01 agosto 2025

A MANIFESTAÇÃO DO AMOR NA SOLIDARIEDADE CRISTÃ

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 05: Uma Igreja cheia de amor).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da manifestação do amor através da solidariedade cristã. Inicialmente falaremos da busca pela equidade, que é diferente de igualdade, pois não busca nivelar a todos, mas reconhecer o direito de cada um. Na sequência, falaremos de propriedade e compartilhamento. Diferente da ideologia comunista, a Igreja de Jerusalém não abolia o direito à propriedade, mas compartilhavam parte dos seus bens para socorrer aos necessitados. Por fim, esta atitude dos crentes de Jerusalém foi um exemplo de voluntariedade e ninguém foi constrangido a entregar as suas propriedades. 

1. A busca pela equidade. O amor ao próximo se manifesta na equidade, ou seja no reconhecimento do direito de cada um, considerando as dificuldades particulares. Aqui, o comentarista fez questão de estabelecer a diferença entre igualdade e equidade. Embora sejam parecidas, são coisas diferentes. Há uma adágio popular, usado em tom de crítica aos privilégios concedidos aos poderosos, que diz: “Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros”. 

Todos devem ser considerados iguais, no sentido de dignidade, respeito, direitos e deveres. Qualquer coisa fora disso seria acepção de pessoas e a Bíblia condena isso. Entretanto, antes de considerar todos iguais, é preciso corrigir as desigualdades entre as partes. Na matemática estudamos sobre valor absoluto e valor relativo. No valor absoluto, o valor de um algarismo é exatamente o seu valor real. No valor relativo, no entanto, o valor deste mesmo número é de acordo com a posição dele. Por exemplo, no numeral 333, o primeiro três vale 300, o segundo vale 30 e o terceiro, vale 3. 

Na Igreja de Jerusalém e na sociedade da época havia muita desigualdade social. Havia escravos, cobradores de impostos, soldados, pecadores, viúvas e órfãos que não tinham previdência social e havia também pessoas abastadas, que tinham mais de uma propriedade. Não se deve tratar a todos da mesma forma em ambiente assim, pois as neves são diferentes. Como acontece em todo o mundo em qualquer época, o número de pobres era maior. Sendo assim, os cristãos que tinham mais condições financeiras, vendo a necessidade dos mais pobres, decidiram voluntariamente vender uma das suas propriedades e doar o valor para que os apóstolos socorressem aos mais necessitados.

2. Propriedade e compartilhamento. Neste ponto, o comentarista faz um esclarecimento necessário sobre a questão da propriedade. Isto é importante porque os adeptos da chamada Teologia da Libertação usam este texto do Livro de Atos, para dizer que a Igreja Cristã era comunista e defende que as propriedades dos ricos sejam divididas. Este movimento surgiu após o Concílio Vaticano II, dentro da Igreja Católica, como oposição aos regimes ditatoriais na América Latina e ao capitalismo. Em 1971, um padre peruano chamado Gustavo Gutiérrez publicou um livro denominado "A Teologia da Libertação”. 

A partir desta publicação teve início um movimento ecumênico, que interpretava os ensinos de Cristo, aplicando-os não à libertação do pecado no aspecto moral, mas a uma suposta libertação de injustas condições econômicas, políticas ou sociais. Além de Gustavo Gutiérrez, os brasileiros Leonardo Boff e Frei Beto, e os Jesuítas Juan Luis Segundo e Jon Sobrino, também foram expoentes desta teologia na América Latina. Foram criadas dentro das igrejas católicas da América Latina, pequenos grupos chamados de Comunidades Eclesiais de Base, que para promover campanhas da fraternidade voltadas para os temas da distribuição de renda, reforma agrária, entre outros. Foi através da Teologia da Libertação que surgiram movimentos políticos de esquerda como o PT, Liga dos Camponeses, Via Campesina, MST, MTST e outros.

Do lado protestante também surgiu uma versão desta teologia, que é chamada Teologia da Missão Integral (TMI). O pioneiro desta teologia foi o pastor Renê Padilha nascido no Equador e radicado na Argentina, onde desenvolveu o seu ministério pastoral. Em 1984, Padilha publicou o livro: O Reino de Deus e a Igreja, que é uma coleção de artigos e palestras dele. Renê Padilha se empenhou em associar o Evangelho às ações sociais e tinha proximidade com os movimentos políticos de esquerda da América Latina. Ele ensinava que Jesus não veio salvar apenas a alma, mas também transformar a sociedade. No Brasil, os pastores Caio Fábio, Ariovaldo Ramos, Ed Renê Kivitz, Ricardo Gondim e outros são expoentes dessa teologia. Alguns destes pastores, posteriormente aderiram também à teologia liberal e ao teísmo aberto. Ed Renê Kivitz chegou a dizer que a Bíblia precisa ser “ressignificada” e “atualizada”. Ricardo Gondim perdeu completamente o rumo. Declarou publicamente que rompeu com os evangélicos e pediu perdão aos homossexuais pelas críticas que fez no passado ao homossexualismo. 

Estas teologias, no entanto, não tem nada a ver com o que aconteceu na Igreja de Jerusalém. Primeiro, porque em lugar algum, a Bíblia condena a propriedade privada. Ao contrário, no Antigo Testamento, as leis protegiam a propriedade e havia duras penas para quem se apropriasse dos bens alheios. No Novo Testamento, nem Jesus nem os seus apóstolos jamais falaram contra o direito de propriedade. Além disso, as propriedades não foram confiscadas pelo governo como se faz no comunismo. As pessoas que tinham mais de uma propriedade, vendia apenas uma e trazia o dinheiro aos apóstolos. Mas continuavam com outras propriedades. 

3. Um exemplo da voluntariedade. Não houve nenhuma exigência dos apóstolos para que os cristãos vendessem as suas propriedades. O apóstolo Pedro ao repreender Ananias, disse: “Vendendo, o dinheiro não era teu?”. O que foi condenado em Ananias e Safira, sua esposa, não foi o fato de não entregarem o dinheiro todo da propriedade, pois o dinheiro era deles. O problema deles foi a mentira ao Espírito Santo, fingindo ser o que não eram, como veremos na próxima lição. 

O que devemos destacar aqui é a voluntariedade dos crentes em ajudar os seus irmãos necessitados. Não se trata de dividir propriedades com os pobres para que todos se tornem iguais. Os ricos continuaram ricos e os pobres continuaram pobres. Houve apenas uma disposição voluntária de alguns irmãos para ajudar, que era fruto da manifestação do amor de Deus. Esta forma de ajuda não foi uma regra estabelecida para as igrejas em todas as épocas. As outras igrejas mencionadas no Novo Testamento não fizeram isso, embora também tenham ajudado aos pobres.

