28 outubro 2020

Lição 5: O lamento de Jó

 


Data: 01 de Novembro de 2020.

TEXTO ÁUREO:
“Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água” (Jó 3.24).

VERDADE PRÁTICA:
“O sofrimento pode nos levar a situação de extrema angústia, mas não devemos perder a esperança no agir de Deus.”

HINOS SUGERIDOS: 256, 271 e 578 da Harpa Cristã.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 3.1-26.

1 — Depois disto, abriu Jó a boca e amaldiçoou o seu dia.
2 — E Jó, falando, disse:
3 — Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!
4 — Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz!
5 — Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; negros vapores do dia o espantem!
6 — A escuridão tome aquela noite, e não se goze entre os dias do ano, e não entre no número dos meses!
7 — Ah! Que solitária seja aquela noite e suave música não entre nela!
8 — Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para fazer correr o seu pranto.
9 — Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pestanas dos olhos da alva!
10 — Porquanto não fechou as portas do ventre, nem escondeu dos meus olhos a canseira.
11 — Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre, não expirei?
12 — Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse?
13 — Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e, então, haveria repouso para mim,
14 — com os reis e conselheiros da terra que para si edificavam casas nos lugares assolados,
15 — ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata;
16 — ou, como aborto oculto, não existiria; como os crianças que nunca viram o luz.
17 — Ali, os maus cessam de perturbar; e, ali, repousam os cansados.
18 — Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do exator.
19 — Ali, está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor.
20 — Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo,
21 — que esperam o morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos;
22 — que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?
23 — Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?
24 — Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.
25 — Porque o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu.
26 — Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.

COMENTÁRIO

RELEMBRANDO A LIÇÃO ANTERIOR

Estudamos na lição passada, O DRAMA DE JÓ, com os seguintes pontos: 
  • A tragédia de natureza econômica: Jó foi atingido tanto na esfera comercial quanto na esfera do campo;
  • A tragédia de natureza familiar: Jó perdeu dez filhos em um só dia e, para piorar, a sua esposa o aconselhou a abandonar a fé em Deus e morrer;
  • A tragédia de natureza física e psicológica: Além de perder bens e familiares, a tragédia atingiu a saúde física e mental de Jó.

NESTA LIÇÃO ESTUDAREMOS: O LAMENTO DE JÓ

Veremos nesta lição os seguintes pontos: 

  • O início da parte poética do Livro de Jó, que começa no capítulo 3 e vai até ao capítulo 42 e versículo 6. 
  • No auge do seu sofrimento, Jó exprime de forma poética um profundo lamento, extravasando os seus sentimentos;
  • Jó, em profunda angústia, desejou a morte como uma forma de escapar dos sofrimentos terríveis a que foi submetido. Porém, jamais falou em suicídio, ou tentou fazê-lo. Ele desejou que Deus, o autor da vida tivesse evitado o seu nascimento.
  • A lição nos apresenta três perguntas do lamento de Jó: Por que nasci? Por que não nasci morto? Por que continuo vivo? 
  • O lamento de Jó representa as pessoas que estão em situações de desespero e  não veem nenhuma saída.

I. PRIMEIRO LAMENTO DE JÓ: POR QUE NASCI? (3.1-10)

Este primeiro lamento de Jó revela o seu desejo de esquecer o dia em que ele nasceu. Embora esta pergunta não esteja registrada diretamente no lamento de Jó, analisando as suas palavras é possível perceber que foi isso que ele quis dizer. 
1. “Por que nasci?”. Jó não blasfemou contra Deus, conforme o inimigo sugeriu que ele faria. Também não atribuiu a Deus nenhuma falta. Mas, no auge do seu desespero, de forma poética, Jó amaldiçoou o dia do seu nascimento, questionando a razão de haver nascido, para sofrer tanto. O profeta Jeremias também, diante de intenso sofrimento, amaldiçoou o dia do seu nascimento. (Jr 20.14-18).
Em nossos dias também há muitas pessoas que diante do sofrimento desejariam nem tem nascido. Mas, é importante lembrarmos que Deus é o dono da vida. Cabe a ele decidir quem nasce. É por isso que somos radicalmente contra o aborto.
2. Que em lugar da memória viesse o esquecimento. Jó desejou que em vez de celebração pelo dia do seu nascimento, deveria haver esquecimento. Ele usa o estilo literário da poesia, para extravasar os seus sentimentos de profunda angústia. Os sentimentos de Jó, expressos neste lamento, mostram que ele estava em profunda depressão. É natural, em uma situação dessa, a pessoa perder a auto estima e perder a vontade de de viver. 
3. Que em vez da ordem viesse o caos. Jó utiliza a figura do tenebroso animal marinho, chamado leviatã, para expressar o momento terrível em que estava vivendo. É como se alguém despertasse este terrível animal e fosse por ele perseguido.
Em sua poesia, Jó deseja que Deus não tivesse feito aquele dia, pois, dessa forma, ele não teria nascido para sofrer tanto. 
O comentarista chama a atenção para o Novo Testamento, que nos mostra que nos momentos de angústia e aflição, devemos colocar os nossos lamentos perante o Senhor aos pés da cruz. Ele cita o caso de Maria, irmã de Lázaro, que disse a Jesus que “se Ele estivesse lá, o seu irmão teria morrido.” (Jo 11.32). Mas, é interessante lembrar que Jó não tinha esta compreensão e esperava em Deus somente nesta vida. O apóstolo Paulo disse que “se esperarmos em Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (1 Co 15.19). 

