Data: 27 de Dezembro de 2020
TEXTO ÁUREO:
“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
VERDADE PRÁTICA:
“A restauração do ser humano acontece em razão do amor e da misericórdia de Deus, e não como consequência do esforço pessoal, piedade ou atos de bondade.”
HINOS SUGERIDOS: 46, 108, e 186 da Harpa Cristã.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 42.1-17.
1 — Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse:
2 — Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido.
3 — Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia.
4 — Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me.
5 — Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.
6 — Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
7 — Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
8 — Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó.
9 — Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o SENHOR lhes dissera; e o SENHOR aceitou a face de Jó.
10 — E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.
11 — Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro.
12 — E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
13 — Também teve sete filhos e três filhas.
14 — E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.
15 — E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
16 — E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.
17 — Então, morreu Jó, velho e farto de dias.
INTRODUÇÃO
Nesta última lição, veremos o desfecho final da história dramática do patriarca Jó. Após as perguntas que Deus lhe fizera, Jó humilhou-se perante o Criador e deu-lhe glória.
Deus repreendeu aos amigos de Jó e mandou que eles levassem animais para que Jó oferecesse sacrifícios e orasse por eles. Enquanto Jó orava por seus amigos, que o acusaram, injustamente, de ter pecado contra Deus, o Senhor restaurou a Jó e deu-lhe em dobro tudo o que antes ele possuía.
I. A HUMILHAÇÃO DE JÓ
a) Jó reconheceu a Onipotência, Soberania, Onisciência de Deus (v. 2). Jó disse: “Bem sei eu que tudo podes” (onipotência) e que nenhum dos teus pensamentos podem ser impedidos (soberania)”. Deus é Senhor absoluto e toda autoridade provém dEle (Rm 13). Além de ter toda autoridade, Deus é soberano para fazer o que Ele decidir, sem precisar dar satisfação a ninguém.
b) Jó agiu com reverência e submissão a Deus (v. 3). A reverência e submissão são atitudes indispensáveis àqueles que querem servir a Deus. Ter reverência diante de Deus significa respeitá-lo e temê-lo, profundamente, por quem Ele é. Deus exigiu de Moisés e Josué, que tirassem as sandálias dos pés em sinal de reverência ao local em que estavam. Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas querem se apresentar diante de Deus de qualquer maneira e profanam as coisas santas.
A submissão a Deus é a obediência incondicional a Ele por amor. Deus é Criador e Senhor e nós, como suas criaturas, não podemos jamais questioná-lo.
c) Jó teve uma experiência pessoal com Deus. (v. 5). Jó reconhece que conhecia Deus apenas de “ouvir falar”: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42.3). Jó havia recebido o conhecimento sobre Deus, através da tradição dos seus pais, mas, ainda não tivera uma experiência pessoal com Deus. O conhecimento sobre quem é Deus e sobre o que Ele faz é importante. Mas, este conhecimento fica incompleto se não tivermos um relacionamento pessoal com Ele.
d) Jó humilhou-se diante de Deus. (v. 6). A humildade é marca registrada do cristão. Jesus disse para aprendermos dele, pois Ele é “manso e humilde de coração” (Mt 11.29). A humildade é o oposto da soberba. É o senso de insignificância moral em si mesmo, dependência de Deus e preocupação altruísta; total ausência de arrogância e petulância. Humilde é aquele que quer ser, exatamente como Deus quer que ele seja, nem mais, nem menos. Jó, após ouvir as perguntas de Deus, falou: “Eu te perguntarei e tu me ensinas… Por isso, me abomino no pó e na cinza.” Estas atitudes são gestos de humildade. A Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos, mas, dá graça aos humildes.
II. A INTERCESSÃO DE JÓ
a) Deus se irou contra os amigos de Jó. (v. 7). Deus falou para Elifaz, o temanita: “A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó” (Jó 42.7). Deus se irou contra os amigos de Jó, porque eles falaram teorias sobre Deus que não eram verdadeiras, como a teologia da retribuição, as idéias ateístas de que Deus criou o Universo e se ausentou dele, a teologia da barganha com Deus, entre outras coisas.
b) O pecado dos amigos de Jó. Os amigos de Jó pecaram por exaltarem a Justiça, Onipotência e Sabedoria de Deus, mas, limitarem o poder soberano de Deus. Na opinião deles, Deus estabeleceu leis morais para reger o universo de forma automática.Todos os que obedecessem a estas regras seriam prósperos e os que as quebrassem, seriam automaticamente punidos. Este pensamento é basicamente o que pregam os espíritas, com o discurso do carma, onde as pessoas obrigatoriamente pagam por seus erros e evoluem à medida que melhoram as suas atitudes. Neste tipo de discurso, ignora-se os propósitos de Deus no sofrimento e não há espaço para a Graça de Deus.
c) Jó ora pelos seus acusadores. (v. 10a). Mesmo tendo sido afrontado e acusado de coisas que não cometera, Jó orou pelos seus acusadores. O servo de Deus nunca deve querer o mal daqueles que lhe perseguem, nem agir com vingança ou rancor. A Palavra de Deus nos recomenda orar por aqueles que nos perseguem e abençoá-los. (Mt 5.44; Rm 12.14).
d) Jó agiu como Cristo. (Lc 23.34). Jesus quando estava na Cruz, sendo crucificado e sofrendo todo tipo de afronta, orou ao Pai pelos seus algozes, dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem".
III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ
a) Restauração moral e espiritual. Antes de restituir os bens de Jó, Deus o restaurou moral e espiritualmente. Para Deus, o importante é a pessoa, não o que ele possui. Deus repreendeu a Jó, por suas palavras arrogantes e pela falta de bom senso. Deus primeiro trabalhou no coração de Jó, para restaurar-lhe a humildade, reverência e submissão a Deus, conforme vimos no primeiro tópico. Deus não age com um relacionamento mercantil e de barganha com o ser humano. Aquilo que Ele nos dá é porque nos ama e não como uma recompensa pelo que fazemos ou deixamos de fazer.
b) Deus restaurou os bens, a família e o convívio social de Jó. Jó perdeu todos os seus bens, família e saúde em um único dia. Além disso, perdeu o respeito da sociedade da época que entendia que ele estava passando como uma punição de Deus pelos seus pecados. Com a doença, ele foi afastado do convívio social e passou a viver solitário e isolado. Mas, Deus restaurou não apenas o que Jó possuía. Deus concedeu tudo em dobro. Ao perceberem a graça de Deus sobre a vida de Jó, devolvendo-lhe a saúde, dignidade e patrimônio, os familiares e amigos se aproximaram de Jó novamente e vieram consolá-lo, acerca de todos os sofrimentos que lhe sobrevieram. Infelizmente, muitas pessoas só querem se aproximar de quem tem as coisas. Enquanto Jó estava sofrendo, os poucos ‘amigos’ que se aproximaram dele, foi apenas para acusá-lo. Mas, Deus estava vendo tudo e, no tempo certo, o restaurou.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final deste trimestre, com muito aprendizado sobre o sofrimento do justo. Vimos, através da história de Jó, que os justos também sofrem, que os ímpios muitas vezes prosperam, e que isso não significa que seja uma retribuição de Deus.
Através do sofrimento, somos aperfeiçoados e nos aproximamos de Deus. O apóstolo Paulo diz que a tribulação produz a paciência ou perseverança.
Pb. Weliano Pires
Assembléia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP
REFERÊNCIAS:
Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.
Revista Ensinador Cristão. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.
ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, pp.196,197