23 março 2022

A EDUCAÇÃO CRISTÃ E A FORMAÇÃO DE LEITORES DA BÍBLIA


(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 13:  A LEITURA DA BÍBLIA E A EDUCAÇÃO CRISTÃ).

Muitos cristãos atualmente reclamam dos conteúdos antibíblicos e, muitas vezes imorais, que são ensinados nas escolas seculares. De fato, as escolas secundárias e as universidades estão cheias de ateus militantes e de professores com ideologias anti cristãs. Isso tem levado muitos dos nossos jovens a se afastar da Igreja e até a se tornarem ateus. Outros não se desviam, mas ficam envergonhados e silenciam as suas dúvidas.  


Alguns evangélicos chegam até a defender que haja ensino religioso nas escolas. Entretanto, em virtude do estado brasileiro ser laico, não seria viável. Mesmo que fosse, teríamos problemas, pois seriam ensinadas outras religiões, como o catolicismo ou religiões africanas e não a Bíblia. 


As seitas compreenderam isso e investem pesado na doutrinação dos seus adeptos, para evitar perdê-los. No Islamismo, as crianças são doutrinadas desde a infância no Al Corão. Aprendem desde cedo a odiar Israel e o Ocidente. A Igreja Católica ensina desde muito cedo o catecismo às crianças. Antigamente ensinavam também nas escolas. O Mormonismo, as Testemunhas de Jeová, o Adventismo e outras seitas também doutrinam os seus adeptos desde os primeiros encontros, nos ensinos das suas organizações. 


Em seu livro VERDADE ABSOLUTA, a escritora cristã americana, Nancy Pearcey escreve: 

Se estiverem prevenidos e armados, os jovens pelo menos terão a chance de lutar quando forem a minoria entre os companheiros de classe ou colegas de trabalho. Educar os jovens a desenvolver uma mente cristã já não é opção; é parte indispensável do equipamento de sobrevivência. 


De fato, os nossos jovens vão para as escolas secundárias e universidades, como soldados desarmados e sem treinamento num campo de batalha. Para piorar, ainda existe a internet, com militantes ateus e desigrejados que combatem, respectivamente, a Bíblia e as Igrejas. As Igrejas evangélicas precisam despertar urgentemente para uma educação cristã eficiente, pois isso é uma questão de sobrevivência, principalmente para os jovens e novos convertidos.  


1- Conceito de Educação. A palavra “educação” deriva do substantivo latino “educatione”. O verbo em latim é “educare”. Este verbo em latim é formado pelo prefixo “e” (sair ou exportar) e “ducare” (conduzir, guiar). Portanto, “educar é conduzir o alguém para fora da ignorância.” No grego usa-se a palavra “paideia” com o sentido de “instrução”. Era uma referência tanto ao modo como à meta da educação na Grécia Antiga. 


Muito se fala atualmente em educação, como sendo a solução para os problemas sociais, como a miséria, os problemas ambientais, de saúde pública, da criminalidade, etc. Entretanto, vemos países com altos índices de alfabetização e conhecimento tecnológico, onde estes problemas não foram solucionados, ou são até piores do que em países, onde há muito analfabetismo. 


Vemos pessoas altamente cultas que são arrogantes, violentas e até praticam crimes. Há alguns anos, um jornalista famoso, que era diretor de um grande jornal, matou a tiros, pelas costas, a sua namorada, que era também jornalista. Há também casos de juízes, médicos, promotores, desembargadores, professores universitários, etc. que cometem crimes e se comportam de forma abominável. Isso nos leva à conclusão de que a educação secular não tem sido capaz de mudar o comportamento destas pessoas. 


2. Conceito de Educação Cristã. A educação cristã, segundo o Dicionário Teológico, o programa pedagógico que, tendo por base a Bíblia Sagrada, visa ao aperfeiçoamento espiritual e moral dos que se declaram cristãos e daqueles que venham a entender o chamado do Evangelho de Cristo”. 


Sendo assim, a educação cristã difere da educação secular tanto na forma como no conteúdo. A educação secular na atualidade visa pura e simplesmente, transformar os educandos em seres produtivos para a sociedade, de forma utilitarista. 