II. SEGUNDO LAMENTO DE JÓ: POR QUE NÃO NASCI MORTO? (3.11-19)

Neste segundo lamento, Jó revela o seu desejo de ter sido abortado. Ele questiona porque os joelhos a parteira e os peitos que o amamentaram não falharam. A partir do versículo 11, Jó deixa de amaldiçoar e passa a reclamar. 
1. Descansando em paz. Diante de tantos sofrimentos e perdas, Jó desejou ter nascido morto, pois, teria sido poupado de tanto sofrimento. Os sofrimentos, muitas vezes nos impedem de raciocinar. Jó vivera muitos momentos bons e de felicidade, antes deste momento dramático em que estava vivendo. Ele foi feliz e fez muita gente feliz. Mas, o sofrimento o fez esquecer de tudo isso e desejar nem ter nascido. 
Embora Jó ainda não tivesse conhecimento da ressurreição dos mortos, ele tinha a concepção de que a morte seria um descanso para o seu imenso sofrimento. Muitas pessoas hoje, diante do sofrimento, também pensam a mesma coisa: É melhor morrer do que continuar sofrendo. Mas, é importante lembrar que a morte só é melhor se a pessoa que está sofrendo morrer com Cristo. Mesmo sofrendo muito, se a pessoa morrer sem Cristo, a sua situação será infinitamente pior. É importante lembrar que ninguém será salvo por causa do sofrimento. 
2. Livre de tribulações. Quanto mais aumenta o sofrimento de Jó, mais ele continua com o seu argumento de que se não existisse, seria melhor. A palavra hebraica traduzida por “natimorto”, ou “aborto oculto”, é “nephel” e refere-se a um aborto espontâneo e não um aborto provocado. Em momento algum, Jó defende a prática do aborto como forma de evitar o sofrimento. Ele desejou que Deus, como dono da vida, tivesse evitado que ele viesse ao mundo.
3. Uma realidade para o cristão. Ao contrário do que dizem os pregadores da teologia da prosperidade, o Novo Testamento nos ensina que nesta vida o cristão passa por muitas tribulações, aflições, perseguições e até morte por amor a Cristo. (João 16.33; Filipenses 4.11,12; 1 Timóteo 3.8,9). 

III. TERCEIRO LAMENTO DE JÓ: POR QUE CONTINUO VIVO? (3.20-26)

1. Vale a pena viver? No versículo 20, Jó pergunta "Por que se dá ao miserável e vida aos amargurados de ânimo?". A palavra hebraica "anel" refere-se a alguém atribulado pela miséria, a ponto de não conseguir realizar as suas atividades. Com isso, Jó estava dizendo que a sua vida se tornou insuportável. 
A vida é um dom de Deus. Cabe única e exclusivamente a Ele, decidir o dia de nascer e de morrer. Por isso, somos contra o aborto e a eutanásia. Não podemos aceitar a ideia de que a vida de quem sofre ou dos miseráveis deve ser interrompida. Deus está no controle de tudo e Ele sabe se momento certo de colocar fim em nossa casa existência terrena. 
2. Sem o favor de Deus? Jó pergunta também, "por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto e quem Deus o encobriu?". A palavra hebraica traduzida por caminho é "dereke" e refere-se ao caminho da sabedoria de Deus, que conduz à vida. Por isso, Jó não entendia o fato de Deus ter escolhido para ele o sofrimento. Ainda hoje, muitas pessoas fazem este questionamento: por que um Deus que é bom e ama o ser humano, permite o sofrimento?
3. Um caminho de sabedoria e maturidade. Nem sempre iremos compreender as ações de Deus e as suas razões. Mas, devemos confiar total e incondicionalmente nele. A fé é exatamente isso, a confiança inabalável em Deus, sabendo que Ele é fiel e sabe o que faz. 

CONCLUSÃO

Lamentar e chorar, diante do sofrimento não é falta de fé. Até Jesus chorou e ficou profundamente angustiado. Muitas pessoas tentam abafar o lamento, para não parecerem fracas diante das  adversidades. Mas, isso não faz bem ao corpo, nem à alma. 
Jó era um homem íntegro, justo, temente a Deus e que se desviava do mal. Mesmo assim, diante do sofrimento terrível que passou, ele fez um profundo e sincero lamento e Deus não o recriminou. Entretanto, em seu lamento, Jó não blasfemou e não tentou o suicídio. Ele desejou que Deus tivesse evitado que ele nascesse. Elias também, diante da perseguição implacável de Jezabel, desejou a morte. Mas, neste momento Deus o confortou.
Se você está sofrendo, clame ao Senhor. Busque o consolo de Deus que Ele nos ama e nos ampara nos momentos difíceis. Confiemos nele, pois, Ele sabe o que faz. 

Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP. 

REFERÊNCIAS
Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.
CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico
Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.34).


26 outubro 2020

Características de uma Igreja cristã

"De sorte que foram batizados os que receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas; e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos."  
(Atos 2.41-43).

A Igreja Primitiva deve ser o nosso modelo de Igreja genuinamente Cristã. Isto, porque ela foi fundada por Jesus Cristo e dirigida pelo Espírito Santo, através dos apóstolos de Cristo, que por três anos andaram com Cristo pessoalmente, recebendo as suas instruções e vendo o que Ele fazia. O texto bíblico acima nos mostra algumas características de uma Igreja genuinamente cristã: 

1) O ingresso dos seus membros é feito mediante o recebimento de bom grado da Palavra, testificado através do Batismo em águas. (V.41). 

Em uma Igreja Cristã, só é considerado parte dela, quem creu, foi discipulado e foi batizado. Batismo sem o recebimento da Palavra é apenas um ritual religioso vazio.

2) Uma Igreja Cristã está fundamentada na Doutrina dos Apóstolos.
Nenhuma Igreja atual está autorizada a criar novas doutrinas, liberar aquilo que a Bíblia condena ou condenar aquilo que a Bíblia não condena. Os concílios, convenções e tradições eclesiásticos não podem se sobrepor à Doutrina dos Apóstolos.

3) Uma Igreja Cristã tem "Comunhão".
A palavra grega traduzida por comunhão neste texto é "Koinonia". Significa muito mais do que simplesmente não viver brigando. Comunhão aqui é viver unido em qualquer circunstância, a ponto de repartir os seus bens, para que não haja necessitados na Igreja. Será que estamos vivendo assim? Ou valorizamos apenas os ricos da Igreja?

3) Um Igreja Cristã parte o pão juntos.
O partir do pão aqui tem dois sentidos: a Ceia do Senhor e a refeição que eles chamavam de ágape. Era uma refeição, onde os discípulos se reuniam e comiam juntos, ricos e pobres. Em Corinto, eles deturparam o objetivo desta refeição e Paulo os repreendeu severamente. (I Coríntios 11.17-22).

4) Uma Igreja Cristã vive em constante oração.
A Igreja deve ser dirigida por Deus e, por isso, deve sempre comunicar-se com Ele em oração, para tomar as suas decisões. Além disso, o diabo e o mundo querem nos destruir. Precisamos orar para sermos fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. (Efésios 6.10).

5) Em uma Igreja Cristã há temor a Deus.
Temer a Deus não é ter medo dele. É obedecer-lhe e ter profunda reverência pelas coisas de Deus. Isso está cada vez mais raro em nossos dias.

6) Em uma Igreja Cristã acontecem sinais e maravilhas.
O Espírito Santo, através dos apóstolos, fazia milagres extraordinários. O seu poder não mudou e jamais mudará. Se nós, de fato formos uma Igreja Cristã, o Senhor se manifestará em nosso meio e continuará salvando, curando, batizando no Espírito Santo e operando maravilhas. 

Voltemos ao Evangelho, meus irmãos! Cada um de nós em particular e a nossa congregação coletivamente, devemos voltar aos princípios da Igreja Cristã do primeiro século. Deus não mudou e continuará operando da mesma forma que operou outrora. Eles alcançaram o mundo conhecido da sua época com a Mensagem do Evangelho, tendo pouquíssimos recursos e sob intensa perseguição dos Judeus e do Império Romano. E nós, o que temos feito? Somos uma Igreja, genuinamente Cristã? 

Pense nisso.

Pb. Weliano Pires 
Igreja Evangélica Assembléia de Deus 
Ministério do Belém 
São Carlos - SP


24 outubro 2020

TEM FOGO AÍ, IRMÃO?



"...Os pastores, os chamados ministros de louvor e, principalmente, os super-pregadores ou cantores-ídolos se valem do recurso de fazer perguntas à platéia ou elogiá-la, a fim de cativá-la. Mandam as pessoas fazerem isso e aquilo, como se os irmãos fossem marionetes ou títeres. Concordo que uma e outra pergunta sejam até cabíveis em uma reunião. Também não estou propondo o engessamento da liturgia. Mas, o que temos visto hoje ultrapassa a todos os limites da tolerância.

Como as futilidades têm tomado conta de muitas reuniões tidas como cultos a Deus! Você já percebeu como tudo é de fogo? Varão de fogo, Sapato de fogo, Canela de fogo, Língua de fogo...

