30 dezembro 2021

A ORIGEM DA BÍBLIA E A REVELAÇÃO DIVINA


(Comentário do primeiro tópico 1: A autoridade da Bíblia).

Quem escreveu a Bíblia? Como ela foi escrita? Quando foi escrita? Por que ela foi escrita? Estas são dúvidas, que até mesmo muitos crentes tem. Um dos atributos de Deus é a sua transcendência, ou seja, Ele está muito distante daquilo que as suas criaturas podem compreender. Não há a possibilidade de conhecermos a Deus por nossa própria conta. Só podemos conhecer Deus, até ao ponto que Ele se revelar. 


Neste tópico vamos falar sobre sobre a origem da Bíblia e sobre as revelações de Deus à humanidade. Deus se revelou à humanidade de duas formas principais, que a teologia chama de revelação geral e revelação especial. 


1. A origem da Bíblia. Quando falamos da Bíblia, os seus críticos argumentam que ela foi escrita pelos homens. Ora, isso é óbvio, pois, todos os livros que já foram escritos, foram escritos por seres humanos, pois, estes são os únicos seres vivos que aprenderam a arte de escrever. Entretanto, o conteúdo da Bíblia não é de origem humana. O apóstolo Pedro assim escreveu: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." (2 Pe 1.20,21). Isso significa que os escritores eram humanos, mas o conteúdo dos seus escritos veio de Deus. Alguns críticos da Bíblia dizem que Pedro estava se referindo apenas às profecias do Antigo Testamento. Mas, o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, diz: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça." (2 Tm 3.16). Isso nos mostra que tanto o Antigo quanto o Novo Testamento foram inspirados pelo Espírito Santo. Estas são as duas principais referências, que reivindicam a autoria divina da Bíblia. Entretanto, há outros textos que mostram que a Bíblia foi escrita por seres humanos, sob a inspiração e supervisão divinas. (1 Co 2.13,14; 1 Co 14.37; Gl 1.12; Ap 1.1).

 

Nas civilizações antigas, inclusive na cultura judaica, não havia a preocupação com a autoria dos textos. As informações e as histórias eram transmitidas oralmente de uma geração para outra pelos mais velhos. Com o advento da escrita, os escribas faziam os registros dessas informações, mas eles não eram os autores. Somente com a ascensão do império grego, com o chamado "helenismo" é que veio o conceito de autoria e a autoridade de um texto passou a ser associada ao seu autor. A partir daí, os judeus se viram na obrigação de identificar os autores das suas literaturas. 


2. Revelação Geral. Quando falamos de revelação geral, estamos nos referindo à revelação que Deus fez de Si mesmo a toda a humanidade, através da sua soberania na história; nas coisas criadas, que demonstram o seu poder criador e sustentador; e através do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.


a) Na história. Deus é um Ser Supremo e, como tal, Ele tem domínio sobre todas as coisas. Sendo o criador de todas as coisas, Deus tem o domínio sobre tudo e todos. Nada acontece sem que Ele saiba e permita. 


No livro do profeta Daniel, encontramos o episódio do sonho que o rei Nabucodonosor sonhou e amanheceu perturbado, querendo que os sábios lhe dissessem o que ele havia sonhado e o significado daquele sonho. Evidentemente, nenhum ser humano seria capaz de saber isso. Irritado, o rei mandou matar todos os sábios da Babilônia. Mas, Deus revelou o segredo a Daniel em visão e ele contou o sonho e deu a interpretação ao rei. Ao receber de Deus esta revelação, Daniel o exaltou dizendo: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; Ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes.” (Dn 2.20,21). 


Mesmo vendo o que Deus havia feito através de Daniel, o rei Nabucodonosor se ensoberbeceu e exaltou-se o seu coração. No capítulo 4, ele sonhou outro sonho e Daniel foi chamado ao palácio para contar o sonho ao rei e dar-lhe a interpretação. Depois de contar o sonho, Daniel proferiu ao rei Nabucodonosor, a sentença que Deus lhe havia determinado: Serás tirado de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. (Dn 4.25). Deus, em sua soberania, interviu na história retirando o domínio do rei da Babilônia sobre as nações: “Na mesma hora, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves.” (Dn 4.33). Depois, o rei se humilhou, reconheceu que Deus tem domínio sobre os reinos humanos e Deus restituiu-lhe o cargo: “No mesmo tempo, me tornou a vir o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e me buscaram os meus capitães e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e a minha glória foi aumentada.” (Dn 4.36). 


No capítulo 11 da Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo mostra a soberania de Deus ao tratar com a nação de Israel: Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado”. (Rm 11.21,22). 


Precisamos ter cuidado, no entanto, para não incorrer no erro dos calvinistas, que ao defenderem a Soberania de Deus, anulam a responsabilidade humana e o livre-arbítrio, atribuindo a Deus todas as coisas, inclusive a criação do mal e a perdição dos ímpios. Deus intervém na história sim, para cumprir os seus propósitos. Mas, Ele não é o responsável pela existência da maldade ou pela perdição de alguém. Deus dá ao homem o direito de escolha: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (Dt 30.19).

