20 novembro 2015

Resposta a uma evangélica que separou e quer casar de novo.

Recentemente,  uma mulher 'evangélica' separou do marido, não tendo havido adultério. Pouco tempo depois,  começou a namorar um homem,  também 'evangélico' e separado da esposa. Congregam na mesma igreja,  os dois e os respectivos ex - cônjuges.

Esta irmã postou uma foto com o 'novo amor' e alguns 'evangélicos' fizeram comentários elogiosos de que Deus iria abençoá - los. Em um desses comentários,  alguém desejou muitas felicidades ao casal, criticando os que estavam 'julgando' e atirando pedras.

Diante disso, eu fiz o comentário abaixo,  mostrando o que a Bíblia afirma sobre o divórcio e sobre um segundo casamento:

"Não se trata de julgar, mas, de pregar a verdade bíblica. Antes de falarmos que Deus irá abençoar um relacionamento, devemos ver o que Deus pensa sobre este relacionamento.
A Bíblia é bem clara sobre o divórcio. Em Malaquias 2.16 o Senhor diz: "Eu odeio o divórcio; eu odeio o homem que faz uma coisa tão cruel assim. Portanto, tenham cuidado, e que ninguém seja infiel à sua mulher.”
Jesus, o nosso Mestre por excelência, disse em Mateus 19.5,6: “E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
“Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mateus 19.9).
Paulo, em 1 Coríntios 7.5,6, respondendo a perguntas sobre o casamento, diz:
“Todavia, aos casados mando, não eu, mas, o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”
Portanto, as únicas exceções, para o Cristão se divorciar e casar novamente, é se o seu cônjuge adulterar ou se ele for casado com um incrédulo e o incrédulo resolver abandoná-lo, por causa da sua fé.
Quem tem compromisso com a Palavra de Deus não pode aprovar aquilo que Deus condena, nem condenar o que Deus aprova."

Após este comentário,  a irmã me perguntou:
- Diante do que você falou,  gostaria de saber o que você tem a dizer sobre a minha opção,  já que estamos em um estado democrático de direito.

Respondi o seguinte:

"Prezada, do ponto de vista do direito, você é livre para fazer o que quiser da sua vida. O divórcio e o novo casamento estão previstos no Código Civil Brasileiro. Na lei brasileira, se você estiver divorciada pode casar com quem quiser, independente se a pessoa é solteira ou divorciada.
Porém, eu estou falando, como pastor, do ponto de vista teológico, ou seja o que a Bíblia, que é o manual de fé do Cristão, fala a respeito. Segundo a Bíblia, pelos textos que eu citei você tem duas opções: Reconciliar-se com o seu esposo ou permanecer solteira. Se casar com outra pessoa estará em adultério, você e a outra pessoa.
Claro, que isso é uma decisão sua, se quiser ir para o céu. Não adianta a Igreja, o pastor e os amigos aprovarem algo contrariando a Bíblia, pois, passarão o céu e a terra, mas, a Palavra de Deus jamais passará.
Eu falo isso como irmão em Cristo e amigo de vocês, que conheço você desde a infância. Amigo não é aquele que ver o erro e se cala. Ainda há tempo de você rever a sua decisão e buscar a reconciliação com o seu esposo."

Ambos me bloquearam no Facebook e o pastor deles me criticou, alegando que eles podem casar,  pois, estão divorciados. Ameaçaram até me processar.  Não sei de qual crime iriam me acusar, pois, segundo a Constituição, "é livre a manifestação de pensamento,  sendo vedado o anonimato. "
Não sei qual Bíblia este povo está lendo.



Perguntas a um Jeovista:

Perguntas a um Jeovista:

Uma pessoa publicou em um Grupo de amigos do Whatsapp, o seguinte:

"Usem o nome de Deus em seus textos fica mais evidente qual Deus você da a honra louvor e adoração Bom dia a lembrando Deus tem nome (JEOVÁ )"

Pelo texto, fica evidente que deve ser Testemunha de Jeová, uma vez que os jeovistas usam este argumento para atacar os cristãos, dizendo que não chamamos Deus, pelo seu 'verdadeiro nome', que segundo eles dizem, é Jeová.

