23 dezembro 2020

Lição 13: Quando Deus restaura o justo



Data: 27 de Dezembro de 2020


TEXTO ÁUREO:

“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).


VERDADE PRÁTICA:

“A restauração do ser humano acontece em razão do amor e da misericórdia de Deus, e não como consequência do esforço pessoal, piedade ou atos de bondade.”


HINOS SUGERIDOS: 46, 108, e 186 da Harpa Cristã.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 42.1-17.


1 — Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse:

2 — Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido.

3 — Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia.

4 — Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me.

5 — Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.

6 — Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.

7 — Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.

8 — Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó.

9 — Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o SENHOR lhes dissera; e o SENHOR aceitou a face de Jó.

10 — E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.

11 — Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro.

12 — E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.

13 — Também teve sete filhos e três filhas.

14 — E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.

15 — E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.

16 — E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.

17 — Então, morreu Jó, velho e farto de dias.


INTRODUÇÃO


Nesta última lição, veremos o desfecho final da história dramática do patriarca Jó. Após as perguntas que Deus lhe fizera, Jó humilhou-se perante o Criador e deu-lhe glória. 

Deus repreendeu aos amigos de Jó e mandou que eles levassem animais para que Jó oferecesse sacrifícios e orasse por eles. Enquanto Jó orava por seus amigos, que o acusaram, injustamente, de ter pecado contra Deus, o Senhor restaurou a Jó e deu-lhe em dobro tudo o que antes ele possuía. 


I. A HUMILHAÇÃO DE JÓ


a) Jó reconheceu a Onipotência, Soberania, Onisciência de Deus (v. 2). Jó disse: “Bem sei eu que tudo podes” (onipotência) e que nenhum dos teus pensamentos podem ser impedidos (soberania)”. Deus é Senhor absoluto e toda autoridade provém dEle (Rm 13). Além de ter toda autoridade, Deus é soberano para fazer o que Ele decidir, sem precisar dar satisfação a ninguém.

b) Jó agiu com reverência e submissão a Deus (v. 3). A reverência e submissão são atitudes indispensáveis àqueles que querem servir a Deus. Ter reverência diante de Deus significa respeitá-lo e temê-lo, profundamente, por quem Ele é. Deus exigiu de Moisés e Josué, que tirassem as sandálias dos pés em sinal de reverência ao local em que estavam. Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas querem se apresentar diante de Deus de qualquer maneira e profanam as coisas santas. 

A submissão a Deus é a obediência incondicional a Ele por amor. Deus é Criador e Senhor e nós, como suas criaturas, não podemos jamais questioná-lo.

c) Jó teve uma experiência pessoal com Deus. (v. 5). Jó reconhece que conhecia Deus apenas de “ouvir falar”: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42.3). Jó havia recebido o conhecimento sobre Deus, através da tradição dos seus pais, mas, ainda não tivera uma experiência pessoal com Deus. O conhecimento sobre quem é Deus e sobre o que Ele faz é importante. Mas, este conhecimento fica incompleto se não tivermos um relacionamento pessoal com Ele. 


d) Jó humilhou-se diante de Deus. (v. 6). A humildade é marca registrada do cristão. Jesus disse para aprendermos dele, pois Ele é “manso e humilde de coração” (Mt 11.29). A humildade é o oposto da soberba. É o senso de insignificância moral em si mesmo, dependência de Deus e preocupação altruísta; total ausência de arrogância e petulância. Humilde é aquele que quer ser, exatamente como Deus quer que ele seja, nem mais, nem menos. Jó, após ouvir as perguntas de Deus, falou: “Eu te perguntarei e tu me ensinas… Por isso, me abomino no pó e na cinza.” Estas atitudes são gestos de humildade. A Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos, mas, dá graça aos humildes.


II. A INTERCESSÃO DE JÓ

a) Deus se irou contra os amigos de Jó. (v. 7). Deus falou para Elifaz, o temanita: “A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó” (Jó 42.7). Deus se irou contra os amigos de Jó, porque eles falaram teorias sobre Deus que não eram verdadeiras, como a teologia da retribuição, as idéias ateístas de que Deus criou o Universo e se ausentou dele, a teologia da barganha com Deus, entre outras coisas.


b) O pecado dos amigos de Jó. Os amigos de Jó pecaram por exaltarem a Justiça, Onipotência e Sabedoria de Deus, mas, limitarem o poder soberano de Deus. Na opinião deles, Deus estabeleceu leis morais para reger o universo de forma automática.Todos os que obedecessem a estas regras seriam prósperos e os que as quebrassem, seriam automaticamente punidos. Este pensamento é basicamente o que pregam os espíritas, com o discurso do carma, onde as pessoas obrigatoriamente pagam por seus erros e evoluem à medida que melhoram as suas atitudes. Neste tipo de discurso, ignora-se os propósitos de Deus no sofrimento e não há espaço para a Graça de Deus.


c) Jó ora pelos seus acusadores. (v. 10a). Mesmo tendo sido afrontado e acusado de coisas que não cometera, Jó orou pelos seus acusadores. O servo de Deus nunca deve querer o mal daqueles que lhe perseguem, nem agir com vingança ou rancor. A Palavra de Deus nos recomenda orar por aqueles que nos perseguem e abençoá-los. (Mt 5.44; Rm 12.14).


d) Jó agiu como Cristo. (Lc 23.34). Jesus quando estava na Cruz, sendo crucificado e sofrendo todo tipo de afronta, orou ao Pai pelos seus algozes, dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". 


