26 novembro 2010

O Poder é impessoal. Exceto em Osasco.

Princípio Da Impessoalidade

O princípio ou regra da impessoalidade da Administração Pública pode ser definido como aquele que determina que os atos realizados pela Administração Pública, ou por ela delegados, devam ser sempre imputados ao ente ou órgão em nome do qual se realiza, e ainda destinados genericamente à coletividade, sem consideração, para fins de privilegiamento ou da imposição de situações restritivas, das características pessoais daqueles a quem porventura se dirija. Em síntese, os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário.

Em Osasco, qualquer obra feita, por menor que seja, faz-se a propaganda do deputado ou do vereador que supostamente pediu, do presidente da República, que liberou a verba e do prefeito que realizou a obra.

No Jardim Helena Maria, por exemplo, foi implantado um semáforo e uma faixa de pedestres na Av. Presidente Costa e Silva, em frente aos supermercados Dia e Chama. Puseram várias faixas nas imediações, fazendo propaganda do vereador Aloísio Pinheiro que teria pedido e do prefeito Emídio que teria atendido.

Olha o diz a lei:
"O princípio da impessoalidade busca assegurar que, diante dos administrados, as realizações administrativo-governamentais não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade, mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva. Custeada com dinheiro público, a atividade da Administração Pública jamais poderá ser apropriada, para quaisquer fins, por aquele que, em decorrência do exercício funcional, se viu na condição de executa-la. É, por excelência, impessoal, unicamente imputável à estrutura administrativa ou governamental incumbida de sua prática, para todos os fins que se fizerem de direito."

20 novembro 2010

Ao Secretário da habitação da prefeitura de Osasco

Excelentíssimo Senhor Secretário da habitação de Osasco,

O meu nome é Weliano Pires Neto. Sou morador do bairro Colinas do Oeste há cinco anos. Quando mudei-me para o Colinas, comprei um barraco de madeira e, como esta secretaria informou em reunião com os moradores, que a área em que eu morava não seria retirada, eu construí com muita dificuldade dois cômodos para morar sem, no entanto, terminar o acabamento, por falta de recursos. 
Algum tempo depois, a mesma secretaria informou que o projeto para a região havia sido modificado e que nós iríamos ter que sair, pois, a prefeitura iria construir moradias populares do PAC. Assim sendo, interrompi a construção, ficando mais de um ano na casa sem cerâmica e sem acabamento, pois, aguardava sair.
No mês de junho de 2009, nos apressaram para sair, pois, segundo eles as nossas casas estavam atrasando as obras. Foi uma dificuldade para encontrar casa na região, devido à procura que aumentou em virtude da quantidade de pessoas que foram retiradas ao mesmo tempo.
Eu encontrei uma pequena casa de um conhecido nosso da Igreja, que não estava interessado em alugar e o fez, apenas para nos ajudar. Acertei com ele que pagaria o aluguel no dia cinco de cada mês, que era o período em que receberíamos o cheque inicialmente.
Durante alguns meses, não tivemos nenhum problema. Quando atrasava era dois ou três dias. Depois de alguns meses, fomos comunicados pelas funcionárias da secretaria que o nosso cheque seria pago no dia 17 de cada mês. Tive dificuldade pois tive que arcar com o aluguel do próprio bolso e o senhor há de convir que, se eu tivesse condições de pagar aluguel, não iria morar numa favela.
O problema se agravou este mês, quando a minha esposa foi buscar o cheque e perguntaram se ela não teria sido sorteada para receber a casa, para espanto dela. Informaram que talvez tenha havido uma confusão e, por isso, o nosso cheque não veio. Informaram ainda que o cheque será pago no dia 29.

Achei isso uma irresponsabilidade. Se continuar assim, daqui há pouco serei despejado da casa onde moro. Não tenho condições de pagar aluguel e não pedi para sair da casa que a prefeitura me autorizou a construir e depois derrubou. Peço a gentileza a Vossa excelência, de verificar o que está acontecendo, pois, muitas pessoas estão nesta situação e não tem condições de pagar o aluguel. Enquanto isso, a prefeitura espalha por toda a cidade que vai entregar duzentos apartamentos e levar o cantor Frank Aguiar para cantar lá.


Agradeço a atenção dispensada,

Weliano Pires Neto.

17 novembro 2010

2 de Novembro - Dia de luto

Rodrigo Constantino
O Globo


O dia 2 de novembro foi escolhido como data oficial para a homenagem aos mortos. Gostaria de prestar aqui minha homenagem ao mais recente defunto brasileiro: a Ética. Seu falecimento gerou profunda tristeza em milhões de brasileiros. Não foi morte acidental, mas homicídio. Cinqüenta e cinco milhões de brasileiros executaram a Ética à queima-roupa, no dia 31 de outubro. As armas usadas: as urnas.

Esta eleição foi caracterizada pelo total desprezo aos valores éticos. O presidente Lula foi o grande responsável por esta lamentável postura. Colocou na cabeça que a única meta importante era eleger sua candidata, e qualquer meio poderia ser usado para tanto. O presidente da República, representante de todo o povo brasileiro, tornou-se um empolgado cabo eleitoral, ignorando as funções de seu cargo, as leis e o respeito às regras de uma democracia limpa.

A máquina estatal ficou a serviço do partido. Aécio Neves resumiu bem: “Presidente Lula sai menor do que entrou nesta eleição”. Lula mostrou ser um populista que só pensa nas próximas eleições, ao contrário de um estadista, que foca nas próximas gerações. Fazendo analogia com o futebol, ao gosto de Lula, foi como vencer com um gol de mão, sem legitimidade.

Durante as eleições, vários escândalos vieram à tona, envolvendo gente muito próxima de Dilma, como Erenice Guerra, seu braço-direito. Acusada de “tráfico de influência” no comando da Casa Civil, Erenice foi ignorada por boa parte dos eleitores. A mensagem, que já havia sido dada nas eleições de 2006, no auge do escândalo do “mensalão”, foi reforçada: não tem problema usar o Estado como patrimônio particular, desde que a economia vá bem.

