19 março 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos sobre o culto cristão, que é santo e visa agradar e glorificar a Deus. Há pessoas que pensam que cada um pode cultuar a Deus da maneira que quiser, mas não é isso que a Bíblia ensina. O culto cristão deve ser oferecido a Deus, com santidade, reverência e ordem, visando a adoração ao Senhor e a edificação da Igreja. 

No primeiro tópico, falamos sobre a natureza do culto a Deus. Vimos que o culto é um serviço a Deus. Vimos também que o culto a Deus também deve ser solene, ou seja, com respeito e majestoso. O apóstolo Paulo expôs aos coríntios, princípios que devem regulamentar o culto, para que haja decência, ordem e edificação. 

No segundo tópico, falamos do propósito do culto. O culto cristão deve sempre glorificar a Deus e não agradar a quem quer que seja. Deve ser cristocêntrico e não antropocêntrico. Em muitos lugares não se cultua, nem tampouco se glorifica a Deus. Fazem reuniões profanas e irreverentes, tanto na forma quanto na essência. Além de glorificar a Deus, o culto cristão deve também edificar a Igreja. 

No terceiro tópico, falamos da liturgia do culto, que é uma referência à sequência de atos realizados durante o culto. A leitura e exposição bíblica devem ter primazia em nossa liturgia. Falamos também da adoração entusiástica no culto, ou seja, a manifestação dos dons espirituais, com revelação, línguas e interpretação. Por último, falamos da adoração nos cultos pentecostais, que sempre chamaram a atenção pela alegria espontânea e barulho dos crentes, glorificando a Deus em voz alta, falando em línguas e profetizando. Entretanto, devemos observar o ensino de Paulo aos Coríntios, no capítulo 14, sobre a necessidade de ordem e decência no culto. 

LIÇÃO 12: O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a importância da pregação da Palavra de Deus no culto cristão. Nos primórdios da Igreja Cristã, a pregação da Palavra de Deus e a oração eram as principais ocupações dos apóstolos (At 6.2, 4). Os apóstolos pregavam a Palavra de Deus aos que não eram crentes e ensinavam constantemente o que receberam do Senhor Jesus. Infelizmente, na atualidade, a pregação da Palavra de Deus tem sido negligenciada e substituída por cânticos, entretenimento e autoajuda. Em uma Igreja onde não se prega a Palavra de Deus, a tendência é os membros caírem no pecado e morrerem espiritualmente. 

No primeiro tópico falaremos do ministério da Palavra e seu propósito. Falaremos da pregação como uma proclamação, com o propósito revelar Deus às pessoas, seja aos que ainda não são crentes, através da pregação evangelística. Na sequência falaremos do caso da conversão de Lídia, uma comerciante de Filipos que ouviu a pregação do apóstolo Paulo e, enquanto ela o ouvia, o Senhor abriu-lhe o coração e ela creu. Por último, falaremos da pregação como instrução. Após a conversão, os novos crentes precisam aprender as doutrinas bíblicas e crescerem espiritualmente. Para isso, se faz necessário o ensino sistemático da Palavra de Deus. Tanto Jesus como os apóstolos, dedicaram boa parte do seu ministério ao ensino da Palavra de Deus. 

No segundo tópico, falaremos da importância do ministério da Palavra. O ministério da Palavra é o instrumento usado pelo Espírito Santo para a edificação da Igreja. Outro aspecto importante do Ministério da Palavra é a formação de valores. Vivemos em uma sociedade hostil aos valores do Reino de Deus e se não formarmos uma cosmovisão (visão de mundo) cristã, a nossa Igreja se amoldará aos padrões do mundo, e consequentemente se afastar de Deus, como aconteceu com a Europa e Estados. A teologia liberal e o secularismo os afastou de Deus. É preciso resistir aos padrões desta geração incrédula e perversa e para isso, precisamos ser orientados pela Palavra de Deus. 