III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ

a) Restauração moral e espiritual. Antes de restituir os bens de Jó, Deus o restaurou moral e espiritualmente. Para Deus, o importante é a pessoa, não o que ele possui. Deus repreendeu a Jó, por suas palavras arrogantes e pela falta de bom senso. Deus primeiro trabalhou no coração de Jó, para restaurar-lhe a humildade, reverência e submissão a Deus, conforme vimos no primeiro tópico. Deus não age com um relacionamento mercantil e de barganha com o ser humano. Aquilo que Ele nos dá é porque nos ama e não como uma recompensa pelo que fazemos ou deixamos de fazer.


b) Deus restaurou os bens, a família e o convívio social de Jó. Jó perdeu todos os seus bens, família e saúde em um único dia. Além disso, perdeu o respeito da sociedade da época que entendia que ele estava passando como uma punição de Deus pelos seus pecados. Com a doença, ele foi afastado do convívio social e passou a viver solitário e isolado. Mas, Deus restaurou não apenas o que Jó possuía. Deus concedeu tudo em dobro. Ao perceberem a graça de Deus sobre a vida de Jó, devolvendo-lhe a saúde, dignidade e patrimônio, os familiares e amigos se aproximaram de Jó novamente e vieram consolá-lo, acerca de todos os sofrimentos que lhe sobrevieram. Infelizmente, muitas pessoas só querem se aproximar de quem tem as coisas. Enquanto Jó estava sofrendo, os poucos ‘amigos’ que se aproximaram dele, foi apenas para acusá-lo. Mas, Deus estava vendo tudo e, no tempo certo, o restaurou. 


CONCLUSÃO


Chegamos ao final deste trimestre, com muito aprendizado sobre o sofrimento do justo. Vimos, através da história de Jó, que os justos também sofrem, que os ímpios muitas vezes prosperam, e que isso não significa que seja uma retribuição de Deus. 

Através do sofrimento, somos aperfeiçoados e nos aproximamos de Deus. O apóstolo Paulo diz que a tribulação produz a paciência ou perseverança. 


Pb. Weliano Pires

Assembléia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos - SP


REFERÊNCIAS:

Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 

Revista Ensinador Cristão. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.

ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, pp.196,197




22 dezembro 2020

RESUMO DO 4° TRIMESTRE



Pela graça de Deus, chegamos ao final de mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Desta feita, estudamos o livro de Jó, com o tema “A fragilidade humana e a soberania divina — O sofrimento e a restauração de Jó”. Nestas treze lições estudamos a história do patriarca da terra de Uz, homem sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal. 

Lição 1: O Livro de Jó

Vimos nesta lição, uma introdução ou uma visão panorâmica do Livro de Jó. Estudamos sobre as questões de autoria, data provável da composição do livro, as características literárias, o propósito do livro, os personagens, os discursos dos amigos de Jó, os discursos de Jó e as perguntas e respostas de Deus, para as principais questões existenciais.

Lição 2: Quem era Jó

Nesta lição estudamos sobre as características de Jó. Jó era um homem íntegro, reto, temente a Deus e desviava-se do mal. Esta lição mostra a sabedoria e a prosperidade de Jó. A exemplo de muitas pessoas do Oriente antigo, Jó era também um conselheiro sábio. Mas, a sua sabedoria consistia no “ser” e não no “ter”, apesar dele ser muito rico. Jó era não apenas rico, ele era também próspero. Jó era um homem que tinha um elevado padrão moral e uma vida dedicada à família e consagrada a Deus. 

Lição 3: Jó e a realidade de Satanás

Nesta lição estudamos sobre a existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual, criado e dotado de personalidade, mas que não é auto existente. As suas ações não são autônomas. Satanás não é soberano e não conhece o futuro. 
No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação. Porém, o Diabo não saiu vencedor nesta luta. O Livro de Jó mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó.

Lição 4: O drama de Jó

Esta lição nos mostra as tragédias que sobrevieram a Jó:
  • A tragédia de natureza econômica: Jó foi atingido tanto na esfera comercial quanto na esfera do campo;
  • A tragédia de natureza familiar: Jó perdeu dez filhos em um só dia e, para piorar, a sua esposa o aconselhou a abandonar a fé em Deus e morrer;
  • A tragédia de natureza física e psicológica: Além de perder bens e familiares, a tragédia atingiu a saúde física e mental de Jó.
Lição 5: O lamento de Jó

Esta lição nos mostra que no auge do seu sofrimento, Jó exprime de forma poética um profundo lamento, extravasando os seus sentimentos;
Jó, em profunda angústia, desejou a morte como uma forma de escapar dos sofrimentos terríveis a que foi submetido. Porém, jamais falou em suicídio, ou tentou fazê-lo. Ele desejou que Deus, o autor da vida tivesse evitado o seu nascimento.
A lição nos apresenta três perguntas do lamento de Jó: Por que nasci? Por que não nasci morto? Por que continuo vivo? 
O lamento de Jó representa as pessoas que estão em situações de desespero e  não veem nenhuma saída.

Lição 6: A teologia de Elifaz: Só os pecadores sofrem?

Iniciamos a partir desta lição, o estudo das teorias que os amigos de Jó começaram a fazer acerca das calamidades que Jó estava sofrendo. Nesta lição vimos os discursos de Elifaz, o temanita, o primeiro dos amigos de Jó a falar. O eixo da teologia de Elifaz é a chamada justiça retributiva. 
No primeiro tópico vimos a lei da semeadura e colheita: o ser humano colhe o que planta. 
O segundo tópico vimos que a teoria de Elifaz representa a tradição religiosa da época e as palavras de Jó representavam a quebra dessa tradição. 
No terceiro tópico, um paralelo entre um Deus transcendente e o homem finito. Segundo a teologia de Elifaz, Deus não se importaria com as queixas humanas, pois Ele está muito acima do homem. 