E essas efemeridades são usadas em tom de brincadeira, desviando os servos e Deus das verdades bíblicocêntricas. Daí, surgirem perguntas esdrúxulas como estas: “Tem fogo aí, irmão?”, “Tem fogo na galeria?”, “Tem fogo aqui no altar?”, etc.

Ora, eu já preguei sobre o fogo do Espírito várias vezes. Não há nenhum problema nisso, pois, o fogo é símbolo do Espírito Santo (1 Ts 5.19, ARA), assim como o vento (Jo 3.8), a água (Jo 7.37-39), etc. Entretanto, o que vemos em muitos cultos é um outro fogo, estranho, o fogo da carnalidade, da chocarrice, da falta de temor a Deus.

Em muitos lugares, se Deus mandasse fogo mesmo, consumiria a todos, haja vista as brincadeiras que têm feito em reuniões, em que o nome dEle é pronunciado sem nenhuma reverência. “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria…” (SL 111.10). “Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus…” (Ec 5.1)."


(Trecho do Livro “Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar” do Pr. Ciro Sanches Zibordi)

Eu li e recomendo a leitura deste livro.

23 outubro 2020

Estudo da lição 04: O Drama de Jó

Culto de ensino bíblico com o Presbítero Weliano Pires e família. Estudamos a Lição 04 da nossa Escola Bíblica Dominical, com o tema: O drama de Jó. 

Estudamos nesta lição as tragédias que sobrevieram ao patriarca Jó: 

1. A tragédia de natureza econômica: Jó foi atingido tanto na esfera comercial quanto na esfera do campo;

2. A tragédia de natureza familiar: Jó perdeu dez filhos em um só dia e, para piorar, a sua esposa o aconselhou a abandonar a fé em Deus e morrer;

3. A tragédia de natureza física e psicológica: Além de perder bens e familiares, a tragédia atingiu a saúde física e mental de Jó.

Com esta lição aprendemos que o cristão não está imune aos sofrimentos e às perdas de qualquer natureza nesta vida. Deus nunca prometeu ausência de sofrimentos nesta vida. Jesus disse que "no mundo teríamos aflições" (Jo 16.33). Mas, Ele prometeu-nos a sua companhia (Mt 28.20). 

Jó, mesmo sendo fiel a Deus, perdeu o seu patrimônio, a sua família e foi submetido aos mais dolorosos sofrimentos físicos e psicológicos. Mas, ele manteve a sua integridade e fidelidade a Deus. Que possamos seguir o seu exemplo e nos mantermos fiéis a Deus em qualquer circunstância da nossa vida.


22 outubro 2020

Critérios equivocados de se avaliar uma religião

"Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?'
Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal!." (Mateus 7.21-23)

Não é fácil saber se um movimento religioso é de Deus ou não. Há muita imitação, manipulação e charlatanismo nesse meio. É preciso oração, discernimento e conhecimento bíblico, para não ser enganado. 

As pessoas costumam usar alguns critérios para avaliar as religiões, que são equivocados: 

1. O CRITÉRIO DE GAMALIEL
Gamaliel foi um sábio fariseu, que foi professor de Saulo. Em uma das perseguições dos judeus aos apóstolos, nos primeiros dias da Igreja, Gamaliel deu o seguinte parecer: 
“Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus.” (Atos 5.38, 39).
Segundo Gamaliel, todo movimento que permanece “é porque pertence a Deus.” Mas, isto não é verdade. Há muitos movimentos religiosos milenares, que não tem nada de Deus.

2. O CRITÉRIO DO SOBRENATURAL
Para algumas pessoas, se acontecer alguma coisa sobrenatural ou inexplicável, é sinal de que uma religião é de Deus. Mas, isto não é verdade, pois, o diabo também realiza coisas sobrenaturais e se transfigura em anjo de luz. (Veja Apocalipse 13.13; Mateus 7.22).

3. O CRITÉRIO DA ANTIGUIDADE 
Há religiões que se vangloriam da sua antiguidade e, por isso, a sua religião deve ser considerada verdadeira. Mas, o pecado é tão antigo quanto o homem. A idolatria, o homossexualismo, o assassinato, etc. são milenares. 

4. O CRITÉRIO DA ACEITAÇÃO POPULAR
Não é porque há muitos adeptos, que Deus aprova uma religião. O caminho do Céu é estreito e são poucos que o encontram. Em contrapartida, o caminho da perdição é largo e são muitos que entram por ele

5. O CRITÉRIO DAS MANIFESTAÇÕES ANGELICAIS. 
É preciso ter muito cuidado com manifestações angelicais, pois, há os anjos caídos e satanás se transfigura em anjo de luz. "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema." (Gálatas 1.9) 

6. O CRITÉRIO DA PROSPERIDADE FINANCEIRA. Segundo este critério, se há prosperidade financeira é porque Deus está com eles. Este critério também é falso, pois, entre as pessoas mais ricas do mundo, que eu saiba, não há nenhum evangélico. Há muitas seitas como Espiritismo, Mórmons, Islamismo, Budismo, etc. que tem muitos adeptos que são muito ricos.