Esta não foi, necessariamente, a melhor forma de ajuda a ser adotada mesmo naquela época e não diminuiu a pobreza. A Igreja de Jerusalém também passou por sérias dificuldades econômicas e precisou ser socorrida por outras Igrejas gentílicas. Por que estou dizendo isso? Porque na atualidade, algumas pessoas dizem que os cristãos devem vender as suas propriedades e distribuir o dinheiro com os mais pobres. Outros dizem que os pastores devem pegar o dinheiro dos dízimos e ofertas e construir casas populares. 

Claro que devemos socorrer os irmãos necessitados, mas a Igreja não pode assumir as obrigações do poder público, deixando a missão de pregar o Evangelho para fazer obras sociais. Alguém já disse sabiamente que “o melhor programa social é um emprego”. Portanto, podemos ajudar as pessoas pobres, promovendo cursos profissionalizantes, abrindo empresas em áreas crentes, divulgando os seus trabalhos, comprando os seus produtos, para que possam ter independência financeira e viver com dignidade.

30 julho 2025

O AMOR COMO MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 05: Uma Igreja cheia de amor)

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos do amor como uma manifestação da Graça de Deus. Inicialmente, falaremos da graça como uma manifestação do Espírito Santo: “Os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus…” (At 4.33a). Muito se fala sobre a manifestação dos dons do Espírito Santo na Igreja, mas eles não podem ser considerados superiores ao amor (1 Co 13). Depois, falaremos da graça, como um favor imerecido de Deus: “...em todos eles havia abundante graça” (At 4.33). O amor dos cristãos de Jerusalém, nada mais era que a manifestação da graça de Deus e não fruto dos seus próprios corações. 

1. A graça como manifestação do Espírito. Quando falamos do significado de graça no meio evangélico, a grande maioria diz que “é um favor não merecido". De fato, esta definição está correta, mas a palavra “graça” na Bíblia tem outras conotações. O termo grego “charis”, significa favor não merecido, benevolência, presente, ou dom. Na literatura grega, o termo “charis” tinha pelo menos 5 significados: 
1) Algo que causa atração, como a beleza física ou fala;
2) Consideração favorável em relação a uma pessoa;
3) Um favor prestado a outra pessoa;
4) Gratidão por um benefício recebido;
5) Locução adverbial em frases como: “charin tinos” (Por amor a alguma coisa). 

A palavra charis aparece cento e sessenta e quatro vezes no Novo Testamento, sendo cento e uma, nos escritos do apóstolo Paulo. No Novo Testamento, a palavra "charis" também significa gratidão a Deus (1 Ts 5.18); dom concedido por Deus (Rm 12.3); ou mesmo simpatia diante das pessoas (At 2.47). O sentido pleno de graça foi revelado na pessoa de Jesus Cristo (2 Co 8.9; Ef 1.7; Tt 2.11).
Aqui, o comentarista se referiu ao texto de Atos 4.33, que diz: “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. Esta abundante graça não se refere à salvação e sim à manifestação do Espírito Santo na vida deles, para testificar com grande poder da ressurreição do Senhor Jesus. 
O comentarista chama a nossa atenção também para o fato de algumas pessoas acharem que o segredo para a manifestação do Espírito Santo está relacionado ao cumprimento de regras e normas estabelecidas pela Igreja. Apesar de regras e normas terem a sua importância para a organização e bom funcionamento da Igreja, o que torna uma Igreja propícia à manifestação do Espírito Santo é a comunhão entre os irmãos. 

2. A graça como favor imerecido. A salvação é fruto da Graça de Deus, pois nenhum ser humano merece ser salvo (Ef 2.8). Aliás, tudo o que recebemos de Deus é fruto da Sua infinita graça. Isto por si só, gera no interior de quem foi salvo por Cristo, um sentimento profundo de gratidão a Deus, que resulta no desejo de ajudar e servir ao próximo, pela consciência que tem de que foi alcançado pelo favor imerecido de Deus. 
Isto não é fruto dos sentimentos naturais do ser humano. Isto porque, após a Queda, a natureza humana foi corrompida pelo pecado. Sendo assim, virtudes como misericórdia, bondade e altruísmo desapareceram do ser humano, pois estas virtudes têm origem em Deus. Em contrapartida, o oposto destas virtudes: crueldade, maldade e egoísmo tomaram conta do coração humano. Somente com a regeneração, o Espírito produz em nosso interior as virtudes do Espírito Santo: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. (Gl 5.22). 

29 julho 2025

O AMOR MANIFESTADO NA COMUNHÃO CRISTÃ

(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 05: Uma Igreja cheia de amor).

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico falaremos da manifestação do amor na comunhão cristã. Inicialmente, falaremos do expressivo crescimento da Igreja de Jerusalém, que passou de cento e vinte pessoas para três mil e em seguida para quase cinco mil pessoas. Na sequência, falaremos dos desafios desse crescimento para a Igreja de Jerusalém. Por último, falaremos da vida interior da Igreja de Jerusalém, com base na expressão “era um o coração e a alma” (At 4.32), que mostra a unidade desta Igreja.

1. O crescimento da Igreja Cristã. A Igreja em Jerusalém experimentou um extraordinário crescimento em poucos dias. Logo após a eloquente pregação de Pedro no dia de Pentecostes, Lucas relatou que “naquele dia agregaram-se quase três mil almas”. (At 2.41). No segundo discurso de Pedro após o Pentecostes, Lucas diz que o número de convertidos chegou a quase cinco mil (At 4.4). Não sabemos quantos dias demorou entre estes dois discursos, mas pelo contexto, podemos concluir que foram poucos dias. 

Este grande número de convertidos na Igreja em Jerusalém não foi de conversões superficiais, como vemos em muitos congressos, onde as pessoas vão à frente pela emoção, ou por insistência dos pregadores. O texto de Atos 2.41-46 deixa muito claro que eram conversões autênticas. Foram batizados os que de bom grado receberam a Palavra. Conforme vimos na lição 2, os convertidos perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, nas orações e em cada alma havia temor. Estavam todos os dias no templo e comiam juntos nas casas uns dos outros, com alegria e singeleza de coração. Quem não gostaria de congregar em uma Igreja assim? Parecia ser um ensaio do Céu.

2. Os desafios do crescimento. Se por um lado, é maravilhoso ver o crescimento da Igreja, com milhares de pessoas sendo salvas, por outro lado, como disse o comentarista, os desafios de uma Igreja grande também são grandes. Se hoje temos vários problemas em uma Igreja com trezentos membros, imagine uma Igreja com cinco mil pessoas, sob a liderança de doze apóstolos inexperientes, sem nenhuma estrutura administrativa e sem templos para acomodar as reuniões! Inicialmente, eles se reuniam nos arredores do templo judaico e nas casas, mas logo veio a perseguição das autoridades religiosas e eles não podiam mais se reunir no templo.