O voto com o bolso representa um enorme perigo para a democracia. Lênin dizia que iria comprar da burguesia a corda usada para enforcá-la. Para agravar a situação, a naturalidade com que vários petistas abraçam ditadores mundo afora demonstra seu verdadeiro “apreço” pelo regime democrático, exposto também nas constantes tentativas de censurar a imprensa.

No vale-tudo para se perpetuar no poder, o PT apelou para o terrorismo eleitoral. Sua campanha espalhava que Serra iria acabar com o programa Bolsa Família, que tem suas origens no governo FHC. Em 2000, ainda na oposição, Lula chegou a acusar a distribuição de cesta básica de “esmola” que fazia o pobre votar com o estômago. No poder, o PT mudou de idéia e ainda espalhou que os benefícios acabariam se Dilma fosse derrotada. Resultado: o Nordeste votou em peso na Dilma.

Quem saiu bastante ferido nas eleições foi o Bom Senso. O PT resgatou do fundo do pântano ideológico o tema das privatizações para “atacar” os tucanos. Quem poderia, em sã consciência, condenar as privatizações do setor de telecomunicações? Quem hoje ainda consegue criticar racionalmente as privatizações da CSN, Embraer ou Vale? Mesmo assim, o PT ainda explora este sentimento nacionalista retrógrado, que confunde propriedade estatal com interesse nacional.

A campanha de Dilma abusou da retórica nacionalista, alegando que a candidata salvaria o pré-sal dos interesses privatistas do PSDB. Os tucanos não colocaram em pauta a venda da Petrobras, mas o próprio PT vendeu concessões de exploração ao setor privado. Eike Batista é prova disso. Para o PT da oposição, isso seria “privatização”. Mas para vencer a guerra das eleições, a coerência e a honestidade são as primeiras baixas. Vale até usar a estatal como braço partidário na campanha. Isso sim é uma “privatização” abominável.

O debate regrediu algumas décadas por conta da estratégia do PT. A demagogia atingiu patamares espantosos. Nunca antes na história deste país se viu uma eleição de tão baixo nível. Programas de governo deram lugar aos ataques pessoais nos “debates”. As perguntas importantes ficaram sem respostas. A candidata Dilma não explicou nada sobre os escândalos de corrupção, repetindo apenas que tudo está sendo investigado. O PT está “investigando” até hoje José Dirceu.

Os eleitores, anestesiados pelo bom momento da economia, aceitaram sem maiores cobranças as “explicações”. Venceu Macunaíma, o herói sem caráter. Fica uma enorme “herança maldita” que poderá levar gerações para ser desfeita: a idéia de que a Ética não tem lugar na política. É dia de luto para os que ainda acreditam em certos valores, e que não estão dispostos a fechar os olhos para infindáveis escândalos em troca de migalhas. Não se constrói uma nação livre sem alguns princípios básicos. Foi uma vitória de Pirro, com sabor de derrota. Metade do povo está de luto pela Ética.

12 novembro 2010

Sim, eu tenho preconceito.

ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE 11/11/2010

Por Leandro Narloch

Logo depois de anunciada a vitória de Dilma Rousseff, pingaram comentários preconceituosos na internet contra os nordestinos, grupo que garantiu a vitória da candidata petista nas eleições.
A devida reação veio no dia seguinte: a expressão “orgulho de ser nordestino” passou a segunda-feira como uma das mais escritas no micro blog Twitter.
O racismo das primeiras mensagens é, obviamente, estúpido e reprovável. Não se pode dizer o mesmo de outro tipo de preconceito ─ aquele relacionado não à origem ou aos traços físicos dos cidadãos, mas ao modo como as pessoas pensam e votam. Nesse caso, eu preciso admitir: sim, eu tenho preconceito.
Eu tenho preconceito contra os cidadãos que nem sequer sabiam, dois meses antes da eleição, quem eram os candidatos a presidente. No fim de julho, antes de o horário eleitoral começar, as pesquisas espontâneas (aquela em que o entrevistador não mostra o nome dos candidatos) tinham percentual de acerto de 45%. Os outros 55% não sabiam dizer o nome dos concorrentes. Isso depois de jornais e canais de TV divulgarem diariamente a agenda dos presidenciáveis.
É interessante imaginar a postura desse cidadão diante dos entrevistadores. Vem à mente uma espécie de Homer Simpson verde e amarelo, soltando monossílabos enquanto coça a barriga: “Eu… hum… não sei… hum… o que você… hum… está falando”. Foi gente assim, de todas as regiões do país, que decidiu a eleição.
Tampouco simpatizo com quem tem graves deficiências educacionais e se mostra contente com isso e apto a decidir os rumos do país.
São sujeitos que não se dão conta de contradições básicas de raciocínio: são a favor do corte de impostos e do aumento dos gastos do Estado; reprovam o aborto, mas acham que as mulheres que tentam interromper a gravidez não devem ser presas; são contra a privatização, mas não largam o terceiro celular dos últimos dois anos. “Olha, hum… tem até câmera!”.
Para gente assim, a vergonha é uma característica redentora; o orgulho é patético. Abster-se do voto, como fizeram cerca de 20% de brasileiros, é, nesse caso, um requisito ético. Também seria ótimo não precisar conviver com os 30% de eleitores que, segundo o Datafolha, não se lembravam, duas semanas depois da eleição, em quem tinham votado para deputado.
Não estou disposto a adotar uma postura relativista e entender esses indivíduos. Prefiro discriminá-los. Eu tenho preconceito contra quem adere ao “rouba, mas faz”, sejam esses feitos grandes obras urbanas ou conquistas econômicas.
Contra quem se vale de um marketing da pobreza e culpa os outros (geralmente as potências mundiais, os “coronéis”, os grandes empresários) por seus problemas. Como é preciso conviver com opiniões diferentes, eu faço um tremendo esforço para não prejulgar quem ainda defende Cuba e acredita em mitos marxistas que tornariam possível a existência de um “candidato dos pobres” contra um “candidato dos ricos”.
Afinal, se há alguma receita testada e aprovada contra a pobreza, uma feliz receita que salvou milhões de pessoas da miséria nas últimas décadas, é aquela que considera a melhor ajuda aos pobres a atitude de facilitar a vida dos criadores de riqueza.
É o caso do Chile e de Cingapura, onde a abertura da economia e a extinção de taxas e impostos fizeram bem tanto aos ricos quanto aos pobres. Não é o caso da Venezuela e da Bolívia.
Por fim, eu nutro um declarado e saboroso preconceito contra quem insiste em pregar o orgulho de sua origem. Uma das atitudes mais nobres que alguém pode tomar é negar suas próprias raízes e reavaliá-las com equilíbrio, percebendo o que há nelas de louvável e perverso. Quem precisa de raiz é árvore.