Lição 7: A teologia de Bildade: Se há sofrimento, há pecado oculto?

Nesta lição estudamos os três discursos de Bildade, o suíta, o segundo amigo de Jó, que falou logo após as réplicas de Jó aos discursos de Elifaz, o temanita. Segundo alguns estudiosos, a expressão “suíta” significa que Bildade era filho de Suá, filho de Abraão com a sua segunda esposa Quetura. (Gn 25.1). 

Tópicos da lição:

  • Bildade faz um contraste entre um Deus justo e santo, e as imperfeições do ser humano. 
  • Bildade mostra o pecado como a quebra da moralidade tradicional, que ele acreditava ser correta e diz que os sofrimentos de Jó ocorreram, porque Jó e os seus filhos teriam atentado contra esta moralidade. 
  • Bildade faz um contraste entre o pecado e a Majestade de Deus, insinuando que Deus é onipotente, mas, ausente do mundo. 
Lição 8: A teologia de Zofar: O justo não passa por tribulação?

Na lição 8, vimos o discurso de Zofar, o último amigo de Jó a falar na série de debates (Jó 11; 20). Zofar insiste na tese de que o justo não passa por tribulação, à semelhança do que pensavam os seus amigos, Elifaz e Bildade. Todavia, Zofar é mais duro e impiedoso nas acusações contra Jó. Diferente dos seus amigos, ele faz apenas dois discursos (nos capítulos 11 e 20 do livro de Jó), suficientes para derramar todo o seu ressentimento contra o patriarca. Zofar acusa Jó de se levantar contra a sabedoria divina e o aconselha a voltar-se para Deus, através de arrependimento e conversão baseada em rituais legalistas.

A teologia de Zofar é chamada de deísmo. Esta teologia afirma a existência de Deus, porém, diz que Ele criou o mundo, se afastou dele, não interfere em seu funcionamento e não se interessa em se relacionar com o ser humano.

Lição 9: Jó e a inescrutável Sabedoria de Deus

Nesta lição estudamos o capítulo 28 do livro de Jó. Este capítulo marca o fim dos debates entre Jó e os seus amigos Elifaz, Bildade e Zofar. Jó faz uma apresentação da verdadeira sabedoria, fazendo um contraste entre a sabedoria meramente humana e a sabedoria que vem de Deus e conclui dizendo que a verdadeira sabedoria é o temor do Senhor. 

Tópicos da lição:
  • O primeiro tópico faz uma comparação entre a busca do ser humano por minérios e a busca por sabedoria, mostrando que apesar de todo o esforço humano o homem não consegue adquirir a verdadeira sabedoria por seus próprios esforços e/ou méritos.
  • O segundo tópico mostra que o preço da sabedoria é inestimável e que nenhuma riqueza pode comprá-la, pois, somente Deus pode concedê-la;
  • O terceiro tópico mostra que a verdadeira sabedoria é um bem espiritual. Sendo assim, ela tem implicações práticas e não apenas intelectuais. 
Lição 10: A última defesa de Jó

Estudamos na lição 11, o último discurso que Jó fez em sua defesa. Jó faz uma retrospectiva de sua vida. Ele pôde ver o quanto foi abençoado, embora o momento presente contrariasse todo o seu passado. Jó faz um discurso com três partes: a lembrança do seu passado feliz; o lamento pelo seu sofrimento no presente; a defesa da sua ética sexual e social e perspectivas em relação ao futuro.
É muito importante fazermos esse exercício retrospectivo, mas sem, contudo, perder a esperança. O que Deus fez em nosso passado deve-nos trazer a esperança para o presente. 

Lição 11: A teologia de Eliú: O sofrimento é uma correção divina?

Estudamos nesta lição, a teologia do jovem Eliú, que se mantivera calado, ouvindo as acusações de Elifaz, Bildade e Zofar e as respectivas réplicas de Jó. Eliú expôs a sua teologia em quatro longos discursos, que estão registrados nos capítulos 32 a 37 do livro de Jó. 
Em seus discursos, Eliú mostra o sofrimento como uma forma de revelar a soberania, caráter, justiça e vontade soberana de Deus. O ponto central da teologia de Eliú é que o sofrimento deve ser visto como algo pedagógico e não como uma punição pelo pecado, como disseram os outros amigos de Jó.

Lição 12: Quando Deus se revela ao homem

Na lição 12, estudamos os questionamentos de Deus a Jó, registrados nos capítulos 38, 39, 40 e 41. Depois de tanto argumentar com os seus amigos, defendendo a sua inocência, reclamando do silêncio de Deus e desejando ser ouvido por Deus, Jó agora é confrontado pelo próprio Deus, que lhe faz diversas perguntas, que evidentemente, Jó não teria como responder. 

Estas perguntas de Deus revelam: 

1. Deus como um ser pessoal e não uma energia como dizem os panteístas;  
2. A infinita sabedoria de Deus expressa nas coisas criadas e na sustentação do universo; 
3. O poder e a justiça de Deus, através das figuras de duas grandes criaturas indomáveis: o behemoth e o leviatã.