Não sabemos ao certo como eram feitas as contribuições, pois a Igreja estava iniciando e os dízimos e ofertas dos judeus eram entregues no templo aos levitas. Sendo assim, os apóstolos não tinham dinheiro para custear as próprias despesas e socorrer os necessitados. Como se dedicavam integralmente à pregação do Evangelho e ensino da Palavra de Deus aos novos convertidos, eles também não tinham tempo de trabalhar para se manter. Certamente recebiam contribuições dos irmãos, que os tinham em grande estima (At 5.13). 

É natural em um grupo formado por um grande número de pessoas, surgirem problemas e divergências, pois as pessoas são diferentes e não são perfeitas. O que a Igreja pode fazer para enfrentar estes desafios e manter a união dos seus membros? É importante termos em mente, que mesmo em uma Igreja com conversões genuínas, como era o caso de Jerusalém, pode haver divergências de opiniões e pessoas carnais como Ananias de Safira. Somente através da ação do Espírito Santo, o amor de Deus é derramado nos corações, tanto da liderança quanto dos membros da Igreja e mantém a unidade da Igreja. Onde não há amor, o egoísmo, o individualismo e as confusões tomam conta.

3. A vida interior. A Igreja de Jerusalém era uma Igreja unida em todos os aspectos. O texto áureo desta lição nos diz que “era um o coração e a alma da multidão dos que criam” (At 4.32). A Nova Versão Transformadora (NVT) traduziu esta frase assim: “Todos os que creram estavam unidos em coração e mente”. De fato, eles formavam uma grande comunidade de irmãos que sentiam prazer em estar juntos, compartilhando bonanças e dificuldades. A Igreja de Cristo precisa unir-se na tarefa de proclamar o Evangelho aos perdidos, mas também manter a comunhão entre os irmãos. De nada adiantará alcançarmos as pessoas que estão lá fora, se elas chegarem ao nosso meio e virem divisões, fofocas, egoísmos, soberbas e falsidades.

Esta união da Igreja em Jerusalém não veio por acaso. Eles não eram super crentes, com uma natureza incorruptível. Os apóstolos mantinham uma rotina diária de oração, pregação e ensino da Palavra de Deus. Com isso, o Espírito Santo convencia milhares de pessoas a se renderam a Cristo, operava sinais e maravilhas e derramava o amor de Deus no coração dos crentes. Onde há oração, evangelismo e ensino da Palavra de Deus não há espaço para obras da carne.

28 julho 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 5: UMA IGREJA CHEIA DE AMOR

TEXTO ÁUREO:

“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” (At 4.32).


VERDADE PRÁTICA:

O amor é o elo que mantém a unidade da igreja local. Sem o amor, não existe relacionamento cristão saudável.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 4.32-37.


32 — E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.

33 — E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.

34 — Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.

35 — E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.

36 — Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre,

37 — possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.


INTRODUÇÃO


Nesta lição falaremos da Igreja de Jerusalém como uma Igreja cheia de amor. Este amor não era um sentimento abstrato, que se expressa em palavras vazias, e sim, uma manifestação da graça de Deus nos corações daqueles cristãos, que os levou a enxergarem as necessidades dos mais carentes e, voluntariamente, se dispuseram a socorrê-los.

Não se trata de um ‘evangelho socialista’, como alguns sugerem, reduzindo o papel da Igreja à correção de desigualdades sociais. Os que eles praticavam era filantropia, de forma voluntária, sem nenhuma imposição e não colocavam esta prática como condição para a salvação. 

Na lição 2, falamos da Igreja de Jerusalém como um modelo a ser seguido e no tópico 3 daquela lição, vimos que era uma Igreja acolhedora, onde “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44). Nesta lição nos aprofundaremos neste assunto e veremos as três formas que o amor se manifestou na Igreja de Jerusalém: a comunhão cristã, a graça de Deus e a solidariedade cristã.


Palavra-Chave: AMOR


A palavra amor esvaziou-se do seu significado e se tornou sinônimo de gostar, ter paixão por alguém e até manter relações sexuais. Entretanto, o amor, do ponto de vista bíblico, não tem nada a ver com estas coisas e não se refere a um sentimento abstrato ou a declarações poéticas como no romantismo. O amor bíblico consiste em desejar e trabalhar pelo bem do outro, independente de quem seja. O amor procede de Deus e é a essência do Cristianismo. O apóstolo João assim escreveu: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 Jo 4.7). O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, disse: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).


TÓPICOS DA LIÇÃO


I. O AMOR MANIFESTADO NA COMUNHÃO CRISTÃ


No primeiro tópico falaremos da manifestação do amor na comunhão cristã. Inicialmente, falaremos do expressivo crescimento da Igreja de Jerusalém, que passou de cento e vinte pessoas para três mil e em seguida para quase cinco mil pessoas. Na sequência, falaremos dos desafios desse crescimento para a Igreja de Jerusalém. Por último, da vida interior da Igreja de Jerusalém, com base na expressão “era um o coração e a alma” (At 4.32), que mostra a unidade desta Igreja. 


II. O AMOR COMO MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA


No segundo tópico, falaremos do amor como uma manifestação da Graça de Deus. Inicialmente, falaremos da graça como uma manifestação do Espírito Santo: “Os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus…” (At 4.33a). Muito se fala sobre a manifestação dos dons do Espírito Santo na Igreja, mas eles não podem ser considerados superiores ao amor (1 Co 13). Depois, falaremos da graça, como um favor imerecido de Deus: “...em todos eles havia abundante graça” (At 4.33). O amor dos cristãos de Jerusalém, nada mais era que manifestação da graça de Deus e não fruto dos seus próprios corações. 


III. A MANIFESTAÇÃO DO AMOR NA SOLIDARIEDADE CRISTÃ


No terceiro tópico, falaremos da manifestação do amor através da solidariedade cristã. Inicialmente falaremos da busca pela equidade, que é diferente de igualdade, pois não busca nivelar a todos, mas reconhecer o direito de cada um. Na sequência, falaremos de propriedade e compartilhamento. Diferente da ideologia comunista, a Igreja de Jerusalém não abolia o direito à propriedade, mas compartilhavam parte dos seus bens para socorrer aos necessitados. Por fim, esta atitude dos crentes de Jerusalém foi um exemplo de voluntariedade e ninguém foi constrangido a entregar as suas propriedades.


Ev. WELIANO PIRES

AD-BELÉM / SÃO CARLOS, SP 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Ensinador Cristão:  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 102, p. 38.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.649.
Comentário Bíblico Beacon: João e Atos. Volume 7. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.236

UMA IGREJA CHEIA DE AMOR

(SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO/CPAD)

Nesta rica oportunidade, seus alunos aprenderão sobre um tema primordial para a saúde espiritual da igreja: o amor cristão. O amor é o elo que mantém a igreja do Senhor unida e disposta a cumprir sua missão neste mundo. De modo geral, a igreja tem como missão cumprir o “Ide” ordenado pelo Senhor Jesus. Esse Ide se traduz no trabalho de evangelização e discipulado, mas também na consolidação dos crentes na fé em Cristo. Trata-se de um processo de amadurecimento da vida cristã em que o amor é a pedra fundamental. A Bíblia menciona o amor como “o vínculo da perfeição” (Cl 3.14).