06 outubro 2010

Carta resposta ao Bispo Manoel Ferreira

Prezado bispo Manoel Ferreira,

Li uma carta que o senhor publicou e que está sendo distribuída no meio evangélico. Como presbítero da Assembléia de Deus, ministério do Belém em São Paulo, criado na Assembléia de Deus, sinto-me na obrigação de esclarecer alguns pontos da sua carta:

O Sr. diz:

"Em reunião no dia 24 de julho próximo passado, na Sede Nacional das Assembléias de Deus no Brasil em Brasilia-DF, na presença de mais de 3.000 (três mil) pastores e líderes de todos os Estados do Brasil e Distrito Federal e, com a participação de 14 denominações evangélicas mais representativas do segmento religioso do país foi firmado um compromisso público de que todos os temas que envolvam conceitos de fé e princípios ético-religiosos serão sempre de iniciativa do poder legislativo – Congresso Nacional – e nunca por iniciativa do poder executivo". 

Ora senhor bispo, entre estes 3.000 "pastores" certamente não estava o seu filho, Pr. Samuel Ferreira, que foi processado pela petista Marta Suplicy, por defender no rádio os princípios cristãos. Também não estavam a maioria esmagadora dos pastores da Assembléia de Deus em São Paulo, de vários ministérios, que combatem esta candidatura. 

Outrossim, este pseudo compromisso "assumido" pela Sra. Dilma não tem nenhum significado, uma vez que o PNDH-3 é de autoria do poder executivo e ela aprovou este programa que propõe a legalização do aborto e da prostituição, a retirada do ar de programas considerados homofóbicos, o controle social da mídia, o ensino do candomblé nas escolas entre outras coisas.

O sr. diz ainda:

"...sendo esta candidatura a única a se comprometer de forma expressa e pública com estes princípios. Afirmou inclusive a candidata Dilma Rousseff, ser defensora da valorização da vida, da família e dos seus conceitos fundamentais."

Eu tenho o vídeo em que a Sra. Dilma afirma ser favorável ao aborto. Como o Sr. ousa dizer que ela é defensora da família e da vida? O Sr. acha que somos ignorantes? 

O Sr chama de "mera invenção e mentira de pessoas descompromissadas com a verdade." Será que somos nós que não temos compromisso com a verdade? 

Se o Sr., não sei por quais razões, tem a "posição de apoio total e irreversível à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República Federativa do Brasil," eu lamento profundamente, que o Sr. tenha virado as costas para a sua história e esteja desonrando a convenção que preside.

Eu só quero esclarecer que o único sucesso e desenvolvimento, que a Sra. Dilma está comprometida, é com o desenvolvimento da corrupção sistêmica.

17 setembro 2010

Curso de Discipulado 2

LIÇÃO 1 – O DISCÍPULO E A COMUNIDADE

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. (2 Coríntios 5.17).

Como sal da terra e luz do mundo, o crente deve dar sabor, purificar e conservar positivamente o mundo, com o poder do evangelho de Cristo. Para isso, deve relacionar-se com a sociedade normalmente, dando sempre bom testemunho de Cristo, para a glória de Deus. Na sua oração sacerdotal em João 17, o Senhor Jesus disse: “Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal”. Isso significa que não devemos nos afastar fisicamente do mundo, mas exercer sobre ele, influência positiva para transformá-lo.

1. UMA NOVA VIDA ESPIRITUAL

A partir da conversão, passamos a viver uma nova fé e uma nova esperança. Muitos de nós antes de conhecer a Cristo, até tínhamos uma vida religiosa, mas agora tudo mudou. Experimentamos a fé viva e verdadeira, plantada no coração pela Palavra de Deus, que nos leva à salvação. O apóstolo Paulo passou pela experiência da conversão. Era um cumpridor zeloso das tradições religiosas de seus pais. Após ter sua vida transformada por Jesus, tornou-se um ativo pregador do evangelho. 

A salvação segundo a Bíblia é pela graça de Deus, mediante a fé.(Efésios 2.8-10). Por isso não precisamos praticar boas obras para sermos salvos. Este caminho jamais nos leva a Deus. Porém a fé genuína em Deus produz boas obras, pois a Bíblia afirma que a fé sem as obras é morta.(Tiago 2.26).

A fé também resulta em esperança, a âncora da nossa salvação. Esta esperança traz certeza, não só para a eternidade, também para a vida terrena. O salvo enxerga acima das circunstâncias, para sempre viver em triunfo.

2. UMA NOVA VIDA MORAL

O conceito bíblico de moral é absoluto, ou seja, não pode ser relativizado, como querem alguns. Eles condenam alguns pecados e se omitem em relação a outros. Em todas as áreas precisamos estar comprometidos com os valores do Reino de Deus. Como será que a comunidade nos vê? Será que nos julgam cumpridores das normas que regulam a vida em sociedade? Pense nisso. A Bíblia diz que devemos ser exemplo dos fiéis.

3. UMA NOVA VIDA SOCIAL.
A partir da conversão, o crente precisa evitar lugares impróprios, afastar-se das más amizades e das situações, que poderão levá-lo ao fracasso. O Salmo 1 nos dá as recomendações necessárias, para não perdermos a comunhão com Deus. A amizade do mundo é inimizade contra Deus. Devemos fugir de toda a aparência do mal. 

A vida social também tem outro lado, que não pode ser deixado de lado. É aquele que Tiago nos ensina: o dever de ajudarmos as pessoas carentes da comunidade. Devemos procurar nos informar sobre os programas de ajuda aos necessitados da nossa igreja e nos envolver. Os empresários devem ser justos com os empregados e os empregados devem dedicar-se ao emprego como se estivesse fazendo para o Senhor.

LIÇÃO 2 – O DISCÍPULO E O LAR CRISTÃO

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; Se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”. (Josué 24.15). 