No terceiro tópico, falaremos da fundamentação do Ministério da Palavra. O ministério da Palavra não consiste em fábulas e animações de auditórios. Como não poderia ser diferente, a nossa pregação deve ser cristocêntrica, ou seja, deve ter Cristo como o centro e não o homem. Filipe chegou a Samaria e pregava “a Cristo” (At 8.5). Paulo, escrevendo aos Coríntios, disse que propôs nada saber, senão a Cristo e este crucificado (1 Co 2.2). O segundo fundamento da pregação cristã é que ela deve ser bíblica. Devemos pregar o que está na Bíblia, devidamente interpretado. Infelizmente, o que se prega atualmente em muitas Igrejas é autoajuda, triunfalismo, prosperidade neste mundo, antropocentrismo e outros modismos que não têm nenhum fundamento nas Escrituras. 

REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.

CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas E. et al. O Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, págs. 99, 103.

16 março 2024

A LITURGIA DO CULTO

(Comentário do 3º tópico da LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ) 

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da liturgia do culto. Quando falamos de liturgia de um culto é uma referência à sequência de atos realizados durante o culto. Veremos neste tópico que a leitura e exposição bíblica devem ter a primazia em nossa liturgia. Todo ensino, manifestações espirituais e conduta devem estar, obrigatoriamente, de acordo com a Palavra de Deus. 


Na sequência, falaremos da adoração entusiástica no culto, ou seja, a manifestação dos dons espirituais, com revelação, línguas e interpretação. Na orientação do apóstolo Paulo aos Coríntios, a adoração aparece em primeiro lugar. Portanto, todo culto deve começar com oração e adoração ao Senhor. 


Por último, falaremos da adoração no culto pentecostal. Os cultos pentecostais sempre chamaram a atenção pela alegria espontânea e barulho dos crentes, glorificando a Deus em voz alta, falando em línguas e profetizando. Entretanto, neste aspecto, devemos observar o ensino de Paulo aos Coríntios, no capítulo 14, sobre a necessidade de ordem e decência nos cultos, pois, Deus é Deus de paz e não de confusão. 


1. A exposição da Bíblia. A exposição da Palavra de Deus era prioridade para os apóstolos. Isso fica evidente na ocasião da escolha dos diáconos. Houve murmuração por parte dos cristãos de fala grega, reclamando que as suas viúvas eram preteridas na distribuição da ajuda aos necessitados. Diante dessa reclamação, os apóstolos disseram que não era razoável que eles deixassem a exposição da Palavra de Deus, para cuidar desse assunto (At 6.1-3). 


O Movimento Pentecostal, muitas vezes foi acusado pelos seus críticos, de valorizar mais a experiência do que as Escrituras. Mas essa acusação não tem fundamento. Os verdadeiros pentecostais têm a Palavra de Deus como o seu manual de fé e prática e submetem ao crivo das Escrituras qualquer manifestação espiritual. 


A Assembléia de Deus, desde a sua fundação pelos missionários suecos em 1911, sempre foi conhecida por ser uma Igreja que tem ensino bíblico, oração e manifestação dos dons espirituais. É tradição na Assembleia de Deus, a Escola Bíblica Dominical, nas manhãs de domingo, e os cultos de ensino da Palavra de Deus, uma vez por semana. 


Nos demais cultos, sempre tivemos um espaço de pelo menos meia hora para a exposição da Palavra de Deus. Em cultos públicos, a exposição bíblica é voltada para a evangelização dos descrentes, caso haja algum presente no culto. Nos cultos onde há apenas crentes, expomos uma palavra de exortação e edificação à Igreja. 


Lamentavelmente, em muitas Igrejas que se dizem pentecostais, esta realidade mudou. Dão muita ênfase aos cânticos e a movimentos estranhos, que nada tem a ver com as manifestações genuínas dos dons espirituais, e deixam de lado a exposição bíblica. 


