25 outubro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 5: “JESUS CRISTO E ESTE CRUCIFICADO” - MENSAGEM DO APÓSTOLO


Na lição passada falamos sobre a vocação ou chamada de Paulo para ser apóstolo. Paulo faz questão de enfatizar em suas epístolas que ele era apóstolo não por vontade de homem algum, mas do próprio Senhor Jesus. Vimos que o passo inicial para a chamada ministerial de Paulo tem base na presciência divina. A chamada de Paulo foi efetivada pelo Cristo ressurreto, mudando completamente a vida dele. Por último, falamos sobre a preparação ministerial de Paulo. O Senhor o enviou para o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido. Distante das sinagogas e da filosofia grega, Paulo passou a depender completamente de Deus e teve revelações profundas do próprio Jesus.


Na lição desta semana estudaremos sobre a mensagem pregada por Paulo, que era Jesus Cristo crucificado. A mensagem pregada por paulo era cristocêntrica e não antropocêntrica e de autoajuda. Falar sobre a mensagem da cruz hoje, em um país como o Brasil, onde a maioria diz crer em Jesus, embora não o siga, não causa muito espanto. Mas nos dias de Paulo, a ideia de que o Filho de Deus morreu crucificado para salvar os pecadores era considerada absurda. Para os Judeus, isso era uma blasfêmia, pois a lei dizia que maldito é aquele que for pendurado em madeiro (Dt 21.23; Gl 3.13). Para os gregos era uma loucura, pois eles esperavam argumentos filosóficos e consideravam a ideia de salvação pela morte de Cristo, algo muito simples e desprezível. 


No primeiro tópico falaremos sobre a centralidade da mensagem pregada por Paulo. Jesus Cristo crucificado, este era o centro da mensagem que Paulo pregava. Sem se importar com a rejeição de judeus e gregos, Paulo ensinava que o sacrifício de Cristo era o único meio do homem ser reconciliado com Deus.  Falaremos ainda neste tópico sobre a palavra da cruz como a loucura da pregação e a visão de judeus e gregos sobre este assunto. 


No segundo tópico falaremos sobre algumas expressões-chave da doutrina ensinada por Paulo:  “Evangelho de Cristo”, “Cristo crucificado” e “Cristo ressurreto''. Explicaremos neste tópico os conceitos teológicos de cada uma destas expressões. 


No terceiro e último tópico falaremos sobre os efeitos da mensagem da cruz. Paulo escreveu que o Evangelho é o Poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer. (Rm 1.16). A mensagem da cruz se contrapõe a toda a arrogância humana e nos constrange a viver uma vida de humildade e completa dependência do Espírito. 


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23 outubro 2021

Lição 05 – “Jesus Cristo, e este Crucificado” – Mensagem do Apóstolo

Texto Áureo:

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” (1 Co 1.23)


Verdade Prática:

“O Cristo Crucificado, o centro da mensagem de cruz, é a encarnação da verdadeira sabedoria para a salvação.”


HINOS SUGERIDOS: 182, 291, 350 da Harpa Cristã.


LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 1.18

A palavra da Cruz é o poder de Deus

Terça – 2 Co 11.3

A simplicidade da mensagem de Paulo

Quarta – 1 Ts 2.2; 8,9; 2 Co 11.7

A pregação de Paulo é o Evangelho de Deus

Quinta – Rm 1.15-18

O Evangelho é a manifestação do poder de Deus

Sexta – 1 Co 1.20

Onde está a sabedoria do mundo?

Sábado – 1 Co 2.3,4

A mensagem da cruz revela quem nós somos


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 1.18-25; 2.1-5


1 Coríntios 1

18- Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus

19- Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a Inteligência dos Inteligentes.

20- Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

21- Visto como, no sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação

22- Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria

23- mas nos pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos

24- Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

25- Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.


1 Coríntios 2

1 - E eu, irmãos, quando fui ter convosco anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.

2- Porque nada me propus saber entre vós, sendo a Jesus Cristo e este crucificado

3- E eu estive convosco em fraquezas e em temor, e em grande tremor.

4- A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder.

5- para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Nos dias de Paulo, nem todos acreditavam na possibilidade de que um homem crucificado seria o Filho de Deus. Para os judeus, isso era blasfêmia; para os gregos, loucura. Entretanto, o apóstolo Paulo não deixava de falar a respeito do Cristo Crucificado tanto para os judeus quanto para os gentios. Nele, está a verdadeira sabedoria de vida. Converse com seus alunos e mostre que a cruz de Cristo não pode ser ignorada em nossa mensagem. Essa é a razão de pregar as boas novas de salvação. Ore ao Senhor, pedindo que os alunos não tenham vergonha de cruz e corajosamente, possam repetir as palavras do poeta “Sim eu amo a mensagem da cruz / Té morrer eu a vou proclamar”.


OBJETIVO GERAL:

  • Ressaltar que Jesus Cristo, e este crucificado, é o centro de mensagem cristã


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Destacar a centralidade da pregação de Paulo:

  • Elencar as expressões-chave na doutrina de Paulo:

  • Pontuar os efeitos da mensagem da cruz



INTRODUÇÃO


Paulo descobriu a verdade sobre o Cristo crucificado e ressurreto e, por isso, sua missão de vida foi pregar aos judeus e aos gentios. O Cristo Crucificado era o Salvador prometido nas profecias dos antigos profetas de Israel. Assim, o Cristo Crucificado foi sua mensagem central. Para ressaltar essa centralidade, devemos prestar atenção nas expressões que se destacam em suas cartas: “Evangelho de Cristo”, “Cristo Crucificado” e “Cristo Ressurreto”. Nesta lição, veremos o quanto a mensagem da cruz traz impacto à nossa vida espiritual e pessoal.


PONTO CENTRAL: Jesus Cristo, o Crucificado, é o centro da mensagem cristã.