A salvação que recebemos através de Jesus Cristo resulta em grandes mudanças no nosso modo e vida. O apóstolo Paulo afirmou em Gálatas 2.20: “... Vivo não mais eu mais Cristo vive em mim.” O lar é o ponto de partida desta nova experiência. O lar não é simplesmente uma casa, onde a família se reúne. É a dimensão física que traduz o propósito de Deus, ao instituir o casamento. (Gênesis 2.18). Deus criou uma companheira para o homem, porque Ele não deseja que o homem viva solitário. 

O lar é a expressão maior da unidade familiar, porque as qualidades como companheirismo, solidariedade e respeito, podem ser demonstradas na vida do casal e no seu relacionamento. Diante do que representa o lar para a sociedade, você como novo crente, tem um importante papel a desempenhar, para que todos possam ser beneficiados pela sua nova vida. Jesus mesmo disse: “Vós sois a luz do mundo...” (Mateus 5.14). A expressão “luz do mundo” neste texto significa que as trevas são afastadas e que existe segurança para a caminhada, pois os perigos são expostos pela claridade. Esta luz é você, que precisa caminhar a partir do seu próprio lar.

O lar é uma extensão da igreja, porque o bom testemunho cristão deve começar a ser vivido no lar. Não é possível ter um comportamento de crente no templo e um de incrédulo no lar. Se isto acontecer, é porque não houve uma conversão de fato.
A vida cristã implica em um compromisso sério com Cristo. Isto é um processo, no qual somos aperfeiçoados dia após dia. O aprendizado é diário aos pés de Cristo, até que se alcance a maturidade espiritual. Isso reflete no comportamento no lar. 

Entretanto, se os seus familiares não forem crentes, você não pode impor à força, a sua conversão aos seus parentes. É o Espírito Santo que faz a obra, portanto, não devemos extrapolar os limites da liberdade e perturbar os demais familiares. Isto pode fechar ainda mais as portas para o Evangelho. Aproveite as oportunidades, com cuidado, para mostrar o amor de Jesus. Lembre-se que o seu testemunho falará mais alto do que as suas palavras.

Mas, como viver esta nova vida no lar, se os demais familiares não forem crentes? Você não pode impor pela força, a conversão de seus parentes. É o Espírito Santo quem faz a obra. Seja prudente, sem que isto signifique falta de ação. Se você é marido, pode introduzir lentamente o culto doméstico, levando a esposa e os filhos a participarem com alegria. Levá-los à igreja depois, será uma questão de tempo. Porém, se você for a esposa, busque a concordância do marido, antes de iniciar o culto doméstico, para que isto não venha ser motivo de brigas. Da mesma forma, os filhos devem obedecer aos seus pais, que não são crentes, mostrando que rebeldia é coisa do passado. Se, no entanto, você for pressionado a fazer alguma coisa contrária à sua fé, seja educado e responda com mansidão, que você agora tem um novo projeto de vida, que é o de servir a Cristo.

Finalmente, estabeleça um programa de oração e leitura da Palavra de Deus. Seja um poder de atração para levar os seus familiares a Cristo. Convide-os a participarem de um culto na sua igreja. Você também pode levar pessoas maduras espiritualmente, para visitá-los. Porém de modo que a visita seja recebida sem constrangimento. Se os seus familiares gostam de ler, presenteie-os com literaturas evangélicas de qualidade, principalmente com aquelas que trazem testemunhos marcantes que possam tocar os seus corações.

LIÇÃO 3 – O DISCÍPULO E A TENTAÇÃO

“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tiago 1.13). 

Tentação são os pensamentos que invadem a mente humana e tentam seduzi-la para a prática do mal, que contraria a vontade de Deus. A tentação não se constitui em pecado, se não cedermos a ela. Às vezes, ela surge como algo vantajoso, ou uma oportunidade que não pode ser desperdiçada, porém, se cedermos a ela, seremos os únicos prejudicados.

Foi por intermédio da tentação, que o pecado entrou no mundo. É de procedência maligna. Satanás, o maior inimigo de Deus a introduziu no mundo, para derrubar o homem, o ser criado à imagem e semelhança de Deus. Embora não proceda de Deus, a tentação é permitida por Ele até o ponto que podemos suportar, para provar o nosso grau de obediência, lealdade e amor à sua Palavra.

Os principais agentes da tentação são o Diabo, o mundo e a carne. O mundo refere-se ao sistema maligno, que impera nos filhos da desobediência. A Bíblia afirma que o mundo jaz no maligno (I João 5.19). Este sistema, que é influenciado pelos demônios, conduz a humanidade à perdição. A carne refere-se à natureza caída do homem natural, distanciado de Deus. Por causa do pecado, os instintos do corpo foram afetados e se não forem controlados, cometem as maiores barbaridades. Esses desejos são conhecidos como concupiscência da carne. O diabo é o principal agente da tentação. Ele usa os outros dois, o mundo e a carne, para seduzir a humanidade ao pecado.

A tentação se manifesta através do corpo, da alma e do espírito humanos. O espírito e a alma são inseparáveis e constituem o homem interior. A alma é a sede das emoções humanas. O corpo é a parte física, ou seja, os órgãos do corpo humano reunidos. Este corpo, sem o espírito e a alma, está morto e não tem como pecar. O espírito e a alma contribuem, para a consumação do pecado, através do corpo. O Espírito Santo, através da mensagem bíblica renova o homem interior, para que não viva mais, na prática do pecado.

Para vencermos as tentações, precisamos resistir ao Diabo e às suas astutas ciladas, com que ele investe para nos derrubar. Em segundo lugar, precisamos fugir do mal e de toda a sua aparência. Em outras palavras, devemos fugir de tudo aquilo, que possa nos levar ao pecado. Fugir da tentação não é um ato de covardia, é a manifesta vontade de Deus. Por último, para vencermos a tentação, devemos nos reavaliar. A cada dia verificar qual o nosso grau de crescimento espiritual. Se algo nos impede de sermos mais santos hoje do que fomos ontem, é o momento propício de mudarmos de atitude, a fim de a nossa santificação seja constante, pois “sem a santificação, ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14b). 