O amor é a marca registrada da igreja de Cristo. Em um mundo contaminado pelo pecado, repleto de maldades, mentiras, egoísmo e violência, a humanidade procura um ambiente onde possa encontrar esperança, acolhimento, verdade, paz e, sobretudo, o amor. Nesse sentido, a igreja de Cristo representa a única porta capaz de oferecer essas virtudes. Para Thom S. Rainer, em sua obra Igreja Acolhedora: Como Criar um Ministério de Acolhimento, editada pela CPAD, “[...] quando as pessoas não crentes se sentem bem-vindas, elas retornam. Quando retornam, elas têm mais oportunidades de ouvir a pregação do Evangelho e desenvolver relacionamento com os crentes da igreja. E, muitas vezes, esses relacionamentos são usados por Deus para levar as pessoas ao seu Filho, Jesus Cristo. [...] Embora devamos, definitivamente, alcançar as pessoas que estão além das paredes de nossas igrejas, imagine a diferença que faríamos se fôssemos eficazes em receber as pessoas que nos visitam. O primeiro grande passo no caminho para se tornar uma igreja acolhedora é entender a importância incrível desse ministério” (2018, p.82).

Nesse sentido, fica evidente que o acolhimento demonstrado pela igreja é reflexo do nível de relacionamento experimentado entre os seus membros. Quando os irmãos de uma igreja são movidos pelo amor de Deus de forma abundante em seus corações, as relações interpessoais, por mais desafiadoras que sejam, são conduzidas em perfeita harmonia. Para tanto, é preciso conscientizar os irmãos acerca do propósito maior para o qual a igreja existe: ganhar almas para o Reino de Deus. Quando o foco maior dos irmãos em Cristo está em cumprir o “Ide”, ordenado por nosso Senhor (Mc 16.15), não haverá espaço para desavenças, divisões, contendas ou animosidades que deterioraram as relações e tornam o testemunho da igreja ineficaz. Que possamos permitir que o Espírito Santo direcione cada coração de acordo com Seu propósito e, assim, seremos uma igreja acolhedora e cheia do amor de Deus.

25 julho 2025

UMA IGREJA OUSADA NO SEU TESTEMUNHO

(Comentário do 3° tópico da Lição 04: Uma Igreja cheia do Espírito Santo).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja ousada em seu testemunho. Veremos que era uma Igreja que tinha ousadia para enfrentar a oposição ao Evangelho. Eles tinham consciência da perseguição e dos perigos que corriam, mas jamais tentaram se adaptar às exigências dos inimigos do Evangelho para não serem perseguidos. Na sequência, veremos que os crentes de Jerusalém tinham ousadia no exercício dos dons espirituais. Os dons são capacitações sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo para o cumprimento da missão da Igreja. Por último, veremos que a Igreja de Jerusalém tinha ousadia na exposição da Palavra de Deus. A pregação do Evangelho não pode se limitar a sermões elaborados com o intelecto humano. Precisa da ousadia do Espírito Santo para transmitir uma mensagem poderosa que fale ao coração dos ouvintes.

1. Ousadia para enfrentar oposição ao Evangelho. Os apóstolos tinham consciência de que enfrentariam grandes opositores. Jesus já havia lhes falado disso, conforme vimos no primeiro tópico. Agora, eles viam esta oposição na prática, com graves ameaças contra eles. Precisavam de ousadia para enfrentar a elite judaica, que eram homens bem preparados na Lei Mosaica. Ora, aqueles homens galileus eram pessoas simples, que não estudaram nas escolas dos rabinos. 

De repente foram levados à presença de escribas, fariseus, saduceus e do sumo sacerdote. Além de conhecerem profundamente a lei, eram astutos e poderiam preparar-lhes armadilhas, como tentaram fazer várias vezes com Jesus. Eles não estavam mais na Galiléia, que era uma região pobre e desprezada. Estavam em Jerusalém, no meio da elite religiosa de Israel. Por isso, precisavam da ousadia do Espírito Santo para responder aos questionamentos que lhes fizessem. 

Em todas as épocas e lugares, a verdadeira Igreja sempre enfrentará oposição, pois vivemos em um mundo que jaz no maligno e este sistema é inimigo de Deus. Precisamos nos preocupar se o mundo nos aplaudir. Se a Igreja não enfrenta oposição, é porque certamente não está cumprindo o seu papel, nem está incomodando o adversário. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse: “E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Só não enfrentam oposição, aqueles que são politicamente corretos e se adaptam ao sistema deste mundo. Se pregar o Evangelho de Cristo integralmente, será considerado fanático e fundamentalista religioso. Em muitos países será preso ou morto.

Jesus já havia alertado os seus discípulos, para não se preocuparem quando fossem levados às autoridades, pois “na mesma hora o Espírito Santo lhes ensinaria o que deveriam falar.” (Lc 12.12). É importante esclarecer que aqui Jesus não se referiu à pregação do Evangelho e sim a uma audiência perante autoridades hostis ao Evangelho. Ele não se referiu a não se preocupar quando for pregar ou ensinar a Palavra de Deus na Igreja, esperando que o Espírito Santo conceda a Palavra na hora da mensagem. Nesse caso, Paulo disse a Timóteo para “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a Palavra da Verdade” (1Tm 2.15).

2. Ousadia no exercício dos dons espirituais. Quando Jesus ordenou aos seus discípulos para irem por todo o mundo e pregarem o Evangelho a toda criatura (Mc 26.15), Ele prometeu em seguida que os sinais (milagres) seguiriam aos que cressem. Estes sinais são a manifestação dos dons espirituais, que confirmam a mensagem pregada (Mc 16.17). Após a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, a Igreja de Jerusalém experimentou a manifestação destes sinais de forma contínua. 

Confiando nesta promessa e com a ousadia do Espírito Santo, Pedro disse ao paralítico: olha para nós. Em seguida, declarou que não tinha esmola para lhe dar, mas tinha a autoridade do Espírito Santo para ordenar que se levantasse e andasse. Imediatamente, o homem foi curado e entrou no templo andando, saltando e glorificando a Deus. Glória a Deus!

Uma Igreja cheia do Espírito Santo tem ousadia para orar pelos enfermos, crendo que Jesus cura enfermidades; para expulsar os demônios em nome de Jesus; para impor as mãos sobre os crentes e eles serem batizados no Espírito Santo, etc. Estes dons não cessaram no final da era apostólica, como insistem em dizer os cessacionistas. Não há nenhum texto bíblico que justifique isso. A história da Igreja também comprova que o Espírito Santo continuou operando sinais e maravilhas, onde os crentes o buscaram. 