A educação cristã, por sua vez, se fundamenta na revelação divina que é a Palavra de Deus, para conduzir o ser humano a ter relacionamento com o seu Criador e com o seu próximo. Jesus, é o nosso educador por excelência. A maior parte do seu ministério não consistia de curas e milagres, mas de ensino. As pessoas sempre o chamavam de "rabi", palavra aramaica que quer dizer mestre.  Jesus ensinava sempre que surgia oportunidade. Ele ensinava a poucos (Jo 3.3-21), ou a muitos (Mc 6.34); ensinava no Templo (Mc 12.35), nas casas (Mc 2.1,2), ou ao ar livre (Mt 5.1). Seus métodos eram os mais variados. Ele pregava sermões (Mt 5); usava ilustrações (Mt 5.13- 16); ensinava por parábolas (Mt 13.3), ou mesmo realizava um milagre para ensinar (Mt 12.9-13).


2- Objetivos da Educação Cristã. Após a ressurreição, o Jesus deu aos seus discípulos a chamada “Grande Comissão”: "Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20). 

Quando lemos este texto em português, parece que há uma  redundância, com o verbo “ensinar”. Mas são duas palavras gregas que foram traduzidas por ensinar: 

a. "Mathēteuō". Significa fazer discípulos, ou seja os discípulos foram comissionados a levar o ensino de Jesus àqueles que ainda não o seguiam, para que eles também se tornarem discípulos. É o que nós chamamos de evangelização. 

b. “Didaskalos”. Significa "instruir”, no sentido de transmitir aos novos discípulos as instruções que foram passadas pelo Mestre. É o ensino para os convertidos. Este ensino tem vários níveis. Inicia-se com aquilo que nós chamamos de discipulado. Depois temos as instruções na Escola Dominical, nos cultos de ensino e nos cursos teológicos. 

Percebe-se, então, que a tarefa da Igreja neste mundo consiste essencialmente no ensino. Primeiro, ela deve ensinar aos perdidos sobre a situação de perdidos em que se encontram e convidá-los a virem a Cristo (fazer discípulos). Depois que vierem a Cristo, a Igreja deve ensinar tudo o que o Senhor Jesus mandou (Aperfeiçoar os santos). 


O saudoso pastor Antônio Gilberto ensinava que a  Educação Cristã tem pelo menos três objetivos principais:

a. Ganhar alma para Jesus (2 Co 12.15);

b. Desenvolver a espiritualidade e o caráter cristão (G1 5.22); e

c. Treinar o cristão para o serviço do Mestre (2 Tm 2.15).


3- A capacitação dos alunos. Não basta ter bons professores e bons materiais didáticos para que haja aprendizado. É preciso preparar o aluno e qualificá-lo para aprender. Precisamos "ensiná-los a pescar" e não entregar-lhes o peixe frito. Na educação cristã, como já foi dito, o livro texto, ou a base do nosso estudo é a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Nós estudamos sobre ela durante este trimestre. Vimos que a sua origem é divina, que ela foi inspirada por Deus, que é inerente e infalível. Vimos também que o Espírito Santo  nos ilumina para compreendermos as Escrituras. Os nossos alunos precisam aprender a manusear a Bíblia e interpretá-la corretamente, através da exegese e hermenêutica. Entretanto, precisam ter vida devocional diária com Deus, através da oração, leitura e meditação na Palavra de Deus, como veremos no próximo tópico. 


REFERÊNCIAS:

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Teologia da Educação Cristã. Editora CPAD. pág. 13-16

TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 263.

EDUCAÇÃO CRISTÃ. IBADEP - Instituto Bíblico das Assembleias de Deus no Estado do Paraná. 1 Ed Maio/2001.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 358.

LOPES, Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 333-334

PEARCEY, Nancy. VERDADE ABSOLUTA: Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. 1 Ed.pág. 15. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006.


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Pb. Weliano Pires

22 março 2022

A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 4


Parte 4 - O padrão ético e moral. 

Diferente das escolas seculares, que não ensinam moralidade, pois entendem que isso é relativo, um dos principais objetivos da Escola Dominical é ensinar aos seus alunos a ética cristã. Quando falamos de ética e moral, parecem termos sinônimos, devido estarem relacionados. De fato, são muito parecidos, mas há diferença entre eles.  


