30 junho 2024

LIÇÕES BÍBLICAS 3º TRIMESTRE DE 2024


INTRODUÇÃO 

Graças a Deus iniciamos mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. O tema deste trimestre é: O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. Estudaremos neste trimestre, os dois livros históricos da Bíblia, que levam o nome de mulheres e têm mulheres como personagens principais, que são os livros de Rute e Ester. Estas duas mulheres viveram em épocas e contextos muito diferentes, mas nos dois casos, temos duas mulheres de fé, cujas ações fizeram a diferença em sua geração e repercutiram também nas gerações futuras. 


Comentarista


O comentarista deste trimestre é Pr. Silas Queiroz. Silas Rosalino de Queiroz é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO) e procurador-geral no mesmo município. É jornalista e membro do Conselho de Comunicação e Imprensa da CGADB. Especialista em Direito Público, Direito Processual Civil e Docência Universitária, formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil. É também bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). O Pr. Silas Queiroz foi o comentarista das Lições Bíblicas de Jovens, do 1º Trimestre de 2022 e 3º Trimestre de 2023.  É autor das seguintes obras: Jesus, o Filho de Deus – Os sinais e ensinos de Cristo no Evangelho de João; Sejam Firmes – Ensino sadio e santo nas cartas pastorais; Maturidade espiritual do líder – Orientações bíblicas para um ministério eficaz. Todas publicadas pela CPAD. É casado com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.


Resumo da história de Rute


O pequeno livro de Rute tem apenas quatro capítulos e conta uma dramática história de uma família da cidade de Belém de Judá, formada pelo casal Elimeleque e Noemi, e os filhos, Malom e Quiliom. Era uma família abastada, pois possuía terras e bens. Entretanto, com as constantes invasões e saques dos inimigos e a seca que sobreveio à terra de Israel, como juízos de Deus, a crise econômica atingiu a todos. A narrativa situa o período em que se deu os fatos, de forma vaga, informando que foi no período em que os juízes julgavam.

Chegando a Moabe, os filhos Malom e Quiliom, casaram-se com as moabitas Orfa e Rute. Entretanto, em vez de encontrar a prosperidade, a família de Elimeleque encontrou a enfermidade e, consequentemente, a morte. O patriarca da família adoeceu e veio a óbito, deixando a viúva com dois filhos, em terra estrangeira. Depois, morreram também os filhos Malom e Quiliom, deixando agora três mulheres viúvas e sem filhos para ampará-las: Noemi, Orfa e Rute. 

Diante deste quadro desolador, Noemi ouviu que o Senhor tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão, e decidiu voltar à sua terra. As suas noras gostavam muito dela e quiseram acompanhá-la. Mas, ela explicou que não tinha mais filhos para se casarem com elas e, ainda que se casasse novamente e os tivesse, elas não iriam esperá-los crescer. Orfa, uma das noras, resolveu ficar e voltar para os seus parentes. Entretanto, Rute, a outra nora de Noemi, apegou-se tanto a ela que não quis ficar em sua terra e decidiu acompanhar a sogra aonde quer que ela fosse e servir ao Seu Deus.  

O povo de Moabe não servia ao Deus de Israel. Adoravam a Astarote e Baal-Peor, deuses da fertilidade; Quemos, deus da guerra; e outras divindades pagãs (Nm 22.40; 23.2; 25.1-3,16). Os moabitas ofereciam sacrifícios de ovelhas e bois e até sacrifícios humanos em oferendas aos seus deuses (2 Reis 3:27). Rute era uma moabita e, como tal, foi criada nesse ambiente de idolatria e abominações. Entretanto, no convívio com a sua sogra Noemi, Rute conheceu o Seu Deus, descobriu que Ele é o Único Deus Verdadeiro e resolveu servi-lo. Na terra de Israel, nora e  sogra se uniram contra a crise e recomeçaram a vida, contemplando o agir de Deus. 


Resumo da história de Ester


Ester, ao contrário de Rute, era uma judia, órfã de pai e mãe, criada pelo seu primo Mardoqueu ou Mordecai, que acabou se tornando a rainha do império persa por providência divina, para salvar os judeus do extermínio. 

O  livro de Ester, contém 10 capítulos, é de autoria desconhecida e relata a história da sobrevivência do povo judeu no cativeiro, sob o domínio dos persas, durante o reinado de Assuero (Xerxes I, que sucedeu Dario I, em 485 a.C). 

O rei fez um grande banquete e convidou todos os seus súditos, grandes e pequenos, para mostrar as suas riquezas e a glória do seu reino. Após sete dias de banquete, embriagado, o rei mandou chamar a rainha Vasti, para mostrar aos seus súditos a sua beleza. 

A rainha recusou-se a comparecer e o rei ficou tão irado que a destituiu do posto de rainha. Para a substituição, convocou todas as moças do reino para, dentre elas, escolher a nova rainha. Diante desta convocação do rei Assuero para escolher a nova rainha, Mardoqueu, o pai adotivo de Ester, preparou-a para que ela também comparecesse ao palácio. Ester era muito educada e bela e foi escolhida como a nova rainha do império persa. 

Posteriormente, Mardoqueu descobriu uma conspiração contra o rei e a denunciou. Os conspiradores foram executados e o fato foi registrado nas crônicas do rei, mas acabou sendo esquecido.

