08 abril 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 02: A ESCOLHA ENTRE A PORTA ESTREITA E A PORTA LARGA


Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada, fizemos uma introdução ao tema do trimestre, falando sobre o ponto de largada da jornada do cristão neste mundo.

Vimos o significado da nossa caminhada com Cristo, compreendendo o caminho da vida natural neste mundo e o caminho com Cristo. Em nossa caminhada com Cristo, teremos lutas e dificuldades, mas nunca estaremos sozinhos, pois temos três companheiros: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Na sequência, falamos do Novo Nascimento, que é condição indispensável para entrar no Reino de Deus (Jo 3.3-5). Vimos que todo ser humano, sem exceção, precisa nascer de novo, pois todos nascemos pecadores. Entretanto, a religiosidade humana não é capaz de fazer alguém nascer de novo. É um processo miraculoso realizado pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus.

Por último, falamos do Novo Testamento e a caminhada de fé do cristão. Falamos do conceito do Novo Testamento e do seu processo de formação na vida da Igreja. Depois falamos do tema principal do Novo Testamento, que é Jesus Cristo, e da importância do Novo Testamento para a caminhada do cristão.

LIÇÃO 02: A ESCOLHA ENTRE A PORTA ESTREITA E A PORTA LARGA

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos a analogia da porta estreita e da porta larga, usada por Jesus no Sermão do Monte, para se referir, respectivamente, à vida com Cristo e à vida segundo o curso deste mundo. Jesus apresentou duas opções para o ser humano escolher: a porta estreita, que conduz à vida eterna, mas que tem muitas dificuldades e exige renúncias; e a porta larga conduz à perdição e não tem exigências. Deus não escolhe por nós, como dizem os calvinistas. Ele coloca as opções diante do ser humano e recomenda a escolha correta, mas cabe a cada um escolher.


No primeiro tópico falaremos sobre os dois tipos de porta e caminho: o estreito e apertado, e o largo e espaçoso. Veremos que a porta estreita e o caminho apertado ilustram a maneira de viver do cristão, que vai na contramão deste mundo. A porta larga e o caminho apertado, por sua vez, apontam para uma vida sem compromisso com Deus, que tem a aprovação deste mundo.

No segundo tópico, veremos por que é difícil entrar pela porta estreita. A porta está aberta a todos que quiserem entrar, mas tem muitas dificuldades e se torna difícil, principalmente por causa da natureza pecaminosa do ser humano. Entretanto, esta porta conduz-nos à Vida eterna. Por outro lado, a ponta larga oferece facilidades e oportunidades de prazer neste mundo, mas conduz os que por ela entrarem, à perdição eterna. 

No terceiro tópico, veremos três condições para entrar pela porta e pelo caminho estreito, com base na pregação de João Batista. A primeira delas é o arrependimento dos pecados, que não consiste em uma questão emocional, mas na disposição para mudar de idéia em relação ao pecado e abandoná-lo. A segunda condição é a confissão de pecados, pois aquele que não reconhece a sua condição de pecador, jamais entenderá que necessita de um Salvador. A terceira condição é produzir frutos de arrependimento. No registro de Lucas sobre a pregação de João Batista, ele registra exemplos destes frutos: misericórdia, honestidade e respeito às autoridades e às leis.


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 37, 2º Trimestre de 2024.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus — Atos. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61.
Dicionário Bíblico Baker. 1ª. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.400.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1576

06 abril 2024

O NOVO TESTAMENTO E A CAMINHADA DE FÉ DO CRISTÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 01: O início da caminhada) 

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos do Novo Testamento e a caminhada de fé do cristão. Falaremos do conceito do Novo Testamento e do seu processo de formação na vida da Igreja. Depois falaremos do tema principal do Novo Testamento, que é Jesus Cristo, e da importância do Novo Testamento para a caminhada do cristão. 