7. O CRITÉRIO DAS BOAS OBRAS
O cristão deve praticar boas obras. Mas, as boas obras por si não salvam ninguém. Há muitas religiões que tem muitas práticas louváveis de solidariedade, filantropia, etc. Mas, em contrapartida, pregam os maiores absurdos teológicos, levando milhões de pessoas à perdição.

CONCLUSÃO

O único critério verdadeiro para avaliar se um movimento religioso é de Deus ou não é pela Palavra de Deus. Se as doutrinas e práticas de uma religião estão amparadas na Bíblia, ela é de Deus. Se não estiver, deve ser rejeitada.

“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias.” (Martinho Lutero) 

Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP

21 outubro 2020

JESUS x Teólogos da prosperidade

Jesus disse:

"Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão para que sejais tentados e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." (Apocalipse 2.10)

Os teólogos da prosperidade dizem:

"A fidelidade atrai prosperidade. Quem obedece a Deus prospera financeiramente neste mundo."

Jesus disse:

"Tenho vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo: Eu venci o mundo." (João 16.33)

Os teólogos da prosperidade dizem:

"Pare de sofrer. Você é cabeça e não cauda. Você nasceu para vencer [aqui neste mundo]. Você estará no palco e os seus inimigos na platéia lhe aplaudindo."

Jesus disse:

'Ide pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado." (Marcos 16.15,16).

Os teólogos da prosperidade dizem:

"Profetizem a prosperidade para o povo. Façam 'atos proféticos' e tomem posse de tudo o que é de vocês [neste mundo]."

(Weliano Pires)

20 outubro 2020

Lição 4: O drama de Jó

Créditos da foto: Sermão Online (sermao.com.br)

Data: 25 de Outubro de 2020

TEXTO ÁUREO:

“E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 2.21).

VERDADE PRÁTICA:

“A despeito das grandes provações que se abatem em nossa vida, à luz do exemplo de Jó, devemos permanecer fiéis ao Senhor.”

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 1.13-22; 2.6-8.

Jó 1

13 — E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito,

14 — que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;

15 — e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.

16 — Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.

17 — Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.

18 — Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,

19 — eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.

20 — Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,

21 — e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.

22 — Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Jó 2

6 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida.

7 — Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto do cabeça.

8 — E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.

HINOS SUGERIDOS: 153, 342 e 440 da Harpa Cristã.

COMENTÁRIO

RELEMBRANDO A LIÇÃO ANTERIOR

Vimos na lição passada:

  • A existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual, criado e dotado de personalidade;
  • Satanás não é autoexistente e as suas ações não são autônomas. Ele não é soberano e não conhece o futuro;
  • As obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação;
  • O “ocaso” ou a derrota do Diabo. A partir do capítulo 3 do Livro de Jó, Satanás não é mais mencionado. O Livro mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó. 


RESUMO DA LIÇÃO 04:

  • A tragédia de natureza econômica: Jó foi atingido tanto na esfera comercial quanto na esfera do campo;
  • A tragédia de natureza familiar: Jó perdeu dez filhos em um só dia e, para piorar, a sua esposa o aconselhou a abandonar a fé em Deus e morrer;
  • A tragédia de natureza física e psicológica: Além de perder bens e familiares, a tragédia atingiu a saúde física e mental de Jó.

I. TRAGÉDIA DE NATUREZA ECONÔMICA

Jó era considerado “o maior de todos do Oriente”, conforme vimos nas lições anteriores. Neste tópico, o comentarista apresenta as dimensões do patrimônio econômico de Jó e como Satanás o destruiu impiedosamente. 

1. O sucesso na esfera comercial. O Livro de Jó é considerado o mais antigo da Bíblia. Portanto, ao ler este livro e outros da Bíblia, precisamos levar em consideração o contexto da época, para entender. Jó possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. No período patriarcal, época em que Jó viveu, a lã das ovelhas era muito usada na produção de tecidos. Os camelos, bois e jumentos eram usados no transporte de carga e de pessoas. Sendo assim, com esta quantidade de animais, podemos concluir que Jó era um grande empreendedor, que pode ser comparado aos grandes empresários da atualidade. 

2. O sucesso na esfera do campo. A economia daquela época era movimentada, na sua maior parte, pela agricultura e pecuária. Com esta quantidade de animais e com muitos empregados, Jó era um grande empreendedor da agropecuária, para os padrões da época. Hoje, com o agronegócio, o patrimônio de Jó parece pequeno. Mas, é preciso ler o texto com a visão daquela época. Para ter tantos animais e tanta gente a seu serviço, Jó necessitava de uma grande extensão de terra.

3. O ataque do Diabo na esfera comercial. O inimigo atingiu em um único dia, todas as fontes de renda de Jó. Através de um fogo que caiu do céu, as ovelhas foram queimadas; os bois e jumentas foram levadas pelos sabeus; e os camelos foram levados pelos caldeus. Sendo assim, de repente, todo o patrimônio de Jó na área comercial estava destruído: a produção de lã e o transporte de cargas e pessoas se tornara impossível, sem os animais e os empregados. 