LIÇÃO 4 – O DISCÍPULO E A IMPUREZA

“E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (I João 3.3).

A vida cristã exige constante vigilância, perseverança e santidade. O maior obstáculo à santificação do cristão é a impureza. Segundo os dicionários, a palavra impureza significa sujeira, contaminação; mácula, etc. O que se encontra em estado de impureza é impuro, imundo, contaminado, sujo, sórdido, sensual, lascivo, imoral obsceno, etc..

No Antigo Testamento, Israel era um povo chamado por Deus para ser santo. Os pagãos eram considerados imundos, praticavam toda sorte de imoralidade e cultuavam varias divindades obscenas (na verdade, demônios). Portanto, Israel devia separar-se deles. Por meio de Israel, O Senhor tornar-se-ia conhecido como o Verdadeiro Deus, digno da adoração de todos os povos.

LIÇÃO 5 – O DISCÍPULO E A IDOLATRIA

LIÇÃO 6 – O DISCÍPULO E A TEMPERANÇA

LIÇÃO 7 – O DISCÍPULO E O PERDÃO

LIÇÃO 8 – O DISCÍPULO E A MORDOMIA CRISTÃ

LIÇÃO 9 – O DISCÍPULO E O LOUVOR

LIÇÃO 10 – O DISCÍPULO E O BATISMO NAS ÁGUAS

LIÇÃO 11 – O DISCÍPULO E A SANTA CEIA

LIÇÃO 12 – O DISCÍPULO E A VOLTA DE JESUS

LIÇÃO 13 – O DISCÍPULO E A MISSÃO DE DISCIPULAR

Curso de discipulado 1

LIÇÃO 1 – CONHECENDO A BÍBLIA


A palavra Bíblia significa “livros” ou conjunto de livros juntos em um só. A Bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela o Senhor se dá a conhecer à humanidade. Isto se chama revelação divina.
A Bíblia foi escrita por cerca de 40 pessoas, que viveram em diferentes lugares e em épocas bem distantes, num período de aproximadamente 16 séculos. Os idiomas em que a Bíblia foi escrita foram o hebraico e o grego, com algumas passagens em aramaico. Os escritores bíblicos eram pessoas das mais variadas atividades: Reis, profetas, criadores de gado, pescadores, sacerdotes, médico e até cobrador de impostos. Eles escreveram seus livros separadamente. Entretanto, quando unidos em um só volume, formou-se uma perfeita harmonia e unidade. Isso mostra que a Bíblia teve um único autor, ou seja, o Espírito Santo inspirou homens santos, para que escrevessem a Bíblia. A Bíblia não contém qualquer erro ou falha, por isso dizemos que ela é inerrante e infalível. 
A Bíblia contém duas divisões principais que são o Antigo e o Novo Testamento. Juntos, eles somam um total de 66 livros, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. 
Como a Bíblia foi escrita originalmente em hebraico e grego precisou ser traduzida para outros idiomas. A tradução do Antigo Testamento para o grego foi feita por setenta anciãos de Israel. Por isso recebeu o nome de Septuaginta. Já a tradução da Bíblia para o latim foi feita por Jerônimo e foi chamada de Vulgata. Para a língua portuguesa, a principal tradução utilizada no Brasil é a de João Ferreira de Almeida. Desta tradução existem outras versões que apresentam algumas diferenças, não na mensagem, mas nas palavras, para facilitar a compreensão.
Para usar a Bíblia de forma eficiente é preciso ler, memorizar os versículos, estudar e meditar. Para um bom estudo da Bíblia é preciso os seguintes materiais: A Bíblia, de preferência em mais de uma versão, uma chave bíblica, um dicionário bíblico, um dicionário de língua portuguesa, um manual de temas bíblicos e um caderno para anotações. O mais importante, porém, é que antes de estudar a Bíblia oremos a Deus, pedindo sabedoria.
A Bíblia é a única regra de fé e prática do cristão.


LIÇÃO 2 – CONHECENDO DEUS


Várias teorias baseadas em diferentes sistemas religiosos tentam explicar, justificar e até mesmo negar a existência de Deus. A Bíblia, por sua vez, não tenta provar a existência de Deus, mas parte do pressuposto de que a sua existência é uma realidade incontestável.
Nós só podemos conhecer a Deus, à medida que Ele se revela. Deus se revelou através da criação, através das suas qualidades descritas na Bíblia Sagrada e através do seu Filho Jesus Cristo que se fez carne e habitou entre a humanidade. Através das coisas criadas, podemos deduzir que um Deus Todo-poderoso e infinitamente superior a nós criou o universo e o sustenta. Pela revelação bíblica, podemos conhecer a revelação que Deus deu de si mesmo, como as suas qualidades morais reveladas através dos seus nomes e os seus feitos.
Os nomes mais comuns de Deus descritos na Bíblia são:
Deus: Fala do seu poder criativo e total.
Senhor ou Yahweh: É Deus relacionado com as pessoas para ajudá-las e salvá-las. 
Senhor no sentido de governador e dominador: É aquele que exige serviço e lealdade do seu povo.
Pai: Mostra que todas as coisas e os seres humanos foram criados por Ele e estão debaixo da sua proteção.
Alguns aspectos do caráter de Deus ou atributos divinos nos revelam quem Deus é:
- Soberania: Significa que Deus é maioral, chefe e supremo.
- Eternidade: Significa que Deus sempre existiu. Não teve princípio, nem terá fim a sua existência.
- Onisciência: Significa que Deus tem todo o conhecimento. Nada o apanha de surpresa.
- Onipresença: Deus é infinito e está presente em todo o tempo e espaço. Ninguém se esconde dEle.
- Onipotência: Significa que Deus pode fazer tudo o que lhe agrada. Para Deus não há nada impossível.
- Imutabilidade: Deus não muda em sua natureza e aspectos.
- Asseidade ou transcendência: Deus é autoexistente. Ele existe fora do universo, não estando, portanto, limitado ao tempo e espaço, ou sujeito às leis da física. 
Embora Deus seja tão Grande e Santo, Ele é imanente, ou seja, Ele se envolve com o dia-a-dia do homem que Ele criou. Ele quer se relacionar conosco e compartilhar as sua bênçãos.