 

b) No Universo. A beleza, a grandeza e o funcionamento do Universo demonstram claramente que há um ser poderoso e inteligente que o criou. Os ateus querem retirar Deus da criação do Universo, dizendo que estas coisas sempre existiram. Os evolucionistas, por sua vez, insistem em dizer que uma grande explosão chamada “Big bang” deu origem a tudo o que existe, como obra do acaso, há bilhões de anos. A partir daí, as coisas foram evoluindo e se transformaram no que existe hoje. Nenhuma destas teorias faz sentido. A ciência comprova que o Universo teve princípio. Tudo o que existe hoje, teve princípio e terá fim. Mas, é inconcebível que um universo gigantesco, com tanta complexidade e funcionamento perfeito, seja obra do acaso. Dizer isso é semelhante a acreditar que uma caixa com várias partículas de ferro e borracha explodiu, sem a ação de ninguém  e isso se transformou num automóvel de luxo. 


A Bíblia afirma que as coisas criadas manifestam a glória e o poder de Deus: Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, o qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho.” (Sl 19.1-5). O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, disse que as coisas criadas revelam e que há um Deus e, por isso, os pecadores são indesculpáveis em não reconhecê-lo: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” (Rm 1.18-20)


c) No Ser Humano criado à imagem e semelhança divina (Gn 1.26,27). A terceira forma de revelação geral de Deus, foi através da criação do ser humano. Deus criou o homem à sua imagem, conforme a sua semelhança. O ser humano foi criado com três características principais, que revelam a natureza de Deus: 


  1. Um ser espiritual, apto para a imortalidade (Gn 1.26). O ser humano teve princípio, mas, não terá fim, seja justo ou ímpio; 

  2. Um ser moral que tem a semelhança de Deus (Gn 1.27). O ser humano tem dentro de si a consciência e o senso de moralidade, dados por Deus, que o levam a discernir entre o bem e o mal. 

  3. Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo (Gn 1.26c,28-30). O ser humano é um ser racional e com capacidade de dominar sobre outros seres humanos, sobre a natureza e sobre os animais. Este domínio, no entanto, não é absoluto. É autoridade delegada por Deus, com limites. 


Entretanto, com a entrada do pecado no mundo, a natureza humana foi corrompida e estas características foram deterioradas. Somente através de Jesus Cristo é que estas características poderão ser restauradas. 


3. Revelação Especial. Na revelação especial, Deus complementou a revelação que Ele fez de Si mesmo, de duas formas: através do Seu Filho Jesus Cristo e através das Escrituras Sagradas. Por causa do pecado original, a natureza humana foi corrompida e o relacionamento de Deus com o homem foi rompido (Em 3.23; 5.12). O pecado ergueu uma parede de separação entre Deus, que é absolutamente Santo e incorruptível, e o homem que se corrompeu (Is 59.2). Sendo assim, o homem precisava restabelecer a sua comunhão com Deus. Mas, não poderia por sua própria conta, aproximar-se de Deus. Mas, Deus que é riquíssimo em misericórdia, providenciou o meio, pelo qual seria possível restabelecer o relacionamento entre o homem e o seu Criador. 


Na sua presciência, Deus planejou isso, antes da fundação do mundo e da criação do ser humano. Este plano esteve oculto por muitos séculos. Através das Escrituras Sagradas, Deus revelou a pessoa de Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Em todo Antigo Testamento, Deus usou profetas, tipos e figuras, para revelar a Vinda do Messias ao Mundo. Deus revelou o local do seu nascimento, a tribo de onde Ele viria, aspectos do seu nascimento, os seus sofrimentos, a sua morte e sepultura, etc.


No Novo Testamento, encontramos o cumprimento destas profecias, os relatos de cada acontecimento, a revelação do Plano de Salvação e as profecias relacionadas ao futuro da humanidade. Portanto, a revelação especial de Deus se dá através de Cristo e através da Bíblia. Somente através da Palavra de Deus é que podemos, de fato, conhecer a Cristo. Ele mesmo disse "São as Escrituras que de mim testificam". (Jo 5.39). Tudo o que precisamos saber sobre Jesus, está na Bíblia. Todas as especulações a respeito dele, que não tem fundamento bíblico, devem ser rejeitadas. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas, A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

SCHNIEDEWIND, William M. Como A Bíblia Tornou-se Um Livro. Edições Loyola Jesuítas. pag. 20-22.

SILVA, Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.

BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática Introdução à Teologia Sistemática. Editora: CPAD. 1. Edição. 

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 704.


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Pb. Weliano Pires

29 dezembro 2021

INTRODUÇÃO A LIÇÃO 1: A AUTORIDADE DA BÍBLIA


Neste primeiro trimestre de 2022, inaugurando o Novo Currículo das Revistas de Escola Dominical, na classe de adultos estudaremos o tema: a Supremacia das Escrituras: a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Estudaremos treze lições dentro da matéria de Bibliologia. Enfatizaremos durante este trimestre a autoridade suprema da Bíblia, como o manual de fé e prática para a Igreja do Senhor. 