I- A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO


1. O ministério de pregação e o Cristo Crucificado. Sem menosprezar os demais escritores do Novo Testamento, indiscutivelmente, o apóstolo Paulo foi o maior teólogo cristão e doutrinador do Cristianismo. Suas cartas, baseadas na fidelidade aos ensinos de Cristo, lançaram os fundamentos das doutrinas cristãs. Embora Paulo não tenha convivido fisicamente com Jesus, ele recebeu toda a revelação do próprio Cristo (Gl 1.12) para pregar o Evangelho sem se opor aos ensinos dos outros apóstolos. Por intermédio desse ministério, judeus e gregos, orgulhosos de sua religiosidade e conhecimento, descobriram que a manifestação de sabedoria de Deus ao mundo é o “Cristo Crucificado”. Por isso, judeus e gentios são chamados por Deus para ver no “Crucificado” o único meio de salvação e de verdadeira sabedoria (1 Co 1.24).


2. A palavra da Cruz é a loucura da pregação. Em uma das cartas de Paulo, lemos: “Porque a palavra da cruz é loucura” (1 Co 1.18) Havia uma mentalidade na época paulina em que “a palavra da cruz” era uma afronta aos religiosos e filósofos. Por exemplo, acreditar que uma execução romana podia ser um instrumento pelo qual a salvação de pecadores fosse consumada, era tolice para eles. Nesse sentido, a cruz de Cristo não produziu atração, mas rejeição, pois era um instrumento de suplício e morte.


3. Para os judeus e gregos. A cruz era considerada loucura porque chocava a sabedoria humana. Enquanto os judeus queriam sinais físicos, milagres visíveis, os gregos desejavam argumentos filosóficos que mostrassem a lógica da mensagem. Assim, o conteúdo da mensagem de Paulo gerava escândalo para os judeus, pois a cruz não era um espetáculo suntuoso; e, ao mesmo tempo, contrariava a retórica erudita dos filósofos gregos por causa de sua simplicidade (2 Co 11.3). Entretanto, embora simples, a mensagem de Paulo era poderosa em Deus (1.18) A palavra da cruz preenche as necessidades da alma humana, enquanto a sabedoria humana não o faz. O Evangelho é poderoso para salvar o homem que crer. Logo, para os que perecem, a palavra da cruz é loucura, mas para nós, os cristãos, é o poder de Deus para salvar o ser humano.


SÍNTESE DO TÓPICO

Jesus Cristo, o Crucificado, é o centro de mensagem de Paulo


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Escreva na lousa a seguinte indagação: Por que a mensagem da Cruz é considerada loucura da pregação? De um tempo para que os alunos elaborem uma resposta. Após passar o tempo determinado, permite que cada aluno exponha a sua própria resposta. Aqui, não é importante saber se as respostas estão corretas. A ideia é introduzir a aula a partir do conhecimento prévio dos alunos. Depois das respostas deles faça a exposição deste primeiro tópico e, ao final, peça aos alunos que respondam à pergunta novamente, comparando com as respostas anteriores. A Escola Dominical é uma oportunidade de conhecer a cultura bíblica de modo proativo.


II - EXPRESSÕES-CHAVE NA DOUTRINA DE PAULO

Há algumas expressões de grande importância no ministério de pregação do apóstolo Paulo: “Evangelho de Cristo, “Cristo crucificado” e “Cristo ressurreto''. Vejamos:


1. “Evangelho de Cristo”. Além de aparecer nos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), a palavra "evangelho” também aparece nas cartas de Paulo: “evangelho de Cristo” (Rm 1.16). Das 76 ocorrências dessa palavra no NT, 54 vezes a encontramos nas cartas paulinas. Por isso, podemos dizer que ela é central para a doutrina ensinada pelo apóstolo. No Novo Testamento, a palavra grega para “evangelho” e euangelion. O prefixo eu é uma forma neutra da palavra que significa “bom, bem feito”. Assim, a palavra “evangelho” significa boa-nova, boa notícia que se leva às pessoas. Nosso Senhor ordenou que fosse levada a boa-nova da sua doutrina a toda criatura (Mc 16.15) Paulo fez assim e, não por acaso, identificava sua pregação como “o evangelho de Deus” (1 Ts 2.2,8,9; 2 Co 11.7; Rm 11.15,16). O seu Evangelho era a manifestação do poder de Deus (Rm 1.16.17) É um poder divino e dinâmico que atua de maneira imediata na vida do pecador.


2. “Cristo Crucificado”. Em Gálatas 3.1, Paulo escreve: "Não foi diante dos olhos de vocês que Jesus Cristo foi exposto como crucificado?” (NAA). A palavra de cruz, na lógica paulina, é o tema dominante na mensagem do Evangelho. Se o mundo julgava como loucura a mensagem do Messias Crucificado, o apóstolo afirmava que a mensagem era a mais sublime demonstração da sabedoria de Deus. Ora, a cruz traz uma ideia de fraqueza ou loucura a quem não crê, mas “poder” e “sabedoria” de Deus para os que creem no Senho. Esse contraste entre “sabedoria” e “loucura” está presente na mensagem de Paulo (1 Co 2.6). Os homens não conseguem alcançar a sabedoria divina, pois estão escravos do pecado e, por isso, para eles essa sabedoria é loucura. Por isso que o Evangelho não foi anunciado por mera sabedoria humana, mas apresentado por meio de “Jesus Cristo, o Crucificado” (1 Co 2.2). Não podemos deixar de pregar o Cristo Crucificado. O tema da expiação dos pecados deve ser mais pregado e ensinado em nossas igrejas.

 

3. “Cristo Ressurreto”. Não há importância na morte de Cristo se Deus não o tivesse ressuscitado. Sem a ressurreição, a cruz não teria sentido. Em vão seria a nossa pregação sobre a morte de Jesus Cristo (1 Co 15.14). Por isso, o apóstolo descreve de maneira sublime: “Cristo, morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3.4) A ressurreição de Cristo é reafirmada pelo apóstolo; ela completou a obra de salvação, consumando a nossa libertação do domínio do pecado e a nossa justificação diante do Senhor. Logo, a relação entre a cruz e o túmulo vazio de Jesus expressa o real significado da cruz. Ora, a crucificação e a ressurreição formam uma unidade. Portanto, nosso Senhor é proclamado como o Crucificado e, ao mesmo tempo, o Ressurreto.