LIÇÃO 3 – CONHECENDO A SALVAÇÃO


A salvação é a maior bênção que o ser humano pode receber. É o resultado da morte expiatória de Cristo, que livra o homem da condenação eterna.
De acordo com Romanos 3.23, a salvação é necessária porque o homem estava destituído da glória de Deus. O pecado entrou no mundo através de Adão, que desobedeceu a Deus. Como representante da raça humana, Adão transferiu para os seus descendentes, a natureza pecaminosa. A principal conseqüência do pecado é a condenação eterna. No homem, o pecado o afetou nas esferas física, mental e espiritual. 
Os principais efeitos do pecado foram: A autojustificação, o medo, a maldição da terra, a expulsão do homem do Jardim do Éden, a violência, a corrupção do gênero humano, as enfermidades e a morte.

 
A salvação possui três aspectos:
1) Justificação: Significa que o homem, morto em seus pecados, não tinha condições de justificar-se diante de Deus. A Justiça de Cristo, o Justo, é concedida ao homem gratuitamente, pela fé. 
2) Regeneração: É o novo nascimento realizado no interior do homem pelo Espírito Santo. Antes, o homem era inimigo de Deus. Agora, justificado, ele se torna membro da família divina e é adotado como filho de Deus.
3) Santificação: O homem abandona as práticas pecaminosas e separa-se (santifica-se) para o serviço do Senhor. A santificação consiste em dizer não para o pecado e sim para Deus.
Jesus Cristo é o único Salvador (Atos 4.12). Portanto, a salvação só pode ser alcançada pela fé nele. Segundo Efésios 2.8-10, a salvação é pela graça, mediante a fé. Não vem das obras para que ninguém se glorie. Não vem de nós mesmos, mas é dom ou presente de Deus.


LIÇÃO 4 – CONHECENDO A IGREJA


A palavra Igreja vem do grego ekkésia e significa um grupo de pessoas chamados para fora. Portanto, a Igreja é um grupo de pessoas que deixaram o mundo espiritualmente, não fisicamente, para seguir a Cristo. A Igreja é um organismo vivo, que tem a própria vida de Cristo. Foi o próprio Senhor Jesus que fundou a Igreja e prometeu que as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
A Bíblia mostra alguns símbolos da Igreja: O Corpo de Cristo, a Noiva de Cristo, o Templo de Deus, a Família de Deus, etc.
Os principais objetivos da Igreja são: Evangelizar o mundo, cultuar a Deus, praticar a mordomia cristã, cuidar da disciplina e da conduta cristã.
O Senhor Jesus deixou duas ordenanças para a Igreja: O batismo nas águas e a Ceia do Senhor. Através do batismo, o crente testemunha, publicamente a sua identificação com Cristo e mostra, simbolicamente, que morreu para o mundo e nasceu para Deus.
A ceia do Senhor é um memorial instituído por Jesus, para os crentes relembrarem a sua morte e anunciar a Cristo até que Ele venha.
Os elementos da Ceia são o pão e o vinho, que representam respectivamente o corpo e o sangue do Senhor Jesus.


LIÇÃO 5 – CONHECENDO O VALOR DA ORAÇÃO


A oração é a chave da vitória. O hino 296 da Harpa Cristã diz que “Jesus teve completa vitória, porque sempre viveu em oração”. Mas, o que significa orar? 
Orar não é rezar ou ficar repetindo frases de efeito. Orar é conversar com Deus e ter comunhão com Ele. Na oração agradecemos a Deus, por tudo o que Ele nos deu e falamos para Ele das nossas dificuldades, enfermidades e necessidades. Além disso, intercedemos pelas necessidades de outras pessoas.
Podemos orar de várias formas: Em pé, como Josafá (2 Crônicas 20.5,6); Deitado, como o rei Ezequias (2 Reis 20.2,3) e de joelhos como disse o apóstolo Paulo em Efésios 3.14. Muitos cristãos consideram esta última a melhor maneira de orar, pois é uma demonstração de submissão, reverência e humildade.
Não existe um lugar específico para a oração. Entretanto, o templo é chamado por Jesus de casa de oração. (Mateus 21.13). Consagrações, vigílias e círculos de oração nas nossas igrejas são reuniões, onde o Senhor tem operado muitas maravilhas. Também podemos orar em particular. É uma ótima oportunidade para estarmos a sós com o nosso Deus. Os lares evangélicos que se reúnem diariamente para orar são felizes e harmoniosos. O culto doméstico é muito importante para a união e prosperidade da família.
Devemos orar sempre. Ao deitarmos, levantarmos, antes das refeições, antes de tomarmos decisões, nas tentações, nas enfermidades, nas perseguições e nas mais diversas situações que enfrentarmos.
A oração é um diálogo que devemos ter diariamente com Deus. O Espírito Santo nos ajuda e nos ensina a orar. É diferente da reza, que é uma repetição de citações elaboradas por alguém.


LIÇÃO 6 – O DISCÍPULO E A FÉ


“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova, das coisas que não se vêem” (Hebreus 11.1). Esta é a melhor definição de fé. A fé é a base da esperança que faz o crente seguir avante, deixando as incertezas e as dúvidas para trás. 
Tudo o quanto fizermos, se não tiver a fé como base não terá nenhum sentido. A Bíblia diz que “tudo o que não é por fé é pecado”. (Romanos 14.23). Se a fé não estiver operando, a incredulidade predomina, gerando incertezas e fracassos.
A fé só tem valor, se ela for concentrada na pessoa de Jesus Cristo. A fé direcionada a qualquer outra pessoa, ou objeto, constitui-se em idolatria.
O capítulo onze da epístola aos Hebreus é considerado como a galeria dos heróis da fé, porque descreve personagens que viveram nos tempos do Antigo Testamento, firmados nas promessas de Deus para o futuro. A crença que eles tiveram na vinda de Cristo ao mundo levou-os a serem vitoriosos, mesmo em meios às mais ardentes perseguições.