Nesta primeira lição, estudaremos sobre a autoridade da Bíblia. Falaremos sobre a origem da Bíblia, sua autenticidade e sobre a mensagem revelada em suas páginas. Vivemos em uma época em que tudo é questionado: a religião, a família, as autoridades, as leis, os valores dos nossos antepassados, etc. Com a Bíblia não é diferente. Os acadêmicos, escritores, jornalistas e até supostos cristãos, questionam a autoridade da Bíblia e a consideram um livro ultrapassado. 


Alguns dizem que a Bíblia foi adulterada e que aquilo que temos hoje em nosso idioma, não corresponde aos manuscritos originais. Outros aceitam a Bíblia apenas como um livro histórico da antiguidade, mas que não deve ditar a nossa conduta nos dias atuais. O fato é que a Bíblia é a inspirada (foi soprada por Deus), inerrante (não contém erros em seu conteúdo), infalível (não falha naquilo que ela prediz), Palavra de Deus. Durante este trimestre, teremos uma lição para cada um destes tópicos. 


A autoridade da Bíblia fundamenta-se em seu autor, que é Deus. Portanto, a Bíblia é a revelação de Deus escrita. A sua autoridade depende total e exclusivamente do próprio Deus e não dos homens. Por isso, a Igreja não possui outra fonte infalível de autoridade. As doutrinas, costumes, tradições, liturgia e práticas da Igreja, tem que estarem, obrigatoriamente, embasadas na Bíblia Sagrada. Um dos principais erros do Catolicismo romano é colocar a Bíblia no mesmo patamar da tradição e do magistério da Igreja. Aliás, eles consideram a Bíblia inferior, pois, onde a Bíblia contraria a tradição e o ensino da Igreja eles ficam com os outros dois. 


Sobre a Bíblia Sagrada, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil assim professa:

“Cremos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo para a humanidade […] nossa única regra de fé e prática, a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus”.

No primeiro tópico da lição, falaremos sobre a origem da Bíblia. A Bíblia é a revelação escrita que Deus fez de si mesmo à humanidade. Falaremos neste tópico sobre as revelações gerais de Deus, na história, no universo e no próprio ser humano. Falaremos por último sobre a revelação especial, que foi através da pessoa de Cristo e das Escrituras. 


No segundo tópico falaremos sobre a autenticidade da Bíblia. A Bíblia Sagrada autentica-se a si mesma. A sua veracidade pode ser confirmada por evidências internas, através da sua unidade, consistência, ação do Espírito Santo na vida dos seus leitores e através das profecias que já se cumpriram. Por outro lado, a veracidade da Bíblia pode ser confirmada através das evidências externas, que são as confirmações das suas narrativas históricas, pelas descobertas arqueológicas.


No terceiro e último tópico falaremos sobre a mensagem da Bíblia. Destacaremos neste tópico a Supremacia das Escrituras, pois ela é a poderosa Palavra de Deus, a única autoridade infalível em matéria de fé e prática. Por último, falaremos do propósito das Escrituras, que é levar-nos à redenção em Jesus Cristo.


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Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS

LIÇÕES BÍBLICAS. Revista do Professor. 1° TRIMESTRE DE 2022. RIO DE JANEIRO, CPAD.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. 1ª edição: 2021. RIO DE JANEIRO, CPAD.

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus: RIO DE JANEIRO, CPAD.

27 dezembro 2021

LIÇÕES BÍBLICAS / ADULTOS INTRODUÇÃO AO 1⁰ TRIMESTRE DE 2022



Graças a Deus, mais um ano se inicia e nós iniciamos também, um novo trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. Neste novo ano, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) inicia também um novo currículo de Escola Dominical. A cada sete anos, a CPAD apresenta mudanças no material didático, com o objetivo de aprimorá-lo. 


Neste novo currículo, uma das principais mudanças é a inclusão do Plano de aula em cada lição para auxiliar o professor na preparação das suas aulas. Este plano de aula contém: Introdução com uma pequena introdução ao assunto; apresentação da lição, com os objetivos da lição, motivação e sugestão de método; conclusão e aplicação da lição; subsídios ao professor, com indicações da Revista Ensinador Cristão e outros auxílios suplementares. 


O tema do nosso estudo será: A Supremacia das Escrituras: a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Estudaremos treze lições dentro da matéria de Bibliologia. É um assunto muito amplo para ser abordado em apenas treze lições, mas serão abordados os principais tópicos desta tão importante matéria, que é o estudo da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. 


Infelizmente, nos dias atuais, muitos crentes desconhecem a história, formação, estrutura,  canonicidade, inspiração, inerrância e outras verdades a respeito do Livro Sagrado. Nesta perspectiva, mostram-se incapazes de defender a supremacia das Escrituras Sagradas, nos tempos pós-modernos, onde tudo é questionado e relativizado. A teologia liberal tem encontrado terreno fértil principalmente na internet, ensinando que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus e que precisa ser atualizada, para se adaptar aos tempos modernos. 


O comentarista deste trimestre é o Pr. Douglas Roberto de Almeida Batista, pastor da Assembleia de Deus Missão no Distrito Federal; doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Bibliologia, licenciado em Educação Religiosa e Filosofia; escritor; comentarista de Lições Bíblicas; e presidente do Conselho de Educação e Cultura da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). 