Havia no império, um homem poderoso, chamado Hamã, que odiava os judeus, por causa de Mardoqueu, e intentou exterminá-los. Entretanto as suas artimanhas foram denunciadas ao rei por Ester e Hamã acabou sendo enforcado na própria forca que ele preparara para Mardoqueu. O livro termina com a festa dos judeus, chamada de Purim, com dois dias de duração, em comemoração ao livramento, e a exaltação de Mardoqueu. Esta festa é comemorada pelos judeus até os dias atuais. 


Os temas predominantes neste trimestre são: 

– O governo universal de Deus 

– O Deus de toda a provisão (Yahweh-Yireh) 

– O cuidado de Deus para com a família 

– A atuação de Deus na preservação do seu povo

– O papel das mulheres no Reino de Deus.


RESUMO DAS LIÇÕES

Lição 1: Duas importantes mulheres na história de um povo

Nesta primeira lição, teremos uma introdução ao tema que será estudado no trimestre. Primeiro é apresentado um breve relato da biografia de Rute, uma moabita, que casou-se com um um israelita que havia fugido da fome em Israel, para morar em Moabe. Depois, Rute ficou viúva e mudou-se com a sua sogra, também viúva, para a terra de Israel. Rute casou-se novamente e tornou-se a bisavó do Rei Davi. 

Na sequência, temos também um resumo da biografia de Ester, uma judia órfã, criada por seu primo Mardoqueu. Por providência divina, esta jovem se tornou a rainha da Pérsia e, como tal, foi determinante para a sobrevivência dos judeus em Susã. 

Por último temos o destaque para o protagonismo feminino de Rute e Ester, como mulheres de Deus nas sociedades em que viveram. O fato de Deus ter concedido a liderança familiar ao homem não anula o protagonismo das mulheres em muitas situações. Entretanto, é preciso tomar cuidado, para não inverter os papéis estabelecidos por Deus para homem e mulher. 


Lição 2: O livro de Rute


Nesta lição, temos uma visão panorâmica do Livro de Rute. Inicialmente, veremos como o Livro está organizado na Bíblia hebraica e na Bíblia Cristã, trazendo também as informações da autoria e data em que foi escrito. 

Na sequência, temos o contexto histórico no Livro de Rute, que se deu no período dos juízes, três gerações antes de Davi. Este foi um tempo de apostasia e um círculo vicioso de opressão, clamor e livramento. 

Por último, temos o propósito  e a mensagem do livro de Rute: apresentar Davi como descendente de Judá e ascendente do Messias, além de falar de amor, redenção, fidelidade e altruísmo. 


Lição 3: Rute e Noemi: Entrelaçadas pelo Amor


Nesta lição, temos a emocionante história de amizade, lealdade e superação de Rute e Noemi, respectivamente, nora e sogra. 

Iniciamos com a proposta de Noemi às suas noras, após as mortes do seu esposo, Elimeleque, e dos seus dois filhos Malom e Quiliom. Noemi não apelou para os sentimentos das suas noras, mas expôs-lhes a dura realidade e propôs que elas voltassem para os seus parentes. 

Na sequência, veremos a convicção amorosa de Rute. Orfa, uma das noras, mesmo contrariada, pois amava Noemi, voltou aos seus parentes. Entretanto, a convicção amorosa de Rute foi muito mais forte que a sua própria vida, e ela jurou perante a sogra que nada além da morte iria separá-las. 

Por último veremos a fé fervorosa de Rute, que declarou à sua sogra: O teu Deus será o meu Deus. A fé desta jovem moabita é uma fé que foi inspirada na vida e na crença da sua sogra. Neste aspecto, a Bíblia nos mostra a profunda sensibilidade espiritual das mulheres. Elas foram as primeiras a crerem na ressurreição de Jesus. 


Lição 4: O encontro de Rute com Boaz


Nesta lição, temos o início da bela história de amor entre Rute e Boaz. Ao chegar a Belém de Judá, sem saber, Rute foi trabalhar exatamente nos campos de Boaz, que era parente de Noemi, um homem próspero, que era o remidor da família. 

A lição nos apresenta também, o carinho de Boaz para com a moabita Rute, tratando-a com ternura, respeito e sensibilidade espiritual. Deus estava agindo e fez com que Boaz desse um tratamento diferenciado àquela jovem estrangeira. Isso fala muito do seu cavalheirismo, educação e respeito às pessoas de condição inferior. 

Por último, temos a colheita de Rute e sua sobrevivência na terra de Israel. Rute semeou amor e lealdade à sua sogra, e fidelidade a Deus. Colheu não apenas cereais em abundância, mas também encontrou o remidor da família e entrou para a genealogia do Redentor da humanidade. 


Lição 5: O casamento de Rute e Boaz: A remição da família


Esta lição é uma continuidade da lição passada e nos traz a conclusão da remição da família de Noemi, com o casamento de Rute e Boaz. 

Inicialmente, temos o compromisso de Boaz para com Rute de casar com ela. Rute era uma mulher bela e virtuosa, que certamente teria outras oportunidades fora de casa, mas preferiu ficar no lugar da bênção. Somente após a renúncia dele, Boaz decidiu casar-se com Rute. 

Na sequência temos os detalhes do casamento de Boaz e Rute. Havia um obstáculo, que era a preferência do parente mais próximo. Mas, Boaz respeitou o processo de remição e foi falar com o titular. O casamento de Boaz com Rute ressalta o papel da liderança masculina que pressupõe atitude, amor responsável e honra à mulher. 