1. O Novo Testamento. A Bíblia inteira é a Palavra de Deus, pois foi totalmente inspirada pelo Espírito Santo. Não há, portanto, nenhuma parte dela que não seja inspirada por Deus, ou uma parte mais inspirada do que outras. A isso chamamos de inspiração verbal e plenária das Escrituras. Verbal, porque cada palavra foi inspirada por Deus, e plenária, porque a totalidade das Escrituras foi inspirada por Deus. 


A Bíblia Sagrada foi escrita em um período de aproximadamente 1.600 anos, por cerca de quarenta escritores diferentes, que viveram em épocas e regiões diferentes e a maioria não se conheceu. Ela é composta de sessenta e seis livros e se divide em partes principais: o Antigo Testamento, com 39 livros e o Novo Testamento, com 27 livros. Entre estes dois volumes há um espaço de quatrocentos anos, que é chamado de período interbíblico. 


O Antigo Testamento é uma espécie de introdução ao Plano de Salvação de Deus. Esta primeira parte da Bíblia nos fornece as bases para entendermos o Novo Testamento. Mostra também o governo de Deus, os seus princípios morais, a pecaminosidade humana e a incapacidade de salvação através da lei. As figuras, tipos e profecias do Antigo Testamento apontam para Cristo, o único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade. 


Os Livros do Antigo Testamento estão organizados por assuntos e não por ordem cronológica: Livros da Lei (Pentateuco), Livros históricos, Livros poéticos e Livros proféticos. Estes últimos, se dividem em profetas maiores e profetas menores. O conteúdo da Bíblia hebraica é o mesmo do nosso Antigo Testamento, porém a ordem, a quantidade e os nomes dos livros são diferentes, pois a nossa Bíblia segue a ordem da versão grega Septuaginta (LXX). 


Nos tempos do ministério terreno de Jesus e início da Igreja Primitiva, o Novo Testamento ainda não havia sido escrito. As Escrituras que eles usavam era o Antigo Testamento. Foi um processo gradual, que foi sendo escrito, conforme as revelações e a inspiração do Espírito Santo. O Novo Testamento representa o cumprimento e a explicação do Antigo Testamento. Muitas coisas que eram incompreensíveis no antigo pacto se tornam claras no Novo Testamento. Os tipos, figuras alegorias e profecias se tornam claras com o registro do Novo Testamento. 


Os livros do Novo Testamento, assim como os do Antigo Testamento, também não estão classificados na ordem em que foram escritos, nem na ordem em que os fatos aconteceram. Foram classificados por assuntos, divididos em quatro grupos: Evangelho, História da Igreja, Epístolas e Revelação. 


2. O tema principal do Novo Testamento. O tema principal de toda a Bíblia é o Senhor Jesus Cristo, pois, o objetivo principal da Bíblia é nos revelar Jesus Cristo, o Filho de Deus, como o único que pode nos salvar da condenação eterna. O próprio Jesus disse; “...São elas [as Escrituras] que de mim testificam.” (Jo 5.39). O Antigo Testamento não trata exclusivamente de Jesus, mas todo o seu conteúdo aponta para Ele, seja de forma alegórica, tipológica ou profética. 


O Antigo Testamento inicia-se com a revelação de como Deus criou todas as coisas, inclusive o ser humano. Depois, relata a queda do ser humano. A partir daí, Deus coloca em prática o plano que Ele tinha antes da fundação do mundo, de salvar o homem. Temos os relatos de como Deus formou a nação de Israel, a partir da chamada de Abrão, a Lei de Deus para esta nação e como eles deveriam se comportar na terra prometida, sendo o povo escolhido de Deus. Todo o restante do Antigo Testamento conta as histórias desta nação, as poesias e as profecias relacionadas ao futuro desta nação e à vinda do Messias, o salvador do mundo. 