4. O ataque do Diabo na esfera do campo. Com a destruição dos animais e dos empregados, a produção agropecuária de Jó  também foi inviabilizada. A falência econômica de Jó foi generalizada. Mas, mesmo assim, ele manteve a sua fidelidade a Deus. É preciso ter muito equilíbrio e fé em Deus para não sucumbir em uma situação dessa.

O comentarista faz uma ponderação neste ponto. O inimigo pode ser o responsável pela destruição do patrimônio de alguém, como foi o caso de Jó. Mas, não podemos atribuir todo tipo de problemas econômicos a ele. Existem crises econômicas globais e nacionais, que afetam a economia como um todo, ou apenas alguns setores. Há também os casos de má administração dos negócios. Tem pessoas que não sabem a administrar as suas finanças e, quando quebram, colocam a culpa no Diabo ou em Deus.

II. TRAGÉDIA DE NATUREZA FAMILIAR

Além de perder todo o seu patrimônio de forma rápida e inesperada, Jó também perdeu também a sua família. 

1. Filhos. Num único momento, todos os dez filhos de Jó foram mortos, em um desastre aparentemente natural. Estavam todos reunidos em um banquete, na casa do filho primogênito, quando de repente, veio um vento e derrubou a casa sobre eles e os matou, sobrando apenas um dos servos, para dar a notícia a Jó. (Jó 1.18.19). Se é uma tragédia para um pai sepultar um filho, imagine sepultar dez filhos de uma vez!  

2. Esposa. Em um momento de tragédia, o que se espera é receber o apoio emocional de familiares e amigos. Entretanto, o que Jó recebeu da sua esposa foi a sugestão infame para amaldiçoar a Deus e morrer. (Jó 2.9). 

Alguns tentam minimizar esta frase da mulher de Jó, insinuando que ela estaria sendo irônica, dizendo que Jó estava envolvido demais com a sua fé, enquanto as tragédias se abatiam ao seu redor e que ele deveria deixar de lutar e morrer em paz. 

Outros ainda dizem que ela estaria, na verdade, pedindo para Jó aceitar a morte com naturalidade. Mas, não é isso que o texto diz. 

Entretanto, a resposta enérgica de Jó mostra claramente, que ela estava pedindo para Jó blasfemar contra Deus e morrer. A reação da mulher de Jó às tragédias é a mesma dos adeptos da teologia da prosperidade, que acreditam que aqueles que servem a Deus não podem sofrer. 

3. O fato. O comentarista compara os ventos fortes que destruíram a família de Jó com os ventos que destroem as famílias da atualidade, através do divórcio, drogas, degradação familiar, etc. É verdade, que estas coisas vem destruindo as famílias, porém, os ventos que destruíram a família de Jó foi algo sobrenatural, permitido por Deus, para mostrar a fidelidade dele ao inimigo. Conforme vimos na lição 2, Jó era um um homem piedoso e dedicado à família.

III. TRAGÉDIA DE NATUREZA FÍSICA E PSICOLÓGICA

Após as perdas do patrimônio e da família, abateu-se sobre Jó uma tragédia que atingiu-lhe a saúde física e psicológica. 

1. O Diabo toca na saúde de Jó. Mesmo após destruir todo o patrimônio e a família de Jó, o inimigo viu o seu plano de fazê-lo blasfemar contra Deus, fracassar. Mas, ele não desistiu e insistiu na sua acusação inicial, de que Jó servia a Deus por interesse. Então, sugeriu a Deus, que se fosse permitido tocar na saúde de Jó, ele blasfemaria. Deus permitiu, advertindo-o de que apenas a vida deveria ser poupada. 

2. Saúde física. O texto de Jó 2.6,7 registra que "Satanás feriu a Jó com uma chaga maligna, desde a cabeça até a planta do pé". Eram feridas terríveis, acompanhadas de pus, que provocavam coceiras por todo o corpo, e fizeram Jó usar um caco de telha de barro para se coçar. 

O local para onde Jó foi, o monte de cinzas, também era deplorável. Segundo estudiosos, tratava-se de um depósito de lixo, onde doentes mentais e pessoas rejeitadas pela sociedade pediam esmolas aos que passavam. Havia também nesse local, cães e aves de rapina que disputavam comida. 

3. Saúde mental. Evidentemente, diante de tantas perdas, traumas e sofrimentos, a saúde mental de Jó também foi abalada. Qualquer pessoa, por muito menos, desenvolveria um estado de depressão profunda, síndrome do pânico e outras doenças psicológicas. No capítulo 3, ele faz um profundo lamento, amaldiçoando o dia do seu nascimento.