Por último, falaremos da remição da linhagem de Davi. Rute e Boaz gerou a Obede, que foi o avô do rei Davi. Esta linda história de amor entre um israelita próspero e uma estrangeira pobre e viúva, tornou-se um tipo do relacionamento espiritual de Cristo com a Igreja. A vida de renúncia, pureza, amor e submissão de Rute representa a Igreja de Cristo. Por outro lado, Boaz representa Cristo que é o nosso eterno Redentor. 


Lição 6: O livro de Ester


A partir desta lição, iniciamos uma série de lições baseadas no Livro de Ester. Nesta lição temos um estudo panorâmico do Livro de Ester. Apesar de não conter nenhuma referência direta a Deus, a providência divina está presente em todo o Livro. 

Inicialmente, veremos a organização do livro de Ester na Bíblia Hebraica e na Bíblia Cristã. Apresentaremos as características literárias e as informações de autoria e data da composição. 

Na sequência, temos o contexto histórico do Livro de Ester, trazendo informações sobre o final da monarquia do Reino do Sul, o cativeiro babilônico, o fim do exílio e o período pós-exílio. 

Por último, temos a mensagem do Livro de Ester, que trata da providência divina, da falsa estabilidade dos judeus no império persa e a instituição da festa de Purim para comemorar o livramento dado aos judeus.


Lição 7: A deposição da rainha Vasti e a ascensão de Ester


Nesta lição veremos o contraste entre duas mulheres: a rainha Vasti, que foi deposta por desobedecer ao marido, e a nova rainha Ester, que se tornou rainha por obedecer às orientações do seu primo e pai adotivo, Mardoqueu. 

Veremos os detalhes do banquete do rei Assuero, um banquete público com muito luxo, que deveria durar sete dias. No sétimo dia, já embriagado, o rei Assuero mandou convidar a rainha Vasti para exibir a sua beleza aos convidados, mas ela o desmoralizou perante os seus súditos e recusou a participar dele. 

Na sequência temos os detalhes da recusa da rainha Vasti em comparecer ao banquete, descumprindo a ordem do rei, que culminou na sua deposição do posto de rainha. O rei estava embriagado quando fez o convite à rainha, mas quando tomou a decisão de destituí-la do cargo, consultou antes os sábios e juristas do seu reino, que o aconselharam a fazer isso. 

Por último, veremos os detalhes da ascensão da jovem judia Ester, ao posto de rainha do império persa. O processo de sucessão da rainha Vasti durou cerca de quatro anos. Não havia restrições legais sobre a origem étnica e racial das candidatas ao posto de rainha da Pérsia. As únicas exigências era que fossem virgens e belas. Mesmo assim, Mardoqueu orientou a Ester que não revelasse as suas origens judaicas e ela obedeceu. 


Lição 8: A resistência de Mardoqueu


Nesta lição, veremos a história de conspiração, lealdade e ódio, envolvendo dois personagens importantes do Livro de Ester: Mardoqueu e Hamã. 

Inicialmente, veremos que Mardoqueu descobriu um plano em curso para matar o rei Assuero e revelou-o a Ester, que transmitiu a informação ao rei. Após investigar as informações, o rei mandou executar os conspiradores. O caso foi registrado nas crônicas do rei, mas Mardoqueu acabou sendo esquecido. 

Na sequência veremos a exaltação de Hamã, um descendente dos amalequitas, que odiava os judeus. Hamã foi exaltado pelo rei e era reverenciado por todos. Com isso, Mardoqueu ficou aparentemente esquecido. O seu ato heróico de lealdade ao rei caiu no esquecimento. Entretanto, ele continuou às suas funções e não se abalou emocionalmente. 

Por último veremos a resistência de Mardoqueu a se curvar diante de Hamã. Esta postura de Mardoqueu acabou provocando um ódio mortal por parte de Hamã, a ponto de resolver exterminar o povo judeu, conforme veremos na proxima lição. É possível que este ódio tenha sido motivado por inimizades intergeracionais entre israelitas e amalequitas. 


Lição 9: A conspiração de Hamã contra os judeus


Nesta lição veremos o plano diabólico de Hamã para exterminar todo o povo judeu do império persa. Veremos que este plano odioso e maligno era baseado em intrigas e patologias do poder. 

Estas pessoas não estavam preocupadas com a lealdade ao rei como aparentemente demonstravam, mas de forma astuta e oportunista, Hamã usou este argumento para convencer o rei de que os judeus eram um povo com leis diferentes e que não cumpriam as determinações do império. 

Na sequência veremos a tristeza de Mardoqueu, de Ester e dos judeus, após o rei determinar o extermínio completo do povo judeu. Por um lado, Assuero e Hamã bebiam após terem enviado cartas às províncias, determinando o extermínio dos judeus. Por outro lado, Mardoqueu, Ester e todo o povo judeu se encheram de tristeza e se uniram em lamentação, oração e jejum, por livramento. 

Por último, falaremos do perigo e da crueldade do antissemitismo moderno, mostrando as três faces do antissemitismo ao longo da história: nacional, religioso e racial. Atualmente, após os ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel, com os piores requintes de crueldade, lamentavelmente assistimos ao renascimento do ódio aos judeus, principalmente por intelectuais de esquerda e autoridades brasileiras. 


Lição 10: O plano de livramento e o papel de Ester


Nesta lição, veremos o papel de Mardoqueu e Ester, para fazer o rei voltar atrás no decreto de eliminação total dos judeus. 