No Novo Testamento, Jesus Cristo é o personagem principal e tudo gira em torno da sua pessoa, da sua mensagem e da promessa da sua segunda vinda. As Bíblias mais antigas continham a seguinte descrição do Novo Testamento: O Novo Testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. De fato, esta porção da Bíblia é exatamente isso. Nos seus 27 livros temos a história do ministério terreno de Jesus, contada pelos apóstolos Mateus e João, e por Marcos e Lucas, respectivamente, cooperadores dos apóstolos Pedro e Paulo. Depois temos a história do Início da Igreja Cristã, relatada por Lucas. Temos as doutrinas cristãs, que foram reveladas por Jesus aos seus apóstolos. Por último, as revelações das coisas futuras, reveladas por Jesus ao apóstolo João. 


3. A importância do Novo Testamento na caminhada do cristão. O Antigo Testamento não pode ser deixado de lado pelo cristão, pois ele é parte das Escrituras Sagradas e nos ajuda a compreender o Novo Testamento. Não há como saber que Deus criou todas as coisas, de onde viemos, a Queda da raça humana e a necessidade de salvação, sem o Antigo Testamento. Mas, é preciso entendermos que o Antigo Testamento teve o seu cumprimento no Novo Testamento. As promessas, leis, sacrifícios, rituais, etc. não são para a Igreja e sim, para o povo de Israel naquela época. 


Como disse o comentarista, é no Novo Testamento que o cristão deve começar a sua jornada de fé. Se o cristão se prender no Antigo Testamento e não o interpretar em seu devido contexto, fatalmente se tornará um judaizante e anulará o sacrifício de Cristo. O Novo Testamento contém 27 livros canônicos, que são chamados pelos próprios apóstolos de Escrituras e de Palavra do Espírito Santo, que foram divinamente inspiradas. (1 Co 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Vejamos abaixo, um pequeno resumo do conteúdo do Novo Testamento. 


Os quatro primeiros livros: Mateus, Marcos, Lucas e João são chamados de Evangelhos e registram o ministério terreno do Senhor Jesus. Encontramos nesses livros, a genealogia de Jesus Cristo, os registros do anúncio do nascimento de Jesus pelo Anjo Gabriel, as circunstâncias do nascimento de Jesus, os seus discursos, os milagres, a sua prisão, morte, ressurreição e ascensão ao Céu. Os livros de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de "Evangelhos Sinóticos" devido à semelhança dos relatos. Já o Evangelho segundo João, destoa um pouco, pois dá ênfase ao ministério de Jesus na vida adulta e aponta para a sua divindade.  


O livro de Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, o 'médico amado', historiador, companheiro de ministério do apóstolo Paulo, relata os últimos momentos de Jesus com os seus discípulos, após a sua ressurreição e a sua ascensão ao Céu. Em seguida, relata o início da história da Igreja Primitiva, com a descida do Espírito Santo. Nos 12 capítulos iniciais, temos o protagonismo de Pedro e João, como principais líderes da Igreja. No capítulo 9 temos a conversão de Saulo de Tarso, e a partir do capítulo 13, a ênfase recai sobre ele e o trabalho missionário de Paulo e Barnabé, terminando com a sua prisão de Paulo no templo, em Jerusalém.


As Epístolas foram livros escritos pelos apóstolos a Igrejas específicas, outras à Igreja em geral e algumas foram escritas a uma pessoa em particular. Nas Epístolas temos a sistematização das doutrinas cristãs para a Igreja em todas as épocas. Entre as Epístolas temos três tipos:

1. Epístolas Paulinas. São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon. 

2. Epístolas Gerais. São as Epístolas escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham destinatário específico. Neste grupo estão: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. 


Por último, temos o livro do Apocalipse, que traz as revelações de Jesus ao apóstolo João, quando este se encontrava exilado na Ilha de Patmos. O livro contém o prefácio de João e a aparição de Jesus ressuscitado ao velho apóstolo. Depois, contém sete cartas de Jesus aos líderes de sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Sardes, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia. Depois, uma série de revelações sobre os juízos de Deus sobre a humanidade na Grande Tribulação, as visões do Milênio, a Nova Jerusalém, o Juízo Final e a eternidade. 


REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1847. 

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1995.

TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento: Entendendo o mundo do Primeiro Século. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.24,25. 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 22-23.    


05 abril 2024

O NOVO NASCIMENTO

(Comentário do 2º tópico da Lição 01: O início da caminhada) 

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos do Novo Nascimento, que é condição indispensável para entrar no Reino de Deus (Jo 3.3-5). Todo ser humano, sem exceção, precisa nascer de novo, mas, a religiosidade humana não é capaz de fazer alguém nascer de novo. É um processo miraculoso realizado pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus. Por último, falaremos do processo do novo nascimento. 


1. Por que precisamos do Novo Nascimento? Ao iniciar o diálogo com Jesus, Nicodemos reconheceu que Ele era um rabino (mestre) vindo de Deus, por causa dos milagres que Ele fazia. Como resposta, Nicodemos ouviu de Jesus a afirmação de que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus. Nicodemos interpretou a expressão “nascer de novo” literalmente e indagou como poderia o homem nascer sendo adulto. 


Conforme explicou o comentarista, a palavra grega traduzida por “homem”, usada por Nicodemos em João 3.4, é ánthrōpos, que significa o gênero humano em sua totalidade e não apenas uma pessoa do sexo masculino. Isto significa que todo ser humano, sem exceção, precisa nascer de novo, porque todos pecaram, conforme escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 3.23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. 


Se todos pecaram, logo todos precisam nascer de novo. Esta doutrina é chamada de universalidade do pecado. Quando Adão pecou, a natureza humana foi corrompida pelo pecado e, portanto, todo ser humano nasce pecador e precisa ser regenerado. Os católicos, no intuito de divinizar Maria, dizem que ela foi concebida sem pecado, mas isso contraria o ensino bíblico, que diz que não há ninguém que tenha nascido sem pecado (Ec 7.20; Rm 3.10-12,23). O único que nasceu e viveu neste mundo sem pecado foi Jesus. 


2. A religião não faz nascer de novo. Nicodemos, cujo nome grego significa “conquistador do povo”, aparece na Bíblia somente no Evangelho segundo João, em três ocasiões. Na primeira vez, Nicodemos aparece em um diálogo com Jesus, em João 3.1-21, que é o assunto desta lição. Depois, em João 7.50-52, ele aparece em uma discussão com os fariseus sobre Jesus, na qual, ele deu um parecer favorável a Jesus, quando os seus pares mandaram prendê-lo, e foi chamado de ignorante. Por último, em João 19.39-40, no sepultamento de Jesus, ele aparece auxiliando José de Arimatéia. 


A Bíblia não informa nada sobre a origem de Nicodemos. Em João 3.1, diz que, havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus”. Por estas informações, concluímos que ele era membro do partido dos fariseus e era membro do Sinédrio. O termo grego usado para se referir à sua posição entre os judeus é archon, que significa governador ou príncipe. Algumas versões o traduzem como “líder dos judeus”. Este termo era usado para se referir aos membros do Sinédrio. 


Os fariseus eram um grupo religioso de Israel, que surgiu provavelmente no período que antecedeu a guerra dos macabeus, com o objetivo de resistir e fazer oposição aos costumes helenísticos. Este nome apareceu pela primeira vez durante a época do governo de João Hircano, que governou a Judéia entre 135 e 105 a.C. O próprio João Hircano, que era sumo sacerdote, era também um fariseu. Mas, depois passou para o partido dos saduceus. 


A palavra “fariseu” tem origem incerta. O sentido mais provável é “separado”. Eles eram muito rigorosos na observância não apenas da Lei escrita, mas também da tradição oral. Além dos mandamentos da Lei de Moisés, os fariseus criaram muitas regras preventivas, para “evitar que as pessoas pecassem”. O apóstolo Paulo, antes da sua conversão fazia parte deste grupo. 