No Livro “Diário do Pioneiro”, escrito por Ivar Vingren, filho do missionário Gunnar Vingren, um dos pioneiros da Assembleia de Deus no Brasil, há vários relatos de milagres que Deus operou por intermédio dos missionários suecos no Brasil. Eles pregavam uma mensagem com ousadia no exercício dons espirituais: “Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e em breve voltará”. Depois deles, o Senhor continuou operando maravilhas no meio da sua Igreja, através de homens e mulheres de Deus. 

3. Ousadia na exposição da Palavra. Uma Igreja cheia do Espírito Santo tem ousadia também na exposição da Palavra de Deus, seja em uma mensagem evangelística para os não convertidos, ou em uma mensagem de exortação e ensino aos crentes. Um crente cheio do Espírito Santo tem uma chamada ardente dentro de si que o impulsiona a pregar a Palavra de Deus de forma ousada, com convicção daquilo que está pregando. Podemos perceber isso nos discursos de Pedro, Estevão e Paulo, que foram registrados no livro de Atos. 

Esta ousadia não é fruto da habilidade humana para falar em público, com uma boa retórica e eloquência no falar. Isso os camelôs e políticos profissionais também têm. Também não está ligada aos títulos acadêmicos que o pregador tem. Tanto Paulo, que era um doutor da lei judaica, poliglota, versado na cultura grega e romana, quando Pedro, que era um pescador galileu, rude e com pouca instrução, tinham a ousadia do Espírito Santo para expor a Palavra de Deus. Quando a Bíblia fala que Pedro e João eram iletrados, não significa que eles eram analfabetos ou que não conheciam a Palavra de Deus. Significa que não foram alunos dos doutores da Lei como foi Saulo. Mas eles fizeram um curso intensivo com o próprio Jesus, sendo ensinados na teoria e na prática. 

É importante desmistificar a ideia de que o poder do Espírito Santo e o conhecimento bíblico são oponentes. Eu já ouvi pessoas ignorantes dizendo que “teologia não expulsa demônios”. Ora, isso é evidente, pois não é esta a finalidade do estudo teológico. O conhecimento da Palavra de Deus não expulsa demônios, da mesma forma que o analfabetismo bíblico também não expulsa. Há muitas pessoas que usam o poder do Espírito como justificativa para não estudar a Palavra de Deus. O conhecimento bíblico pode nos livrar do engano dos falsos mestres e nos preparar para ensinar a Palavra de Deus. Quem não senta para aprender, não pode se levantar para ensinar. O próprio Jesus disse: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o Poder Deus”. (Mt 22.29). Se o crente tiver a ousadia do Espírito Santo para pregar, mas não se dedicar ao estudo da Palavra, pode ser engaado e se desviar da verdade.  

24 julho 2025

UMA IGREJA QUE ORA COM PODER

(Comentário do 2º tópico da Lição 04: Uma Igreja cheia do Espírito Santo)

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja que orava com poder. Veremos que esta Igreja era uma Igreja que orava com o propósito de que Deus fosse glorificado na resposta e não orações carnais para satisfazer o ego humano. Na sequência, veremos que os crentes de Jerusalém oravam em unidade. Isso não significa que todos eram iguais, mas que estavam unidos em oração no mesmo propósito. Por fim, veremos que eles oravam fundamentados na Palavra de Deus, citando textos bíblicos na oração, pois criam que aquilo era a mais absoluta verdade.

1. Orando com propósito. A oração é uma conversa entre o crente e Deus. Não é uma reza, que consiste em repetir um texto elaborado previamente. A oração e a Palavra de Deus precisam andar juntas em nossas vidas, pois na oração, falamos com Deus e através da Palavra, Deus fala conosco. Há um hino antigo da cantora Mara Lima, que diz em uma das suas estrofes: “A vitamina do crente é a Bíblia e a oração”. De fato, estas duas armas são poderosíssimas. Foi com oração, jejum e a Palavra de Deus, que Jesus venceu o inimigo no deserto. 

No texto da Leitura bíblica em classe, que está em Atos 4.24-31, temos o registro da oração dos apóstolos, após serem soltos da prisão, e a resposta imediata de Deus a esta oração no versículo 31. Esta oração obedece a uma sequência muito interessante: adoração a Deus, reconhecendo-o como o Criador de todas as coisas; citação da Palavra como fundamento para a oração; pedido de providências a Deus diante de um problema que a Igreja enfrentava, de forma que Deus fosse glorificado na resposta. 

O comentarista não seguiu esta ordem, mas começou pelo final, falando a respeito do pedido dos apóstolos, destacando que eles oraram com dois propósitos: Que Deus lhes concedesse falar ousadamente da Sua Palavra e que realizasse curas e outros milagres. É interessante observar que eles tinham sido presos, justamente por causa da pregação do Evangelho e da cura de um paralítico. Foram soltos, mas proibidos de continuar pregando, sob fortes ameaças. Entretanto, em momento algum, eles pediram para Deus agir contra os seus algozes, nem tampouco para livrá-los das perseguições. Pediram a Deus para continuar pregando com ousadia e realizar milagres. 

Em uma situação dessa, muitos crentes da atualidade diriam a Deus: Senhor, não dá mais! Eu fiz tudo o que o Senhor mandou e só recebi pedradas! Em teu nome ordenamos e o homem foi curado. E o que eu recebemos em troca? Prisões e ameaças! Em vez de nos agradecerem pelo bem que que fizemos a um coxo de nascença, as autoridades nos humilharam publicamente e nos ameaçaram. Outros mais ousados, diriam: Senhor, estes ímpios tocaram nos ungidos do Senhor! Entre com providência, coloque-os no leito da enfermidade, ou mande um meteoro na casa deles. Em situações embaraçosas para a Igreja, o nosso propósito deve ser sempre fazer a vontade de Deus. 


2. Orando em unidade. Diante da ameaça vinda das autoridades judaicas, a Igreja de Jerusalém se uniu em oração no mesmo propósito e levantou um clamor a Deus por aquela causa. O texto bíblico diz: ‘E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus” (At 4.24). Conforme explicou o comentarista, a palavra “unânime”, neste contexto, não significa que todos eram iguais e pensavam da mesma forma, mas que naquele momento estavam unidos no mesmo propósito, orando por uma causa.

Em outras ocasiões também, a Igreja de Jerusalém levantou-se unânime em oração, como em Atos 1.14, logo após a ascensão de Jesus: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos”. O mesmo aconteceu após a execução de Tiago por Herodes, que prendeu também a Pedro: “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus”. (At 12.4,5). 

A Igreja é de Deus e deve ser guiada por Ele. Quando aparecerem situações adversas e impossíveis de se resolver, ou inimigos se levantarem contra a marcha da Igreja, a nossa luta não é contra a carne e o sangue e as nossas armas não são carnais. Devemos dobrar os nossos joelhos e levantar um clamor ao Céu, envolvendo toda a Igreja no mesmo propósito. A resposta virá, pois ninguém jamais irá parar a Igreja do Senhor. Se tivermos que padecer pelo Evangelho, o Senhor nos fortalecerá e nos dará graça para irmos até o fim e não negarmos o Seu nome.