A palavra ética vem do grego “ethos”, que significa costumes ou hábitos. Já a palavra moral tem origem no latim “mos”, que significa “normas” ou “regras”. A ética se refere aos princípios e valores que orientam a conduta de uma pessoa. A moral, por sua vez, é a prática dessa conduta ética. Não são a mesma coisa, porém, estão relacionadas. Em termos práticos, a ética seria a teoria e a moral a prática. Por exemplo, a ética de um certo grupo diz que ele deve ser verdadeiro. A moral seria os membros deste grupo não mentirem. 


Existem pelo menos três categorias de ética, com as suas respectivas subcategorias: Humanista, naturalista e religiosa. 

a) A ética humanista. Tem o ser humano como o centro de tudo. Dentro desta perspectiva, tudo aquilo que trouxer ‘benefício’ à sociedade deve ser aceito. Dentro desta ética estão o existencialismo, o utilitarismo e o hedonismo. 

b) Ética naturalística. Fundamenta-se nas leis da natureza e considera que tudo aquilo que é natural é bom. 

c) Ética religiosa. Tem como fundamento aquilo que a religião acredita ser moralmente correto, de acordo com os princípios da divindade que acredita. 


A ética cristã está nesta última categoria. Os princípios e práticas do que é certo e errado no Cristianismo estão baseados nas Escrituras Sagradas, que é o padrão de Deus. Este padrão permanece inalterado (Mt 24.35) e não podem jamais ser relativizados, revogados ou adaptados aos interesses humanos. Portanto, o que norteia o padrão de conduta do cristão é a Palavra de Deus e a Escola Dominical tem o dever de ser uma agência proclamadora e multiplicadora dos princípios da Palavra de Deus. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 356.

TENNEY, MERRILL C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pág. 627-628.


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Pb. Weliano Pires


A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 3


Parte 3 - A prática pedagógica. 

A palavra Pedagogia origina-se de dois vocábulos gregos: "paidós'' (criança) e "agogé" (condução). A junção destes dois termos, "paidagogos", era usada para designar um escravo da confiança do patrão, que era responsável por conduzir os seus filhos a um professor. 


A pedagogia começou a se desenvolver no século XIX e é a ciência do ensino. Antigamente, o curso de preparação para o magistério, que é um curso de nível médio, habilitava o professor para as séries iniciais do Ensino Fundamental, que era chamado de Ensino primário. Hoje é necessário ter licenciatura em pedagogia, que é um curso de nível superior.


Dentre os temas relacionados à educação, que são estudados na pedagogia destaca-se os seguintes: aprendizado de conhecimentos, métodos e sistemas pedagógicos, dificuldades de aprendizado, didáticas e práticas pedagógicas, conteúdos educacionais, o aluno no processo educativo e o papel do professor no processo educacional. 


Diferente do que muitos imaginam, uma boa pedagogia não é formada apenas por professores. As práticas pedagógicas envolvem: gestão escolar, professores, alunos, metodologia, material didático, avaliação e a relação professor-aluno. Portanto, não basta ter bons professores para que haja eficiência no ensino e na  aprendizagem. É preciso haver investimentos nas instalações, um bom currículo, preparação de professores, boa gestão e comprometimento de todos. 


No contexto da Escola Dominical, não é diferente. Infelizmente, em nossas Igrejas, não temos boas práticas pedagógicas, salvo raras exceções. Na gestão da Escola Dominical e preparação de professores, estamos muito aquém do ideal. Em muitas das nossas Igrejas, a Escola Dominical é tratada como algo secundário, que pode ser cancelada por qualquer motivo.


Muitos pastores sequer participam dela regularmente. Não há os investimentos mínimos necessários para o seu funcionamento. Os professores são voluntários, pois a Igreja, evidentemente, não tem condições de assalariá-los. Entretanto, muitos precisam bancar até o material que usam nas aulas. Na maioria das nossas Igrejas não há a preocupação de se construir salas, comprar lousas, data show, livros e outros equipamentos para se usar nas aulas. Em contrapartida, gasta-se um absurdo com cantores e pregadores, que muitas vezes distorcem a Bíblia para inflar os egos e arrecadar dinheiro.