O Sinédrio, do qual Nicodemos também era membro, era a suprema corte judaica, formada por sacerdotes anciãos e escribas. Os anciãos que faziam parte do Sinédrio eram líderes comunitários muito respeitados, que eram indicados para representar os israelitas na corte, ao lado dos escribas e sacerdotes. Eram semelhantes ao corpo de jurados que acontece hoje nos tribunais. Porém, naquela época os membros do Sinédrio não eram qualquer pessoa, escolhida aleatoriamente como acontece atualmente nos tribunais. Precisavam ser pessoas idôneas, notáveis e respeitadas na sociedade. 


Sendo Nicodemos um rabino, membro do partido dos fariseus e membro do Sinédrio, era um homem importante da nobreza de Jerusalém, que conhecia profundamente a religião judaica e a praticava. Entretanto, a sua religião não foi capaz de trazer aquilo que ele precisava, que era o novo nascimento. 


A religião é importante para o ser humano, pois há questões existenciais que a ciência não consegue responder. Ela também pode formar bons cidadãos, ensinando bons princípios e valores. Mas é incapaz de reconciliar o homem com Deus. Há um pensamento equivocado de que todas as religiões são boas e que todos os caminhos levam a Deus. Isto não é verdade, pois, há religiões que são malignas, escravizam o ser humano e o afastam de Deus. O único caminho que conduz o ser humano a Deus é Jesus Cristo (Jo 14.6). Não há salvação para a humanidade fora de Jesus (At 4.12). 


3. O Novo Nascimento e seu processo. O novo nascimento é fundamental na doutrina da salvação. Sem ele, disse Jesus, ninguém pode ver, nem entrar no Reino de Deus (Jo 3.3-5). A expressão grega traduzida por “nascer de novo”, também pode ser traduzida por “nascer de cima” ou seja, nascer do céu. Isto significa que o novo nascimento, ao qual Jesus se referiu, é uma obra miraculosa do Espírito Santo e nenhum ser humano pode consegui-lo, através dos seus próprios esforços e méritos. 


Para explicar a Nicodemos sobre o Novo nascimento, Jesus usou duas figuras: a água e o Espírito. Há interpretações diversas sobre o que seria nascer da água. Alguns acham que seria uma referência às águas do batismo. Mas isso é pouco provável, pois o batismo em águas ainda não havia sido ensinado por Jesus e ele não é condição para a salvação. É apenas uma ordenança, que serve como um testemunho público de que a pessoa nasceu de novo. O batismo não é realizado para salvar a pessoa, é ministrado a quem já é salvo. A água era símbolo da purificação no Antigo Testamento e aqui, evidentemente, é uma referência à Palavra de Deus que nos limpa (Jo 15.3; Ef 5.26). 


Por outro lado, nascer do Espírito é uma referência à degeneração operada pelo Espírito Santo em nosso interior, que transforma a nossa mente para ser conforme a mente de Cristo. O Espírito Santo esteve presente na criação do homem e, de igual modo, se faz presente na recriação do novo homem, que renasce segundo Deus. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, disse: “Se alguém não tem o Espírito de Deus, esse tal não é dele”. (Rm 8.9). Segundo o teólogo Stanley M. Horton, “a regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior.” 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1847. 

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1995.

03 abril 2024

A CAMINHADA COM CRISTO

(Comentário do 1º tópico da Lição 01: O início da caminhada) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da nossa caminhada com Cristo. Veremos os dois caminhos da história da vida humana: o caminho natural e o caminho com Cristo. Em nossa caminhada com Cristo, teremos lutas e dificuldades, mas nunca estaremos sozinhos, pois temos três companheiros: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 


1. Compreendendo os dois caminhos. No diálogo de Jesus com um dos principais rabinos daquela época, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, Jesus deixou claro que existem dois tipos de vida: a vida biológica ou natural, que é comum a todos os seres humanos; e a nova vida com Cristo, que se dá a partir da fé em Cristo e, consequentemente, o novo nascimento. 

a) A vida natural. O que é a vida? Quando ela começa? O dicionário Michaelis da Língua Portuguesa traz vários significados para a palavra vida. Os quatro primeiros que dizem respeito ao nosso assunto aqui são: 

1. Atividade interna substancial por meio da qual atua o ser onde ela existe; estado de atividade imanente dos seres organizados. 