Lição 13: Quando Deus restaura o justo

Nesta última lição, estudamos o desfecho final da história dramática do patriarca Jó. Outrora, Jó era um homem próspero, sábio, respeitado, sincero, reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Este patriarca tinha uma família unida e bem estruturada. Ele também era um homem que ajudava aos necessitados. De repente, sem ele saber por que, perdeu tudo o que tinha em um único dia e foi acometido de uma enfermidade terrível. Os seus amigos vieram visitá-lo e passaram uma semana em silêncio, porque viam que a dor era muito grande. Mas, quando resolveram falar, fizeram longos discursos, acusando Jó de ter pecado contra Deus, dizendo que esta seria a razão dos sofrimentos do patriarca. 
Jó rebatia estas acusações, reafirmando a sua inocência e desejava apresentar-se diante de Deus, para fazer a sua defesa. Depois de longos debates de acusação e defesa, o próprio Deus se manifestou a Jó, do meio de um redemoinho, e lhe fez várias perguntas, sobre a criação, os animais e o funcionamento do Universo, que ele não tinha como responder. 
Após as perguntas de Deus, Jó humilhou-se perante o Criador e deu-lhe glória. Deus repreendeu aos amigos de Jó e mandou que eles levassem animais para que Jó oferecesse sacrifícios e orasse por eles. Enquanto Jó orava por seus amigos, que o acusaram, injustamente, de ter pecado contra Deus, o Senhor restaurou a Jó e deu-lhe em dobro tudo o que antes ele possuía. 

Pb. Weliano Pires
Assembleia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP



20 dezembro 2020

O QUE HÁ DE ERRADO COM A PSICOLOGIA?


A palavra psicologia significa literalmente “estudo da alma”. Ora, um estudo da alma humana não pode ser feito por incrédulos, pois, apenas o Cristianismo tem os recursos para compreender a natureza da alma humana e para entender como ela pode ser transformada. A disciplina secular da psicologia baseia-se em suposições ateístas e em fundamentos evolucionários, e é capaz de lidar com as pessoas apenas superficial e temporariamente. Sigmund Freud, o pai da psicologia moderna, era um humanista incrédulo, que criou a psicologia como substituta para a religião.

Antes de Freud, o estudo da alma era considerado uma disciplina espiritual. Em outras palavras, era inerentemente associado à religião. A contribuição de Freud foi definir a alma e o estudo do comportamento humano em termos totalmente seculares. Ele separou a antropologia (estudo do ser humano) da esfera espiritual, e assim, abriu caminho para teorias ateístas, humanistas e racionalistas sobre a conduta humana.

Estas teorias, fundamentalmente antibíblicas, se tornaram o fundamento de toda a psicologia moderna. É claro que, os psicólogos de hoje usam centenas de modelos e técnicas de aconselhamento baseados em uma infinidade de teorias conflitantes, de modo que é impossível falar de psicoterapia como uma ciência unificada e consistente. No entanto, a base da psicologia moderna pode ser resumida em várias ideias comuns, que têm suas raízes no humanismo freudiano.

Infelizmente, são estas ideias abaixo que muitos cristãos estão empenhadamente tentando conciliar com a verdade bíblica:

  • A natureza humana é basicamente boa;
  • As pessoas têm as repostas para os seus problemas dentro de si;
  • A chave para entender e corrigir as atitudes e os atos das pessoas encontra-se em algum ponto do seu passado;
  • Os problemas dos indivíduos são resultado de algo que outros lhes fizeram;
  • Os problemas humanos podem ser de natureza puramente psicológica, sem estarem relacionados a qualquer condição espiritual e física;
  • Problemas profundamente arraigados podem se resolvidos apenas por conselheiros profissionais na terapia;

As Escrituras, a oração e o Espírito Santo são recursos inadequados e simplicistas para resolver determinados tipos de problema.

Estas e outras teorias semelhantemente ímpias têm saído de variadas abordagens psicológicas e se infiltrado nas Igrejas, causando um efeito profundo e perturbador, na capacidade de ajudar as pessoas. Muitos cristãos sinceros estão se desviando sobre o que é o aconselhamento bíblico e o que ele devera realizar.

Alguns lembretes fundamentais podem ser úteis. Por exemplo: A palavra de Deus é o único manual confiável para o estudo verdadeiro da alma. Ela é tão abrangente no diagnóstico e tratamento de cada questão espiritual que, com o poder do Espírito Santo no Cristão, Ela o faz semelhante a Jesus Cristo. Este é o processo de santificação bíblica. Este é o objetivo do aconselhamento bíblico.

FONTE: 

MAC ARTHUR, John e MACH, Wayne A. Introdução ao aconselhamento bíblico: um guia de princípios e práticas para líderes, pastores e conselheiros. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: Thomas Nelson, p. 23-24. 2016.

19 dezembro 2020

ESTUDO DA LIÇÃO 12: QUANDO DEUS SE REVELA AO HOMEM



Culto de ensino bíblico, com o Presbítero Weliano Pires e sua família.

Estudamos a lição 12 da nossa Escola Bíblia Dominical, revista da CPAD. Nesta lição estudamos os questionamentos de Deus a Jó, registrados nos capítulos 38-41 do livro de Jó. Depois de tanto argumentar com os seus amigos, defendendo a sua inocência, reclamando do silêncio de Deus e desejando ser ouvido por Deus, Jó agora é confrontado pelo próprio Deus, que lhe faz diversas perguntas, que evidentemente, Jó não teria como responder. 

15 dezembro 2020

Lição 12: Quando Deus se revela ao homem

 


Data: 20 de Dezembro de 2020


TEXTO ÁUREO :

“Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade […]” (Jó 40.6).