Também não há investimentos na preparação de professores. Os cursos de aperfeiçoamento para professores, Seminários de Escola Dominical e Congressos são coisas raras que não chegam às periferias do Brasil. Muitos pastores ainda tem a ideia de que basta ser obreiro para ser um professor da Escola Dominical. Eu já conheci pastores e presbíteros que eram bons obreiros, mas não tinham nenhum preparo para ser professor. Entretanto, por serem obreiros eram colocados na função. Muitos deles davam aulas como se estivessem pregando. Outros apenas contavam histórias e testemunhos, sem nenhuma relação com o assunto da lição. 


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Pb. Weliano Pires


A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 2


Parte 2: O currículo adotado

A palavra currículo vem do vocábulo latino "curriculum", que significa "pista de corrida". "Curriculum" era uma trilha com orientações para os corredores até chegarem ao seu objetivo final. A palavra passou a ser usada na educação, em sentido figurado, pois se refere à trajetória a ser percorrida pelo educando durante os seus estudos.


Em todo sistema educacional há um currículo a ser ensinado. O professor não pode chegar na sala de aula e ensinar aquilo que tiver vontade, embora alguns atualmente queiram fazer isso, fazendo política partidária e militância anti-cristã. Há um currículo elaborado previamente, que deve ser ensinado pelo professor aos seus alunos. 


Com a Escola Dominical não é diferente. Temos o nosso livro texto que é a Bíblia Sagrada e temos as revistas para todas as faixas etárias, que formam o currículo para os alunos da Escola Dominical. Todo o currículo produzido pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD) é submetido à Consultoria doutrinária e teológica da casa, que hoje está sob a liderança do Pr. Elienai Cabral, e ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), para avaliar se está de acordo com a ortodoxia bíblica. 


O saudoso pastor Antonio Gilberto estabelece as seguintes considerações sobre o currículo da Escola Dominical:

(1) Deve abranger os principais assuntos bíblicos necessários ao conhecimento e à experiência do crente; 

(2) Deve ser devidamente dosado, visando ao desenvolvimento de uma vida cristã ideal e uma personalidade cristã que em tudo honre a Cristo, perante a Igreja e o mundo; 

(3) Deve ser um currículo graduado, mas também, ao mesmo tempo inter-relacionado, por ser a vida cristã um todo indivisível.


Embora seja semelhante aos currículos das escolas seculares, o currículo da Escola Dominical tem algumas diferenças. Segundo o Pr. Claudionor de Andrade, o currículo da Escola Dominical precisa ser bíblico (ter a Bíblia como livro texto), evangélico (apresentar Jesus como o único Salvador, através do seu sacrifício na Cruz), profético (Proclamar contra o pecado e conduzir as pessoas a Deus) e devocional (levar o aluno à comunhão com Deus). Nenhum pensamento filosófico, científico, ou mesmo teológico pode estar acima ou no mesmo nível da Palavra de Deus em um currículo evangélico. 


A CPAD, de fato, produz um currículo bíblico, evangélico, profético e devocional, conforme vimos no ponto anterior. Entretanto, na minha opinião como professor da Escola Dominical há 21 anos, formado no magistério, a divisão de classes levando em conta apenas a faixa etária não é a mais adequada. Neste modelo podemos ter pessoas na classe de adultos, que têm graus de instrução e teológico absurdamente distantes.


Da mesma forma, nas classes de jovens, juvenis, adolescentes e juniores, podemos ter também jovens e adolescentes na mesma sala, talvez com com o mesmo grau de instrução secular, porém com experiências na fé muito distantes. Um jovem filho de crentes, nascido e criado na Igreja, é muito diferente de um jovem, cujos pais não servem a Deus, que não teve nenhuma convivência na Igreja, chegou há menos de um ano e não conhece nada da Bíblia. 