3. Orando fundamentada na Palavra de Deus. Em sua oração, os apóstolos citaram o texto do Salmo 2, que se refere ao Messias: “Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra o Senhor e contra o seu ungido” (Sl 2.1,2). Em seguida, falaram do que os líderes religiosos fizeram a Jesus, em cumprimento a esta profecia. Evidentemente, não precisamos orar recitando textos bíblicos como se fossem uma reza. Há pessoas que fazem isso com o Salmo 91, acreditando que o fato de repetirem as palavras deste Salmo ou deixar a Bíblia aberta nele lhes garante proteção. 

Não é isso que o comentarista sugere aqui. O que ele nos ensina é que as nossas orações, assim como as nossas pregações, devem estar em sintonia com a Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. Não podemos fazer orações de feiticeiros, pedindo a morte daqueles que nos perseguem, ou fazer como os filhos de Zebedeu antes de receberem o Espírito Santo, que perguntaram a Jesus se poderiam pedir que descesse fogo do Céu e consumisse os samaritanos, por não receberem a Jesus (Lc 9.54). 

Elias fez isso, porque estava na direção de Deus. Ele viveu na Antiga Aliança e foi usado por Deus para trazer juízo àquele povo que afrontava a Deus adorando a Baal. Outros profetas do Antigo Testamento, também agiram dessa forma por ordem divina. Não é este o papel da Igreja. Fomos comissionados por Jesus a pregar o Evangelho aos perdidos (Mc 16.15); orar pelos que nos perseguem (Lc 6.28); abençoar os que nos maldizem (Rm 12.14); e vencer o mal com o bem (Rm 12.21). 

23 julho 2025

UMA IGREJA PERSEVERANTE

(Comentário do 2° tópico da Lição 04: Uma Igreja cheia do Espírito Santo).

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja perseverante. Inicialmente veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja que suportava o sofrimento, por amor a Jesus. Na sequência, veremos que uma Igreja cheia do Espírito Santo não nega os seus valores. A Igreja de Jerusalém, mesmo sob intensa perseguição e ameaças de prisão e morte, jamais negociava a sua fé. Por fim, veremos que uma Igreja cheia do Espírito Santo está sempre convicta da sua fé.

1. Suporta o sofrimento. Após sua pregação junto à Porta Formosa, Pedro e João são levados presos (At 4.3) e, posteriormente, ameaçados por pregarem o nome de Jesus (At 4.17). Foi dito a eles que não falassem nem ensinassem no nome do Senhor (At 4.18). A ordem era clara, mas os apóstolos estavam dispostos a pagarem o preço de não segui-la. Eles suportariam tudo por amor a Jesus. Agiam com perseverança. Isso só foi possível porque Pedro, que falava por si e pelos demais apóstolos, havia sido cheio do Espírito Santo (At 4.8). O tempo verbal do grego usado no versículo 8 (tendo sido cheio) demonstra que o apóstolo, que já havia sido batizado no Espírito Santo, no Pentecostes (At 2.4), foi revestido novamente do poder do alto. Uma igreja continuamente cheia do Espírito suporta as provas e o sofrimento.

Logo após a descida do Espírito Santo, houve uma grande confusão em Jerusalém, sobre o que teria acontecido no cenáculo. Havia em Jerusalém pessoas de várias nações, por conta da festa do Pentecostes. Quando os discípulos começaram falar em outras línguas, estas pessoas os ouviram falar das grandezas de Deus em suas línguas nativas e ficaram admiradas. No meio da discussão sobre o que viria a ser aquele fenômeno, alguns zombaram deles, dizendo: Estes homens estão bêbados!

Pedro, então, levantou-se como um porta-voz dos demais discípulos, e fez um eloquente discurso, explicando que aquele fenômeno era o cumprimento da profecia de Joel sobre o derramamento do Espírito Santo. Após citar esta profecia, Pedro falou de Jesus para aquela multidão, mostrando-lhes pelas Escrituras judaicas, que Ele era o Messias prometido a Israel. A multidão comovida com esta pregação, perguntou-lhe o que deveriam fazer. 

Pedro, então, os orientou a se arrependerem, serem batizados e receberem o dom do Espírito Santo. Quase três mil almas se converteram. Esta multidão de convertidos perseverou na doutrina dos apóstolos, no partir do pão, na comunhão e nas orações, conforme vimos nas lições anteriores. Nesse período, não houve nenhum registro de perseguição dos judeus. 

No capítulo 3 de Atos, Pedro e João foram ao templo para orar, às três horas da tarde. Logo na entrada, depararam-se com um homem que era paralítico de nascença, o qual pedia esmolas aos que entravam ao templo. Ao ser interpelado pelo paralítico para que lhe desse esmola, Pedro, cheio do Espírito Santo, pediu que o homem olhasse para eles e disse-lhe: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” (At 3.6). Imediatamente, os pés do homem se endireitaram e ele levantou, andou, saltou e entrou com eles no templo, dando glórias a Deus. 

Este milagre, evidentemente, causou grande espanto nas pessoas, pois todos o conheciam desde a infância e sabiam que ele era paralítico. Todos olhavam admirados para Pedro e João, tentando entender o que havia acontecido. Pedro, então, começou o seu segundo discurso, dizendo: “Por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nosso próprio poder ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12). Na sequência, Pedro atribuiu a Jesus aquele milagre e falou da sua morte e ressurreição para a multidão. 

Este acontecimento chegou ao conhecimento das autoridades religiosas de Israel, que se indignaram com o fato dos apóstolos falarem de Jesus e da ressurreição. Por isso, eles foram conduzidos à prisão, para serem interrogados no dia seguinte, pois já era tarde (At 4.1,2). No dia seguinte, ao ser interrogado sobre o ocorrido, Pedro fez o seu terceiro discurso, com grande ousadia perante as autoridades, falando de Jesus e mencionando o que as Escrituras diziam sobre Ele. As autoridades ficaram admiradas com o discurso, pois sabiam que eles não haviam frequentado as escolas dos rabinos e chegaram à conclusão de que eles andaram com Jesus. 

Depois disso, se reuniram à parte para decidirem o que fazer com os apóstolos, pois o homem que fora curado estava ali como prova do milagre e ninguém poderia negar. Por isso decidiram soltar os apóstolos, advertindo-os sob ameaça de prisão, para que não mais falassem de Jesus para as pessoas. Entretanto, mesmo sabendo que corriam risco de serem presos, açoitados e até mortos como foi Jesus, eles não se intimidaram e continuaram a pregar, dispostos a suportar todo e qualquer sofrimento que lhes fosse imposto, por amor a Cristo.