VERDADE PRÁTICA

“Mesmo transcendente, e distinto de sua criação, Deus se revela ao homem mortal.”


HINOS SUGERIDOS: 363, 380 e 434 da Harpa Cristã.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 38.1-4; 39.1-6; 40.15-18,24; 41.1-3.

Jó 38

1 — Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse:

2 — Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?

3 — Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.

4 — Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.

Jó 39

1 — Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas?

2 — Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto?

3 — Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores.

4 — Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas.

5 — Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo,

6 — ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada, por moradas?

Jó 40

15 — Contempla agora o beemote, que eu fiz contigo, que come erva como o boi.

16 — Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre.

17 — Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos.

18 — Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro.

24 — Podê-lo-iam, porventura, caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz?

Jó 41

1 — Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda?

2 — Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um espinho furarás a sua queixada?

3 — Porventura, multiplicará as suas suplicações para contigo? Ou brandamente te falará?


COMENTÁRIO

Revisão da lição passada:

Na lição passada estudamos a teologia do jovem Eliú que se mantivera calado, ouvindo as acusações de Elifaz, Bildade e Zofar e as respectivas réplicas de Jó. Eliú expôs a sua teologia em quatro longos discursos, que estão registrados nos capítulos 32 a 37 do livro de Jó. 

Em seus discursos, Eliú mostra o sofrimento como uma forma de revelar a soberania, caráter, justiça e vontade soberana de Deus. O ponto central da teologia de Eliú é que o sofrimento deve ser visto como algo pedagógico e não como uma punição pelo pecado, como disseram os outros amigos de Jó. 

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12

Estamos chegando ao final do Livro de Jó. Vimos no prólogo do livro, um resumo da vida próspera de Jó, antes das calamidades que lhe sobrevieram. Ainda no prólogo, vimos o testemunho de Deus sobre Jó, as acusações de Satanás a Jó e a permissão de Deus para que o inimigo tocasse em tudo, exceto na vida de Jó. Jó perdera tudo o que possuía, em um único dia: bens materiais, família e a saúde. 

Dos capítulos 3 ao 37, vimos os discursos dos amigos de Jó e as respectivas réplicas do patriarca. Os amigos de Jó viam no sofrimento dele, uma punição divina pelos pecados cometidos e, por isso, o acusavam de haver pecado contra Deus. Eles acreditavam que Deus pune os pecadores e prospera os justos. Logo, segundo este entendimento, todos os que sofrem estão sendo punidos por Deus. 

Na presente lição, vamos estudar os questionamentos de Deus a Jó, registrados nos capítulos 38, 39, 40 e 41. Depois de tanto argumentar com os seus amigos, defendendo a sua inocência, reclamando do silêncio de Deus e desejando ser ouvido por Deus, Jó agora é confrontado pelo próprio Deus, que lhe faz diversas perguntas, que evidentemente, Jó não teria como responder. 

Estas perguntas de Deus revelam: 

1. Deus como um ser pessoal e não uma energia como dizem os panteístas;  

2. A infinita sabedoria de Deus expressa nas coisas criadas e na sustentação do universo; 

3. O poder e a justiça de Deus, através das figuras de duas grandes criaturas indomáveis: o behemoth e o leviatã.

I. A REVELAÇÃO DE UM DEUS PESSOAL

Diferente do que dizem os panteístas, que acreditam que Deus é uma energia e se confunde com a criação, o Deus da Bíblia é um ser pessoal, pois, Ele tem intelecto, vontade e sentimentos.

1. O Deus que tem voz. (Jó 38.1). Até este momento, Jó, a esposa e os seus amigos haviam falado. Mas, não se tinha ouvido a voz de Deus. Agora, Deus quebrou o silêncio e se revelou a Jó do meio de um redemoinho e falou. O Deus da Bíblia não é um ídolo mudo ou uma energia. Ele é uma pessoa e tem voz. (Sl 115).

2. A poderosa manifestação de Deus. Conforme vimos na lição passada, temos aqui uma manifestação teofânica de Deus, ou seja, uma manifestação pessoal de Deus, antes da encarnação de Cristo. Deus se manifestou de forma poderosa a Jó, por meio de um redemoinho e o patriarca ouviu a sua voz. No capítulo 40, Jó responde humildemente, ao ouvir os questionamentos de Deus:  “Então Jó respondeu ao Senhor, dizendo: 

"Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho à boca. Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei.” (Jó 40:3-5)

Qualquer ser humano, ao presenciar uma manifestação de Deus, fica maravilhado. Moisés era um profeta que conversava e tinha intimidade com Deus. Mas, quando ele se aproximou do monte para receber as tábuas da Lei e viu o monte fumegando, disse: “Estou todo assombrado e tremendo” (Hb 12.21). 

3. O Deus que está presente. Jó conhecia Deus apenas de ouvir falar. Nos capítulos 3 a 37, fala-se de Deus como o "El Shaddai", o Deus Todo-poderoso. A concepção que os amigos de Jó tinham sobre Deus, era de um ser infinitamente superior à criação, que era distante e ausente dela. Mas, agora Deus se revela como o Deus onipresente, que está presente em todos os lugares, que se envolve na criação e nos problemas dela e que se relaciona com o ser humano.

II. A REVELAÇÃO DE UM DEUS SÁBIO

Deus é o criador do Céus e da terra e todas as coisas, visíveis e invisíveis, que há no universo. Como criador e sustentador de todas as coisas, Deus conhece todos os mistérios da natureza. Nesta revelação de Deus a Jó, por meio de várias perguntas sobre os mistérios da natureza, Deus desafia Jó sobre o funcionamento dos astros, dos mares, da terra e dos animais.