Eu deixei ele, as seguintes perguntas. Gostaria que ele ou outros jeovistas me respondessem:

1) Quem disse que o nome de Deus é Jeová e que Deus dá importância ao uso do nome próprio?

2) Qual é o nome do Deus de Israel em hebraico? (Não é 'Jeová')

3) Quando Moisés perguntou a Deus, o que ele deveria responder a Faraó, quando este lhe perguntasse quem havia lhe enviado, o que Deus lhe respondeu?

4) Se é tão importante referir - se a Deus pelo seu 'nome próprio', porque Jesus, o Filho de Deus ou os seus apóstolos não fizeram isso na Bíblia?



Puxa, não é que o Jeovista resolveu me responder!

Vejam o debate:

Jeovista:
Leia mais a bíblia se vc se acha inteligente.

Weliano Pires:
Eu não apenas leio, mas, estudo, medito e ensino a Bíblia há muitos anos.

Jeovista:
Não entro em discussão a respeito da palvra d Deus simplesmente quis que os outros soubesse q Deus tem nome de vc acha que não vale apena usar ...

 Weliano Pires:
Vamos para a Bíblia.
Em Êxodo 3.13, Moisés perguntou a Deus:

"Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?".
No versículo 14, Deus respondeu. Veja na sua Bíblia a resposta de Deus Você verá que não há nenhuma referência ao nome Jeová.

Weliano Pires:
Diga - me, onde Jesus chamou o Pai de Jeová.
Jeovista:
Não tenho tempo pra ficar discutindo com vc tenho coisa melhor a fazer bom dia

 Weliano Pires:
Tem tempo para querer impor a opinião de uma organização que marcou a Vinda de Jesus para 1914, 1915, 1925, 1975 e 1984. Porém, quando é confrontado com a verdade bíblica não tem tempo. Entendi.


Jeovista:
Não estamos falando sobre religião simplesmente não gosto d discutir

Weliano Pires:
Quem não gosta de discutir não deve postar em público um questionamento sobre a crença dos outros. Se você faz isso, obviamente precisa ouvir a argumentação.

16 novembro 2015

Por que sou contra o movimento feminista!

Por que sou contra o movimento feminista!
Texto do Blog Templo Jovem.

O movimento feminista surgiu no século XIX para o XX, mas foi em 1960 e 1970 que ocorreu um grande crescimento e daí para frente a coisa só cresceu e cresceu e tomou proporções exageradas, para não dizer fora do normal!
Bem, como homem, creio que muitas feministas poderão me julgar, porém há certas coisas (ideais) por trás deste movimento, que estão muito além de luta pela “dignidade da mulher”, andando para um condão de uma libertinagem desenfreada.

Eu sou um tremendo de um defensor da mulher, mas, sou contra esteve movimento e mostrarei o porquê.

Este movimento, pelo que vemos hoje em dia, não defende a mulher, como pessoa, mas, “direitos” que posso dizer que não são direitos e sim, algo devasso e contrário o que este blog prega, a Bíblia.

São coisas que o movimento feminista prega que ferem os princípios bíblicos:
O direito da mulher abortar por escolha própria; direito a autonomia do próprio corpo; apóiam os grupos homossexuais, principalmente, os voltados para a causa das lésbicas; e, tentam inserir na mente e na cultura das mulheres, que elas não precisam dos homens (uma independência, ou auto-suficiência).

Estive pesquisando e pude constatar que este grupo é em grande maioria (desde o início) formado por lésbicas. Note que sempre há ligado ao termo “feminista” algo indicando que as mulheres não necessitam dos homens, que podem ser líderes de si mesmas, que são superiores e por aí vai.

Caro leitor, peço que reflita, se isto, é ou não uma mentalidade de apologia ao lesbianismo!? As feministas pegaram algo que realmente deveria ser combatido (o machismo) e levaram outras coisas junto.
Por exemplo, é óbvio que a violência contra a mulher deve ser extirpada, que a mulher tem direito a ser um cidadão ativo (politicamente falando), que devem ser protegidas contra abusos sexuais e coisas do gênero! Esta é uma luta que muitos homens defenderam e mulheres, que não eram feministas, também defenderam.
O que o movimento feminista fez, foi pegar isto que é algo certo (que até a Bíblia sanciona) e juntou com algo completamente fora do padrão certo (aquilo citado no quinto parágrafo).
Estes dias vi um psiquiatra, que estuda o crime na sociedade, falando sobre as causas. Quando o vi falando achei que era evangélico, pois, ele falou tudo que pensava e que está na Bíblia. Porém, ao final ele disse que não tinha religião, mas, que a Bíblia tem um padrão certo de criação dos filhos e uma FORMA CERTA DE FAMÍLIA, ou seja, os deveres do homem para com a mulher e vice versa. Dá para perceber que até o ímpio está tendo um esclarecimento que, a Bíblia está certa em seus mandamentos e as posições que homem e mulher tem, um para com o outro.

Deus na formação da humanidade, fez um para o outro (homem e mulher), um dependente do outro, em outras palavras, um COMPLETA o outro.
Há vários textos bíblicos mostrando, como deve ser o tratamento de um com o outro, bem como os deveres, posições, como agir um com o outro, a criação dos filhos, amor, respeito e muitas outras coisas. Posso citar referências, como as de Gênesis 1:27-28; 2:18-25; 1 Coríntios 7:2-39; 11:3-12; Efésios 5:28; 5:31; Colossenses 3:19; Tito 2:4; 1 Pedro 3:1 e 3:7.
Vou para o ponto que acho mais importante e que até o psiquiatra concorda. O feminismo tenta por diversas vezes, ANULAR a importância da figura do “homem”, o macho, o pai!

Não tem como a humanidade crescer equilibrada se o conceito de PAI e MÃE não for o bíblico!

A figura paterna é importantíssima para criação de um filho. Não existe essa da mãe ser o pai também. Em nossa sociedade isto está sendo convencionado como algo normal, pois, o número de separações está alto. Porém, ainda assim, a figura do pai é importante. Mesmo distante, por causa de uma eventual separação, a presença de um pai é importante.

Tenho visto a autoridade que é do homem (isto é bíblico) sendo usurpada pelas mulheres! Atualmente, as mulheres ou pelo menos uma idéia imposta à elas, estão tendo a filosofia de que são elas que tem que dominar os homens. É algo completamente anti bíblico.

É claro que nestes “tempos pós modernos”, isto pode soar como preconceituoso, irracional e até 'selvagem' ou 'pré-histórico', mas, não é!

O homem é a mulher têm funções diferentes. Somos iguais, porém com funções diferentes. Pela Bíblia, é obrigação do homem ser o líder da casa. É obrigação dele ser o mantenedor dela, o protetor e o professor da vida, para os filhos. Por sua vez, é obrigação da mulher ser uma boa mãe, dona de casa, estar numa missão junto com o esposo, ajudando-o a edificar o lar.

Perceba que o homem ou a mulher podem fazer serviços, que são do outro, sem, contudo inverter os papéis que lhe foram conferidos. É isto que estou dizendo. Vou dar um exemplo:

Não sou contra a mulher trabalhar, mas, não é a obrigação dela sustentar a casa. Se ela trabalha, é uma ajuda. Porém, é função do homem bancar as despesas da família, caso ela queira apenas cuidar dos filhos.

Devemos nos atentar que, tanto um como o outro, possuem características diferentes. Se tentarmos inverter ou anular, acaba dando os problemas, como os que vemos hoje em dia:

- Pessoas que não sabem o que é autoridade;
- Que não sabem o que é o respeito;
- Desestrutura familiar, psicológica e baixa autoestima;
- Problemas no convívio com os outros e aumento de crimes;
- Desequilíbrio social, emocional, sexual.

Estes são alguns exemplos do que a inversão de papéis causa, fora o mais importante, que é a destruição espiritual.
Deus fez e faz tudo perfeito. Nós, como Igreja, não podemos pegar as idéias do mundo, como sendo certas. Aquilo que não for bíblico, deve ser tirado de nossos costumes, por mais arcaicos que o “mundo” ache que somos. Que continue a pensar assim, pois, aquilo que Deus nos ordenou tem um propósito de vida feliz, para cada ser humano.

Para reforçar, o homem deve amar e tratar sua esposa como Cristo amou a Igreja, e a mulher deve amar seu marido e lhe estar como cooperadora como a Igreja está para com Cristo.
Em outras palavras, devemos respeitar uns aos outros, sabendo onde cada um se encaixa, pois é isto que a Palavra de Deus nos exorta.

No mais, que Deus nos abençoe e nos livre desta maré de modernidade exacerbada e libertina que o mundo quer nos impor.



14 novembro 2015

Ratimbum significa 'Eu amaldiçôo você?

Ratimbum significa 'Eu amaldiçôo você?

Tenho visto pessoas bem intencionadas, enviando mensagens, pedindo para que ao cantar os parabéns, nas festas de aniversário, não incluirmos a expressão 'ratimbum, pois, segundo dizem, esta palavra significa 'Eu amaldiçôo você'.
Eu até acho bonito, que se cante parabéns dizendo: "É, bênção, é bênção, é bênção... É honra, é honra, é honra, pra você", como alguns irmãos costumam fazer.
Entretanto, precisamos ser cuidadosos para não atribuirmos a uma palavra, significados que ela não possui. Não há nenhuma fonte linguística que indique que 'Ra-tim-bum' significa 'Eu amaldiçôo você'.

Rá-Tim-Bum é uma figura de linguagem chamada 'onomatopéia', que imita o som emitido por uma bandinha de circo, ou uma fanfarra, quando quer chamar a atenção, sobre uma finalização de uma apresentação.
A caixa faz TARARÁ!, os pratos fazem TIM!, e o bumbo faz BUM! TARARÁ TIM BUM! Para tornar a palavra mais curta e fácil de se falar tiraram o TARA… ficou só o RÁ, Rá-Tim-Bum, com três sílabas de bom efeito sonoro.
Rá-Tim-Bum, portanto, representa o som de três partes de uma bateria: caixa, prato e tambor, indicando o fim da cantoria e o inicio da gritaria do nome do homenageado.

Não há, portanto, maldição nenhuma nisso. E nós, como crentes em Jesus, precisamos sempre afirmar a verdade.


11 novembro 2015

Solução

Leitura Bíblica: Habacuque 1.1-2.20

"A terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas enchem o mar." (Hc 2.14).

Há 100 anos, Rui Barbosa disse o seguinte: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Lendo o texto de hoje, percebemos que os problemas da humanidade continuam desde sempre os mesmos – na época de Habacuque, no início da República brasileira ou em nossos dias.
Numerosas soluções têm sido apresentadas ao longo dos séculos, mas sem resultado. Sistemas políticos, dogmas religiosos, filosofias – todos têm falhado no intento de fazer com que a raça humana conviva em harmonia e consideração mútua.
Provavelmente, como eu você também às vezes se sente como Habacuque. Pois façamos o que fez o profeta: abriu o coração diante do seu Deus. Falou sem rodeios, botou para fora tudo que o incomodava – e não ficou sem resposta.

A resposta de Deus? Um evento futuro: a condição em que vivemos é provisória.
Com a vinda de Cristo foi inaugurada a era que prepara o mundo inteiro para sujeitar-se à autoridade do único Deus. O Reino de Deus, cuja chegada Jesus pregava, será consumado quando ele retornar. Então se cumprirá a promessa feita a Habacuque: a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor como as águas enchem o mar, isto é, a autoridade do Deus de amor será absolutamente obedecida sem exceção, de forma completa e permanente.

Eis a solução. Em que momento da História e de que maneira isto acontecerá não sabemos: o futuro, como diz com razão o ditado popular, a Deus pertence, mas cabe a cada um de nós fazer o melhor possível para disseminar a justiça de Deus no mundo, embora nossas grandes expectativas estejam voltadas para a consumação do Reino de Deus. - MHJ

A volta de Jesus Cristo trará o dia quando, finalmente, o mundo todo se renderá a Deus.
(Publicado no Livro "Presente Diário 18"- Rádio Transmundial )


10 novembro 2015

A venda da Vale


A Vale do Rio Doce era um poço de corrupção e cabide de empregos, que não trazia benefícios ao país. Ainda bem que foi privatizada. 
Alguns petistas estatizantes, que têm a ilusão de que empresas nas mãos do estuado funcionam e 'pertencem ao povo', insistem em afirmar que a Vale fora vendida 'a preço de banana'. Vamos aos fatos.

Não podemos analisar o preço de uma empresa privatizada, pelo preço que ela vale hoje, sem considerar as características dessa empresa, na época em que ela foi vendida. 
A Vale do Rio Doce valia, em 1997, por volta de 9 bilhões, com a estimativa mais otimista colocando o valor de mercado da empresa em 10,3 bilhões de dólares,  valor usado pelo governo. Além disso, a venda do controle acionário foi acompanhada de uma transferência de dívida de 4 bilhões de dólares. Isso equivalia, na época, a 7,4 bilhões de reais. A inflação acumulada entre 1997 e 2014 foi 178,66%, o que corresponderia a 20,5 bilhões de reais atuais. Portanto, A Vale não só valia muito pouco como foi vendida por muito. 
Após a privatização, tornou-se uma das maiores empresas mineradoras do mundo. Para se ter uma ideia, no período estatal, a Vale recolheu  R$ 620 milhões em impostos. No período privado, os impostos subiram para R$ 1,5 bilhão, mais que o dobro. O recolhimento do Imposto de Renda, passou de R$ 104 milhões no período estatal, para R$ 4,4 bilhões no período privado. Ou seja, a contribuição da Vale em impostos para o governo passou de R$ 724 milhões para R$ 6 bilhões, depois de privatizada. 

Se ainda fosse estatal, a Vale jamais chegaria aonde chegou.


A dívida pública na era FHC

A dívida pública na era FHC
Amilton Aquino
É comum ver na internet, petistas e simpatizantes publicarem que o governo FHC dobrou a dívida pública e outras bobagens. Trabalhos sérios sobre o processo de endividamento da era FHC são poucos, mas um em especial, me chamou a atenção. Primeiro pelo seu conteúdo objetivo, segundo por contar com a credibilidade da Universidade de Brasília, e, claro, do autor da pesquisa, o PhD em economia Flávio Rabelo Versiani. 
Primeiramente, o pesquisador faz uma distinção entre o processo de endividamento decorrente dos ajustes do cambio (diferença entre o valor do Real em relação ao Dólar) e fatores “não repetitivos” resultantes de reformas na economia.
1) Refinanciamento de estados e municípios – Desde a constituição de 1988 que deu mais “liberdade” para os estados e municípios, houve um crescente endividamento nestas esferas do poder público. Entre 1989 e 1998, a dívida líquida dos estados e municípios passara de 5,8% para 14,4% do PIB. Os governadores gastavam mais do que arrecadavam, sendo que o restante era financiado por bancos estaduais, os quais disfarçavam os prejuízos nos tempos de inflação alta, pois, assim como o Governo Federal, tiravam da inflação alta parte de suas receitas. Quando a inflação acabou, a situação dos bancos estaduais (e consequentemente os estados) tiveram suas situações de endividamento pioradas. Para desativar a “bomba” que explodiria mais cedo ou mais tarde, em 1997 o Governo iniciou as discussões para a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal e, para aprová-la, teve que se comprometer com os governadores a assumir as dívidas dos estados e municípios.
Como resultado deste processo, foram repassados para da dívida interna federal R$ 275 bilhões.
Vale salientar que esta mesma Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual prevê punição aos governadores e prefeitos que gastarem mais do que suas receitas, está sendo alvo de uma grande campanha de prefeitos e governadores para que seja “flexibilizada”. Ou seja, estão querendo acabar com um dos grandes avanços da administração FHC implantada a duras penas e com alto custo aos cofres públicos. Vale lembrar também que nesta mesma época o PT foi um dos grandes entraves do governo, por fazer oposição sistemática a cada ação do governo, até mesmo nas mais óbvias e necessárias como as reformas estruturais das quais hoje colhe os frutos no governo.
2) Passivos contingentes  “O governo federal realizou diversas operações, na última década, com o objetivo de assumir dívidas latentes, ou seja, compromissos assumidos no passado, de diversas formas, pela União, mas que não tinham sido contabilizados como dívidas efetivas”.
Um desses casos foi a resolução do grande problema criado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) que na época da inflação alta criou grandes distorções para os mutuários. Para quem não lembra dessa época, existiam milhões de brasileiros que financiaram imóveis pela Caixa Econômica Federal e que mesmo depois de terem pago metade da prestações, o valor total da venda do imóvel não era suficiente nem mesmo para quitar a dívida.
“Outros passivos contingentes derivaram da assunção, pelo governo federal, de débitos e obrigações de entidades extintas ou privatizadas, como o Lloyd Brasileiro, a Rede Ferroviária Federal, a SUNAMAM, o Instituto do Açúcar e do Álcool, etc. (STN, 2002-b). O valor da Dívida Mobiliária Federal referente a assunção desses “esqueletos” montava, em abril de 2002, a R$ 143,4 bilhões”.
3) Fortalecimento de bancos federais – Hoje os bancos estatais como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal são exemplos de boas gestões, lucrativos e financiadores do desenvolvimento nacional, emprestando dinheiro até mesmo a Petrobrás. O que pouca gente sabe (ou esqueceu), no entanto, é que para chegar ao que são hoje, tais bancos tiveram que ser saneados no Governo FHC através do Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais (PROEF) além de serem forçados a adequarem-se aos padrões de capitalização e de provisão de riscos de crédito estabelecidos pelas normas internacionais.
“Como resultado do PROEF, a Caixa Econômica, o BASA e o BNB tiveram seu capital aumentado (o do Banco do Brasil já o fora, pela Medida Provisória nº 2.072-66, de março de 2001), e procedeu-se também a uma troca de ativos de pouca liquidez por outros líquidos, e remunerados a taxas de mercado. Houve também uma transferência do risco de créditos para o Tesouro Nacional, no caso de operações ligadas a programas de governo, e a uma empresa especialmente criada (Empresa Gestora de Ativos). A parcela da Dívida Mobiliária Federal correspondente às operações do PROEF atingia, em abril de 2002, o valor de R$ 69,5 bilhões.”
Conclusão:
A soma entre os totais gastos para resolver os problemas herdados pelo Governo FHC totalizam R$ 572,6 bilhões, o que corresponde a 85% da dívida de R$ 623 bilhões, deixada por FHC, segundo o Tesouro Nacional, e 67,5% em relação à dívida de R$ 848 bilhões, segundo a versão do Banco Central que inclui os títulos em poder do BC e as dívidas das estatais.
Somam-se a este montante os bilhões de dólares gastos para segurar o câmbio nas sucessivas crises da década, além de juros e algumas emissões de títulos para suprir os déficits orçamentários, decorrentes das diversas fases do processo de estabilização.



A importância do deserto para o obreiro

“Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco”. (Gl 1.17)....