Lamentavelmente, nas últimas décadas, após o advento da famigerada teologia da prosperidade, muitos crentes incluíram em suas pregações, vida confortável e riquezas neste mundo como recompensa pela fidelidade a Deus. Há até uma grande Igreja neopentecostal que usa como slogan a frase “Pare de sofrer”. Ora, isso vai na contramão do que Jesus ensinou aos seus discípulos. Ele sempre deixou claro, que os seus discípulos seriam odiados por todos os povos, perseguidos e mortos, por causa do Nome dele (Mt 10.22; 24.9; Lc 21.17; Jo 15.21; 16.33). Jesus não nos chamou apenas para crer nele, mas também para padecer pelo Evangelho. A história da Igreja ao longo dos séculos mostra que esta sempre foi a realidade do verdadeiro Cristianismo. 

2. Não negocia seus valores. Quando a classe sacerdotal intimou os apóstolos e lhes deram ordem expressa para que eles não falassem nem ensinassem no nome de Jesus, a resposta dos apóstolos foi: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus” (At 4.19). Em outras palavras, os apóstolos afirmaram que não negociariam a sua fé. Não abririam mão dos valores da fé que haviam recebido, pois eles são inegociáveis. Uma das marcas de uma igreja que perdeu ou está perdendo o poder do Espírito é a sua aceitação de princípios e práticas que afrontam as Escrituras.

Diante da proibição aos apóstolos de pregar o Evangelho, sob graves ameaças, eles não se intimidaram e deram a seguinte resposta: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido!”. (At 4.19,20). Esta resposta ousada, certamente deixou os membros do Sinédrio furiosos, pois não estavam acostumados a serem confrontados. 

O Sinédrio era a suprema corte de Israel, que decidia sobre questões políticas e religiosas. Este colegiado era formado por sacerdotes, anciãos e escribas e era presidido pelo Sumo Sacerdote. Os anciãos que faziam parte do Sinédrio eram líderes comunitários muito respeitados, indicados para representar os israelitas na corte, ao lado dos escribas e sacerdotes. Os membros do Sinédrio não eram qualquer pessoa, escolhida aleatoriamente. Eram pessoas idôneas, notáveis e respeitadas na sociedade. O Sinédrio tinha grande poder e poderia condenar os apóstolos à prisão e açoitá-los. Mas, como Israel estava sob o domínio romano, dependiam da autorização de Roma para condenar alguém à morte.

De qualquer forma, a atitude dos apóstolos foi de desobediência às autoridades, pois não estavam dispostos a negociar a sua fé, mesmo que isso lhe causasse sofrimento, perseguição ou lhes custasse a própria vida. Em Romanos 13, o apóstolo Paulo recomendou aos cristãos que se sujeitassem às autoridades, pois estas foram constituídas por Deus (Rm 13.1-6). Esta sujeição, no entanto, não é absoluta. Se as autoridades exigirem a negação da nossa fé, ou a renúncia de algum dos nossos valores, não podemos nos sujeitar às suas exigências e afrontar as Escrituras. 

3. Está convicta de sua fé. Uma igreja cheia do Espírito Santo está convicta de sua fé. Não se apoia em suposições, mas em fatos (At 4.20). Os primeiros cristãos não apenas ouviram sobre Deus, mas também testemunharam suas obras. Quando Filipe pregou em Samaria, os samaritanos se convenceram porque “ouviam” e “viam” os sinais que Filipe fazia (At 8.6). Alguém já disse que Deus é plenamente obedecido no céu porque lá Ele é visto, enquanto na terra, muitas vezes, é desobedecido por ser apenas ouvido. No entanto, a igreja cheia do Espírito não apenas proclama a Palavra, mas também manifesta a obra de Deus (Rm 15.18,19). Jesus foi poderoso tanto em palavras quanto em obras (Lc 24.19).

O comentarista nos apresentou outra característica marcante de uma Igreja cheia do Espírito Santo: a convicção da sua fé. Esta afirmação é um tanto redundante, pois a fé é sinônimo de convicção, fidelidade e confiança. Segundo a concordância de Strong, a palavra grega pistis, traduzida por fé, “é a convicção da verdade de algo; no No Novo Testamento, é uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas, geralmente com a idéia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela”.

A fé dos cristãos de Jerusalém não se apoiava em suposições, lendas ou histórias que eles ouviram falar. Era uma convicção firmada em fatos e milagres incontestáveis. As próprias autoridades tentaram intimidá-los, como vimos acima, mas não conseguiram, porque havia um milagre incontestável que eles não podiam negar. Os discípulos foram perseguidos por inveja e porque os religiosos tinham medo de perder as suas posições, não porque eles pregassem mentiras. 

Uma Igreja cheia do Espírito Santo prega o Evangelho, convicta de que está pregando a Verdade e que Deus confirma a Sua Palavra com os sinais. Os discípulos não temiam o confronto, porque o Espírito Santo os guiava, fortalecia e operava maravilhas. Cristãos verdadeiros ao longo da história tinham tanta convicção de que estavam fazendo a vontade de Deus, que nada mais lhes importava. John Bunyan, autor do Livro “O Peregrino”, foi preso várias vezes, totalizando doze anos na prisão, por ser um pregador “não conformista”, que não se adaptava ao padrão da Igreja da Inglaterra. Na prisão, a sua fé foi fortalecida e ele escreveu a sua obra mais célebre “O Peregrino”, que posteriormente se tornou filme e é conhecida em todo o mundo. 

Os três tipos principais de pessoas que se afastam da Igreja

Ev. WELIANO PIRES 

O número de pessoas que se declaram cristãs evangélicas no Brasil é significativo e tem crescido nas últimas décadas. Segundo o censo de 2022, entre 2010 e 2022, o número de evangélicos saiu de 21,6% para 26,9%. Por outro lado, o número de pessoas que se afastaram das nossas igrejas também é muito grande. Não me refiro aqueles que mudam de ministério e continuam servindo a Deus e sim, aos que deixaram de congregar. 

É importante destacar que as pessoas se afastam da Igreja por motivos diferentes e, por isso, a forma que a Igreja deve abordá-los, também é diferente. Vejamos abaixo, os três tipos principais de pessoas que se afastaram da Igreja e como devemos proceder com cada um deles:

1. Pessoas que, por não vigiarem ou por fraqueza, pecaram e se afastaram da Igreja. São pessoas tementes a Deus, que não conseguiram vencer o pecado, mas continuam crendo em Deus e desejam voltar, embora não tenham forças. Por estes, nós devemos sempre orar, visitá-los e aconselhá-los para que voltem a congregar o mais depressa possível. 

2. Pessoas soberbas que se afastaram da Igreja por rebeldia. São pessoas que queriam uma Igreja conforme as suas conveniências e, como não tiveram os seus caprichos atendidos, saíram da Igreja. Estes se afastam e culpam os outros pelos próprios erros, tentando justificá-los. Com estes, não vale a pena argumentar para que voltem, pois seria lançar pérolas aos porcos e coisas santas aos cães (Mt 7.6). A única coisa que podemos fazer nesse caso é orar, para que Deus trabalhe no coração deles para que se arrependam.