1. Na mecânica celeste. O universo foi criado por Deus, com leis estabelecidas para  que ele funcione sem a necessidade da intervenção humana. Aliás, as intervenções humanas têm causado prejuízos e destruição ao meio ambiente ao longo dos anos. Através de perguntas, Deus desafia Jó a contemplar a complexidade do Universo que Ele criou, mostrando as limitações do patriarca, que era tido como um sábio. Jó simplesmente se calou e ouviu Deus falar.  

2. Na dinâmica da vida.  Jó, provavelmente, tinha algum conhecimento sobre o reino animal, pois era criador de grandes rebanhos. Porém, Deus o desafiou com muitas perguntas sobre a vida, reprodução e alimentação e autopreservação dos animais selvagens, como a cabra montês, o jumento e o boi selvagens, os leões a águia e a avestruz. Ainda hoje, muitos se acham sábios com teorias mirabolantes sobre o surgimento do Universo, como o Big bang e a teoria da evolução. Mas, não resistiriam a meia dúzia de perguntas do Criador sobre a criação e sustentação das coisas criadas.

3. Na necessidade de se conhecer melhor a Deus. Jó era um sábio e falou muitas verdades sobre Deus. Mas, esqueceu das suas limitações e do quanto não sabia sobre Deus. Jó necessitava ter um pouco mais de humildade, pois, ousou questionar a majestade e soberania de Deus. Alem, disso desejava falar com Deus de igual para igual, apresentando a sua defesa. Após Deus lhe revelar a imensa sabedoria divina nas coisas criadas, Jó humilhou-se perante Deus e perguntou-lhe: “...Que te responderia eu?”. Por mais que o homem tenha conhecimento bíblico e científico, ele será sempre pequeno e limitado. Nós só podemos conhecer a respeito de Deus, até ao ponto em que Ele se revelar. 

III. A REVELAÇÃO DE UM DEUS PODEROSO E JUSTO

Deus faz referência a duas criaturas misteriosas, temidas e indomáveis, para revelar o seu imenso poder. Se estas criaturas terríveis causavam medo e pânico naqueles que a encontrassem, imagine o Criador delas!

1. O Behemoth e o Leviatã. Não sabemos que tipo de animais eram estes. Sabemos pelo livro de Jó, algumas características deles.  

a. O Behemoth. A palavra hebraica Behemoth vem da mesma raiz de Behema, usada para se referir a grandes animais, independente da espécie. Behemoth está no plural, talvez porque os antigos hebreus usavam o plural não apenas para indicar quantidade, mas também intensidade. 

O texto de Jó 40.15-24 mostra-nos algumas características deste terrível animal: 

  • Ele come erva como o boi;
  • Possui grande força nos seus lombos e na musculatura do seu ventre;
  • Sua cauda se endurece como cedro e os tendões de suas coxas são entretecidos (entrelaçados);
  • Seus ossos são como tubos de bronze, e seus membros são como barras de ferro;
  • Ele pasta nos montes ao lado dos animais do campo;
  • Ele se deita debaixo das árvores sombrias, fica oculto entre os juncos e a lama, e os salgueiros dos ribeiros o cercam;
  • O beemote não se assusta com a violência das águas no transbordamento dos rios;
  • Ninguém pode capturá-lo quando ele está olhando, ou lhe furar-lhe o nariz e prendê-lo com um laço.

Alguns estudiosos identificam este animal com o hipopótamo. Mas, outros dizem que a sua cauda, que é comparada ao cedro, não se parece com a do hipopótamo. Outros dizem que era possivelmente um dinossauro ou algum monstro pré-histórico. Há ainda os que sugerem que seria apenas um ser mitológico das crenças antigas e Deus estaria usando-o para mostrar a inutilidade destas crenças. Em linguagem figurada, o behemoth pode simbolizar a força bruta de um grande animal selvagem. 

b. O leviatã. A palavra leviatã tem origem incerta. Muitos a definem como “monstro marinho”, “dragão” ou “grande réptil aquático”. Algumas versões da Bíblia traduzem esta palavra por crocodilo.

O texto de Jó 41:18-35 descreve o Leviatã como sendo uma criatura muito grande, que possui uma força descomunal, com uma pele extremamente resistente e que expelia fogo de sua boca. Por isso, alguns estudiosos o identificam com alguma espécie de dinossauro marinho. Simbolicamente, o leviatã representava tanto a força natural, como os poderes sobrenaturais. 

2. Justiça e graça. Deus queria mostrar a Jó, através da complexidade destes dois grandes animais, que Jó era incapaz de lidar com a complexidade dos dilemas humanos, como o sofrimento dos justos e a prosperidade dos ímpios. Por mais justos e honestos que sejamos, a nossa justiça jamais poderia ser comparada à Justiça de Deus, Os padrões de Deus são altíssimos e nenhum ser humano, por sua própria conta, jamais os alcançaria. Por isso que somos justificados unicamente pela fé em Cristo. (Rm 5.1; Ef. 2.8-10).

CONCLUSÃO

Depois de muitos questionamentos dos amigos de Jó e das suas respectivas réplicas, reafirmando a sua inocência, Deus se revelou a Jó, fazendo-lhe diversas perguntas sobre a criação e sobre os mistérios do universo. Jó, evidentemente, não tinha respostas para estas perguntas e se humilhou diante de Deus. 