Os pregadores trocaram a esposição da Palavra de Deus por animação de auditorio e frases de efeito. Em muitas Igrejas, não há mais cultos de ensinos ou Escolas Bíblicas. São movidas a campanhas e práticas estranhas ao Cristianismo. Muitos obreiros do nosso meio frequentam esses locais e acabam copiando estas práticas, para atrair público. 


2. A adoração entusiástica. Nos tempos apostólicos, os cultos eram praticamente informais e não havia um padrão a ser seguido, principalmente, porque eles não tinham templos e se reuniam nas casas, na maioria das vezes às escondidas, por causa das intensas perseguições. Entretanto, nas Epístolas encontramos  menções à leitura das Escrituras, cânticos, orações, pregação da Palavra de Deus, celebração da Ceia e invocação da bênção apostólica. 


Conforme colocou o comentarista, na liturgia mencionada pelo apóstolo Paulo aos Coríntios, a adoração aparece em primeiro lugar. O apóstolo usou a palavra grega psalmon, que é uma referência aos Salmos hebraicos, que era o hinário oficial do povo de Israel, e também era usado pelos primeiros cristãos. 


A adoração nos tempos apostólicos, pelo que podemos perceber através das palavras do apóstolo Paulo, era uma adoração com estusiasmo e alegria, nos moldes dos cultos pentecostais. O apóstolo menciona Salmos, hinos e cânticos espirituais, nas Epístolas aos Efésios e aos Colossenses (Ef 5.19; Cl 3.16). Aos Coríntios, ele faz menção aos dons espirituais: Revelação, língua e interpretação (1 Co 14.26).


Neste aspecto, porém, havia diferenças de uma Igreja para outra. A Igreja de Corinto, por exemplo, era mais voltada para os dons espirituais e cheia de problemas de ordem moral. A Igreja de Éfeso era apegada à ortodoxia doutrinária e à apologética, a ponto de desmascarar os falsos apóstolos. A Igreja de Tessalônica, parece que havia perdido o fervor espiritual, a ponto de Paulo pedir para eles não apagar o Espírito e não desprezar as profecias (1 Ts 5.19, 20). 


3. O lugar da adoração no culto pentecostal. Um das principais características dos pentecostais é o culto alegre e barulhento. Temos até um hino antigo que faz menção ao desaparecimento de um povo barulhento, em alusão ao período após o arrebatamento da Igreja, quando as pessoas irão se perguntar: onde está aquele povo barulhento?


Diferente do que acontece nas Igrejas tradicionais, nos cultos das Igrejas pentecostais os crentes glorificam a Deus em voz alta, falam em línguas estranhas e profetizam. Evidentemente, há muitos excessos e desordem em alguns lugares, que contrariam as orientações do apóstolo Paulo aos Coríntios. 


No culto pentecostal deve haver equilíbrio entre a liberdade de cultuar a Deus, sem deixar de lado a ordem e decência recomendados na Bíblia. Muitos pentecostais pensam que não pode haver regras ou limites para a adoração e uso dos dons espirituais. 


Os Coríntios agiam dessa maneira e o apóstolo Paulo os corrigiu em sua primeira Epístola, no capítulo 14. Claro que deve haver liberdade para a profecia, revelações do Espírito, variedade de línguas e operações de maravilhas. Entretanto, deve haver ordem e decência no uso dos dons espirituais. 


O apóstolo Paulo nos dá algumas recomendações importantes sobre isso:

a) As profecias devem ser uma por vez e devem ser julgadas pela Igreja;

b) As mensagens em línguas estranhas devem ser acompanhadas de interpretação. Se não houver quem interprete, a mensagem não deve ser falada;

c) Os portadores de dons espirituais não estão inconscientes e devem se controlar em cultos públicos. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.

OLIVEIRA, Timóteo Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.1650.

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1ª Ed. 1995, p.818.