Veremos inicialmente, que o plano de Mardoqueu era perigoso e o temor de Ester se justificava. Mardoqueu mandou explicar a situação a Ester, por meio de um dos eunucos, e pediu que ela intercedesse pelos judeus perante o rei. Entretanto, ela não tinha permissão para falar com o rei naquele dia e corria o risco de morte, se assim o fizesse. 

Na sequência, veremos que Mardoqueu convenceu Ester da gravidade da situação. Convencida de que precisaria agir com urgência, Ester jejuou junto com as suas criadas e pediu a Mardoqueu que fizesse o mesmo, junto com o povo. Ester confiou e Deus, mas não o tentou. Ela sabia que não tinha permissão para entrar na presença do rei naquele momento e se desobedecesse poderia ser executada. 

Por último, falaremos do plano de Ester para falar com o rei. Ester colocou as suas vestes reais, foi ao pátio interior da casa real e aguardou ser chamada. O rei, então, estendeu-lhe o cetro e permitiu que ela fizesse a sua petição. Em sintonia com Deus, Ester convidou o rei e Hamã, para um banquete, sem informar o motivo. Os convidados compareceram, mas Ester ainda não fez o seu pedido e os convidou para outro banquete, aguardando o momento certo para interceder pelo seu povo, como veremos na próxima lição. 


Lição 11: A humilhação de Hamã e a honra de Mardoqueu


Nesta lição veremos os fatos que antecederam o segundo banquete oferecido por Ester ao rei Assuero e a Hamã, que era o homem mais poderoso do império e o maior inimigo dos judeus. 

No primeiro tópico falaremos da lembrança do rei em relação ao ato de lealdade de Mardoqueu. O rei perdeu o sono naquela noite, pediu que lessem as crônicas e descobriu o ato heroico de Mardoqueu, que havia sido esquecido. Ao ouvir as crônicas, imediatamente o rei consultou os seus servos, para saber se haviam honrado Mardoqueu por aquele ato de lealdade ao rei e eles disseram que nada havia sido feito. 

Na sequência, veremos que Hamã foi chamado para exaltar Mardoqueu. O rei perguntou a Hamã, que tipo de honra deveria ser dada ao homem de cuja honra o rei se agrada. Em sua presunção e autoconfiança, Hamã concluiu que o rei só poderia está falando dele, e sugeriu que fossem honrarias especiais pelas ruas ao tal homem. Para surpresa dele, o rei mandou que fizessem como ele sugeriu a Mardoqueu. 

Por último falaremos da síndrome de imperador que havia no coração de Hamã. Imaginando que seria ele o homem a ser honrado pelo rei, ele sugeriu que vestisse as vestes reais no tal homem, montasse-no no cavalo real e saíssem pelas ruas declarando que assim se faz ao homem, de cuja honra o rei se agrada. Ao saber que o honrado seria Mardoqueu e não ele, Hamã foi para casa e chegou arrasado, por ter que honrar publicamente o seu maior inimigo. Para piorar, ouviu da esposa e dos amigos que aquilo era o prenúncio da sua derrota humilhante. 


Lição 12: O banquete de Ester: denúncia e livramento


Nesta penúltima lição, veremos o desfecho final do plano elaborado pela rainha Ester para salvar o seu povo. Vimos na lição passada, que as condições se inverteram e se tornaram favoráveis a Mardoqueu e Ester. 

Falaremos do banquete de Ester e da denúncia que ela fez ao rei. Ester fez um segundo banquete e convidou o rei Assuero e Hamã. Quando estavam à mesa, o rei perguntou a Ester qual era a sua petição, pois aguardava o seu pedido, desde o primeiro banquete. O fato de Ester ter se arriscado, comparecendo à sala do trono em um dia que não era permitido, e ter feito suspense no primeiro banquete para revelar o seu pedido, levou o rei a suspeitar de que havia algo grave acontecendo. 

Na sequência falaremos da fúria do rei contra a injustiça. Ao ser indagada sobre quem teria feito isso, Ester denunciou todo o plano maligno para eliminar o povo judeu. Ester revelou ao rei os detalhes do plano que exterminaria ela e o seu povo impiedosamente. Até então, ninguém sabia que Ester era uma judia. Ester revelou ao rei que era Hamã o protagonista deste plano. O rei ficou furioso e levantou-se imediatamente do banquete. Hamã lançou-se aos pés de Ester para pedir misericórdia e a sua situação se agravou, pois o rei interpretou que estaria desonrando a rainha em público. Deus providenciou o grande livramento para o povo judeu e a situação se inverteu totalmente contra Hamã. 

Por último falaremos do grande livramento concedido ao povo judeu. Os ventos mudaram e aqueles que se curvavam diante de Hamã, contaram ao rei que ele havia feito a força, para induzir o rei a enforcá-lo. Ao saber disso, imediatamente, o rei ordenou que Hamã fosse enforcado nela. Em ambientes de poder, precisamos ter cuidado, porque as peças mudam de lugar e os interesses também. 


Lição 13: Ester, a portadora das Boas-Novas


Nesta última lição veremos que o drama do povo judeu chegou ao fim e a rainha Ester agiu como propagador de boas novas ao seu povo. O seu pai adotivo, Mardoqueu, que havia pouco tempo estava condenado à morte, agora era honrado por todo o Império. 