3. Pessoas que abraçaram heresias e se apostaram da fé. São pessoas que por desconhecimento da Verdade, ou rebeldia contra Deus, saíram da Igreja, ingressaram em seitas e passaram a combater as doutrinas cristãs. Na maioria dos casos são pessoas que blasfemam contra o Espírito Santo e negam a Verdade que antes professavam. Com estes também não vale a pena argumentar, pois, a Bíblia diz que nestes casos não há perdão e não devemos orar (Mt 12.31,32; 1 Jo 5.16). 


O apóstolo Paulo disse que aquele que está em pé, olhe para que não caia. O primeiro passo para não cair é reconhecer a própria fragilidade e buscar forças em Deus. A Igreja precisa agir para que as pessoas não se desviem e se empenhar em buscar os que se desviaram. Para isso, precisa conhecer os problemas de cada crente, para não confundir pessoas fragilizadas com rebeldes  e apóstatas. 

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 4: UMA IGREJA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO

Ev. WELIANO PIRES

TEXTO ÁUREO:

“E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.” (At 4.31).


VERDADE PRÁTICA:

“Uma igreja cheia do Espírito Santo suporta aflições, ora com poder e ousa no testemunho cristão.”

Temos aqui, algumas características de uma Igreja cheio do Espírito Santo: resiliência nas aflições, oração poderosa e ousadia no testemunho (pregação e vida cristã). 

 

Objetivos da Lição: 

I) Identificar as características de uma igreja cheia do Espírito Santo, destacando sua perseverança em meio às provações; 

II) Analisar a importância da oração com poder na vida da igreja; 

III) Demonstrar como a ousadia espiritual fortalece a pregação do Evangelho.

 

Palavras-Chave: ESPÍRITO SANTO.

 

O Espírito Santo é uma das três Pessoas da Santíssima Trindade e foi enviado para conduzir a missão da Igreja na terra, após a ascensão de Jesus. Ele nos capacita para pregar a Palavra de Deus com ousadia e realiza sinais extraordinários. Por outro lado, Ele também atua no coração do pecador, para que entenda aquilo que está sendo pregado. O Espírito Santo é o agente da Salvação. Sem Ele, ninguém jamais se converteria. Mesmo que inicialmente, o pecador não tenha consciência disso, é o Espírito Santo que o conduz a Cristo. Portanto, Espírito Santo é indispensável à Igreja.

INTRODUÇÃO


Em continuidade ao estudo sobre a Igreja de Jerusalém, nesta lição veremos que esta Igreja era cheia do Espírito Santo. No anúncio do nascimento de João Batista, o anjo disse a Zacarias que o menino seria “cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe”. (Lc 1.15). Lucas registrou também que Jesus estava cheio do Espírito Santo, no episódio da tentação: “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto” (Lc 4.1). 


Em Atos 2, no relato da descida do Espírito Santo, Lucas descreveu que “todos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas e profetizaram, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (At 2.1-4). Aqui, é uma referência clara ao batismo no Espírito Santo. 

 

Em outros textos, antes de alguns discursos de Pedro, o texto bíblico diz: “... E Pedro cheio do Espírito Santo, disse…” (At 4.8). Da mesma forma aconteceu com Estêvão (At 7.55); Paulo (At 13.9). Nestes casos, é uma referência à ousadia para pregar a Palavra de Deus. 

 

Há outros relatos no Livro de Atos que ser cheio do Espírito Santo é ter coragem para suportar as aflições e enfrentar as perseguições por causa do Evangelho. Na ocasião da Escolha dos diáconos, ser cheio do Espírito Santo significa ter discernimento e sabedoria para cuidar da assistência social. 


Nas Epístolas Paulinas, ser cheio do Espírito Santo tem outra ênfase. Escrevendo aos Efésios, Paulo disse “...Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18-21). Nesse texto, Paulo diz que cheio do Espírito Santo é alguém que não vive em contendas, que louva e é grato ao Senhor, e que sujeita-se aos outros, no temor do Senhor. Na Epístola aos Gálatas, ser cheio do Espírito Santo é uma referência ao Fruto do Espírito Santo, em oposição às obras da carne (Gl 5.16-22).


Nesta lição, tomando como base a Igreja de Jerusalém, a nossa ênfase será sobre as características de uma Igreja cheia do Espírito Santo, quanto ao seu comportamento diante das dificuldades e perseguições, na prática contínua da oração e em sua ousadia para testemunhar de Cristo ao mundo. 

TÓPICOS DA LIÇÃO

I. UMA IGREJA PERSEVERANTE

 

No primeiro tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja perseverante. Inicialmente veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja que suportava o sofrimento, por amor a Jesus. Na sequência, veremos que uma Igreja cheia do Espírito Santo não nega os seus valores. A Igreja de Jerusalém, mesmo sob intensa perseguição e ameaças de prisão e morte, jamais negociava a sua fé. Por fim, veremos que uma Igreja cheia do Espírito Santo está sempre convicta da sua fé.

 

II. UMA IGREJA QUE ORA COM PODER


No segundo tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja que orava com poder. Veremos que esta Igreja era uma Igreja que orava com o propósito de que Deus fosse glorificado na resposta e não fazia orações carnais para satisfazer o ego humano. Na sequência, veremos que os crentes de Jerusalém oravam em unidade. Isso não significa que todos eram iguais, mas que estavam unidos em oração no mesmo propósito. Por fim, veremos que eles oravam fundamentados na Palavra de Deus, citando textos bíblicos na oração, pois criam que aquilo era a mais absoluta verdade.


III. UMA IGREJA OUSADA NO SEU TESTEMUNHO


No terceiro tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja ousada em seu testemunho. Veremos que era uma Igreja que tinha ousadia para enfrentar a oposição ao Evangelho. Eles tinham consciência da perseguição e dos perigos que corriam, mas jamais tentaram se adaptar às exigências dos inimigos do Evangelho para não serem perseguidos. Na sequência, veremos que os crentes de Jerusalém tinham ousadia no exercício dos dons espirituais, que são capacitações sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo para o cumprimento da missão da Igreja. Por último, veremos que a Igreja de Jerusalém tinha ousadia na exposição da Palavra de Deus. A pregação do Evangelho não pode se limitar a sermões elaborados com o intelecto humano. Precisa da ousadia do Espírito Santo para transmitir uma mensagem poderosa que fale ao coração dos ouvintes.


REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Ensinador Cristão:  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 102, p. 38.  
PEARLMAN, Myer. Atos: Estudo do Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, p.52, 53.

A MANIFESTAÇÃO DO AMOR NA SOLIDARIEDADE CRISTÃ

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 05: Uma Igreja cheia de amor). Ev. WELIANO PIRES   No terceiro tópico, falaremos da manifestação do amor a...