O objetivo de Deus não era recriminá-lo ou acusá-lo, mas, mostrar as limitações e imperfeições do patriarca e o seu desconhecimento sobre a majestade e soberania divina.

Nos momentos de angústia, aflição e desespero, o nosso Deus sempre está conosco. Ele se revela e fala conosco de diversas formas. Mesmo que Ele esteja, aparentemente, em silêncio, Ele está trabalhando e estará sempre no controle de tudo. 

 

Pb. Weliano Pires

Igreja Evangélica de Deus

Ministério do Belém

São Carlos - SP

 

REFERÊNCIAS: 

Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 

Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.

(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.186).




11 dezembro 2020

Estudo da Lição 11 - A teologia de Eliú: o sofrimento é uma correção divina?

 

Culto online de estudo bíblico com o Pb. Weliano Pires e sua família. Estudamos a lição 11, da nossa Escola Bíblica Dominical, cujo tema é "A teologia de Eliú: o sofrimento é uma correção divina?". 

Vimos nesta lição a teologia do jovem Eliú, que se mantivera calado, ouvindo as acusações de Elifaz, Bildade e Zofar e as respectivas réplicas de Jó. A teologia de Eliú é exposta em quatro longos discursos e está registrada nos capítulos 32 a 37. O ponto central da teologia de Eliú é que o sofrimento deve ser visto como algo pedagógico e não como uma punição pelo pecado, como disseram os outros amigos de Jó.

O sofrimento é uma realidade que faz parte da vida do Cristão neste mundo. A forma como nós o encaramos faz toda diferença. No sofrimento, Jó conheceu a Deus de perto e não apenas de ouvir falar. O sofrimento na vida do crente não é para destruí-lo e sim para aperfeiçoá-lo e aproximá-lo de Deus.

Lição 11 - A teologia de Eliú: o sofrimento é uma correção divina?



TEXTO ÁUREO

“Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos” (Jó 36.15).


VERDADE PRÁTICA

“O sofrimento não deve ser visto apenas sob o aspecto punitivo, mas principalmente, educativo.”


HINOS SUGERIDOS: 363, 380 e 434 da Harpa Cristã.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 32.1-4; 33.1-4; 34.1-6; 36.1-5.


Jó 32

1 — Então, aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos.

2 — E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.

3 — Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos; porque, não achando que responder, todavia, condenavam a Jó.

4 — Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade do que ele.


Jó 33

1 — Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões e dá ouvidos a todas as minhas palavras.

2 — Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar.

3 — As minhas razões sairão da sinceridade do meu coração; e a pura ciência, dos meus lábios.

4 — O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida.


Jó 34

1 — Respondeu mais Eliú e disse:

2 — Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim.

3 — Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida.

4 — O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.

5 — Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito.

6 — Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.


Jó 36


1 — Prosseguiu ainda Eliú e disse:

2 — Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.

3 — Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça.

4 — Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião.

5 — Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração.

 

INTRODUÇÃO


Na lição passada, estudamos o último discurso de Jó em sua defesa. Vimos que Jó fez uma retrospectiva de sua vida e pôde ver o quanto foi abençoado por Deus. Porém, Jo olhou para o momento presente e viu que contrariava todo o seu passado. Jó fez um discurso com três partes: a lembrança do seu passado feliz; o lamento pelo seu sofrimento no presente; a defesa da sua ética sexual e social e perspectivas em relação ao futuro.


Na lição desta semana, estudaremos a teologia do jovem Eliú, que se mantivera calado, ouvindo as acusações de Elifaz, Bildade e Zofar e as respectivas réplicas de Jó. A teologia de Eliú é exposta em quatro longos discursos e está registrada nos capítulos 32 a 37. O ponto central da teologia de Eliú é que o sofrimento deve ser visto como algo pedagógico e não como uma punição pelo pecado, como disseram os outros amigos de Jó.


I. O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS


1. Quem era Eliú. Não temos muitas informações sobre Eliú, mas, diferente dos outros amigos de Jó, temos algumas informações familiares de Eliú. Ele é identificado como filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão (Jó 32.2,6) Segundo o texto de  Gênesis 22.21, Buz é um filho de Naor, irmão de Abraão. Sendo assim, Buz era irmão do pai de Rebeca, esposa de Isaque. O texto de Jeremias 25.23,24 mostra que Buz ficava na região da Arábia. 

2. A soberania de Deus (33.14,15). Eliú queixa-se do fato de Jó ter reclamado do silêncio de Deus. Ele destaca a soberania de Deus e diz que o ser humano não deve questionar ao seu Criador. De fato, Deus é Senhor e soberano. Ele não deve satisfação nenhuma dos seus atos. Falando ao profeta Jeremias, no capítulo 18, Deus usa a figura do barro e do oleiro, para mostrar que Ele pode fazer o que quiser: “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” (Jr 18.6).

3. O orgulho humano. Mesmo sendo infinitamente superior às suas criaturas, Deus ama o ser humano e se importa com os seus problemas. Eliú argumenta que Deus responde de várias maneiras, seja falando ou através de sonhos e visões. (Jó 33.14,15). O jovem Eliú sugere que Jó seria orgulhoso e, por isso, Deus não o respondia. De fato, o orgulho humano impede que ele se aproxime de Deus. Mas, esse não era o caso de Jó. Vejamos o que disse Jó, em um dos seus discursos: “Como, então, poderei eu discutir com ele? Como achar palavras para com ele argumentar?” (Jó 9.14)


3. O mistério da redenção. Eliú entende que Deus também usa a enfermidade como um canal de comunicação com o ser humano e, por causa dela, envia-lhe um anjo (“Malek”, que significa mensageiro), para anunciar o que o homem deve fazer, ou para interceder por sua cura.  (Jó 33.19-23). Jó havia feito referência a um mediador celeste, que intercedesse por ele diante de Deus: “Eis que também agora a minha testemunha está no céu, e nas alturas o meu testemunho está”. (Jó 16:19); “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25). 