Inicialmente, falaremos do pedido de defesa aos judeus, que foi atendido pelo rei Assuero. Humildemente, Ester suplicou ao rei que revogasse o decreto feito por influência de Hamã. Havia, no entanto, um obstáculo, pois o rei não poderia simplesmente revogar um decreto assinado por ele mesmo, para não causar insegurança jurídica. Assuero, então, emitiu outro decreto que permitia ao povo judeu o direito de ses defender perante os seus inimigos. No dia previsto para a matança dos judeus, aconteceu o contrário: eles se vingaram dos seus inimigos. 

Na sequência, falaremos das boas notícias que a rainha Ester escreveu ao seu povo. Primeiro, Mardoqueu escreveu cartas aos judeus em todas as províncias relatando os fatos e instituindo a festa de Purim, como um feriado nacional, para comemorar o livramento. Depois, a própria Ester escreveu uma carta dirigida ao seu povo, confirmando a instituição dessa festa. Agora, o rei sabia que Mardoqueu era o pai adotivo de Ester e deu-lhe o anel e o posto de Hamã no reino. 

Por último, veremos que a mulher é chamada por Deus para ser relevante neste mundo. Ester foi uma mulher que se notabilizou primeiro por sua obediência a Mardoqueu. Depois, pela sua humildade, prudência, equilíbrio e honra ao rei. Deus não apoia a famigerada guerra dos se os promovida pelo feminismo. Homem e mulher foram criados por Deus com as suas diferenças para serem parceiros e não competidores. Tanto na Bíblia, como na história da Igreja, diversas mulheres exerceram papéis importantes na Obra de Deus sem, no entanto, desonrar a liderança concedida por Deus ao homem. 


Conclusão


Rute e Ester viveram em épocas e situações muito diferentes. Enquanto uma era pobre viúva, não israelita, que passou por muitas dificuldades e pobreza, a outra era uma belíssima moça judia, que apesar de ser órfã e viver em terra estranha, tornou-se rainha. Ambas experimentaram e foram protagonistas da provisão de Deus em tempos de crise e esboçaram as mesmas virtudes. A história destas duas servas de Deus tem muito a ensinar à nossa geração, que tem sido influenciada pelo movimento feminista, com a idéia de empoderamento feminino e disputas entre homens e mulheres. 


Bons estudos!


Ev. WELIANO PIRES

29 junho 2024

O ESTADO FINAL DE TODOS OS SANTOS

(Comentário do 3º tópico da Lição 13: A Cidade Celestial)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos do estado final de todos os santos. Veremos o que todo cristão deve esperar, tendo consciência de que somos peregrinos e forasteiros aqui. Na sequência, veremos que nesta Cidade serão reunidas as pessoas da Igreja e de Israel, formando um só povo, em plena unidade. Finalmente, falaremos da nossa chegada ao nosso lar eterno, onde não haverá mais morte, tristeza nem dor. 


1. O que todo crente salvo deve esperar? Conforme estudamos na Lição 03 deste trimestre, o Céu é o alvo de todo cristão. Na lição passada também falamos da bendita esperança do Cristão, que é a vinda do Senhor. Nós não fomos salvos por Jesus para prosperar aqui neste mundo, ou para transformar este planeta em um lugar melhor para se viver, como ensinam, respectivamente, a Teologia da prosperidade e a Teologia da Missão Integral. 


Nós cremos que Deus pode curar enfermos e pode conceder riquezas a quem Ele quiser. Mas Jesus não veio a este mundo para isso. Ele se fez homem e ofereceu-se em sacrifício a Deus, para nos resgatar do pecado e nos livrar da condenação eterna. Em seus ensinos, Jesus deixou muito claro que o Seu Reino não é deste mundo. Ele prometeu que iria preparar lugar para os seus discípulos e voltaria para os levar para junto dele (Jo 14.1-3). Em várias ocasiões, Jesus disse aos seus discípulos que o mundo iria odiá-los, persegui-los e até matá-los por causa dele. 


Diante destas promessas do Senhor Jesus, todo crente salvo deve ter a consciência de que aqui não é a sua pátria. Vivemos aqui como estrangeiros e peregrinos, caminhando em direção à nossa Pátria Celestial. Os  heróis da fé do Antigo Testamento esperavam uma cidade celestial, que seria construída pelo próprio Deus, mesmo não tendo ainda a revelação de como seria isso. O escritor da Epístola aos Hebreus deixou isso muito claro, quando falou da fé de Abraão, que habitou em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa: “Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” 


Os crentes da Igreja Primitiva tinham esta esperança mais clara ainda, pois receberam a revelação do próprio Senhor Jesus, de que Ele iria para o Pai, mas em breve voltaria para buscá-los. De posse desta promessa, eles viviam na expectativa de que o Senhor iria voltar a qualquer momento, durante a vida deles. Eles não se prendiam a nada neste mundo e enfrentaram, corajosamente, as mais terríveis perseguições, torturas e mortes, por causa do Evangelho, pois a esperança deles estava posta na eternidade. 


2. Viveremos todos em unidade. Na visão que João teve da Nova Jerusalém, ele viu doze portas com os nomes das doze tribos de Israel. Viu também o muro da cidade, com doze fundamentos, contendo os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21.12-14). Esta visão mostra-nos claramente a unidade de todos os salvos de todas as épocas, tanto da Antiga Aliança, quanto da Nova Aliança. Em Cristo, não haverá judeu ou gentio, todos seremos um só povo (Gl 3.28). 