2. Duração das coisas; existência. 

3. União da alma com o corpo.

4. Espaço de tempo compreendido entre o nascimento e a morte do ser humano. 


Paula Gabriella Ribeiro Dorigatti de Alencar, em um artigo denominado "O direito à vida”, publicado no Portal Âmbito jurídico, dá a seguinte definição resumida para vida: 


É o processo pelo qual os seres vivos são com uma parte, ao lapso de tempo entre a concepção e a sua morte, é uma entidade que nasceu e ainda não morreu, e é isto que faz com que este ser esteja vivo." 


Do ponto de vista bíblico, que é o que nos interess, a vida humana é uma dádiva de Deus. Quando Deus criou o homem soprou em suas narinas e deu-lhe a vida. A vida, portanto, é propriedade de Deus e somente Ele tem o direito de tirá-la (Gn 2.7; 1 Sm 2.6). Há muitas discussões filosóficas, jurídicas, religiosas e biológicas sobre o início da vida humana. Alguns acham que o direito à vida deve ser concedido apenas após o nascimento e aos que podem ter uma vida digna. 


O começo da vida se dá na concepção. A Bíblia é clara quanto a isso (Sl 139.16; Jr 1.5). A biologia também mostra que a vida começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Por isso, para o Cristianismo a vida é sagrada e inviolável desde a sua concepção. Rejeitamos, por conseguinte, toda ideologia que atenta contra a vida humana, em qualquer fase. 


Deus criou o ser humano para viver eternamente, mas deixou claro ao primeiro casal que, se comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, certamente morreriam. Eles, no entanto, se deixaram enganar pelo inimigo e desobedeceram a Deus. Por causa disso, a vida humana passou a ser finita. 


A partir da concepção, a vida tem o seu início e passa por várias fases: embrião, feto, nascimento, primeira infância, segunda infância, terceira infância, adolescência, juventude, maturidade e velhice, até chegar ao seu fim, com a extinção da atividade cerebral. Este seria o ciclo natural da vida, mas ela pode ter o seu fim em qualquer uma destas fases, por vários fatores. 


O ser humano é uma tricotomia, formada por espírito, alma e corpo. Os dois primeiros formam a parte imaterial e são imortais. O corpo, que é a parte material, formado por órgãos e tecidos, após a entrada do pecado no mundo, passou a ser mortal. Portanto, adoece, envelhece e morre. Com a morte, acontece a separação entre a parte imaterial e a parte material, que se decompõe.

b) A vida com Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 4.16). Este é considerado o texto áureo da Bíblia, pois resume o plano divino de restauração do ser humano. 


Todos os seres humanos, sem exceção, pecaram e foram afastados da comunhão com Deus (Rm 3.23). Não tinham nenhuma possibilidade de mudar esta condição por si mesmos. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, enviou o Seu Filho Unigênito (Único do gênero), para tornar-se um ser humano e resgatar o ser humano da perdição eterna, mediante o seu sacrifício perfeito. 


A partir do momento em que o ser humano ouve a voz do Espírito Santo e crer em Jesus, inicia-se uma nova vida com Cristo, que é diferente da vida natural. A partir deste momento, o ser humano passa à condição de filho de Deus por adoção. Os seus pecados são perdoados, o seu nome é escrito no livro da vida e ele é gerado de novo, dá água do Espírito, como veremos no próximo tópico. Ao contrário da vida natural, a nova vida com Cristo tem início com o novo nascimento, mas não terá fim com a morte física, pois iremos ressuscitar e teremos um corpo glorificado e imortal. 