14 março 2024

O PROPÓSITO DO CULTO

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ) 

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos do propósito do culto. Veremos que o culto cristão deve sempre glorificar a Deus e não agradar a quem quer que seja. Veremos também que em muitos lugares não se cultua, nem tampouco se glorifica a Deus. Fazem reuniões profanas e irreverentes, tanto na forma quanto na essência. Por último, veremos que, além de glorificar a Deus, o culto cristão deve também edificar a Igreja. 

1. Glorificar a Deus. O propósito do culto cristão, em primeiro lugar, deve ser glorificar a Deus e não agradar às pessoas que dele participam. É comum ouvirmos pessoas falarem que não gostaram do culto. Ora, o culto não é feito para agradar as pessoas ou para exaltar o ego humano. Em tudo o que fazemos nesta vida, o propósito principal deve ser glorificar a Deus. Antes de fazer qualquer coisa em um culto, devemos nos perguntar se aquilo glorifica a Deus. Se a resposta for não, não devemos fazer. Os reformadores reafirmaram esta verdade eterna, em um dos pilares da Reforma Protestante: Soli Deo Glória. Ou seja, tudo o que fizermos neste mundo deve glorificar a Deus. Sendo assim, tudo o que fazemos no culto deve glorificar a Deus e agradá-lo, pois é a Ele que oferecemos o nosso culto. Se isso não acontecer, o culto perdeu a sua essência e finalidade. 

Evidentemente, há culto com objetivos diferentes: culto evangelístico, culto de ações de graças, culto de oração e culto de ensino da Palavra. Mas todo culto cristão deve ser cristocêntrico, ou seja, Cristo deve ser o centro de tudo, e não antropocêntrico, tendo o homem como o centro. As nossas pregações, hinos e orações devem ter sempre o objetivo de glorificar ao Senhor e fazer a Sua Vontade.

Nos cultos evangelísticos, o objetivo é buscar as almas para Cristo. Em cultos de oração, o objetivo é dedicar um tempo maior à oração, onde falamos com o Senhor e O adoramos. Quando realizamos um culto de ações de graças, glorificamos a Deus, por algo que Ele nos concedeu. Nos cultos de ensino, dedicamos um tempo maior ao ensino da Palavra de Deus. Mas em todos estes cultos temos que glorificar a Deus e não agradar aos ouvintes.

2. Quando não se cultua a Deus. Infelizmente, em muitos lugares não se cultua a Deus, mas se fazem reuniões profanas e irreverentes, tanto na forma quanto na essência. Assim como acontece com o batismo e com a Ceia do Senhor, que foram desvirtuados por alguns e perderam completamente as suas finalidades, assim também acontece com os cultos. Aliás, como vimos no tópico anterior, as pessoas nem chamam mais de culto. Nem poderiam, porque o que acontece nestes ambientes não tem nada de culto a Deus.

Muitas reuniões ditas evangélicas mais parecem desfiles de moda ou shows artísticos. O objetivo de muitas pessoas é ostentar as suas roupas, joias, e carros e talentos musicais. A sensualidade está escancarada para atrair os olhares do público para si. Outros se vestem e se comportam de forma totalmente irreverente, como se estivessem em uma casa de shows, ou estádio de futebol. Isso é uma profanação do culto que deve glorificar a Deus, como falamos acima. 

Para justificar as aberrações que se fazem nestes locais, dizem que o importante é se sentirem bem e se emocionarem. Entretanto, do ponto de vista bíblico, não deve ser assim. Deus estabeleceu princípios para a realização de um culto. Se fosse para cada um cultuar a Deus à sua maneira, Nadabe e Abiú, filhos de Aarão, não teriam sido mortos por queimar incenso no tabernáculo, sem autorização (Lv 10.1,2). Da mesma forma, Uzá não teria sido morto por tocar na Arca da Aliança, afinal de contas, ele só estava ‘tentando ajudar’ impedindo que ela caísse (2 Sm 6.6,7). 