Há três qualidades de fé:
1) A fé para a salvação. É aquela que leva o homem, a reconhecer os seus pecados e aceitar o sacrifício de Cristo em seu lugar.
2) A fé vitoriosa. Significa que o trabalho de cada crente é proporcional ao tamanho da sua fé. No exercício da vida cristã a fé varia de intensidade. A fé vitoriosa é a fé grande. Os que têm esta fé podem fazer grandes coisas para Deus.
3) O dom da fé. É a manifestação sobrenatural do Espírito Santo na vida crente, que o capacita a realizar maravilhas. 
A fé produz salvação e segurança. Ela não vê o fracasso e nos conduz à vitória. Necessitamos de mais fé, para termos paz com Deus, pois “sem fé é impossível agradá-lhe”. (Hebreus 11.6). A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus. (Romanos 10.17).


LIÇÃO 7 – O DISCÍPULO E A OBEDIÊNCIA


A palavra obediência segundo os dicionaristas significa “ato de submeter-se à vontade de alguém”. Com relação ao cristão, a obediência está profundamente ligada fé e através desta somos introduzidos à presença do Deus invisível de forma voluntária e consciente.


Há na Bíblia vários exemplos de obediência. Entre eles destacamos:
1) Abraão. (Gênesis 12). Deus ordenou que ele deixasse a sua terra, os seus parentes e a casa de seus pais e seguisse para uma terra desconhecida, que Deus iria lhe mostrar. Abraão deixou tudo e saiu, porém, levou consigo o seu sobrinho Ló. Lá na frente, os empregados se desentenderam e eles foram obrigados a se separarem. Entretanto, Abraão embora fosse o patriarca, deu ao seu sobrinho o direito de escolher para onde queria ir, confiando na promessa de Deus de abençoá-lo. Deus havia prometido alguns privilégios para Abraão, caso lhe obedecesse: Ele seria pai de uma grande nação, seria grandemente abençoado e seria uma bênção para todas as famílias da terra. 
Num dado momento da vida de Abraão, sendo ele já avançado em idade e não tendo filhos ele se precipitou. Induzido por Sara sua mulher, ele acabou tendo um filho com a sua escrava Agar, fora do plano de Deus, que havia lhe prometido um filho. Isso trouxe conseqüências que até os dias atuais, prejudicam os descendentes de Abraão. Surgiram vários problemas familiares e ainda hoje, há hostilidade entre os Judeus, descendentes de Isaque, o filho da promessa e os Árabes, descendentes de Ismael o filho da escrava.
2) Paulo. O apóstolo Paulo após um encontro com o Cristo ressurreto, no caminho de Damasco, obedeceu e o mundo inteiro foi beneficiado pela sua obediência. Paulo evangelizou o mundo de sua época. Ele mesmo declarou: “Pelo que não fui desobediente à visão celestial”.
3) Jesus. Este foi o maior exemplo de obediência. Em obediência ao Pai, ele deixou a sua glória, para vir a este mundo, morrer numa cruz para nos salvar. Em tudo, Cristo foi obediente e submisso ao Pai, na sua vida terrena. 
Nós devemos obedecer a Deus, através da Sua Palavra, obedecer à Igreja, que é a fiel depositária do plano de salvação e aos nossos pastores, pois a Bíblia assim o determina em Hebreus 13:17: “Obedecei a vosso pastores...”.


A obediência produz alguns efeitos na vida daqueles que a praticam:
1) Os que obedecem a Deus têm o Espírito Santo (Atos 5.32);
2) São inabaláveis (Mateus 7.24);
3) São conhecidos (Romanos 16.19);
4) Obedecem a Deus e O glorificam (2 Coríntios 9.13);
5) São irrepreensíveis (Filipenses 2.12-15).
A obediência é tão importante que obedecer ou desobedecer pode interferir fatalmente nos destinos de todas as pessoas. Deus considera a obediência superior a qualquer obrigação religiosa.

LIÇÃO 8 – O DISCÍPULO E O DÍZIMO (Malaquias 3.8-10)


Pagar o dízimo significa tirar dez por cento de toda a renda pessoal e investi-la nos negócios de Deus aqui na terra.
O dízimo não deve ser pago por mera obrigatoriedade, mas, como um ato de fé nas promessas de Deus.
O dízimo aparece pela primeira vez na Bíblia em Gênesis 14.20, quando Abraão paga o dízimo de tudo a Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque é apontado na Epístola aos Hebreus como uma figura de Cristo. O dízimo, portanto, vem antes da Lei de Moisés.
No texto de Malaquias 3.8-10, quem não paga o dízimo é chamado de ladrão por Deus. Além disso, nesse mesmo texto, Deus promete abençoar grandemente os dizimistas.
No Novo Testamento, Jesus falou sobre o dízimo em Mateus 23.23, repreendendo os Fariseus que davam o dízimo por motivações erradas e omitiam a justiça e a misericórdia. Porém, Ele disse ser necessário “fazer estas coisas (dar o dízimo), sem omitir aquelas (exercitar a justiça e a misericórdia)”.
Nas epístolas, a palavra dízimo não aparece, mas a idéia está implícita nos escritos do apóstolo Paulo. Em 1 Coríntios 16.2 ele diz que as contribuições devem ser proporcionais à prosperidade de cada um e o dízimo é exatamente isso.
O dízimo é uma bênção para a igreja local. Ele serve para a evangelização, para enviar missionários, construir templos, sustentar obreiros que se dedicam integralmente à obra de Deus e para suprir o dia-a-dia da administração da igreja.
Se todos os crentes fossem dizimistas, não seriam necessárias campanhas de arrecadações, para a realização das tarefas da igreja.
Seja um dizimista! Deus se agrada disso e te abençoará cada dia mais!