2. Os três companheiros da nossa caminhada. Em nossa nova vida com Cristo, temos a companhia incomparável da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Depois que cremos em Cristo e o recebemos como Senhor e Salvador, passamos a ser filhos de Deus, o Pai, e desfrutamos de todos os benefícios desta filiação. Contamos com o seu cuidado, proteção e provisão, e a viver segundo o propósito do Pai. 


Deus, o Filho, é o nosso Mediador e intercessor diante do Pai. Temos o privilégio de falar diretamente com o Pai em Seu Nome e o Pai nos ouve. O Senhor Jesus está à direita do Pai como co-regente e tem o controle de todas as coisas. Ele é o Sumo Sacerdote que foi tentado à nossa maneira, mas nunca pecou. Por isso, Ele conhece as nossas fraquezas e se compadece de nós. 


O Espírito Santo, por sua vez, passa a morar em nosso interior, transforma a nossa natureza e produz o Fruto do Espírito, que se divide em nove virtudes: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Ele também nos auxilia em nossas fraquezas e intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 


A doutrina da Santíssima Trindade é um grande mistério, incompreensível ao intelecto humano, que é limitado. Entretanto é uma doutrina bíblica, que não pode ser negada. A Bíblia nos mostra claramente que Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, mas não são três deuses como ensina o triteísmo. Nem tampouco são uma única pessoa, como ensina o unicismo. Qualquer religião que nega a Doutrina da Trindade não pode ser considerada cristã. 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1847.

TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento: Entendendo o mundo do Primeiro Século. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.24,25

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 60-71.

O direito à vida - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualidade (ambitojuridico.com.br

01 abril 2024

No dia 1° de Abril, bom seria...


Bom seria se fosse mentira:
A injustiça e a desigualdade
A corrupção, o roubo e a ira
A exploração e toda maldade.

Bom seria se fosse verdade:
A fé em Deus, o amor e a ternura
A liberdade, a paz e a equidade
O altruísmo, o respeito e a fartura.

 

Ev. Weliano Pires

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 01: O INÍCIO DA CAMINHADA

 


Ev. WELIANO PIRES

Graças a Deus iniciamos mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. O nosso tema é: A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. (veja a introdução ao trimestre e resumo das lições).O tema deste trimestre gira em torno da jornada do cristão neste mundo, rumo ao seu destino final, que é o Céu.


É um tema de suma importância para vida cristã, foi extraído do texto de Hebreus 12.1, que diz: “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta.”


Neste trimestre, o pastor Osiel Gomes nos apresenta o início e fim da nossa corrida, mas não exclui os obstáculos da nossa trajetória até chegar ao alvo. Nesta primeira lição, teremos uma introdução ao tema do trimestre, falando sobre o ponto de largada da jornada do cristão neste mundo. 


No primeiro tópico, falaremos da nossa caminhada com Cristo, compreendendo o caminho da vida natural neste mundo e o caminho com Cristo. Em nossa caminhada com Cristo, teremos lutas e dificuldades, mas nunca estaremos sozinhos, pois temos três companheiros: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 


No segundo tópico, falaremos do Novo Nascimento, que é condição indispensável para entrar no Reino de Deus (Jo 3.3-5). Todo ser humano, sem exceção, precisa nascer de novo, pois todos nascemos pecadores. Entretanto, a religiosidade humana não é capaz de fazer alguém nascer de novo. É um processo miraculoso realizado pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus. 


No terceiro tópico, falaremos do Novo Testamento e a caminhada de fé do cristão. Falaremos do conceito do Novo Testamento e do seu processo de formação na vida da Igreja. Depois falaremos do tema principal do Novo Testamento, que é Jesus Cristo, e da importância do Novo Testamento para a caminhada do cristão. 


REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1847.

TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento: Entendendo o mundo do Primeiro Século. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.24,25.

O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO: A CARNE

(COMENTÁRIO DO 2º TÓPICO DA LIÇÃO 5 - OS INIMIGOS DO CRISTÃO)   Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, falaremos do segundo inimigo do cristão...