Aqui neste mundo há vários tipos de conflitos e segregações: judeus e samaritanos, israelenses e palestinos, ricos e pobres, brancos e negros, esquerda e direita, sulistas e nordestinos, católicos e protestantes, arminianos e calvinistas, reformados e pentecostais, etc. Em todos os segmentos das relações humanas há estas divisões e até mesmo no meio da Igreja há separações. Entretanto, aqueles que chegarem ao Céu serão um só povo e terão um único Pastor que é Jesus Cristo. 


3. Finalmente em casa. Aqui temos uma conclusão de tudo o que estudamos não apenas nesta lição, mas em todas as lições deste trimestre, que é o fim da carreira que nos está proposta. Esta carreira se iniciou com o novo nascimento, passou pela escolha da porta estreita e o caminho apertado. Passamos pelas tentações e enfrentamos inimigos ferozes, que são o diabo, a carne e o mundo. Usamos as nossas armas espirituais, desenvolvemos a consciência de santidade e mantivemos firmes a nossa esperança. 


No arrebatamento da Igreja, seremos levados ao Céu por Jesus e passaremos pelo Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro. No final da Grande Tribulação, desceremos com Cristo e reinaremos com Ele por mil anos, no período chamado de Milênio. Após o Milênio e o Juízo Final, finalmente entraremos na Nova Jerusalém, que é o nosso eterno lar. Ali não haverá mais mortes, pecado, angústia, tristeza, nem dor. Será o estado final de todos os santos,de todas as épocas. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 696, 2469.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 146-147. 


28 junho 2024

O ETERNO E PERFEITO ESTADO

(Comentário do 2º tópico da Lição 13: A Cidade Celestial)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos do eterno e perfeito estado. Veremos que, à luz da doutrina bíblica, este estado é descrito como um lugar belo, de santidade e perfeição. Na sequência, falaremos do estado eterno, à luz do livro do Apocalipse, que é descrito por meio de símbolos, como o rio da vida, a árvore da vida, a ausência de males e a presença de Deus. 


1. O estado perfeito à luz da doutrina bíblica. Desde a entrada do pecado no mundo, há um propósito de Deus de restaurar a comunhão do homem com Deus. Por ocasião do advento do pecado, o homem se afastou de Deus, pois Ele é absolutamente santo e não pode conviver com o pecado. Entretanto, devido ao Seu infinito amor, Deus elaborou o plano de salvação para resgatar a humanidade caída e restabelecer a comunhão plena com Deus. 


Na ocasião do arrebatamento da Igreja, seremos glorificados, ou seja, receberemos um corpo glorificado não mais sujeitos ao envelhecimento, às doenças, ao pecado e à morte. É importante esclarecer que não seremos como Adão e Eva eram no Jardim do Éden, como muitos pensam. Seremos semelhantes ao último Adão, que é Cristo. Adão e Eva, embora vivessem em um estado de pureza e comunhão com Deus, antes do pecado, eles ainda estavam sujeitos a pecar, como infelizmente aconteceu. Mas para os salvos, não haverá mais a possibilidade de pecar, pois estaremos livres da presença do pecado. 


No Milênio, haverá uma renovação desta terra. Entretanto, não devemos confundir o Milênio, que será nesta terra, com a eternidade, como fazem as Testemunhas de Jeová, que dizem que a eternidade será um Paraíso nesta terra. A Bíblia deixa claro que haverá Novo Céu e Nova Terra nos quais habita a Justiça (2 Pe 3.13; Ap 21.1-3). Toda a maldade que hoje impera no mundo será extinta e ali não haverá mais morte, tristeza nem dor, como veremos no próximo subtópico. 


2. O estado perfeito à luz de Apocalipse 22.1-5. Nos capítulos 21 e 22 do Apocalipse, o apóstolo João descreveu a visão que ele teve da Nova Jerusalém. Nos primeiros versículos do capítulo 22, João citou quatro coisas que ele viu nesta cidade, que nos ajudam a entender um pouco mais sobre o estado perfeito dos salvos, embora não seja ainda a plenitude, pois ainda não temos condições de compreender como será glorioso este estado eterno, pois o nosso entendimento é limitado.

a. O Rio da Água da Vida. João viu um rio que brotava do trono de Deus e do Cordeiro. Na Bíblia, a água simboliza vida, pureza e refrigério. No Salmo 46, o salmista falou das águas dos oceanos, que em sua braveza, podem causar destruições. Ele disse que, se isto acontecer, “há um rio, cujas correntes alegram a Cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo” (Sl 46.4). As águas deste mundo representam ameaças e destruições. Mas as águas da Nova Jerusalém representam vida, pureza e tranquilidade. 

O profeta Ezequiel teve uma visão de um grande volume de águas, que fluíam dos umbrais do templo e correram até se tornar um ribeiro de águas profundas, que só era possível atravessá-lo nadando (Ez 47.1-12). Estas águas descritas no capítulo 47 de Ezequiel são uma referência ao reavivamento da região do Mar Morto, que acontecerá no período do Milênio. Não são ainda as águas do Rio da Vida, mas trarão restauração e reavivamento a uma região onde não existe vida, como o deserto do Mar Morto. 