Outro problema que eu vejo no currículo é que não há uma formação continuada e avaliações periódicas. Isso acontece apenas nas classes de discipulado, primários, juniores e adolescentes. Nas classes de juvenis, jovens e adultos, não há uma continuidade de estudos de acordo com o tempo de permanência do aluno. Recentemente, eu publiquei aqui uma análise sobre os currículos e metodologia de ensino da Escola Dominical em nossas Igrejas. Evidentemente, não é uma análise técnica pois, não sou especialista no assunto. É apenas o meu ponto de vista como professor, baseado na minha experiência e observação.


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

CETADEB – Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil. pág. 13-15.

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Pb. Weliano Pires


A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 1


A Educação formal e o surgimento da Escola Dominical 


A Educação formal


A educação formal e metódica como a conhecemos hoje é algo recente. Na antiguidade, os pais ensinavam oralmente, os seus valores aos filhos e o índice de analfabetismo era altíssimo. O povo de Israel recebeu de Deus a incumbência de ensinar aos seus filhos a Lei de Senhor e contar-lhes aquilo que Deus fez, libertando-os da escravidão para a terra prometida.

Para se ter uma ideia, até o século XVII a educação em geral ficava restrita aos círculos familiares e religiosos e não a cargo do estado. Não havia escolas e poucas pessoas tinham acesso aos estudos. No Brasil, somente em 1549,  o padre Manoel da Nóbrega iniciou a educação formal para ensinar a religião católica aos índios e ensinava a ler e escrever. Em 1759, o Marquês do Pombal expulsou os jesuítas do país e a educação, então, tornou-se estatal. Entretanto não havia professores qualificados. Pessoas que tinham um pouco de instrução eram admitidas como professores. 


O surgimento da Escola Dominical


Neste contexto da ausência de escolas públicas e um índice altíssimo de analfabetismo, foi que surgiu a Escola Dominical, em 20 de julho de 1780 na cidade de Gloucester, na Inglaterra. O jornalista Robert Raikes. Nessa época, as crianças trabalhavam 12 horas por dia nas fábricas e o único dia livre era o domingo. Raikes ficou incomodado ao ver o comportamento agressivo daquelas crianças nas ruas e decidiu criar uma escola que funcionasse aos domingos, para ensinar àquelas crianças os princípios cristãos, morais e cívicos. O trabalho deu grandes resultados e em pouco tempo havia sete escolas com trinta alunos em média. Após doze anos não havia mais nenhum criminoso para ser julgado naquela cidade.  


A Escola Dominical no Brasil e na Assembléia de Deus


No Brasil a Escola Bíblica Dominical surgiu em 1855, em Petrópolis (RJ), com o casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, que ao chegarem ao Brasil instalaram uma escola para ensinar a Palavra de Deus às crianças da região. Na Assembleia de Deus, no ano de 1911, dois meses após a fundação da denominação em Belém-PA, foi realizada a primeira Escola Bíblica Dominical, na casa do irmão José Batista de Carvalho. Somente em 1930 é que foi lançada a primeira revista de Lições Bíblicas para adultos, com comentários dos missionários Samuel Nystron e Nils Kastberg, bem antes da fundação da CPAD. Depois, no ano de 1943 foi lançada a primeira revista para crianças. 


A contribuição do Pr. Antonio Gilberto à Escola Dominical


Não há dúvidas de que o grande idealizador, modernizador e motivador da Escola Dominical nas Assembléias de Deus no Brasil foi o saudoso pastor e educador Antônio Gilberto da Silva. No ano de 1974, ele criou na CPAD o Departamento de Escola Dominical, que depois passou a se chamar Setor de Educação Cristã. Foi ele o criador do CAPED (Curso de Aperfeiçoamento de Professores da Escola Dominical) e do primeiro Plano de Revistas da Escola Dominical para Assembléias de Deus, que elaborou revistas exclusivas para cada faixa etária. Escreveu também o best seller Manual da Escola Dominical, que é uma referência para professores e superintendentes da Escola Dominical. 


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Pb. Weliano Pires


21 março 2022

LIÇÕES BÍBLICAS / ADULTOS: RESUMO DO 1⁰ TRIMESTRE DE 2022


Pb. Weliano Pires

Graças a Deus, chegamos  ao final de mais trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. O tema do nosso estudo foi: A Supremacia das Escrituras: a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Tivemos treze lições sobre a Bíblia Sagrada, a inerrante, infalível, inspirada e eterna Palavra de Deus. 