3. Edificar a igreja. Quando falamos de edificação, a referência é à construção de um edifício. O apóstolo Paulo usou esta palavra em sentido figurado para se referir à Igreja do Senhor como um edifício, que é edificado pelos ministros do Senhor e portadores de dons espirituais. Em uma construção, o arquiteto faz a planta do edifício, contendo as medidas e o formato do prédio. A fundação e a estrutura do prédio são projetadas pelo engenheiro civil. Depois que é feita a planta, o engenheiro assume a construção e contrata os construtores para executarem a obra. 

Os construtores não podem alterar o projeto, senão a edificação não será aprovada e pode cair. Da mesma forma, os ministros do Evangelho são edificadores e precisam tomar cuidado com o edifício de Deus, que é a Igreja. O projeto é dele. Ele é o arquiteto e o engenheiro da Igreja. O alicerce da Igreja já foi lançado e os construtores não podem lançar outro fundamento. 

Além de glorificar a Deus, o culto cristão deve também edificar a Igreja. Escrevendo aos Coríntios, falando sobre a necessidade de ordem no culto, o apóstolo Paulo disse: “... Faça-se tudo para a edificação”. Tanto em relação ao uso dos dons espirituais, como no exercício dos dons ministeriais, o objetivo é a edificação do corpo de Cristo (1 Co 14.5,12; Ef 4.12). Os dons espirituais e ministeriais são dádivas de Deus à sua Igreja, para a sua edificação espiritual. Não são para elitizar o crente, ou para torná-lo ‘mais espiritual’ e mais importante que os outros. Os dons devem ser utilizados na Igreja com amor, para que todo o Corpo de Cristo seja edificado.

 

REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.

OLIVEIRA, Timóteo Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1ª Ed. 1995, p.818.

12 março 2024

A NATUREZA DO CULTO

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico falaremos sobre a natureza do culto a Deus. Desde o princípio, vemos em toda a Bíblia, que o culto é um serviço a Deus. Veremos também que o culto a Deus também deve ser solene, ou seja, com respeito, reverência e nobreza. O apóstolo Paulo expôs aos coríntios, alguns princípios que devem regulamentar o culto, para que haja decência, ordem e edificação. Por último, veremos que o culto deve ser santo, pois é oferecido a Deus, que é absolutamente santo. Sendo assim, não pode haver nada imundo ou profano no culto. 


1. O culto como serviço a Deus. Desde o princípio, o culto é um serviço a Deus: “O SENHOR teu Deus temerás e a Ele servirás, e pelo Seu Nome jurarás.” (Dt 6.13). A palavra “servirás”  nesse texto tem o sentido de cultuar. A palavra hebraica Avod, traduzida por culto, e os seus derivados, significa serviço. Deriva de Aved, que significa servo. Portanto, cultuar a Deus é prestar serviços à Ele. 


No Antigo Testamento, as pessoas se apresentavam a Deus, mas o culto era feito pelos sacerdotes, que ofereciam sacrifícios a Deus, primeiro por eles e depois pelo povo. É interessante notar que os cultos do Antigo Testamento seguiam rigorosamente as diretrizes estabelecidas por Deus. A ideia de cada um cultuar a Deus do jeito que achar melhor, ou como se sentir bem, não se encontra na Bíblia. 


Na Nova Aliança, temos acesso direto ao Pai, mediante o sacrifício de Cristo. Mas o culto continua sendo um sacrifício que oferecemos a Deus. O Novo Testamento usa as palavras gregas latreia e proskyneo (adoração); douleia e leitourgeo (serviço sagrado) para se referir ao culto. 


O culto no Novo Testamento não envolve sacrifícios de animais e rituais, pois estes apontavam para Cristo. Também não há lugares específicos para se cultuar a Deus, como acontecia no Antigo Testamento. No culto cristão, é ele quem deve oferecer-se a Deus, em sacrifício santo, vivo e agradável à Deus (Rm 12.2) e adorá-lo em espírito e em verdade (Jo 4.24). 