O Senhor Jesus, em sua conversa com a mulher samaritana, também usou a figura da água viva, para se referir à vida eterna (Jo 4.10). Em outra ocasião, Ele usou a metáfora de um rio de águas que correm em nosso interior, para se referir ao Espírito Santo, que faz morada em nós e produz o novo nascimento (Jo 7.37-39). Portanto, o Rio da Água da vida indica que ali haverá vida abundante que brota de Deus, que é o doador da vida. 

b. A árvore da vida. A árvore da vida estava presente no Jardim do Éden. Após o pecado do primeiro casal, Deus os expulsou do Jardim e colocou Querubins para guardar o Jardim e impedir que o homem comesse de seu fruto e vivesse eternamente (Gn 3.22-24). Na Nova Jerusalém, João viu no meio da praça, a árvore da vida, com os seus doze frutos e as suas folhas que dão saúde. Estes doze frutos representam a plenitude das bênçãos de Deus e as suas folhas são vitaminas para a saúde perfeita. Ali, não haverá nenhum tipo de dor ou enfermidade. 

c. Ausência total de males. João observou também que ali estava o trono de Deus e do Cordeiro e, portanto, não havia nenhum tipo de maldição. No capítulo 21, ele ouviu uma grande voz do Céu dizendo que ali não haverá mais morte, pranto, clamor, nem dor, pois as primeiras coisas já serão passadas. Todos os males e dissabores que passamos nesta vida cessarão aqui. Só isso, já seria motivo suficiente para desejarmos ansiosamente ir para o nosso eterno lar. Mas, o mais importante da Nova Jerusalém é o que veremos a seguir. 

d. A presença de Deus. João viu nesta cidade o trono de Deus e de Cristo, e disse que ali não haverá mais noites e não precisaremos de iluminação, nem mesmo da luz solar, pois o próprio Deus nos iluminará e reinaremos para sempre com Ele. Tudo o que haverá na Nova Jerusalém será glorioso e muito além daquilo que podemos imaginar em nossa condição terrena. Entretanto, nada se compara a vivermos para sempre na presença de Deus e contemplar a Sua Glória como Ele é. Onde Deus habita há alegria indizível e não há nada neste mundo que possa ser comparado a isso. Aleluia! 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 696, 2469.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 146-147. 

27 junho 2024

O PARAÍSO ETERNO

(Comentário do 1º tópico da Lição 13: A Cidade Celestial)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos sobre o Paraíso eterno. Apresentaremos a definição do Paraíso, como a morada de Deus, dos anjos e dos salvos. Falaremos também sobre a cidade eterna, que é a Nova Jerusalém, que surgirá após o Milênio, como a Cidade eterna de Deus. Por último, veremos que o glorioso estado eterno começará somente após o Reino Milenial de Cristo. 


1. O que é o Paraíso? A palavra paraíso é de origem persa e foi transliterada para o grego como paradeisos. Esta palavra foi mencionada por Jesus  (Lc 23.43), Paulo (2 Co 12.4) e João (Ap 2.7). Assim como acontece com as palavras Céu e Inferno, a palavra Paraíso também tem mais de um significado na Bíblia. É o contexto quem vai determinar o seu significado. Há pelo menos quatro paraíso descritos na Bíblia:

a. Jardim do Éden. O termo hebraico “Gan Eden”, traduzido por Jardim do Éden, refere-se a um lugar perfeito, criado por Deus para ser a habitação de Adão e Eva: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.” (Gn 2.8,9). Este lugar é chamado de Paraíso, devido ao estado de felicidade plena e imortalidade em que vivia o primeiro casal, antes de pecarem, desfrutando da presença de Deus todos os dias. 

b. Parte do Sheol/Hades (Lc 16.22). Para os judeus, o Hades se dividia em duas partes: a habitação dos ímpios que ficava embaixo, e a habitação dos justos, que ficava na parte superior, separada por um abismo. Alguns estudiosos não crêem nesta divisão e entendem que este era, na verdade, o Paraíso celeste.

c. Terceiro Céu (Lc 23.43; 2Co 12.4). É a habitação provisória dos justos que aguardam a ressurreição. Fica abaixo do Trono de Deus (Ap 6.9). É para este lugar que vão aqueles que morrerem com Cristo atualmente. 

d. Paraíso eterno (Ap 2.7). Será o destino final dos justos após a ressurreição e glorificação dos seus corpos, quando estarão em seu estado eterno de imortalidade e incorruptibilidade. O Paraíso eterno, portanto, é a somatória de todas as bem-aventuranças prometidas por Deus aos seus servos. 


2. O que é a Cidade Eterna? Na carta à Igreja de Filadélfia, o Senhor Jesus mencionou a Nova Jerusalém, que desce do Céu (Ap 3.12).  Depois, o apóstolo João falou que viu a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido (Ap 21.2). Quando a Bíblia fala da Nova Jerusalém é preciso ter cuidado para não confundi-la com a Jerusalém atual, ou com a Jerusalém do Milênio. A Bíblia faz referência a estas três cidades, que são diferentes:

a. A Jerusalém atual. A cidade de Jerusalém pertencia aos Jebuseus e foi conquistada por Davi, por volta do ano 1000 a.C., por isso, ficou conhecida como "Cidade de Davi". Nos dias de Salomão, ela foi ampliada, com a construção de Palácios e do templo. 

Esta Jerusalém foi totalmente destruída por Nabucodonosor, rei da Babilônia. Depois do cativeiro, no governo do imperador Ciro da Pérsia, a cidade de Jerusalém teve os seus muros reconstruídos por Neemias e o templo por Zorobabel. A cidade foi reconstruída aos poucos, devido às dificuldades financeiras e oposição dos inimigos de Israel. 