SÍNTESE DO TÓPICO II

“Evangelho de Cristo” “Cristo crucificado” e “Cristo ressurreto são expressões-chave no doutrina de Paulo


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“Paulo não se envergonhava porque pregava sobre as Boas Novas a respeito de Cristo, uma mensagem de salvação que tem o poder de transformar vidas e é destinada a todos, sem exceção. Quando você sentir-se constrangido, lembre-se do significado das Boas Novas. Se fixar sua atenção somente em Deus e naquilo que Ele está fazendo, não em sua inaptidão você não sentirá vergonha anunciar o evangelho. As Boas Novas revelam como Deus foi justo em seu plano para nos salvar e como podemos estar prontos e adequados para a vida eterna. Ao confiar em Cristo, nosso relacionamento com Deus torna-se perfeito” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Rio de Janeiro CPAD, 2003, p.1557).


CONHEÇA MAIS


A Cruz de Cristo


A cruz de Cristo está cheia do poder de Deus, porque foi o meio pelo qual Jesus realizou nossa salvação quando derramou o seu sangue e morreu por nós. Tentar explicar a cruz ou deduzir sua importância em termos de sabedoria e filosofia humanas implicará furtá-la do seu poder, ou seja, da sua capacidade de transformar os pecadores em santos. É exatamente isto que os teólogos liberais estão fazendo hoje. Para ler mais, consulte o “I e II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções”, editado pela CPAD, p.28.


III - OS EFEITOS DA MENSAGEM DA CRUZ


1. Uma vida no poder de Deus. A mensagem da cruz é uma mensagem de poder (1 Co 1.18). Por isso, devemos esperar a manifestação do poder ativo de Deus em nossa vida. O Senhor Jesus pode nos usar como instrumentos para salvar o pecador, curar enfermos e libertar as almas dos demônios (Mc 16.15-18). Os milagres de salvação, cura e libertação devem acompanhar a nossa vida no serviço do Reino de Deus. A mensagem que pregamos não é filosofia humana, mas o poder divino para a transformação da vida de quem crê no Evangelho (Rm 10.17).


2. Uma vida de humildade. Quem é sábio em Deus contrasta a sabedoria de cruz com a deste mundo (1 Co 1.20). Esta exclui a Deus, enaltece o narcisismo humano e recusa reconhecer Jesus Cristo como o Filho de Deus; enquanto aquela nos faz prostrar diante de Deus (Mt 211), reconhecer a nossa miséria (Is 6.5) e descobrir quem verdadeiramente é Jesus, manso e humilde de coração (Mt 11.29). A mensagem da cruz nos constrange a viver a humildade.


3- Uma vida na dependência do Espírito. Nada melhor do que a mensagem da cruz para revelar quem nós somos (1 Co 2.3). Como o apóstolo Paulo (v3), devemos ter a plena consciência das nossas fraquezas humanas, limitações pessoais, medos interiores. Por isso, as Escrituras nos estimulam a jamais depender ou confiar em nós mesmos, mas exclusivamente do Espírito Santo (1 Co 2.4), O Espírito nos faz agir, ter criatividade e fazer as coisas de modo que glorifiquem a Deus. A mensagem da cruz nos ensina a depender exclusivamente do Espírito.


SÍNTESE DO TÓPICO III

Os efeitos da mensagem da cruz se revelam por meio de uma vida no poder de Deus, de humildade e dependência do Espírito Santo.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“[…] A cruz de Cristo está cheia do poder de Deus, porque foi o meio pelo qual Jesus realizou nossa salvação quando derramou o seu sangue e morreu por nós. Tentar explicar a cruz ou deduzir sua importância em termos de sabedoria e filosofia humanas implicaria furtá-la do seu poder, ou seja, da sua capacidade de transformar os pecadores em santos. É exatamente isto que os teólogos liberais estão fazendo hoje. Mas Paulo proclamou seu poder para salvar, libertar do pecado e de Satanás, curar, restabelecer a comunhão com Deus e o mesmo devemos fazer. O Espírito Santo tomara reais a cruz e o seu poder para os corações famintos (cf. Rm1.16). Deus sabe que a sabedoria humana não pode conhecê-lo. Em sua sabedoria, agradou-lhe usar a pregação do que o mundo chamou de tolice a fim de salvar os que creem. A pregação da cruz, junto com a declaração de que o Jesus crucificado e ressuscitado e o Senhor e Salvador L (HORTON, Stanley. I e II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.29).


CONCLUSÃO


A mensagem da igreja é a cruz de Cristo. Essa cruz dá conta do Cristo Crucificado e de Ressurreto. Essa mensagem traz escândalo ao mundo, mas poder para nós. Ela salva, cura e liberta o pecador, ao mesmo tempo que nos revela uma vida de poder de Deus, humildade e dependência do Espírito. A mensagem gloriosa da cruz transforma o homem inteira.


QUESTIONÁRIO


1. Que mentalidade havia na época de Paulo? 

Havia uma mentalidade na época paulina em que a palavra da cruz era uma afronta aos religiosos e filósofos.

 

2. Por que a cruz era considerada loucura? 

A cruz era considerada loucura porque chocava a sabedoria humana.


3. O que significa a palavra “Evangelho”? 

A palavra "evangelho'' significa “boa-nova”: boa notícia que se leva as pessoas.


4. Segundo a lição, por que os homens não conseguem alcançar a sabedoria divina? 

Os homens não conseguem alcançar a sabedoria divina, pois estão escravos do pecado e, por isso, para eles é loucura.


5. O que a mensagem da cruz nos ensina? 

A mensagem da cruz nos ensina a depender do Espírito, não de nós mesmos.