Na atualidade, muitos crentes desconhecem a história, formação, estrutura,  canonicidade, inspiração, inerrância e outras verdades a respeito do Livro Sagrado e, portanto, são incapazes de defender a supremacia das Escrituras Sagradas, nos tempos pós-modernos, onde tudo é questionado e relativizado. 


A teologia liberal tem encontrado terreno fértil principalmente na internet, ensinando que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus e que precisa ser atualizada, para se adaptar aos tempos modernos. 


Segue abaixo, um pequeno resumo de cada uma das lições estudadas neste trimestre:


Lição 1 - A Autoridade da Bíblia


Na primeira lição falamos sobre a autoridade da Bíblia, como nosso único manual de fé e prática. A Bíblia não é um livro humano. Ela tem origem em Deus. Falamos nesta lição sobre as revelações de Deus na história, no universo e na humanidade e, de modo especial, por meio de Cristo e das Escrituras. Vimos ainda nesta lição, a autenticidade da Bíblia. A Bíblia Sagrada autentica-se a si mesma e a sua veracidade é confirmada por fontes e registros históricos. 

Por último, falamos sobre a mensagem da Bíblia. A Palavra de Deus é poderosa e é autoridade infalível em matéria de fé e prática. O seu alvo principal é levar-nos à redenção em Jesus Cristo.


Lição 2 - A Inspiração Divina da Bíblia


Nesta lição, falamos sobre a doutrina da inspiração da Bíblia, que é divina, verbal e plenária. O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina. Falamos também sobre a relação entre a inspiração divina e os escritores da Bíblia. Eles eram pessoas de culturas e épocas diferentes, que escreveram inspirados pelo Espírito Santo. As limitações humanas, o uso de diferentes gêneros literários e o emprego de linguagem comum não anulam a inspiração divina dos escritores da Bíblia. Por último falamos sobre a ação do Espírito Santo na inspiração da Bíblia no Velho e no Novo Testamento e também na regeneração e iluminação do pecador que lê a Palavra de Deus. A própria Bíblia reivindica a inspiração do Espírito Santo em todas as palavras das Escrituras. 


Lição 3 - A Inerrância da Bíblia


Falamos nesta lição, sobre  inerrância e infalibilidade das Escrituras. A Bíblia é totalmente inspirada por Deus e, portanto, está isenta de qualquer erro.  Falamos também sobre a ação do Espírito Santo na preservação do texto sagrado. O Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível, bem como a exatidão das palavras originalmente inspiradas por Deus. Por último, falamos sobre a Verdade nas Escrituras. Deus é a verdade e a sua Palavra é a extensão dessa verdade. Tudo o que a Bíblia ensina tanto na teologia, história ou ciência é a verdade, pois ela é a Palavra de Deus e Deus não mente. 


Lição 4 - A Estrutura da Bíblia


Nesta lição, vimos como a Bíblia está organizada, a classificação dos seus livros, a canonicidade e as particularidades dos dois Testamentos. A Bíblia está dividida em dois testa­mentos, divinamente inspirados, chamados de Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento é formado por 39 livros. Na nossa versão em português, seguindo a ordem da versão grega Septuaginta (LXX), estão classificados assim: Lei, história, poesia e profecia. O Novo Testamento, por sua vez, é formado por 27 livros, que são classificados como: Evangelhos, história, epístolas e revelação. 


Lição 5 - Como ler as Escrituras


Não basta ler a Bíblia é preciso saber interpretá-la e entendê-la. As Escrituras Sagradas precisam ser interpretadas para que todos conheçam o verdadeiro significado da mensagem. Falamos nesta lição sobre os pressupostos pentecostais para ler e interpretar as Escrituras. A Bíblia é a autoridade final, o Espírito Santo nos auxilia na sua compreensão e a experiência confirma as verdades bíblicas. Por último, falamos sobre as regras básicas para a interpretação bíblica. A Bíblia interpreta-se a si mesma. Assim sendo, o uso da hermenêutica e a iluminação do Espírito nos auxiliam na correta interpretação dos textos bíblicos.