O cristão não vai a um culto para receber algo de Deus e sim para oferecer o seu culto a Deus. É claro que Deus abençoa os seus servos e lhes concede  muitas coisas. Mas este não é o objetivo do culto. A ideia de anjos voando  com bandejas nas mãos servindo aos crentes durante o culto, não encontra base nas Escrituras. 


2. O culto deve ser solene. Sendo o culto um serviço a Deus, evidentemente, ele ser feito com profundo respeito, ordem e reverência. Em muitos lugares atualmente, os cultos se tornaram shows, teatros e entretenimento. Aliás, muitos nem chamam mais de culto, chamam de reunião, show e campanha. 


Infelizmente, no meio pentecostal há muitas pessoas que imaginam que o culto não precisa de ordem e cada faz o que quiser e como quiser. O apóstolo Paulo expôs para os coríntios, no capítulo 14, da primeira epístola, alguns princípios que devem regulamentar o culto, para que haja decência, ordem e edificação. Falaremos mais sobre estes princípios no terceiro tópico. 


Outro problema gravíssimo é a falta de reverência que se nota em alguns cultos. As pessoas sentam de qualquer maneira, usam roupas inadequadas, conversam, usam celulares, escrevem nos bancos do templo, mascam chiclete, levantam várias vezes para beber água ou ir ao banheiro, etc. Ora, o tempo de culto normalmente é de uma hora e meia a duas horas. Exceto em situações extremas, onde a pessoa tem problema de saúde, não há necessidade de se levantar ou ir ao banheiro durante o culto. Na escola, no ônibus, no cinema, no trabalho, ou em outros locais, certamente, não fariam isso. 


3. O culto é santo. O culto a Deus deve ser santo, pois é oferecido a Deus, que é absolutamente santo. Sendo assim, não pode haver nada imundo ou profano no culto. Em tudo o que fazemos durante o culto, devemos ter a consciência de que aquele é um momento dedicado exclusivamente a Deus e não podemos fazer coisas que fujam deste propósito. 


Não podemos admitir em nossos cultos, práticas, palavras ou coisas que ofendam a santidade de Deus. No Antigo Testamento, tudo o que era usado no culto deveria ser absolutamente santo. Não eram aceitos animais com defeitos ou pessoas imundas nos recintos do culto. Quem infringisse essas regras seria morto. No Novo Testamento não há mais sacrifícios ou separação de pessoas, ou a execução dos desobedientes, pois o véu do templo se rasgou. Mas a exigência de santidade em tudo continua. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.

OLIVEIRA, Timóteo Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1ª Ed. 1995, p.818.

11 março 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ



Ev. WELIANO PIRES 

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos a segunda ordenança de Cristo à sua Igreja, que é a Ceia do Senhor. Assim como aconteceu com o batismo, a Ceia do Senhor também teve alguns desvios e controvérsias quanto à sua natureza, propósito e forma de celebração. Por isso, nesta lição estudamos o ensino bíblico a respeito deste assunto. 

No primeiro tópico, falamos da Ceia do Senhor na tradição cristã. Falamos da tradição da Igreja Católica que ensina a doutrina da Transubstanciação. Depois falamos da posição protestante ou luterana, que ensina a doutrina da Consubstanciação. Por último vimos a posição dos pentecostais, que entendem que Jesus não está presente fisicamente nos elementos da Ceia. Ela é apenas um memorial e os elementos da Ceia são símbolos do Corpo e do Sangue de Cristo.

No segundo tópico, falamos do tríplice propósito da Ceia do Senhor: celebrar a expiação de Cristo, pois anunciamos a morte de Cristo no ato da Ceia do Senhor; proclamar a segunda vinda de Cristo, pois ao celebrar a Ceia do Senhor, lembramos da promessa da sua vinda; e celebrar a comunhão cristã.

