Creio que existem muitos cristãos que foram avisados para dizer: “Quero fazer um algum trabalho para Cristo”. Bom, Cristo diz: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19 e Marcos 1:17). Não existe cristão que não possa trazer alguém ao Salvador. Cristo disse: “E eu, quando for levantando da terra, todos atrairei a mim” (João 12:32) e o nosso dever é exatamente esse, levantar a Cristo e viver para Ele.
Você pode pregar com a eloqüência do anjo Gabriel, mas, se vive como um demônio, sua pregação não servirá para nada. Não importa quão eloqüente você seja e quão charmosa seja a linguagem que usa, sua pregação não servirá para nada. Não vale nada seguir a este homem ou àquele, siga a Cristo e somente a Ele. Ele é quem diz que nos fará pescadores de homens.
Duvido que Pedro tenha pescado tantos peixes em um dia, como pescou homens no dia de Pentecostes. Qualquer rede romperia se tivessem de arrastar três mil peixes. Nosso Senhor disse: “Siga-me, Pedro, e eu te farei um pescador de homens” e Pedro o obedeceu e, aqui, no dia de Pentecostes, podemos ver o resultado.
No entanto, há uma razão, uma grande razão a qual muitos falham. Muitos homens bons tem me perguntado: “Por que não temos resultado algum? Trabalhamos firmes, oramos muito, pregamos conscientes e não há nenhum sucesso?” Eu lhe digo: “É porque muitos passam todo o tempo disponível remendando suas redes. Não é estranho que não pesquem nada”.
É importante celebrar reuniões para os interessados e deste modo lançar a rede e então ver se há algum resultado. Se sempre se está remendando a rede, não pescará muitos peixes. Quem já ouviu um homem que foi pescar e levando a rede, em seguida, deixou-a ali, sem usá-la? Todo o mundo se riria dessa loucura.
Havia um ministro em Manchester que veio um dia e me disse: “Queria que me dissesse por que nós e alguns ministros não temos mais resultados do que temos tido?”. Sugeri a ele a ideia de pegar algumas redes e completei: “É necessário lançar a rede”. Disse a ele que existem muitos ministros em Manchester que podem pregar muito melhor que eu, mas que não lançavam a rede.
Muitas pessoas têm objeções às reuniões aos interessados, mas eu insisti sobre a importância das mesmas e o ministro respondeu: “Nunca lancei a rede. Vou tentar no próximo domingo”. Ele o fez e, oito pessoas, interessadas, ansiosas, foram ao seu estudo. No domingo seguinte vieram me ver e me disseram que nunca haviam tido um domingo tão maravilhoso e abençoado em sua vida. A próxima vez que foi lançada a rede, havia quarenta pessoas e quando veio me ver novamente na Casa de Ópera em que eu pregava outro dia, me disse alegre: “Moody, tive oitocentas conversões o ano passado. É um grande erro começar sem lançar a rede”. Portanto, amigos, se quiserem pescar homens, é necessário lançar a rede.
Se somente se pescar um homem, já será algo. Pode ser um menino, mas conheci um menino que por meio dele a família inteira se converteu. Não sabemos o que há na cabeça dura deste garoto na sala dos interessados. Ele pode se transformar em um Martinho Lutero, um reformador que faça tremer o mundo, pois é impossível prever. Deus usa as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.
A promessa de Deus é tão boa como um cheque do Banco da Inglaterra: “Prometo pagar ao fulano de tal…” e aqui está uma das notas de Cristo: “Se me seguirem, eu os farei pescadores de homens”. Não queres tomar posse da promessa, confiar nela e seguir a Ele agora?
No entanto, se quisermos pescar homens, é necessário usar um pouco de sentido comum. Isto é, chamar pão ao pão e vinho ao vinho. Se um homem prega o evangelho e o prega fielmente, deve esperar resultados ali mesmo. Mas, se depois que proclamar as boas novas, houver necessidade que celebre uma reunião para os interessados e, se é necessário uma nova reunião, é melhor que vá até a casa das pessoas e que pregue para elas e ore com elas, pois, desta maneira, centenas de pessoas serão atraídas a Deus.
Acredito que os filhos de Deus têm o privilégio de colher o fruto do seu trabalho trezentos e sessenta e cinco dias ao ano. “Bem” – disse alguém – “mas, não há tempo para semear e tempo para colher?” Sim, é verdade, há tempo para os dois, mas também pode semear com uma mão e colher com a outra.
O que pensaria um camponês que estivesse semeando todo o ano e nunca colhesse? Repito, temos de semear com uma mão e colher com a outra e, se buscamos o fruto do nosso trabalho, o veremos. Se for levantado, a todos atrairei a mim mesmo, disse Cristo, e por isso temos de levantar a Cristo e buscar homens, usando a isca apropriada. Há muitos que não fazem isto e depois se maravilham do fracasso de seu trabalho. Em vez disso organizam todos os tipos de diversão para verem homens pescarem. Começam a trabalhar de uma forma falsa.
Vou dizer-lhe o que este mundo que perece necessita. Precisa de Cristo e Cristo crucificado Há um vazio no coração de todo homem que precisa ser preenchido e somente indo até eles com a isca apropriada é que os pescaremos. Este pobre homem precisa de um Salvador e se temos sucesso na pesca de homens é porque pregamos o Cristo crucificado, não Sua vida somente, mas também Sua morte.
Somente sendo fiel em fazer isso, teremos sucesso. E por quê? Porque há uma promessa: “Vinde após mim e eu os farei pescadores de homens”. E esta promessa vale a mesma coisa para você e para mim, como para os Seus doze discípulos, e é tão verdadeira agora como no tempo deles. Os sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas brilharão sempre e eternamente.
Pense no grande privilégio de fazer uma alma chegar-se a Cristo. É como uma corrente que fluirá pelos séculos mesmo quando você não estiver mais presente. Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem. (Apocalipse 14:13).
Pensemos agora em Paulo lá em cima. Há uma corrente de pessoas que vai ao céu cada dia e a cada hora, que são levadas a Cristo por meio dos escritos de Paulo. Paulo pôs em andamento uma corrente que vem fluindo desde dois mil anos. Imaginemos os homens que sobem ao céu e dizem: “Paulo, obrigado pela carta que você escreveu aos Efésios; achei Cristo nesta epístola. Paulo, obrigado por escrever a carta aos Coríntios. Paulo, achei Cristo na epístola aos Filipenses. Sou muito grato Paulo, pela epístola de Gálatas, achei Cristo nela.” E assim, me imagino junto a essas pessoas subindo e agradecendo Paulo em todo momento pelo que fez. Ah! Quando Paulo foi posto na prisão, não cruzou os braços e ficou indolente. Não, começou a escrever as epístolas que chegaram até nós ao largo das idades, levando milhares e milhares ao conhecimento de Cristo crucificado. “Sim” – disse Cristo também a Paulo – “te farei um pescador de homens se vens após mim”, e Paulo ainda segue pescando almas desde então.
O diabo pensava que havia trabalhado com astúcia quando colocou Paulo na prisão, mas estava muito equivocado, pois deu um passo em falso, pelo menos desta vez. Não tenho dúvidas de que Paulo deu graças a Deus a partir da prisão de Filipos, dos açoites e do encarceramento. Tenho certeza que nunca saberemos antes de chegar ao céu as lições que os que estavam ao redor puderam ter com esta prisão.
(Tópico 5, do Sermão "as 8 coisas que Cristo realizará", pregado no Século XIX pelo Evangelista D. L. Moody)
(Tópico 5, do Sermão "as 8 coisas que Cristo realizará", pregado no Século XIX pelo Evangelista D. L. Moody)
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