Lição 6 - A Bíblia como um guia para a vida


Nesta lição, vimos que a Escritura é um alicerce constituído de sabedoria e prudência para a vida do crente. A nossa vida está alicerçada na imutável Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl 119.105). Vimos também que a Bíblia nos torna sábios. Deus é a fonte de toda sabedoria. Por isso, o temor do Senhor é o princípio de toda a sabedoria (Pv 1.7). Logo, meditar e aplicar a Bíblia em nossa vida nos torna pessoas sábias. Por último, vimos que a Bíblia nos ensina a viver com prudentemente. A prudência é a sabedoria na prática. Ela nos leva a agir corretamente e sem precipitações, segundo a vontade de Deus. 


Lição 7 - A Bíblia transforma as pessoas


Nesta lição, vimos que a Bíblia é viva e eficaz. A Palavra de Deus transpassa o interior do ser humano, como uma espada de dois gumes. Vimos também que a Bíblia anula os conselhos do mundo e nos capacita a viver em humildade diante de Deus. A Palavra de Deus é viva, eficaz e apta para discernir o interior do ser humano (Hb 4.12). As nossas armas são poderosas em Deus para derrubar as fortalezas do Diabo, os falsos argumentos e toda a altivez humana. Vimos por último, que a Bíblia nos ensina a viver em humildade. Deus resiste aos soberbos e concede verdadeira sabedoria aos humildes que são transformados pela sua Palavra.


Lição 8 - A Lei e os Evangelhos revelam Jesus


Nesta lição estudamos sobre a relação entre o Pentateuco e a Mensagem de Cristo. A Lei aponta para o plano da redenção em Cristo. Pelos méritos da cruz de Cristo, nós fomos resgatados da maldição da Lei. Falamos também do Evangelho relatado pelos quatro evangelistas, como as Boas-Novas que proclamam o Reino de Deus e a mensagem de salvação em Jesus Cristo. Por último, falamos sobre a mensagem transformadora do Evangelho. A observância dos preceitos da Lei não salva ninguém. Entretanto, por meio da ação do Espírito, a obediência ao Evangelho muda as vidas.


Lição 9 - As histórias e as poesias falam ao coração


Nesta lição, apresentamos uma visão panorâmica dos livros históricos e poéticos da Bíblia. As histórias presentes na Bíblia são verdadeiras e dão testemunho da fidelidade e misericórdia divinas. Fizemos também uma descrição dos livros poéticos da Bíblia. Os livros poéticos e de sabedoria expressam de forma bela, singela e prática a verdade e a sabedoria de Deus. Por último, falamos sobre os sentimentos do coração, que estão impressos na história e na poesia bíblica e nos ensinam a respeito da verdadeira adoração.


Lição 10 - As profecias despertam e trazem esperança 


Nesta lição estudamos a profecia bíblica, no Antigo e no Novo Testamento. Falamos dos livros proféticos do Antigo Testamento, que se dividem em profetas maiores e profetas menores. Esta classificação serve para diferenciar o tamanho dos livros e não o grau de importância de seus autores. Os profetas maiores tiveram uma atuação proeminente tanto no reino de Judá como na Babilônia. Já os doze profetas menores foram usados por Deus antes e depois do exílio do povo escolhido. Falamos por último, sobre o único livro profético do Novo Testamento que é o Apocalipse. O livro do Apocalipse foi escrito originalmente às sete Igrejas da Ásia Menor. Entretanto, o seu conteúdo traz uma mensagem de esperança e fortalecimento da fé para os cristãos em todas as épocas. Este livro encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus.


Lição 11 - Lucas-Atos: O modelo pentecostal para hoje


Nesta lição, estudamos sobre a ação do Espírito Santo na vida de Jesus, no Evangelho segundo Lucas, e na Igreja Primitiva, em Atos dos Apóstolos. Nos relatos de Lucas, podemos perceber que a unção do Espírito Santo esteve presente na vida e no ministério do Senhor Jesus, capacitando-o a cumprir a missão para a qual Deus Pai o havia enviado. Na segunda narrativa de Lucas, em Atos dos Apóstolos, podemos ver a manifestação do Espírito Santo revelando o início da Igreja como agência de Cristo. Por último, vimos que a experiência pentecostal descrita por Lucas, permanece atual na igreja, evidenciando-se na manifestação dos dons espirituais. 