Muitos vêem na figura deste mensageiro, uma teofania do Senhor Jesus Cristo. Teofania é um termo teológico para expressar manifestação divina antes da encarnação do verbo, normalmente através de um personagem que a Bíblia chama “O Anjo do SENHOR”, e pelo contexto, percebemos que trata-se do próprio Deus, como em  Êxodo 3.2, quando Deus falou com Moisés. 


II. O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS


1. A justiça de Deus. Eliú ao defender a Justiça de Deus, acusa Jó de orgulho e insolência, por ter defendido a sua inocência. Assim como fizeram os outros amigos, Eliú parece entender que Jó havia pecado e insistia em sua inocência. Sendo assim, ele defende a Justiça de Deus, argumentando que Deus retribui a cada um segundo as suas próprias obras e não comete injustiça. Logo, o sofrimento de Jó era uma retribuição justa da parte de Deus. Realmente, Deus é justo e não comete injustiças. Ele julga com a mais absoluta justiça. Mas, Jó não estava sendo punido por seus pecados. 

2. O caráter de Deus. Em seu discurso, no capítulo 34, Eliú descreve alguns aspectos do caráter justo de Deus:

a. Deus é justo quando pune o homem (Jó 34.11,12) 

b. Deus é o governante supremo e não deve satisfações a ninguém (Jó 34.13);

c. Deus é o dono da vida e cabe a Ele decidir quem vive e quem morre. (Jó 34.14,15)

d. Deus não faz acepção de pessoas. (Jó 34.16-20) 

e. Deus é onisciente e conhece não apenas as ações, mas também, as intenções das pessoas. (Jó 34.21-25)

f. Deus é justo e não deixará a maldade impune. (Jó 34.25-30).


3. A vontade soberana de Deus. Eliú encerra o capítulo mostrando a Jó que Deus, em sua soberania e livre vontade, não tem a obrigação de agir segundo o querer do homem. (Jó 34. 33). Ao contrário do que pensam os panteistas, que afirmam que Deus é uma energia impessoal, as Escrituras nos mostram que Deus é um ser pessoal. Deus tem intelecto, sentimento e vontade. Além de ter vontade própria, a vontade de Deus é soberana, ou seja, Deus faz o que Ele quer, quando quer e como quer. 

Na opinião de Eliú, Deus jamais age com injustiça e ele está certo neste ponto. Porém, assim como os seus amigos, ele erra quando parte do pressuposto de que Jó pecou e o seu sofrimento é, de certa forma, uma retribuição da parte de Deus. 


III. O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS

1. Aprendendo com o sofrimento. Conforme vimos em lições anteriores, os outros amigos de Jó acreditavam que o sofrimento é uma punição de Deus para os ímpios e que os justos não passam por tribulações. Segundo criam, se Jó estava sofrendo, só tinha uma explicação: Ele estava em pecado e Deus o estava punindo. Eliú, provavelmente, acreditava também que Jó havia pecado contra Deus. Porém, diferente dos outros, ele não via o sofrimento como uma punição divina e sim como instrumento com um instrumento de ensino. 


2. Adorando a Deus em meio ao sofrimento. No capítulo 36 e versículo 26, Eliú afirma que “Deus é grande, e nós o não compreendemos”. Eliú enaltece a majestade e grandeza de Deus na criação e espera com isso, levar Jó a reconhecê-lo como tal. (Jó 36.24-25). Eliú acha contraditório o fato de Jó exaltar a Deus e por outro lado reclamar dele. De fato, murmuração e adoração não podem andar juntas. Devemos adorar a Deus em qualquer circunstâncias. Algumas ideias absurdas que se prega nas Igrejas neopentecostais de "não aceitar", "determinar" e "exigir", não combinam com adoração ao Deus soberano. 


CONCLUSÃO


O sofrimento é uma realidade que faz parte da vida do Cristão neste mundo. A forma como nós o encaramos faz toda diferença. No sofrimento, Jó conheceu a Deus de perto e não apenas de ouvir falar. O sofrimento na vida do crente não é para destruí-lo e sim para aperfeiçoá-lo e aproximá-lo de Deus. 


Pb. Weliano Pires

Igreja Evangélica de Deus

Ministério do Belém

São Carlos - SP


REFERÊNCIAS: 


Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 

Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.


04 dezembro 2020

Estudo da Lição 10: A última defesa de Jó



Culto online de ensino bíblico com o Pb. Weliano Pires e sua família. Estudamos a lição 10, da nossa Escola Bíblica Dominical, cujo tema é: A última defesa de Jó. 

Nesta lição veremos que Jó faz uma retrospectiva de sua vida. Ele pôde ver o quanto foi abençoado, embora o momento presente contrariasse todo o seu passado. Jó faz um discurso com três partes: a lembrança do seu passado feliz; o lamento pelo seu sofrimento no presente; a defesa da sua ética sexual e social e perspectivas em relação ao futuro. 

É muito importante fazermos esse exercício retrospectivo, mas sem, contudo, perder a esperança. O que Deus fez em nosso passado deve-nos trazer a esperança para o presente.

A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...