A Jerusalém do tempo de Jesus foi completamente destruída pelos romanos no ano 70 d.C. Posteriormente, sobre as ruínas de Jerusalém, o imperador Adriano reconstruiu a cidade em 131 d.C. e deu-lhe o nome de Élia Capitolina. Esta cidade foi conquistada por Israel na Guerra dos seis dias, em 1967 e atualmente é a sede do governo, embora não seja reconhecida pelas nações como capital. A atual Jerusalém também será destruída na Grande Tribulação. 

b. A Jerusalém milenial. Esta cidade será construída no milênio, após a Grande Tribulação, quando o Senhor Jesus estabelecer o seu Reino de mil anos aqui na terra. Esta Jerusalém do milênio será construída no mesmo local da atual Jerusalém, no território de Israel, com algumas alterações nas medidas, no formato e nas portas. 

O profeta Ezequiel viu esta cidade e a descreveu como uma cidade quadrada, cujas medidas de comprimento e largura são iguais: “Estas serão as suas dimensões: o lado norte, de dois mil duzentos e cinquenta metros, o lado sul, de dois mil duzentos e cinquenta metros, o lado leste, de dois mil duzentos e cinquenta metros, e o lado oeste, de dois mil duzentos e cinquenta metros”. (Ez 48.16). Este formato quadrado e com estas medidas não corresponde à cidade de Jerusalém em nenhum período da sua história

c. A Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém descerá do Céu e é a cidade eterna onde os salvos passarão a eternidade. Apesar das semelhanças com a cidade vista por Ezequiel, não se trata da mesma cidade. A Nova Jerusalém vista por João tinha quatro laterais e doze portas, porém tinha o formato de um cubo perfeito, ou seja, as suas medidas de comprimento, largura e altura eram iguais (Ap 21.16). 

Na Cidade que João viu, além dos nomes das doze tribos de Israel nas portas, a cidade tinha também doze fundamentos, com os doze nomes dos apóstolos de Jesus (Ap 21.14). A Nova Jerusalém descerá do Céu, após o juízo final, e estará situada no Novo Céu e Nova Terra. (Ap 21.1,2). 

Esta cidade eterna é um projeto arquitetônico do próprio Deus. Abraão e outros heróis da fé, aguardavam esta cidade, sem a conhecer, pela fé: “Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hb 11.9,10). Lá será o nosso eterno lá. O apóstolo Paulo disse que “a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Fp 3.20). 


3. Quando a eternidade começará? Para responder a esta pergunta, precisamos saber que há várias linhas de interpretação no campo da Escatologia, em relação à vinda de Jesus, à Grande Tribulação e ao Milênio. Não pretendo aqui falar em detalhes sobre este assunto, pois seria um mini curso de Escatologia e não é este o propósito da lição. Vou trazer apenas um resumo das principais linhas de interpretação, para responder à pergunta feita pelo comentarista neste subtópico. Sobre a vinda de Jesus e a Grande Tribulação há três linhas de interpretações:

a. Pré-tribulacionismo. Segundo esta interpretação, a Vinda de Jesus acontecerá antes da Grande Tribulação e terá duas fases: o arrebatamento da Igreja, que será invisível para o mundo, e os salvos serão levados repentinamente a encontrar o Senhor nos ares; e a manifestação de Jesus em glória, quando Ele voltará com a Igreja, para livrar Israel dos exércitos do Anticristo e estabelecer o seu Reino Milenial. 

b. Mesotribulacionismo. Esta corrente teológica ensina que Jesus virá no meio da Grande Tribulação e livrará a Igreja da Tribulação. Não crer em arrebatamento e diz que Jesus virá apenas uma vez. 

c. Pós-tribulacionismo. Ensina que a Igreja passará pela Grande Tribulação e também não crêem em arrebatamento. 


Há ainda os que não acreditam em um período de sete anos de tribulação e dizem que isso é uma referência a todos os sofrimentos, perseguições e tribulações que a Igreja do Senhor sempre atravessou. 


Em relação ao Milênio há também três correntes teológicas:

a. Pré-milenismo.  Crê que Jesus virá antes do Milênio, que será um período literal de mil anos, em que Satanás será preso. Jesus restaurará o universo e reinará sobre a terra, governando-a com Justiça e Paz. 

b. Pós-milenismo. Crê que a vinda de Jesus será após o Milênio. Estes teólogos são otimistas em relação ao mundo atual e ensinam que ele será restaurado antes da vinda de Jesus para reinar. Segundo esta corrente, o Milênio não precisa, necessariamente, ser um período literal de mil anos e pode ser um longo período do avanço do Evangelho.  

c. Amilenismo. O termo amilinenista significa literalmente “não milenista”. Mas não significa que eles não acreditam no Milênio. Eles crêem que Cristo está governando o mundo atualmente e Satanás está preso, no sentido de que ele não consegue impedir o avanço do Evangelho. O Milênio para eles seria uma simbologia para se referir à eternidade no Céu e não um reino milenar de Cristo neste mundo. 


A Assembleia de Deus adota a linha pré-tribulacionista e pré-milenista. Portanto, entendemos que a eternidade começa após o Milênio e após o Juízo Final, quando os ímpios serão lançados no Lago de fogo (Ap 20.11-15) e surgirá o Novo Céu e a Nova Terra onde os salvos viverão eternamente (Ap 21). 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 696, 2469.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 146-147. 

TRIBUTO AO AMADO PRESBÍTERO ISAÍAS SOARES DA SILVA

“Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor...