Pr. Altair Germano
Tudo que é criado pelo homem, tem o seu tempo de duração determinado.
O sistema de limites territoriais implantado nas Assembleias de Deus no Brasil, que "orientava" o pastor a não evangelizar e abrir igrejas fora do "seu" Estado ou Campo, parece que já não cabe mais. Ruiu e faliu.
Quer exemplos desta realidade?
1. Já existem no Brasil as Convenções de Ministros das Assembleias de Deus Interestaduais e Interegionais;
2. Várias Convenções Estaduais do Sudeste do Brasil já abriram e continuam abrindo ou apoiando trabalhos no Norte e Nordeste. Estas Convenções não poderão reclamar quando as igrejas Assembleias de Deus do Nordeste começarem a abrir trabalhos no Sudeste;
3. Os limites de campos dentro de um Estado não mais existem em boa parte do território brasileiro. Um exemplo claro é aqui em Pernambuco onde a Assembleia de Deus com sede em Recife abre trabalhos no antigo "campo" da Assembleia de Deus em Abreu e Lima, e vice e versa;
4. Aqui no Nordeste, temos ainda o caso de trabalhos antigos da Assembleia de Deus em Alagoas nos Estados de Pernambuco e Bahia;
5. Temos agora o caso inusitado do Pará, onde o pastor da capital desligou-se de sua Convenção Estadual e filiou-se com os seus ministros (a igreja acaba indo junto) a uma Convenção do Tocantins (interestadual).
Em meio a tudo isto, ainda se briga no Brasil por um pedacinho de terra, ou pelo domínio territorial de grandes "propriedades".
O que há de bom na falência do sistema de Capitanias Assembleianas ou Feudos?
Do meu ponto de vista, ganha o Reino de Deus, quando se parte para abrir ou expandir a igreja do Senhor em lugares onde há uma certa acomodação (por parte do dono da capitania ou feudo) ou dificuldades pertinentes. Há municípios, vilarejos, distritos, comunidades interioranas no Brasil com menos de 1% de evangélicos.
Ganha também por permitir que os crentes tenham a opção de se livrar de alguns jugos pesados, de alguns ditadores e aiatolás da fé, como também de alguns liberais e banalizadores da fé.
Penso ainda que a opção ou a alternativa que uma nova igreja dá, acaba por promover uma melhor e maior atenção do dono da capitania ou do feudo às ovelhas.
O lado ruim, é que muitos abrem igrejas Assembleias de Deus em lugares onde não trabalhavam, com o maléfico propósito de aumentar a sua arrecadação, para demonstrar o seu "grande potencial" expansivo e financeiro, ou por mera pirraça, birra, intriga.
Há aqueles também que saem de seu reduto em razão de cometer pecados dos mais diversos tipos, e por insubmissão, espírito faccioso, etc., para abrir trabalhos longe dos olhares de quem os conhece.
Outro problema são as divisões causadas pela política eclesiástica. Todo mundo que ser presidente de alguma coisa ou de muita coisa. Quando não consegue, se desliga e cria a sua própria Capitania ou Feudo, e diz: aqui ninguém não pode entrar.
O fato, repito, é que o sistema ruiu e já faliu.
É preciso manter um mínimo de bom senso, ética e respeito mútuo entre as partes envolvidas.
É preciso juntar os cacos das amizades e dos relacionamentos que se desfizeram.
É preciso possibilitar que as famílias que foram proibidas de cultuarem juntas voltem a se reencontrar nas igrejas, sem nenhum constrangimento.
É preciso derrubar os muros erguidos.
É preciso revogar as proibições feitas aos obreiros e aos cantores de visitar a "outra igreja".
É preciso ser crente de verdade.
É preciso autoridade para pregar e ensinar.
É preciso viver o verdadeiro amor.
É preciso falar de perdão e perdoar.
É preciso reconciliação.
É preciso reconhecer os erros.
É preciso rever os conceitos.
É preciso ser humilde.
É preciso saber sofrer o dano.
É preciso um novo rumo.
É preciso orar.
É preciso convidar o Espírito Santo para orientar o processo.
É preciso chegar no céu!
Fonte: http://www.altairgermano.net/2009/07/falencia-do-sistema-assembleiano-de.htmlte:
Pr. ALTAIR GERMANO, professor de teologia, escritor, conferencista, Vice presidente do Conselho e Educação e cultura da CGADB e pastor da Assembleia de Deus em Abreu e Lima - PE.
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