Lição 12 - As Epístolas instruem e formam os cristãos


Nesta lição apresentamos o conjunto de doutrinas entregue à Igreja do Senhor por intermédio dos autores das epístolas do Novo Testamento. Estudamos as Epístolas, agrupadas por temas e autoria, destacando alguns dos seus aspectos doutrinários. Vimos como as epístolas paulinas nos instruem a respeito de Cristo, sobre as últimas coisas e trazem instruções pastorais e pessoais. Depois, vimos que as epístolas gerais advertem o crente a respeito da santificação e dos falsos ensinos, e enfatizam a supremacia de Cristo e a esperança da vida eterna. Por último, vimos que a mensagem das epístolas permanece atual. Esta mensagem ressalta a justificação, santificação e glorificação do crente.


Lição 13 - A leitura da Bíblia e a educação cristã


Nesta última lição falamos sobre a importância da Bíblia como uma ferramenta de ensino-aprendizagem para a vida cristã. Vimos que a Bíblia é o livro texto da Escola Dominical. Sendo um espaço de incentivo ao estudo e prática das Sagradas Escrituras, a Escola Dominical é um local de crescimento espiritual, tanto individual quanto coletivo e atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores morais da fé cristã. Falamos também sobre a educação cristã e a formação de leitores da Bíblia. No Novo Testamento, Jesus Cristo é chamado por mais de dez vezes de Rabi. Nosso Mestre nos ensina continuamente sobre a importância da educação, exortação e instrução na Palavra de Deus. Por último, falamos da necessidade de se ler diariamente a Bíblia. Quem deseja ter Jesus como Mestre, precisa se portar como um disciplinado aluno. A prática diária da leitura bíblica é uma disciplina primordial ao genuíno discípulo de Cristo. 


Conclusão


Esperamos que ao final deste trimestre, você tenha conhecido mais profundamente a palavra de Deus e esteja preparado para responder aos ataques dos inimigos da Palavra de Deus. Devemos manejar bem a Palavra da Verdade, pregando-a com fidelidade e, sobretudo, vivendo aquilo que pregamos. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: A LEITURA DA BÍBLIA E A EDUCAÇÃO CRISTÃ


Com a graça de Deus, chegamos ao final do primeiro trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Estudamos neste trimestre sobre "A Supremacia das Escrituras: a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus." Foram treze lições dentro da matéria de Bibliologia. É um assunto muito amplo para ser abordado em apenas um trimestre, com uma aula por semana. Entretanto, abordamos os principais temas desta tão importante matéria, que é o estudo da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. 


Nesta última lição falaremos sobre a importância da Bíblia como uma ferramenta de ensino - aprendizagem para a vida cristã. O nosso objetivo nesta lição é mostrar a importância da Bíblia como uma ferramenta de ensino-aprendizagem para a vida.  


Veremos que a Bíblia é o livro texto da Escola Dominical. Sendo um espaço de incentivo ao estudo e prática das Sagradas Escrituras, a Escola Dominical é um local de crescimento espiritual, tanto individual quanto coletivo e atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores morais da fé cristã. 


Falaremos também sobre a educação cristã e a formação de leitores da Bíblia. No Novo Testamento, Jesus Cristo é chamado por mais de dez vezes de Rabi, que significa Mestre. Nosso Mestre por excelência nos ensina continuamente sobre a importância da educação, exortação e instrução na Palavra de Deus. 


Por último, falaremos a respeito da necessidade de leitura diária da Bíblia. Quem deseja ter Jesus como Mestre, precisa se portar como um disciplinado aluno. A prática diária da leitura bíblica é uma disciplina primordial ao genuíno discípulo de Cristo. Como praticar a Palavra de Deus sem antes compreendê-la? Mais do que ler, é vital estudar as Sagradas Escrituras, que é apta para ensinar, para redarguir, para corrigir e para nos instruir em toda a justiça (Cf. 2 Tm 3.16).


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Pb. Weliano Pires