Segue abaixo, um pequeno resumo de cada uma das lições:


Lição 1 - A Autoridade da Bíblia


Na primeira lição falaremos sobre a autoridade da Bíblia, como nosso único manual de fé e prática. A Bíblia não é um livro humano. Ela tem origem em Deus. Falaremos nesta lição sobre as revelações de Deus na história, no universo e na humanidade e, de modo especial, por meio de Cristo e das Escrituras. Veremos ainda nesta lição, a autenticidade da Bíblia. A Bíblia Sagrada autentica-se a si mesma e a sua veracidade é confirmada por fontes e registros históricos. 

Por último, falaremos sobre a mensagem da Bíblia. A Palavra de Deus é poderosa e é autoridade infalível em matéria de fé e prática. O seu alvo principal é levar-nos à redenção em Jesus Cristo.


Lição 2 - A Inspiração Divina da Bíblia.


Nesta lição, falaremos sobre a doutrina da inspiração da Bíblia, que é divina, verbal e plenária. O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina. Falaremos também sobre a relação entre a inspiração divina e os escritores da Bíblia. Eles eram pessoas de culturas e épocas diferentes e escreveram inspirados pelo Espírito Santo. As limitações humanas, o uso de diferentes gêneros literários e o emprego de linguagem comum não anulam a inspiração divina dos escritores da Bíblia. Por último falaremos sobre a ação do Espírito Santo na inspiração da Bíblia no Velho e no Novo Testamento e também na regeneração e iluminação do pecador que lê a Palavra de Deus. A própria Bíblia reivindica a inspiração do Espírito Santo em todas as palavras das Escrituras. 


Lição 3 - A Inerrância da Bíblia


Falaremos nesta lição, sobre  inerrância e infalibilidade das Escrituras. A Bíblia é totalmente inspirada por Deus e, portanto, está isenta de qualquer erro.  Falaremos também sobre a ação do Espírito Santo na preservação do texto sagrado. O Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível, bem como a exatidão das palavras originalmente inspiradas por Deus. Por último, falaremos sobre a Verdade nas Escrituras. Deus é a verdade e a sua Palavra é a extensão dessa verdade. Tudo o que a Bíblia ensina tanto na teologia, história ou ciência é a verdade, pois ela é a Palavra de Deus e Deus não mente. 


Lição 4 - A Estrutura da Bíblia


Nesta lição, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação dos seus livros, a canonicidade e as particularidades dos dois Testamentos. A Bíblia está dividida em dois testa­mentos, divinamente inspirados, chamados de Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento é formado por 39 livros. Na nossa versão em português, seguindo a ordem da versão grega Septuaginta (LXX), estão classificados assim: Lei, história, poesia e profecia. O Novo Testamento, por sua vez, é formado por 27 livros, que são classificados como: Evangelhos, história, epístolas e revelação. 


Lição 5 - Como Ler as Escrituras


Não basta ler a Bíblia é preciso saber interpretá-la e entendê-la. As Escrituras Sagradas precisam ser interpretadas para que todos conheçam o verdadeiro significado da mensagem. Falaremos também sobre os pressupostos pentecostais para ler interpretar as Escrituras. A Bíblia é a autoridade final, o Espírito Santo nos auxilia na sua compreensão e a experiência confirma as verdades bíblicas. Por último, falaremos sobre as regras básicas para a interpretação bíblica. A Bíblia interpreta-se a si mesma. Assim sendo, o uso da hermenêutica e a iluminação do Espírito nos auxiliam na correta interpretação dos textos bíblicos.


Lição 6 - A Bíblia como um Guia para a Vida. 


Nesta lição, veremos que a Escritura é um alicerce constituído de sabedoria e prudência para a vida do crente. A nossa vida está alicerçada na imutável Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl 119.105). Veremos também que a Bíblia nos torna sábios. Deus é a fonte de toda sabedoria. Por isso, o temor do Senhor é o princípio de toda a sabedoria (Pv 1.7). Logo, meditar e aplicar a Bíblia em nossa vida nos torna pessoas sábias. Por último, veremos que a Bíblia nos ensina a viver com prudentemente. A prudência é a sabedoria na prática. Ela nos leva a agir corretamente e sem precipitações, segundo a vontade de Deus. 


Lição 7 - A Bíblia Transforma as Pessoas


Nesta lição, veremos que a Bíblia é viva e eficaz. A Palavra de Deus transpassa o interior do ser humano, como uma espada de dois gumes. Veremos também que a Bíblia anula os conselhos do mundo e nos capacita a viver em humildade diante de Deus. A Palavra de Deus é viva, eficaz e apta para discernir o interior do ser humano (Hb 4.12). As nossas armas são poderosas em Deus para derrubar as fortalezas do Diabo, os falsos argumentos e toda a altivez humana. Veremos por último, que a Bíblia nos ensina a viver em humildade. Deus resiste aos soberbos e concede verdadeira sabedoria aos humildes que são transformados pela sua Palavra.


Lição 8 - A Lei e os Evangelhos revelam Jesus


Nesta lição estudaremos a relação entre o Pentateuco e a Mensagem de Cristo. A Lei aponta para o plano da redenção em Cristo. Pelos méritos da cruz de Cristo, nós fomos resgatados da maldição da Lei. Falaremos também do Evangelho relatado pelos quatro evangelistas, como as Boas-Novas que proclamam o Reino de Deus e a mensagem de salvação em Jesus Cristo. Por último, falaremos sobre a mensagem transformadora do Evangelho. A observância dos preceitos da Lei não salva ninguém. Entretanto, por meio da ação do Espírito, a obediência ao Evangelho muda as vidas.


Lição 9 - As Histórias e as Poesias Falam ao Coração


Nesta lição, apresentaremos uma visão panorâmica dos livros históricos e poéticos da Bíblia. As histórias presentes na Bíblia são verdadeiras e dão testemunho da fidelidade e misericórdia divinas. Faremos também uma descrição dos livros poéticos da Bíblia. Os livros poéticos e de sabedoria expressam de forma bela, singela e prática a verdade e a sabedoria de Deus. Por último, falaremos sobre os sentimentos do coração, que estão impressos na história e na poesia bíblica e nos ensinam a respeito da verdadeira adoração.


Lição 10 - As Profecias Despertam e Trazem Esperança 


Nesta lição estudaremos a profecia bíblica, no Antigo e no Novo Testamento. Falaremos sobre os livros proféticos do Antigo Testamento, que se dividem em profetas maiores e profetas menores. Esta classificação serve para diferenciar o tamanho dos livros e não o grau de importância de seus autores. Os profetas maiores tiveram uma atuação proeminente tanto no reino de Judá como na Babilônia. Já os doze profetas menores foram usados por Deus antes e depois do exílio do povo escolhido. Falaremos por último, sobre o único livro profético do Novo Testamento que é o Apocalipse. O livro do Apocalipse foi escrito originalmente às sete Igrejas da Ásia Menor. Entretanto, o seu conteúdo traz uma mensagem de esperança e fortalecimento da fé para os cristãos em todas as épocas. Este livro encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus.


Lição 11 - Lucas-Atos: O Modelo Pentecostal para Hoje


Nesta lição, veremos a ação do Espírito Santo na vida de Jesus, no Evangelho segundo Lucas, e na Igreja Primitiva, em Atos dos Apóstolos. Nos relatos de Lucas, podemos perceber que a unção do Espírito Santo esteve presente na vida e no ministério do Senhor Jesus, capacitando-o a cumprir a missão para a qual Deus Pai o havia enviado. Na segunda narrativa de Lucas, em Atos dos Apóstolos, podemos ver a manifestação do Espírito Santo revelando o início da Igreja como agência de Cristo. Por último, veremos que esta experiência pentecostal descrita por Lucas, permanece atual na igreja, evidenciando-se na manifestação dos dons espirituais. 


Lição 12 - As Epístolas Instruem e Formam os Cristãos


Nesta lição apresentaremos o conjunto de doutrinas entregue à Igreja do Senhor por intermédio dos autores das epístolas do Novo Testamento. Estudaremos as Epístolas, agrupadas por temas e autoria, destacando alguns dos seus aspectos doutrinários. Veremos como as epístolas paulinas nos instruem a respeito de Cristo, sobre as últimas coisas e trazem instruções pastorais e pessoais. Depois, veremos que as epístolas gerais advertem o crente a respeito da santificação e dos falsos ensinos, e enfatizam a supremacia de Cristo e a esperança da vida eterna. Por último, veremos que a mensagem das epístolas permanece atual. Esta mensagem ressalta a justificação, santificação e glorificação do crente.


Lição 13 - A Leitura da Bíblia e a Educação Cristã.


Nesta última lição falaremos sobre a importância da Bíblia como uma ferramenta de ensino-aprendizagem para a vida cristã. Veremos que a Bíblia é o livro texto da Escola Dominical. Sendo um espaço de incentivo ao estudo e prática das Sagradas Escrituras, a Escola Dominical é um local de crescimento espiritual, tanto individual quanto coletivo e atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores morais da fé cristã. Falaremos também sobre a educação cristã e a formação de leitores da Bíblia. No Novo Testamento, Jesus Cristo é chamado por mais de dez vezes de Rabi. Nosso grande Mestre nos ensina continuamente sobre a importância da educação, exortação e instrução na Palavra de Deus. Por último, falaremos a respeito da necessidade de leitura diária da Bíblia. Quem deseja ter Jesus como Mestre, precisa se portar como um disciplinado aluno. A prática diária da leitura bíblica é uma disciplina primordial ao genuíno discípulo de Cristo. 


Esperamos que ao final deste trimestre, você conheça com mais profundidade a palavra de Deus e esteja preparado para responder aos ataques dos inimigos da Palavra de Deus. Devemos manejar bem a Palavra da Verdade, pregando-a com fidelidade e, sobretudo, vivendo aquilo que pregamos. 


Desejo a todos os leitores um feliz ano novo e bons estudos. 


Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS:


LIÇÕES BÍBLICAS. Revista do Professor. 1° TRIMESTRE DE 2022. RIO DE JANEIRO, CPAD.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. 1ª edição: 2021. RIO DE JANEIRO, CPAD.

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus: RIO DE JANEIRO, CPAD.

25 dezembro 2021

OS TEMPOS E AS ESTAÇÕES ATÉ A VOLTA DO SENHOR


(Comentário do 3⁰ tópico da lição 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO)

Neste terceiro e último tópico da lição falaremos a respeito do comportamento do crente, enquanto aguarda a vinda do Senhor. Após a ressurreição, nos momentos finais que antecederam a sua ascensão ao Céu, o Senhor Jesus estava reunido com os seus discípulos, dando-lhes as últimas instruções antes de subir ao Céu. 

Jesus os exortou a não se ausentarem de Jerusalém, até que recebessem a promessa do Pai, referente à descida do Espírito Santo, que viria "não muito depois daqueles dias" (At 1.4-6). Os discípulos, então, lhe perguntaram se o Senhor restauraria, nesse tempo, o reino a Israel. Jesus esclareceu que não lhes competia a eles saber "os tempos e as estações" que o pai estabelecera pelo seu próprio poder. Em seguida, Jesus disse que eles receberiam a virtude do Espírito Santo, para serem suas testemunhas em sua própria cidade, província, país e em todo o mundo. (At 1.7,8). 

1.   Uma atenção à expressão “dos tempos e das estações”. As palavras "tempos" e "estações",  usadas por Jesus nas últimas instruções aos discípulos, no grego são, respectivamente, "chronos" e "kairós". Chronos significa a extensão do tempo e Kairós significa a qualidade do tempo ou oportunidades. Jesus estava falando que haveria um espaço de tempo (chronos) entre o início da Igreja e sua segunda vinda e haveria ocasiões (kairós) com sinais que aconteceriam durante o estabelecimento do Reino de Deus. Paulo também usa as mesmas expressões em 1 Tessalonicenses 5.1, para responder às perguntas sobre os últimos acontecimentos: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva”. Jesus deixa claro que tanto o chronos (tempo decorrido) quanto o kairós (ocasiões e acontecimentos) pertencem única e exclusivamente a Deus. Então, não compete ao crente ficar preocupado com a data da volta de Jesus, ou tentar decifrar os acontecimentos atuais, para tentar descobrir quando o Senhor voltará. 

2.   Uma dimensão do Espírito; uma dimensão do porvir. A principal prova de que estamos nos últimos dias é a descida do Espírito Santo para habitar em nós. O profeta Joel já havia profetizado: "E acontecerá, nos últimos dias, diz Deus, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne…". Esta expressão bíblica "últimos dias" é uma referência ao período que abrange desde o dia de Pentecostes até a vinda do Senhor, em suas duas fases. Não haverá mais outro período da Igreja na terra depois disso. Após o arrebatamento da Igreja, haverá a Grande Tribulação na terra e as Bodas do Cordeiro no Céu, como vimos no tópico anterior. Depois, Jesus virá com a Igreja glorificada e instaurará o seu reino milenial. No final do Milênio, o diabo será solto da prisão e sairá a enganar as nações. Ele conseguirá reunir uma multidão para pelejará contra Cristo e a sua Igreja. Mas, será derrotado e lançado no lago de fogo, junto com a Besta e o Falso profeta. A partir deste acontecimento, haverá o Juízo Final, onde todos os ímpios de todas as as épocas, serão julgados e condenados ao lago de fogo. Então virá a eternidade. Os salvos herdarão a Nova Jerusalém e viverão eternamente com Cristo. Os condenados no Juízo Final terão o seu destino eterno no lago de fogo, com o diabo e seus anjos. 

3. Espírito e Porvir: temas da nossa pregação. A mensagem da Igreja de Cristo nestes últimos dias, portanto, deve girar em torno de dois temas principais: primeiro, o revestimento do poder do Espírito Santo, para testemunhar, ousadamente, de Cristo. A mensagem da Igreja vai na contramão do mundo e se ela não estiver cheia do Espírito Santo, não se sustentará. Segundo, a mensagem da Igreja deve estar voltada para o porvir (futuro escatológico). A Igreja de Cristo não foi chamada para estabelecer um reino político neste mundo ou transformá-lo em um mundo melhor para se viver. Jesus nos chamou para proclamar a salvação aos perdidos, não para viver aqui e sim, em um novo céu e nova terra que Ele foi preparar. 


REFERÊNCIAS: 


REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS / PROFESSOR. CPAD, 4⁰ Trimestre de 2021. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 87, pág. 42.  

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. págs. 25,28.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 622-623.    

BARCLAY, William. Comentário Bíblico: ATOS. pag. 12.    

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 8.    

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.622).    


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Pb. Weliano Pires

23 dezembro 2021

A DOUTRINA BÍBLICA DE PAULO SOBRE A VOLTA DO SENHOR

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO).