No terceiro tópico, falamos do modo de celebrar a Ceia do Senhor. Vimos o significado da expressão paulina “participar indignamente” do Corpo e do Sangue do Senhor. Depois vimos que a Ceia do Senhor deve ser um ato de profunda reverência. Por último, vimos que a celebração da Ceia do Senhor, apesar de falar de morte, deve ser uma celebração festiva, pois Cristo morreu, mas ressuscitou. 

LIÇÃO 11: O CULTO DA IGREJA CRISTÃ

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre o culto cristão, o qual é santo e visa agradar e glorificar a Deus. O culto cristão é diferente dos cultos de algumas religiões, que possuem elementos que ofendem a santidade de Deus e até a dignidade humana. Há pessoas que pensam que cada um pode cultuar a Deus da maneira que quiser, mas não é isso que a Bíblia ensina. O culto cristão deve ser oferecido a Deus, com santidade, reverência e ordem, visando a adoração ao Senhor e a edificação da Igreja. 

TÓPICOS DA LIÇÃO

No primeiro tópico falaremos sobre a natureza do culto a Deus. O culto é um serviço a Deus. No Antigo Testamento, as pessoas se apresentavam a Deus, mas o culto era feito pelos sacerdotes e oferecido a Deus. Na Nova Aliança, temos acesso direto ao Pai por meio do sacrifício de Cristo, mas o culto continua sendo um sacrifício que oferecemos a Deus. Veremos também que o culto a Deus também deve ser solene, ou seja, com respeito e majestoso. O apóstolo Paulo expôs aos coríntios, princípios que devem regulamentar o culto, para que haja decência, ordem e edificação.

No segundo tópico, falaremos do propósito do culto. Veremos que culto cristão deve sempre glorificar a Deus e não agradar a quem quer que seja. O culto não é feito para agradar as pessoas ou exaltar o ego humano. O culto cristão deve ser cristocêntrico e não antropocêntrico. Veremos também que em muitos lugares não se cultua, nem tampouco se glorifica a Deus. Fazem reuniões profanas e irreverentes, tanto na forma quanto na essência. Por último, veremos que, além de glorificar a Deus, o culto cristão deve também edificar a Igreja. Antes de fazer qualquer coisa em um culto, devemos nos perguntar se aquilo glorifica a Deus e edifica a Igreja. Se a resposta for não, não devemos fazer. 

No terceiro tópico, falaremos da liturgia do culto. Quando falamos de liturgia de um culto é uma referência à sequência de atos realizados durante o culto. Veremos neste tópico que a leitura e exposição bíblica devem ter a primazia em nossa liturgia. Todo ensino, manifestações espirituais e conduta devem estar, obrigatoriamente, de acordo com a Palavra de Deus. Na sequência, falaremos da adoração entusiástica no culto, ou seja, a manifestação dos dons espirituais, com revelação, línguas e interpretação. Na orientação do apóstolo Paulo aos Coríntios, a adoração aparece em primeiro lugar. Portanto, todo culto deve começar com oração e adoração ao Senhor. Por último, falaremos da adoração no culto pentecostal. Os cultos pentecostais sempre chamaram a atenção pela alegria espontânea e barulho dos crentes, glorificando a Deus em voz alta, falando em línguas e profetizando, Entretanto, neste aspecto também devemos observar o ensino de Paulo aos Coríntios, no capítulo 14, sobre a necessidade de ter ordem e decência nos cultos.

 

REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.

OLIVEIRA, Timóteo Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1ª Ed. 1995, p.818.

