povos que os assírios trouxeram para habitar em Samaria, na época do cativeiro. Este samaritano parou, fez curativo nos ferimentos do homem e o conduziu à cidade mais próxima para tratamento, bancando todas as despesas. Esta ilustração se tornou exemplo de amor ao próximo, sem interesses e sem propaganda. 


Paulo também fala do amor ao próximo neste sentido: "O amor seja não fingido" (Rm 12.9) "Amai-vos cordialmente uns aos outros, com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros". (Rm 12.10). "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer…" (Rm 12.20a). "A ninguém pagueis mal com o mal". (Rm 12.17). Portanto, o amor se manifesta em nossas atitudes em relação ao outro e não nas palavras. Paulo disse que "o amor é o cumprimento da lei, pois o amor não faz mal ao próximo". (Rm 13.10).


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Pb Weliano Pires

REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES, Hernandes Dias. Romanos O Evangelho segundo Paulo. Editora Hagnos. pág. 213-214; 435-436.  

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 842.        

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 544.     

Site Estilo Adoração: 

https://estiloadoracao.com/o-que-significa-amor-agape-philos-eros/. Acesso em 01/12/2021.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 901.

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...