CONCLUSÃO

Com esta lição aprendemos que o cristão não está imune aos sofrimentos e às perdas de qualquer natureza nesta vida. Deus nunca prometeu ausência de sofrimentos nesta vida. Jesus disse que "no mundo teríamos aflições" (Jo 16.33). Mas, Ele prometeu-nos a sua companhia (MT 28.20). 

Jó, mesmo sendo fiel a Deus, perdeu o seu patrimônio, a sua família e foi submetido aos mais dolorosos sofrimentos físicos e psicológicos. Mas, ele manteve a sua integridade e fidelidade a Deus. Que possamos seguir o seu exemplo e nos mantermos fiéis a Deus em qualquer circunstância da nossa vida. 


Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP. 


REFERÊNCIAS:

Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.30 
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.10.
ANDRADE, Claudionor de. Jó: O problema do sofrimento do justo e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.85.


16 outubro 2020

Lição 3: Jó e a realidade de Satanás

    

Culto de ensino bíblico com o presbítero Weliano Pires e família.
Estudamos a lição 03, do 4º trimestre de 2020, cujo tema é: Jó e a realidade de Satanás.
Nesta lição vimos a existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual criado e dotado de personalidade, mas, que não é auto existente e as suas ações não são autônomas. Satanás não é soberano e não conhece o futuro.
No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação. Porém, o Diabo não saiu vencedor nesta luta. O Livro de Jó mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó.

13 outubro 2020

Lição 3: Jó e a realidade de Satanás




Data: 18 de Outubro de 2020

TEXTO ÁUREO:


“E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6).


VERDADE PRÁTICA:


“Segundo as Escrituras, Satanás é um ser real, portador de personalidade e só o venceremos com as armas espirituais.”


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Jó 1.6-12; 2.4,5.

 

Jó 1

6 — E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.

7 — Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.

8 — E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.

9 — Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a Deus debalde?

10 — Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra.

11 — Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face!

12 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.


Jó 2

4 — Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.

5 — Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face!


HINOS SUGERIDOS: 212, 224 e 225 da Harpa Cristã.


RECORDANDO A LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada estudamos:


  • Os aspectos do caráter irretocável de Jó: Jó era um homem íntegro, reto, temente a Deus e desviava-se do mal. Vimos o que significa cada uma destas virtudes.

  • A sabedoria e a prosperidade de Jó. Jó era um conselheiro sábio. Mas, a sua sabedoria consistia no “ser” e não no “ter”, apesar dele ser muito rico. Jó era não apenas rico, ele era também próspero. 

  • A vida piedosa de Jó. Jó era um homem que tinha um elevado padrão moral e uma vida dedicada à família e consagrada a Deus. 


Introdução à Lição 3


Estudaremos nesta lição, a existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual, criado e dotado de personalidade, mas, que não é autoexistente. As suas ações não são autônomas. Satanás não é soberano e não conhece o futuro. 

No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação. Porém, o Diabo não saiu vencedor nesta luta. O Livro de Jó mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó.


I. O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS


A palavra Satanás significa “adversário”. Segundo o teólogo Myer Pearlman, essa palavra descreve a intenção persistente do Diabo em obstruir os propósitos de Deus. No grego, foi usada a palavra “diabolos”, que significa “acusador”.


1. Um ser espiritual. O Livro de Jó nos traz muitas informações sobre a natureza de Satanás. A expressão “filhos de Deus” usada no versículo 6 do capítulo 1, refere-se aos anjos e diz que “Satanás veio também, entre eles.” Os anjos são seres espirituais, assexuados, criados por Deus, antes da criação do seres humanos. O Livro de Ezequiel capítulo 28, versículos 14 e 15, referindo-se a Satanás, antes da sua queda diz que ele “querubim ungido” perfeito em seus caminhos e que estava rodeado de pedras preciosas, até ao dia em que se achou iniquidade nele. O profeta Isaías, no capítulo 14, a partir do versículo 12 também fala de Satanás antes da queda e porque ele caiu. O  texto diz que ele quis ser semelhante ao Altíssimo e construir a sua morada acima das estrelas. Mas, foi expulso do céu. Então, Satanás é um ser angelical da classe dos querubins, que pecou e foi expulso do Céu. 


2. Um ser criado. Como todos os anjos, Satanás é um ser criado por Deus. Os anjos são seres poderosos, mas, não são autoexistentes, não possuem autonomia e não devem ser adorados. Infelizmente, no meio pentecostal e neopentecostal há pessoas que valorizam os anjos mais do que ao próprio Jesus. Se falamos que Jesus está conosco, a reação de alguns crentes é normal. Mas, quando alguém diz que tem um anjo na congregação, tem gente que falta ser arrebatado.

Satanás como ser criado não pode lutar contra Deus, como se fosse igual a Ele. Há pessoas que pregam um dualismo entre o bem e o mal, como se houvesse uma luta entre dois reinos. Ora, Deus é soberano e tem o controle de tudo. O inimigo só pode agir até onde Deus permitir.