22 outubro 2021

VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO


O ministério começa com a chamada, depois vem a conversão e por último a preparação. Não se deve separar obreiros que não foram chamados, que não são convertidos ou despreparados. Paulo passou por todo este processo, antes de se tornar apóstolo. Ele foi chamado por Deus, antes de nascer como vimos anteriormente. Depois passou pelo processo de conversão, encontrando pessoalmente o Senhor Jesus. Agora, precisava ser preparado para exercer o seu apostolado. Diferente do colégio apostólico, Paulo não conviveu com Jesus e não passou pelo treinamento que eles passaram, andando com o Mestre por três anos. 

1. A ida para o deserto. Após a conversão, Paulo ficou alguns dias em Damasco pregando para os judeus. Mas, nem os próprios cristãos acreditaram em sua conversão.   A chamada de Paulo foi feita diretamente por Jesus e o seu preparo também. Então, o Senhor o enviou para o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido. Distante das sinagogas e da filosofia grega, Paulo passou a depender completamente de Deus e teve revelações profundas do próprio Jesus, sobre o Evangelho que deveria pregar: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gl 1.11,12). 

Com Moisés também foi assim. Ele passou quarenta anos no Egito, sendo formado nas melhores escolas e preparado para ser um possível sucessor do trono de Faraó. Mas, o Senhor o enviou para o deserto, onde ele ficou quarenta anos aprendendo as lições do deserto. Ali, ele aprendeu a conviver com as dificuldades, a cuidar de ovelhas e  defendê-las dos predadores.

2. As lições do deserto. No deserto, Paulo afastou-se das sinagogas, do seu vínculo com o Judaísmo e com a cultura grega. Paulo ficou três anos no deserto da Arábia, entre a sua conversão e o seu retorno a Jerusalém (Gl 1.17.18). Ele passou por um intenso preparo teológico, emocional e espiritual, com o próprio Jesus, que lhe mostrou revelações profundas sobre o Evangelho. O Espírito Santo lhe deu inspiração para escrever treze Epístolas e sistematizar as doutrinas cristãs. Ali, em ambiente desconhecido, sem fama e sem dinheiro, Paulo aprendeu a depender exclusivamente de Deus. O outrora fariseu Saulo, que tinha prestígio com as autoridades religiosas de Israel, o cidadão romano Paulo, que tinha prestígio no Império romano e conhecia a cultura e a filosofia grega, agora se limitava a um desconhecido nômade, no deserto da Arábia. 

3. Mais lições do deserto. O obreiro que não passa pelo deserto não aprende a humildade e a dependência de Deus. Torna-se muitas vezes arrogante e autossuficiente. Deus treinou líderes importantes, levando-os para o deserto. Foi assim com Moisés, com Elias e com o próprio Jesus. 

No deserto, o cientista e herdeiro do trono de Faraó, Moisés, passou a ser um simples pastor das ovelhas do seu sogro, vivendo nas montanhas. Ali, ele teve um encontro pessoal com Deus e foi enviado para libertar o seu povo da escravidão. Depois disso, ele passou quarenta anos no deserto liderando um povo rebelde. 

O profeta Elias enfrentou o temido casal de ímpios Acabe e Jezabel e depois enfrentou os profetas de Baal. Mas, o Senhor o conduziu primeiro a Sarepta e depois ao deserto, onde ele aprendeu a depender exclusivamente de Deus. Elias viveu na margem de um ribeiro, bebendo água dele e sendo alimentado por corvos. Depois, viveu cerca de três anos sendo sustentado por uma viúva, que dependia da multiplicação de Deus. No deserto, ele dependeu da comida providenciada por um anjo, para caminhar por quarenta dias. 

Jesus também, antes de iniciar o seu ministério terreno, foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo inimigo. Ali, ele passou quarenta dias em jejum, em profunda comunhão com o Pai. 

Saulo também passou por esta importante escola de Deus, em seu preparo ministerial. No deserto, vivendo como nômade, sem nenhuma expressão, Paulo despiu-se de toda roupagem filosófica, religiosa e cultural que possuía. Aprendeu que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. Todo este aprendizado foi muito importante em suas viagens missionárias, pois ele enfrentou muitas dificuldades, perseguições, açoites e prisões.  


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Pb. Weliano Pires


21 outubro 2021

UMA VOCAÇÃO EFETIVADA PELO CRISTO RESSURRETO


Paulo teve uma visão do Cristo ressurreto, no caminho de Damasco. O esplendor daquela visão, fez ele cair por terra e ficar cego por três dias. O Senhor o encaminhou a Damasco pois, lá lhe seria dito o que ele deveria fazer. Enquanto isso, o Senhor apareceu também a Ananias e o enviou ao encontro de Saulo. O Senhor Jesus falou claramente para Ananias que a vocação ministerial de Saulo seria entre os gentios. Esta vocação para o apostolado mudou radicalmente a vida de Saulo. A partir daquele momento, ele passou a viver exclusivamente para Cristo.


1. Saulo viu o esplendor glorioso do Cristo ressurreto (At 9.3-6). Saulo viu, claramente, o esplendor de Jesus ressurreto e glorificado e caiu por terra. Em seguida, ouviu a sua voz gloriosa, perguntando-lhe, porque o perseguia. Saulo não conhecia a voz de Cristo e naturalmente perguntou quem era. O Senhor Jesus se identificou e lhe disse que seria “duro para ele, recalcitrar contra os aguilhões”. Esta expressão é uma linguagem figurada, para explicar para Saulo, que ele havia sido dominado. A palavra "recalcitrar" significa “confrontar” ou “resistir”. "Aguilhão" é uma espécie de espeto de ferro, bronze, ou prata, usado pelos carroceiros, para prenderem o gado que puxava a carroça. Quando o boi era muito bravo, ficava se debatendo contra os aguilhões e acabava se ferindo. Como um "boi selvagem", Saulo estava lutando contra algo que para ele era errado. O Senhor Jesus, então, lhe ensinou que não adiantaria ele lutar contra aquele “aguilhão”, pois era mais forte do que ele. 

Esta visão colocou por terra toda a valentia e orgulho do perseguidor. Agora, ele estava cego e atemorizado diante do Senhor da Igreja, a quem ele, sem saber, estava perseguindo. Ao ver a glória do Cristo ressurreto e contemplar o seu imenso poder, Saulo se entregou a ele e perguntou, humildemente, o que o Senhor queria que ele lhe fizesse. Agora dominado pelo Senhor, Saulo foi enviado a Damasco para ser discipulado e batizado. 


2. Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios. No testemunho posterior de Paulo, sobre o seu encontro com Ananias, ele diz: “E ele [Ananias] disse: O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca”. (At 22.14). Fica claro, então, que Deus havia designado de antemão a Saulo para fazer a Sua vontade. Mas, qual era a vontade de Deus na vida de Paulo? Deus havia escolhido Paulo para ser o apóstolo do gentios, conforme Paulo inicia dizendo nas Epístolas aos Romanos (Rm 1.1); aos Coríntios (1 Co 1.1; 2 Co 1.1); Aos Gálatas (Gl 1.1); Aos Efésios (Ef 1.1); Aos Colossenses (Cl 1.1); e a Timóteo (1 Tm 1.1; 2 Tm 1.1). Em todos estes textos, Paulo esclarece que ele é apóstolo do Senhor, não pela vontade dos homens, mas, pela vontade de Deus. 

Conforme estudamos no 2º Trimestre de 2021, quando falamos sobre o ministério de apóstolo, os requisitos principais para ser apóstolo eram: ter visto o Senhor Jesus e ter sido enviado pessoalmente por Ele. Paulo não esteve com Jesus em seu ministério terreno. Mas, viu Jesus ressuscitado e recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1Co 11.23), seja por inspiração para escrever as epístolas, ou por revelação direta. (2 Co 12.1-4). As credenciais do apostolado paulino eram as Igrejas que ele fundou e a sua identificação com Cristo nas perseguições. 


3. A vocação mudou o rumo da vida de Saulo. Conforme já falamos anteriormente, Saulo nunca mais foi o mesmo após o seu encontro com o Senhor Jesus. O perseguidor violento e implacável foi transformado em seu íntimo. A vocação ministerial começa no chamado e isso vem de Deus. A Igreja não chama ninguém para o ministério, ela apenas reconhece a chamada de Deus na vida de alguém. Esta chamada, como vimos no primeiro tópico, está relacionada à presciência de Deus. Ele chama antes da pessoa nascer, conhecendo de antemão o futuro. 

Depois da chamada vem a transformação. Mesmo sendo chamado para o ministério, o obreiro precisa primeiro ser transformado por Deus. Paulo foi vocacionado antes mesmo de nascer, para ser o apóstolo dos gentios. Mas, antes de ser apóstolo ele teve um encontro pessoal com o Senhor Jesus e passou por uma mudança radical. Depois desta mudança na personalidade, Saulo passou por um período de capacitação e preparo, como veremos no próximo tópico. 

Deus ainda continua chamando obreiros para a sua Seara, que é grande e tem poucos trabalhadores (Mt 9.37). Mas, é necessário antes passar pela transformação no processo de conversão. Após a conversão, o crente deve orar a Deus para descobrir qual é a sua vocação no Reino de Deus. Na Igreja não existe esse negócio de ser apenas “membro de banco” ou apenas ficar em nosso cantinho. Deus não chamou ninguém para ficar parado. Segundo escreveu o Pr. Elias Torralbo, em seu livro “Vocação: descobrindo o seu chamado”, há algumas lições que devemos aprender em relação à chamada ministerial: 

1. O mérito não é de quem é chamado, mas de quem chama; 

2. A tarefa a ser realizada não pertence a quem foi chamado, mas a quem chamou; 

3. Não se trata de um peso, mas de um privilégio concedido pela graça divina.


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Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS: 

1. TORRALBO, Elias. Vocação: Descobrindo o seu chamado. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.12,15.

20 outubro 2021

O PONTO DE PARTIDA PARA A VOCAÇÃO DE PAULO


Paulo foi vocacionado para ser apóstolo, antes do seu nascimento, pela vontade de Deus, conforme ele mesmo mencionou: "Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou para sua graça” (Gl 1.15).


1. Chamada e presciência divina. A vocação de Paulo para ser um apóstolo foi determinada pelo próprio Deus, com base na sua presciência. Esta palavra "presciência", segundo o Dicionário Teológico, publicado pela CPAD, vem do latim "praesentia" que significa ciência inata. Presciência é o atributo metafísico e incomunicável de Deus, através do qual Ele se faz eternamente presente no tempo e no espaço, conhecendo todas as coisas antecipadamente. 

Conhecendo o futuro antecipadamente, Deus chama quem Ele quer, com base não naquilo que a pessoa é ou fez, mas, naquilo que pode se tornar ou vir a fazer. Ananias, ao ser enviado ao encontro do perseguidor Saulo, evidentemente não entendeu e questionou ao Senhor: 

– Senhor, quanto tenho ouvido a respeito deste homem e quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém! 

Mas, o Senhor respondeu com base em seu conhecimento prévio do futuro, dizendo que aquele era um vaso escolhido para levar o Evangelho aos gentios, aos reis e aos filhos de Israel. (At 9.15-16). O homem vê as aparências e as circunstâncias presentes. Mas Deus conhece as intenções dos corações e o futuro. Por isso, a liderança da Igreja deve orar ao Senhor, no momento de separar obreiros, para que o Espírito Santo mostre quem deve ser escolhido para o ministério e não escolher por critérios humanos. 


2. Um ministério na plenitude do Espírito.  O ministério apostólico de Paulo foi confirmado pela atuação poderosa do Espírito Santo, com pregações poderosas, curas, prodígios e maravilhas. No Livro de Atos vemos estas manifestações do Espírito na vida de Paulo, por onde ele passava. Em Listra, ele foi usado por Deus para curar um coxo de nascença (At 14.8-10); Em Pafos, o mágico Elimas, tentou atrapalhar a evangelização do procônsul e ficou cego, com as palavras de Paulo (At 13.8-11); em Filipos, expulsou o espírito maligno de uma jovem adivinhadora e as portas da prisão foram abertas com um terremoto (At 16.18,26). 

Deus fazia milagres extraordinários através de Paulo. Em Atos 19.11, a Bíblia relata que as pessoas levavam os seus lenços e colocavam sobre pessoas enfermas e elas eram curadas e os demônios saíam. Evidentemente, não podemos usar isso como justificativa para operar milagres usando objetos. Não era Paulo que usava lenços para curar ninguém. As pessoas pegavam os seus objetos e colocavam sobre os enfermos. Deus fazia milagre para mostrar o seu poder na vida de Paulo.


3. Deus mudou o nome de Saulo para Paulo?  Há uma polêmica envolvendo os nomes de Saulo e Paulo. Muitas pessoas insistem em dizer que Deus mudou o nome de Saulo para Paulo, mas isso não tem base na Bíblia. Deus mudou o nome de algumas pessoas em Israel: Abrão para Abraão (Gn 17.5; Jacó para Israel (Gn 35.10). Jesus também mudou o nome de Simão para Cefas (Pedro) (Jo 1.42). Isto acontecia, porque em Israel os nomes eram dados de acordo com as circunstâncias. 

Entretanto, isso não aconteceu com Paulo. O seu nome hebraico era Saulo (uma variação do nome Saul). Paulo (em latim Paulus) era o seu nome na cidadania romana. Então, após a conversão, ele usava o nome Paulo porque era o nome pelo qual ele era conhecido entre os gentios. 

Infelizmente, em nossos dias ainda há pessoas evangélicas que acreditam em maldição hereditária ou do nome e, por isso, querem mudar de nome. Mas toda maldição foi quebrada na Cruz e o salvo em Cristo não precisa se preocupar com isso. Evidentemente, há nomes que são constrangedores e, nestes casos, a própria legislação permite a mudança. Imagine um filho de um satanista, ter o nome de Satanás ou Belzebu! Se ele se converter pode pedir para mudar, para não carregar este nome constrangedor no meio do povo de Deus. 


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Pb. Weliano Pires


19 outubro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: PAULO, A VOCAÇÃO PARA SER APÓSTOLO



Na lição passada, falamos sobre a conversão extraordinária de Saulo de Tarso, que se deu no caminho de Jerusalém a Damasco, quando o Senhor Jesus foi pessoalmente ao seu encontro. Vimos que a conversão de Saulo foi um ato da Graça de Deus, pois, o Senhor tomou a iniciativa de ir ao encontro de um vil pecador, que perseguia e maltratava a Igreja do Senhor. Depois falamos sobre a conversão como uma doutrina bíblica, que é parte da Doutrina da Salvação e começa no arrependimento. Falamos sobre o conceito bíblico de arrependimento, que é a tristeza pelos pecados cometidos e a disposição em não mais os praticar. Por último, falamos sobre as três faculdades humanas que são transformadas pelo Espírito Santo na conversão: faculdade intelectual, faculdade das emoções e faculdade da vontade. 


Na lição desta semana falaremos sobre a vocação ou chamada de Paulo para ser apóstolo. Paulo faz questão de enfatizar em suas epístolas que ele era apóstolo não por vontade de homem algum, mas do próprio Senhor Jesus. 


No primeiro tópico, veremos que o passo inicial para a chamada ministerial de Paulo tem base na presciência divina. Conhecendo o futuro antecipadamente e conhecendo os corações, Deus escolheu Paulo para ser apóstolo, antes que ele nascesse (Gl 1.15). Falaremos também neste primeiro tópico, sobre a ação plena do Espírito Santo no ministério apostólico de Paulo 


No segundo tópico, falaremos da efetivação da chamada apostólica de Paulo, pelo Cristo ressurreto. Conforme vimos na lição passada, Paulo teve uma visão de Cristo após a sua ressurreição, já glorificado. Com o esplendor daquela visão, ele caiu por terra e ficou três dias sem enxergar. O Senhor o encaminhou a Damasco para aguardar as instruções e, simultaneamente, encaminhou Ananias ao seu encontro, deixando claro para Ananias que a vocação ministerial de Saulo seria entre os gentios. Esta chamada mudou radicalmente a vida de Saulo, transformando-o no apóstolo dos gentios e maior missionário de todos os tempos, na história da Igreja. 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre a preparação ministerial de Paulo. Paulo não foi a Jerusalém para ser formado pelos demais apóstolos e separado por eles para o apostolado, A sua chamada foi feita diretamente por Jesus e o seu preparo também. Diferente do colégio apostólico, Paulo não conviveu com Jesus e não passou pelo treinamento que eles passaram, andando com o Mestre por três anos. Então, o Senhor o enviou para o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido. Distante das sinagogas e da filosofia grega, Paulo passou a depender completamente de Deus e teve revelações profundas do próprio Jesus, sobre o Evangelho que deveria pregar: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gl 1.11,12). 


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Pb. Weliano Pires



18 outubro 2021

Lição 04: Paulo, a Vocação para ser Apóstolo


TEXTO ÁUREO:

Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser Apóstolo de Jesus Cristo.” (1 Co 1.1)


Verdade Prática:

"Deus chama pessoas para realizar grandes feitos no reino divino."


Hinos Sugeridos: 16, 93, 600 Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA


Segunda – Gl 1.15 

Um chamado pela presciência de Deus

Terça – At 9.15-16 

Paulo O Vaso Escolhido de Deus.

Quarta – At 9.17; 1 Co 14.18 

Paulo na dimensão do Espírito

Quinta – At 22.14 

Deus o escolhe de antemão para fazer a sua vontade.

Sexta – Ef 1.1 

Paulo, separado para ser Apóstolo.

Sábado – Gl 1.17-18 

A escola do deserto na Arábia


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 9.15-22; Gálatas 1.11-18


Atos 9


15 - Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.

16 - E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.

17 - E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.

18 - E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.

19 - E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.

20 - E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus.

21 - E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?

22 - Saulo, porém, se esforçava muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo.


Gálatas 1


11 - Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.

12 - Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

13 - Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.

14 - E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.

15 - Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça,

16 - Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,

17 - Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.

18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias.