08 março 2024

O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

(Comentário do 3º tópico da Lição 10: A Ceia do Senhor, a segunda ordenança da Igreja). 
Ev. WELIANO PIRES 
No terceiro tópico, falaremos do modo de celebrar a Ceia do Senhor. Veremos o significado da expressão paulina “participar indignamente” do Corpo e do Sangue do Senhor. Depois veremos que a Ceia do Senhor deve ser um ato de profunda reverência. Por último, veremos que a celebração da Ceia do Senhor, apesar de falar de morte, deve ser uma celebração festiva, pois Cristo morreu, mas ressuscitou. 
1. O que é participar “indignamente”? Quando o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios, repreendendo-os sobre a forma irreverente e egoísta que eles celebravam a Ceia, ele falou: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor”. (1 Co 11.27-29). 
O apóstolo usou duas vezes a expressão “comer e beber indignamente” a Ceia do Senhor. Muitas pessoas interpretam esta expressão como uma referência à conduta diária da pessoa durante o mês, que o tornaria indigno de participar da Ceia do Senhor. Mas se fosse este o caso, todos nós seríamos indignos pois somos falhos e cometemos pecados, seja por pensamentos, palavras ou obras. Claro que não vivemos mais na prática do pecado, mas estamos sujeitos a falhar. 
A expressão indignamente, como disse o comentarista, é um advérbio de modo, ou seja, é uma palavra que modifica o sentido dos verbos comer e beber. No versículo 29, Paulo explica que participar indignamente seria comer e beber, não discernindo o corpo do Senhor. Era isso que os Coríntios faziam, comendo a Ceia do Senhor, como se fosse uma refeição qualquer, com egoísmo e desunião. 
2. Uma celebração reverente. Nenhum de nós é digno de participar da Ceia do Senhor por nossos próprios méritos. É o Senhor que nos santifica e nos faz dignos de sermos participantes desta celebração. Isso é resultado da Graça de Deus, ou seja, o seu favor para conosco, sem que nós o merecêssemos. Aliás tudo o que recebemos de Deus é por Sua Graça. 
Entretanto, não podemos pensar que pelo fato de não sermos dignos porque somos falhos, podemos continuar vivendo na prática do pecado e participar da Ceia do Senhor. O mesmo Deus que é amoroso, misericordioso e bom, também é fogo consumidor. Deus é absolutamente santo e não pode tolerar que alguém viva como ímpio e continue participando da mesa do Senhor. 
Quando falou sobre os alimentos oferecidos aos ídolos, Paulo disse que “... não podemos participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”. (1 Co 10.28). Quando participamos da Ceia do Senhor, estamos em comunhão com Ele e com os nossos irmãos. Portanto, não podemos participar desta celebração, servindo a outros deuses ou brigando com os irmãos. 
3. Celebração festiva. Na Ceia do Senhor, nós celebramos a morte do Senhor, mas também a sua ressurreição. A morte de Cristo não pode ser vista pelo cristão com melancolia. Em sua morte, Cristo triunfou sobre a morte e nos garantiu a vida eterna. Portanto, celebramos a morte de Cristo junto com a ressurreição, pois Ele não está mais na Cruz. A morte não foi capaz de detê-lo. 
Com este sentimento de vitória sobre a morte, nós celebramos a Ceia do Senhor. Por isso, é um momento de grande alegria para os salvos, saber que o nosso Senhor foi crucificado, mas ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus e prometeu que voltará para nos levar para estarmos para sempre com Ele. Glória a Deus!
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.573, 574, 577).
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017

HOMENAGEM ÀS MULHERES

 


Mulher, hoje é o seu dia

Desejo parabenizá-la

Com respeito e alegria 

Quero homenageá-la.


Por Deus você foi criada 

Com muito carinho e amor 

Por isso deve ser amada

Pois é projeto do Criador 


Deus a fez como ajudadora

Mas isso não a faz inferior 

Como mãe é fiel protetora 

E oferece cuidado e amor


Como esposa, nos completa 

Nos momentos de tristeza 

Sua companhia nos aquieta

Com carinho e delicadeza 


Dedico as minhas honrarias 

À minha mãe, esposa e filha 

Às primas, sobrinhas e tias 

Por quem o coração fervilha 


A todas as amigas queridas 

Às cunhadas e irmãs em Cristo 

Até as que são desconhecidas

Que talvez eu nunca tenha visto 


Feliz Dia da Mulher! 

 

(Weliano Pires) 

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO

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