3. Um ser dotado de personalidade. Para ser considerado pessoa é preciso que haja três características: sentimento, vontade e intelecto. Satanás possui estas três e, por isso, ele é um ser espiritual dotado de personalidade. Ele possui conhecimento e capacidade de argumentar. Além disso, ele é perspicaz e ardiloso, com grande capacidade para enganar e iludir os incautos. Não devemos temer ao Diabo, mas, não podemos brincar com ele. 


II. O LIVRO DE JÓ E AS OBRAS DE SATANÁS


1. Dor e sofrimento. No prólogo do Livro de Jó, podemos ver que Satanás é capaz de provocar dor e sofrimento no ser humano, sem nenhuma razão, única e exclusivamente, para atingir os seus intentos malignos. (Jó 1.12; 2.6). Ele destruiu impiedosamente, o patrimônio, os filhos e a saúde de Jó, causando-lhe profunda dor emocional e física. 

As maldades que acontecem no mundo tem origem nele. Jesus disse que ele foi homicida desde o princípio e que é mentiroso e pai da mentira. (Jo 8.44). O apóstolo Pedro disse que “o diabo anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.” (1 Pe 5.8).


2. Acusar. Como mostramos no tópico 1, Satanás é o adversário. Mas, além de ser adversário e causador de grandes desgraças e sofrimentos, ele é também o acusador dos santos. Ele acusou a Jó diante de Deus de praticar uma religiosidade interesseira (Jó 1.10,11); Acusou o sumo sacerdote Josué (Zc 31); Quis cirandar com Pedro (Lc 10.31,32); e em Ap 12.10 a Bíblia mostra o Diabo acusando os santos de dia e de noite.  


3. Tentar. Outro  aspecto da ação do Diabo é tentar os servos de Deus. É preciso destacar que há uma diferença entre tentação e provação. A tentação é a ação do inimigo para fazer com que as pessoas pequem. Tiago diz que Deus não pode ser tentado e a ninguém tenta. (Tg 1.13). A provação, por sua vez, é quando Deus permite que passemos por algum sofrimento ou dificuldade para nos ensinar algo, para nos fazer crescer espiritualmente e nos aproximar dele. 

Nós estamos sendo constantemente observados pelo Diabo e seus anjos. Por isso, ele sabe das nossas fragilidades e nos tenta exatamente onde somos fracos. Por isso, precisamos vigiar e nos fortalecer no Senhor e na força do Seu poder. (Ef. 6.10)


III. O LIVRO DE JÓ E O OCASO DE SATANÁS


1. Queda e ruína de Satanás. Literalmente, a palavra ocaso refere-se ao pôr do sol, ou ao momento do dia em que o sol não mais aparece no horizonte. Em sentido figurado, o ocaso é a decadência, perda de poder e de influência de alguém. 

O Diabo tentou levar Jó a blasfemar contra Deus. Para isso, causou-lhe os mais dolorosos sofrimentos. Mas, ele não conseguiu o seu intento. O seu plano maligno falhou e a partir do capítulo três de Jó até o final do livro, ele não é mais citado. Não devemos subestimar a ação do Diabo, mas, também não devemos superestimá-lo e colocá-lo como protagonista, pois, maior é Aquele que está em nós. 


2. Jó e o testemunho de Deus. O Livro de Jó tem início com a fidelidade de Jó. Depois, retrata todas agruras que ele sofreu. Mas, termina com a sua vitória avassaladora. Deus deu testemunho da fidelidade de Jó, tanto antes da sua aflição, quando disse ao inimigo que Jó era sincero reto, temente a Deus e se desviava do mal (Jó 1.8; 2.6); quanto no final da sua aflição, quando Deus deu testemunho de Jó aos seus amigos (Jó 42.7,8).

Em todos os momentos, Deus estava com Jó, embora não falasse. Deus trabalha também no silêncio. Ele não promete nos livrar de todas as aflições, mas, promete estar conosco em todos os momentos.


CONCLUSÃO


Não podemos ignorar ou subestimar a realidade das forças do mal no mundo espiritual (Ef 6.10-20). O Diabo e os seus demônios existem e tem grande fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta. Ele anda em derredor, bramando como leão buscando a quem possa tragar. Jesus nos alertou para vigiarmos, pois, o espírito está pronto mas, a carne é fraca. Até Jesus foi tentado pelo inimigo.

Por outro lado, não podemos superestimar o poder de Satanás, achando que ele tem um poder equivalente ao de Deus. Deus é criador, soberano, onipotente, eterno, onipresente e autoexistente. O Diabo é criatura, limitado  e não pode fazer o que quiser. Ele só pode agir até onde Deus permite. 


Pb. Weliano Pires

Igreja Evangélica Assembléia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos -SP.


REFERÊNCIAS: 

REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020. Comentarista: Pr. José Gonçalves. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020.Comentarista: Pr. José Gonçalves. 

BÍBLIA SAGRADA. Versão Almeida Revista e Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil: Barueri, 2009.

CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014. pp.27-28



A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...