OBJETIVOS GERAL:

  • Revelar que Deus vocacional atualmente os crentes para sua obra.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Salientar o ponto de partida para a vocação de Paulo;

  • Enfatizar que a vocação de Paulo foi efetivada pelo Cristo ressurreto;

  • Relacionar a vocação de Paulo com aprendizado no deserto


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Antes de o apóstolo Paulo exercer sua vocação, ele passou por um aprendizado no deserto. O deserto lhe ensinou mais sobre Jesus, onde o apóstolo pôde reavaliar-se diante de Deus, mediante suas crenças e convicções. Ele podia agora confrontá-las com a revelação da Graça de Deus em Cristo. Ainda no deserto, ele pode refletir sobre a simplicidade, dominar suas paixões instintivas e, por meio da solidão, aprender a depender de Deus. 

O deserto que Paulo experimentou pode trazer profundos aprendizados para os nossos próprios desertos, quando os experimentamos quer na vida cotidiana, quer no ministério dado por Deus.


INTRODUÇÃO


Nesta lição, estudaremos a respeito da vocação de Paulo para santo apostolado. Veremos o ponto de partida de sua vocação e sua escola de formação no deserto da Arábia. Assim, teremos uma visão geral de como Deus usa o tempo e a circunstância para formar o ministério útil para o reino de Deus.


PONTO CENTRAL: Deus chama para sua obra.


I - O PONTO DE PARTIDA PARA A VOCAÇÃO DE PAULO


1. Chamada e presciência divina. A vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus. Ele mesmo confirma esse fato aos Gálatas, quando escreve: ”mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou para sua graça” (Gl 1.15). O apóstolo experimentou uma completa transformação por meio do encontro com Cristo, e foi vocacionado por Ele para uma grande obra. O livro de Atos atesta para uma chamada presciente quando nosso Senhor diz Ananias: ”Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome.” (At 9.15-16). Assim, Paulo foi batizado no Espírito Santo, batizado nas águas e teve sua visão recuperada (At 9.18).


2. Um ministério na plenitude do Espírito.  Depois de passar pela experiência do Novo Nascimento, Paulo recebeu a plenitude do Espírito, isto é, ele foi batizado no Espírito Santo (At 9.17). Nesse sentido, no livro de Atos revela que o ministério do apóstolo dos gentios recebeu uma unção especial do Espírito Santo. Foi o ministério marcado por pregação poderosa, curas, sinais, prodígios e maravilhas. Com o Ministério do apóstolo, aprendemos que não podemos fazer a obra de Deus sem a atuação do Espírito Santo. Ele é que confirma a palavra e a obra.


3. Deus mudou o nome de Saulo para Paulo?  Na Bíblia, vemos ocasiões em que Deus mudou o nome de pessoas (Abrão para Abraão [Gn 17.5]; Jacó para Israel [Gn 35.10]), como Jesus alterou o nome de Simão para Pedro (Mc 3.16; Jo 1.42). Entretanto, isso não se deu com o nome do apóstolo Paulo. Não há qualquer menção disso na Bíblia. O que explica a mudança de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do apóstolo. O nome “Saulo” (aportuguesado de ‘Saul’) é de origem judaica; já “Paulo” (aportuguesado  de Paulus, em latim), da sua cidadania Romana. Como o Ministério do apóstolo buscava alcançar os gentios, o nome Paulo foi naturalmente usado no trabalho missionário e, consequentemente, nas Escrituras canônicas.


SÍNTESE DO TÓPICO I

O ponto de partida para a vocação de Paulo foi a presciência divina e a pessoa do Espírito.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Parece que no passado havia uma percepção maior a respeito de jovens, e de muitos outros irmãos que entregavam a sua vida a Cristo, que desejavam por uma vocação na obra de Deus. Muitos se planejavam para ir aos seminários a fim de aperfeiçoarem-se para servir melhor na obra de Deus. Muitos obreiros relatam não perceber essa mesma disposição com o mesmo sentimento de outrora. Claro que isso não significa que não haja pessoas sendo vocacionadas, pois Deus as chama em qualquer tempo. Nesse sentido, promova uma reflexão a respeito das vocações por meio das seguintes indagações: Você se sente vocacionado por Deus para alguma obra? Em algum momento de sua vida, você ignorou ou tem ignorado esse chamado? O que você poderia fazer para aperfeiçoar-se melhor na obra de Deus? Você deve promover essa reflexão como introdução ao tema desta semana, ressaltando sempre que Deus chama pessoas para a sua obra.


II - UMA VOCAÇÃO EFETIVADA PELO CRISTO RESSURRETO


1. Saulo viu o esplendor glorioso do Cristo ressurreto (At 9.3-6). Não foi uma miragem, nem uma ilusão de ótica, mas Saulo viu realmente o Cristo ressurreto, a quem ele perseguia (At 9.17). Essa visão gloriosa ofuscou seu orgulho ante às autoridades judaicas e foi definitiva para a vida daquele que, mais tarde, seria um embaixador de Cristo entre os gentios.


2. Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios. Deus escolheu Saulo de antemão para fazer conhecer a sua vontade (At 22.14). Qual era a vontade dEle para Saulo? Torná-lo um embaixador de Cristo, um pregador do Evangelho (At 9.20). Não por acaso, as várias cartas do apóstolo às igrejas plantadas por ele eram assim identificadas: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus.” (Ef 1.1). O apóstolo não foi ordenado em Jerusalém, nem por uma comissão de apóstolos formada por Pedro, João e Tiago, ou por outros apóstolos de Cristo. O que prevaleceu foi a declaração de Jesus para Ananias, discípulo fiel de Cristo em Damasco: “Vá, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel” (At 9.15). Ananias, com autoridade delegada pelo próprio Senhor Jesus numa visão, foi ao encontro de Saulo, na rua chamada Direita, e lá chegando, “impôs as mãos sobre Saulo” (At 9.17).


3. A vocação mudou o rumo da vida de Saulo. De perseguidor dos seguidores de Jesus, de personalidade tenaz e obstinada (At 9.1.1-6), Deus chamou Saulo e o transformou no apóstolo que seria o maior responsável pela expansão da Igreja no mundo gentílico. A operação da graça salvadora na vida de Saulo promoveu uma mudança radical em sua vida. Foi Jesus que o confrontou, o surpreendeu e o chamou pelo nome. Cristo ainda chama o ser humano para frutificar no Reino de Deus. É necessário um encontro real com Cristo. Quando isso acontece, Ele capacita o ser humano para o seu propósito. Assim aconteceu com Saulo.


SÍNTESE DO TÓPICO II


A visão gloriosa do Cristo Ressurreto mudou definitivamente o rumo da vida de Paulo.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“O Jesus ressurreto é quem aparece a Saulo (cf. 1 Co 9.1; 15.8) e lhe diz: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ (At 9.4). Essa pergunta é dirigida ao propósito imediato de Saulo destruir a Igreja. Atacar os discípulos de Jesus não é, como Saulo pensa, mera perseguição de pessoas que adoram de maneira herética. É um ataque contra o próprio representante divino, na pessoa do seu povo. […] De começo, Jesus não se identifica. Então o perseguidor pergunta: ‘Quem és, Senhor?’ (v.5). O termo de tratamento ‘Senhor’ usado aqui pode ser simplesmente um título de respeito. Mas há forte apoio para o entendermos no sentido cristão de ‘Senhor’ (cf. At 1.6, 24; 4.29; 7.59, 60; 9.10,13; 10.14; 11.8; 22.19). Saulo confessa que está falando com Ele como Senhor, reconhecendo que se dirige à pessoa divina. […] O Senhor exaltado se identifica como Jesus, a quem Saulo está perseguindo. Lá, na estrada de Damasco, o crucificado, revelado a Saulo na sua glória divina, o transforma” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus - Atos. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.674).


III- VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO


1. A ida para o deserto. O ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de comunhão com Deus e de reflexão. Em vez de ir a Jerusalém para aprender com os apóstolos, ele afastou-se dos judeus nas sinagogas, onde posteriormente passou a apresentar Cristo. Paulo tomou o caminho da Arábia, a sudeste de Damasco, sob o domínio do rei Aretas (Gl 1.17,18; cf. 2 Co 11.32). O apóstolo preferiu viver em um lugar, na região desértica da Arábia, onde habitavam alguns grupos nômades e ele era totalmente desconhecido.


2. As lições do deserto. O apóstolo sabia que precisava aprofundar o seu conhecimento acerca de Jesus Cristo, pois seu caminho seria de confrontos com dúvidas, oposição e rejeição. Então, foi para o deserto da Arábia e ficou três anos aproximadamente, entre a sua conversão e o seu retorno a Jerusalém (Gl 1.17.18). Esse período serviu para Paulo reavaliar a si mesmo diante de Deus, suas crenças e convicções judaicas, confrontando-as com a revelação da graça de Deus em Cristo Jesus. Assim, Paulo se preparou para explicar sua vocação aos líderes da igreja em Jerusalém.


3. Mais lições do deserto. Saulo passou a usar seu nome romano Paulo, com o qual se tornou conhecido em seu ministério. Ao tomar o rumo do deserto para refletir e aprender, o agora Paulo foi despido de toda a filosofia e religiosidade legalista do judaísmo. No deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria da salvação em Cristo. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de Deus. Por isso, Paulo descobre também, na experiência do silêncio e da solidão no deserto, que as coisas de Deus são do modo como Ele quer e não como nós queremos. No deserto, Deus ensinou Paulo a ser o líder que Ele precisava para expandir o seu reino.


CONHEÇA MAIS


Presciência Divina


“[Do lat. praesentia, ciência inata] Atributo metafísico e incomunicável de Deus, através do qual Ele se faz eternamente presente no tempo e no espaço, conhecendo todas as coisas antecipada mente (1 5m 2.3; 1 Jo 3.20).” Para ler mais, consulte o “Dicionário Teológico", editado pela CPAD. p.303.


SÍNTESE DO TÓPICO III

A vocação de Paulo foi aperfeiçoada no deserto pelo qual o apóstolo passou durante três anos.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


Identificando um Chamado


Possuir um “chamado” é ter sido convocado por Deus para o cumprimento de uma tarefa que, com base em sua autoridade, é Ele mesmo quem estabelece o que deve ser feito, como deve ser feito e por quem deve ser feito. Com base nisso, podemos destacar três lições:


1. O mérito não é de quem é chamado, mas de quem chama; 

2. A tarefa a ser realizada não pertence a quem foi chamado, mas a quem chamou; 

3. Não se trata de um peso, mas de um privilégio concedido pela graça divina. […] Quem chama passa a ser visto como infinitamente mais importante do que quem é chamado, e isso significa dizer que as razões, as formas e objetivos devem sempre girar, única e exclusivamente, em torno da Pessoa de Deus, o que é o Chamador”.

(TORRALBO, Elias. Vocação: Descobrindo o seu chamado. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.12,15).


CONCLUSÃO


A grande verdade que aprendemos nesta lição é que Deus não mudou seu método para vocacionar e chamar a quem Ele quer. Para isso, Ele usa experiências muitas vezes dolorosas no deserto da vida. É preciso aguçar a nossa sensibilidade espiritual para identificarmos o chamado de Deus para identificarmos o chamado de Deus para a nossa vida.


QUESTIONÁRIO


1 - Segundo a lição, em que a vocação de Paulo foi estabelecida? 

A vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus.


2 - O que explica a mudança de ênfase do nome de “Saulo” para “Paulo”? 

O que explica a mudança de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do apóstolo


3 - Qual era a vontade de Deus para Paulo? 

A vontade de Deus para Paulo era torná-lo um embaixador de Cristo, um pregador do Evangelho (At 9.20).


4 - Do que o ministério de Paulo precisava? 

O ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de comunhão com Deus e de reflexão.


5 - Segundo a lição, cite algumas lições do deserto aprendidas por Paulo. 

No deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria de salvação em Cristo. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de Deus.


AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...