08 abril 2018

POR QUE ESTOU ALEGRE COM A PRISÃO DO EX-PRESIDENTE LULA


Por Ethevaldo Siqueira

Minha colega Leda Beck está escandalizada e inconsolável com aqueles que festejam a prisão de seu ídolo. E compara a alegria dos que comemoram a prisão de Lula à dos arautos do nazismo na Alemanha dos anos 1930.
Eu discordo. E não sou nazista. Apenas penso de forma diferente de V. Excia. E sou capaz de dizer por quê. Não vou devolver nenhum xingamento nem ofendê-la. Por isso, não me queira mal por isso, cara amiga.
Minha alegria nada tem de nazista. Ela vem aplacar um pouquinho de minha gigantesca indignação com o assalto bilionário à Petrobras, com a esperança de que a maior corrupção de nossa história não fique impune. Essa alegria, eu sei, pode durar pouco, pois sabemos que a maioria do STF é precária e instável. E com figuras tão polêmicas como Gilmar, Marco Aurélio e Lewandowski.
Na falta de argumentos consistentes, você ofende todos que pensam diferente de você. Quanto a Lula, minha alegria vem do fato de seu ídolo estar marcado para sempre com o carimbo indelével de corrupto, lavador de dinheiro e ficha suja. Seus 30% de seguidores, cegos pelo fanatismo, talvez se convençam de que esse não é o líder que pregava a construção de um novo Brasil, sem corrupção.
Diante dos fatos, minha colega, não xingue ninguém. Faça uma revisão profunda dos fatos e uma reflexão sobre suas convicções político-partidárias. Não pense com adjetivos, mas com substantivos, com fatos, com argumentos consistentes. Prefira o caminho mais racional e, em vez de xingar os que festejam a prisão do corrupto, reconheça a mais dura realidade das desgraças ocorridas neste País nos últimos 15 anos.
Se quiser ser coerente e respeitada, não silencie diante da imensa quadrilha de outros “injustiçados” – como Zé Dirceu, André Vargas, Delúbio Soares, Palocci e dezenas dos saqueadores da maior empresa estatal do Brasil, que se lambuzaram com propinas, que, mesmo se dizendo “de esquerda”, se venderam às maiores empreiteiras. Sua promiscuidade e proximidade de ladravazes – amigos e aliados políticos – como Sérgio Cabral e sua quadrilha que levou o Estado do Rio à falência.
Admitir que Lula, inocente, tenha sido perseguido é negar todas as provas, todos os fatos, todas as denúncias de seus próprios companheiros, e ignorar toda estrutura judiciária brasileira, da primeira instância, aos tribunais regionais, ao STJ e ao STF. E cair no ridículo de considerar todos os julgadores, em todos os níveis, como idiotas, portadores da patológica “ânsia persecutória e encarceradora” – na expressão de seu advogado, Dr. José Roberto Batochio.
E mais: teve todo o direito de defesa, nas duas instâncias julgam as provas, defendido pelos mais famosos (e mais caros) advogados do País, com todas as tentativas rejeitadas de Habeas Corpus e salvos-condutos no STJ e no STF.
Absurdo seria se Lula continuasse solto, com seus seguidores, a zombar das leis, da Justiça e de todos nós -- como tentou até o último minuto. Só falta você repetir o os bordões da turma de bandeiras verdades, para quem o ex-presidente é inocente, que está sendo perseguido, que é preso político e outras bobagens que ouvimos neste 7 de abril de 2018.
E, minha cara amiga, jornalista, nossa suprema ironia, por tantas efemérides que foram notícias ao longo da história, que garimpei numa rápida pesquisa:
• Sete de abril é o Dia do Jornalista, data em que se comemoram os 110 anos de fundação da Associação Brasileira de Imprensa, por Gustavo de Lacerda, fundada em 1908.
• Na história, neste dia, no 451 de nossa Era, Átila, rei dos Hunos, saqueia a cidade de Metz e ataca cidades da Gália.
• Em 1521, Fernão de Magalhães chega às Filipinas – onde acabou devorado pelos indígenas locais.
• Na música, em 1724, estreia a Paixão Segundo São João BMW 245m de Bach; em 1805, Beethoven estreia em Viena sua Terceira Sinfonia, a Heroica,
• Em 1831, a abdicação do imperador Pedro I abdica em favor de seu filho, Dom Pedro de Alcântara, então com 5 anos de idade;
• Em 1906, o Vesúvio arrasa Nápoles.
• Em 1939, numa sexta-feira da Paixão, a Itália fascista invade a Albânia.
• Em 1994, neste dia, começou o Genocídio de Ruanda.

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