Neste segundo tópico, falaremos sobre  a doutrina bíblica referente à volta do Senhor, que foi exposta pelo apóstolo Paulo, nas duas Epístolas aos Tessalonicenses. Há muita discussão teológica sobre este assunto e pontos de vistas diferentes no meio evangélico, sobre a forma que se dará a volta de Cristo. 

Alguns dizem que Jesus virá antes da Grande Tribulação e antes do milênio. Por isso, são chamados de pré-tribulacionistas e pré-milenistas ou pré-milenaristas; outros dizem que Jesus virá no meio da Grande Tribulação e antes do milênio.  Estes são chamados mid ou meso-tribulacionistas; há os que dizem que Jesus virá após a Grande Tribulação e são chamados de pós-tribulacionistas; há ainda alguns que dizem que não haverá um período de sete anos de Tribulação e um reinado literal de mil anos de Cristo. Segundo estes, estas expressões são simbólicas e indicam, respectivamente, as tribulações que a Igreja passa e que Cristo reina hoje através da Igreja. Estes são chamados de amilenistas ou amilenaristas. 

A Assembleia de Deus adota a posição pré-tribulacionista e pré-milenista. Cremos que a volta do Senhor se dará em duas fases: a primeira será o arrebatamento da Igreja, quando somente Senhor descerá do Céu e a Igreja será arrebatada ao  seu encontro nos ares, num abrir e fechar de olhos. A segunda fase, será a manifestação de Jesus em glória, quando Ele virá com a Igreja glorificada, visível a todos os homens. Entre uma fase e outra, haverá na terra, sete anos de Grande Tribulação. 

1. A volta do Senhor em 1 Tessalonicenses. Muitos cristãos no primeiro século, especialmente os de Corinto e Tessalônica acreditavam que Jesus voltaria durante a vida deles. Outros, eram influenciados pela cultura grega, que não acreditava na ressurreição do corpo. Com o passar dos anos, eles viam os seus entes queridos morrerem e Cristo não voltava. Eles, então, começaram a se preocupar com a situação dos crentes que haviam morrido. 

Paulo dedicou o capítulo 15 de 1 Coríntios e o capítulo 4 de 1 Tessalonicenses, para explicar sobre a ressurreição dos mortos e a vinda do Senhor. Agora, no capítulo 5 de 1 Tessalonicenses, ele inicia com a conjunção adversativa "mas", indicando uma continuidade do assunto anterior. Paulo diz que "não há necessidade de escrever-lhes sobre os tempos e as estações", não porque isso não seja importante, mas, porque não lhe foi revelado quando estas coisas aconteceriam. Sobre a vinda do Senhor, há dois extremos que o cristão evitar:

a. Dar lugar à curiosidade e tentar prever a data em que Cristo voltará. Jesus falou de vários sinais que antecederam a sua vinda e a maioria deles já se cumpriu. Portanto sabemos, pelas Escrituras, que a vinda do Senhor está próxima. Entretanto, o próprio Jesus disse que “ninguém sabe o dia, nem a hora, somente o Pai" (Mt 24.36). Ao longo da história, muitas seitas já marcaram a data da volta de Cristo e erraram. Guilherme Miller, fundador do Movimento Adventista marcou a data da volta de Cristo para 22 de outubro de 1844 e nada aconteceu. Charles Taze Russell, fundador das Testemunhas de Jeová, disse que Jesus votaria em 1914. Nada aconteceu e ele remarcou para 1915. De novo, nada aconteceu. Os seus sucessores marcaram a data para 1925, 1975, 1984 e 2000. Também erraram e pararam de marcar a data e inventaram a desculpa esfarrapada de que Jesus voltou espiritualmente. 

b. Ignorar a volta de Jesus. Se por um lado há os que vivem em constante expectativa, tentando marcar a data da volta de Cristo, no outro extremo há os incrédulos que vivem como se Cristo não fosse voltar, fincando raízes neste mundo e se preocupando apenas com as coisas terrenas. Não podemos esquecer que somos peregrinos aqui que estamos a caminho do nosso eterno lar. Jesus disse: "Eis que venho sem demora…"; "Eis que cedo venho…". (Ap 3.10; Ap 22.12). Ele virá e não tardará. 

2. As duas fases dessa vinda. Sobre a volta de Cristo, assim lemos na Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil:

"CREMOS, professamos e ensinamos que a Segunda Vinda de Cristo é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira é o arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação, momento este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados...” (1 Ts 4.17); a segunda fase é a sua vinda em glória depois da Grande Tribulação e visível aos olhos humanos: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1.7).


Infelizmente, muitos crentes fazem confusão entre estes dois eventos, usando textos bíblicos que se referem à segunda fase da vinda de Cristo e aplicando-os ao arrebatamento. Com isso, dizem que Jesus Jesus virá após a Grande Tribulação. Ora se atentarmos para os textos bíblicos que falam da vinda do Senhor, teremos que admitir que se tratam de dois eventos diferentes. Vejamos:

Em Mateus 24.30, o Senhor Jesus disse: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória." Também em Apocalipse 1.7 diz: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém." Vemos nestes dois textos que o Senhor aparecerá no Céu, visível a todas as tribos da terra. O profeta Zacarias diz que Ele pisará sobre o Monte das Oliveiras e o monte se dividirá no meio: "Naquele dia, os seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras, a leste de Jerusalém, e o monte se dividirá ao meio, de leste a oeste, por um grande vale; metade do monte será removi­do para o norte, e a outra metade para o sul". (Zc 14.4). 

Entretanto, em 1 Coríntios 15.52, o apóstolo Paulo diz: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados". Ainda em 1 Tessalonicenses 4.16,17, Paulo diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." Nestes dois textos das Epístolas Paulinas fica claro que o Senhor virá rapidamente e a Igreja subirá ao seu encontro nos ares. Paulo usa a palavra grega "átomos" trazida por "num momento". Esta palavra significa a menor fração de tempo ou um milésimo de segundo. Seria impossível todas as tribos da terra, que não estão esperando o Senhor, vê-lo em tão pouco tempo e ainda se lamentarem sobre Ele. Paulo usa também a palavra grega "harpadzo", que significa "raptar inesperadamente com força", indicando que a Igreja será raptada rapidamente ao encontro do Senhor nos ares. 

Fica claro, portanto, que nos textos citados, a Bíblia está falando de duas situações diferentes: a primeira dela é o arrebatamento da Igreja, quando os mortos em Cristo e os santos do Antigo Testamento serão ressuscitados primeiro e, em seguida, os salvos que estiverem vivos serão transformados e subirão ao encontro do Senhor nos ares. A segunda situação, será a manifestação gloriosa do Senhor, no final da Grande Tribulação. Aí sim, Ele aparecerá nas nuvens com poder e grande glória e “todo o olho verá” (Ap 1.7). Nesta ocasião, Cristo voltará à terra, com a Igreja, vencerá os exércitos do Anticristo, livrará Israel e estabelecerá o seu reino milenial. (Ap 19.11-16).

3. Sobre a Grande Tribulação. A grande tribulação será um período de transição entre a dispensação da Graça e o Milênio, que terá a duração de sete anos. Este será o período mais terrível que o mundo irá atravessar: “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21). Logo após o arrebatamento da Igreja, o Anticristo, também chamado de “o homem do pecado”, se manifestará e governará o mundo. Inicialmente, ele firmará um acordo de paz com todas as nações, inclusive com Israel. Entretanto, o seu domínio será segundo a “eficácia de satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira e com todo o engano da injustiça.” (2 Ts 2.9,10). O maior desses sinais é a chamada “abominação da desolação”. No meio da grande tribulação, ele revelará a sua verdadeira face. Ele colocará uma imagem de si mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2 Ts 2.3,4; Ap 13.14,15). 

A Bíblia de Estudo Pentecostal traz um estudo com as principais características da Grande Tribulação: 

1) Será de âmbito mundial (Ap 3.10).

2) Será o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Dn 12.1; Mt 24.21).

3) Será um tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jr 30.5-7).

4) O período será controlado pelo “homem do pecado” (i.e., o Anticristo; Dn 9.27; Ap 13.12).

5) Os fiéis da igreja de Cristo recebem a promessa de livramento e “escape” dos tempos da tribulação (Lc 21.36; 1Ts 5.8-10; Ap 3.10).

6) Durante o período da tribulação, muitos entre os judeus e gentios crerão em Jesus Cristo e serão salvos (Dt 4.30,31; Os 5.15; Ap 7.9-17; 14.6,7).

7) Será um tempo de grande sofrimento e de perseguição pavorosa para todos quantos permanecerem fiéis a Deus (Ap 12.17; 13.15).

8) Será um tempo de ira de Deus e de juízo seu contra os ímpios (1Ts 5.1-11; Ap 6.16,17).

9) A declaração de Jesus de que aqueles dias serão abreviados (24.22) não pressupõe a redução dos três anos e meio, ou 1260 dias preditos. Pelo contrário, parece indicar que o período é tão terrível que se não fosse de curta duração a totalidade da raça humana seria destruída.

10) A grande tribulação terminará quando vier Jesus Cristo em glória, com sua noiva (Ap 19.7,8,14), para efetuar o livramento dos fiéis remanescentes e o juízo e destruição dos ímpios (Ez 20.34-38; Mt 24.29-31; Lc 19.11-27; Ap 19.11-21).

11) Não devemos confundir essa fase da vinda de Jesus, no fim da grande tribulação, com a sua descida imprevista do céu, em 24.42-44 (ver notas sobre estes versículos, que tratam da vinda de Jesus, na sua fase do arrebatamento dos crentes), a qual ocorrerá num momento diferente do da sua volta final, no fim da tribulação.

12) O trecho principal das Escrituras que descreve a totalidade da tribulação de sete anos de duração é encontrado em Ap 6–18. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES, Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 119-121.    

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 664. 

SILVA, Esequias Soares da. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 185-187.    

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Rio de Janeiro: CPAD. pag. 663.   

SILVA, Severino Pedro da. Armagedom A Batalha Final. Editora CPAD. pag. 119-120.   

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.632,33).    

Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, p.415.    

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pág. 1438-1439. 


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Pb. Weliano Pires


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