LIÇÃO 9 – O DISCÍPULO E O ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2: “... E o Espírito do SENHOR se movia sobre a face das águas”. 
O Espírito Santo não é uma força impessoal como algumas seitas sugerem, mas é uma pessoa, pois Ele possui atributos pessoais, como Intelecto, vontade e sentimentos. (Romanos 8.27; 1 Coríntios 2.10,11, 16). O Espírito Santo revela (2 Pedro 1.21), ensina (João 14.26), intercede (Romanos 8.26), ordena ( Atos 13.2), testifica de Cristo (João 15.26), fala à igreja (Apocalipse 2.7), convida os pecadores à salvação (Apocalipse 22.7). Somente uma pessoa seria capaz de tais ações.
Além de ser uma pessoa, o Espírito Santo é Divino. A sua divindade fica evidente, quando são conferidos a Ele atributos ou qualidades divinas como Onipotência (Lc 4.14), Onipresença (Salmo 139.7-10), Onisciência (Salmo 139.2), Eternidade (Hebreus 9.14), etc. E também, a Bíblia afirma que o Espírito Santo é Deus em Atos 5.3,4, quando Pedro diz a Ananias que este havia mentido ao Espírito Santo. Logo após, Pedro diz que Ananias havia mentido a Deus.
Alguns símbolos são usados na Bíblia, para indicar a obra do Espírito Santo: Fogo, Vento, água, azeite e pomba.
O Espírito Santo opera no pecador, no crente e na igreja. No pecador Ele regenera a natureza pecaminosa do homem, tornando-o nova criatura. No crente o Espírito Santo consola, conduz, ensina, concede poder, intercede e santifica. Na igreja, o Espírito Santo coordena a obra missionária, separando e ordenando obreiros; Atua na pregação, usando os pregadores para convencer os pecadores a se arrependerem. 
Sem a presença do Espírito Santo a igreja se torna uma organização religiosa sem vida, vazia e sem poder. 


LIÇÃO 10 – O DISCÍPULO VIVENDO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO


“E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enche-vos do Espírito. (Efésios 5.18)”.
No momento em que o homem arrepende-se dos seus pecados e aceita a Cristo como Salvador, ele recebe o Espírito Santo. Entretanto, a partir desta experiência, surge a necessidade de um revestimento do poder de Deus, que vem do batismo no Espírito Santo. Este batismo é uma promessa do Pai (Joel 2.28), Um revestimento de poder (Marcos 16.17,18) e uma necessidade (Atos 19.6). Os dias atuais são de densas trevas, portanto o revestimento do poder de Deus é indispensável.
O Espírito Santo concede aos crentes os dons espirituais (1 Coríntios 12.8-10) e o fruto do Espírito (Gálatas 5.22). Os dons espirituais descritos na Bíblia são: A palavra da sabedoria, a palavra da ciência, a fé, os dons de curar, a operação de maravilhas, a profecia, o discernimento de espíritos, a variedade de línguas e a interpretação de línguas. O Fruto do Espírito descrito em Gálatas 5.22 é o resultado da comunhão do crente com o Espírito Santo. Não são vários frutos, mas um só fruto que é composto de nove virtudes: Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança.
O Espírito Santo como nosso líder, nos ensina todas as coisas, nos santifica e dirige a Igreja. 
Para receber o batismo no Espírito Santo, o crente precisa em primeiro lugar orar (Atos 1.14), depois estar em comunhão com Jesus, pois é Ele quem batiza. A propósito: Você já recebeu o batismo no Espírito Santo? Ainda não? Busque a Deus. Peça com fé e Ele te batizará. 


LIÇÃO 11 – O DISCÍPULO E OS DONS DO ESPÍRITO SANTO


“Acerca dos dons espirituais, não quero irmãos, que sejais ignorantes. (1 Coríntios 12.1) “.

Os dons do Espírito Santo são meios, pelos quais os membros do Corpo de Cristo são habilitados e equipados, para a realização da obra de Deus.
Os dons do Espírito Santo se classificam em três grupos:
1. Dons de revelação: Palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento de espíritos.
2. Dons de Poder: Fé, dons de curar, e operação de maravilhas.
3. Dons de inspiração ou elocução: Profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas. 
A Palavra da ciência é o dom, que permite ao crente conhecer os segredos divinos e a Palavra da sabedoria leva-o a aplicar corretamente, os segredos revelados. Por isso, estes dois dons se completam.
O discernimento de espíritos ajuda o crente a separar o falso do verdadeiro, o puro do impuro, o santo do pecador, o joio do trigo e especialmente, a intenção dos corações. (João 4.1).
Os dons de cura são concedidos como uma solução divina capaz de amenizar o sofrimento humano, através da fé em Cristo.
A operação de maravilhas se constitui em manifestações especiais do poder de Deus, inexplicáveis e superiores à capacidade humana. O Supremo Senhor apenas usa da forma que Ele quer, as leis e forças que Ele mesmo criou.
O dom da fé é a capacitação espiritual e sobrenatural que conduz o crente a confiar em Deus, a fim de realizar proezas em nome do Senhor.
A variedade de línguas e a interpretação das línguas também são dons que se completam. O dom de variedade de línguas capacita o crente a transmitir uma mensagem de Deus à congregação em outras línguas, portanto só terá eficácia se houver interpretação.
A Profecia como dom significa falar aos homens em nome de Deus. É o único dos dons que está sujeito ao julgamento da igreja. A profecia tem como objetivo exortar, confortar e consolar a igreja.
Não devemos dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas, “provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.(1 João 4.1; 1 Tessalonicenses 5.20,21).


LIÇÃO 12 – O DISCÍPULO E O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO


“Mas o fruto do Espírito é: Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas, não há lei”. (Gálatas 5.22,23).
O fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de Cristo através do crente, ou seja, é a reprodução da vida de Cristo no crente.
O fruto do Espírito em contraste com as obras da carne possibilita ao cristão autêntico viver de modo íntegro diante de Deus e dos homens. O fruto do Espírito consiste nas nove virtudes ou qualidades da personalidade de Deus, implantadas pelo Espírito Santo no interior do crente, com a finalidade de conduzi-lo à perfeição.
1. Qualidades universais. Estão direcionadas ao nosso relacionamento com Deus: Amor, alegria e paz.
a) Amor ou caridade. Tradução da palavra grega “ágape”. É o amor que flui diretamente de Deus. É capaz de amar até aos inimigos, desejando-lhes o bem e perdoando as ofensas. 
b) Gozo ou alegria. Qualidade de vida caracterizada pela boa vontade e senso de bem estar espiritual, por causa de um bom relacionamento com Deus, apesar das dificuldades e intempéries da vida. (Atos 16.25).
c) Paz. Qualidade espiritual, produzida pela reconciliação, pelo perdão dos pecados e pela conversão da alma transformada segundo a imagem de Cristo.
2. Qualidades sociais. São virtudes direcionadas ao relacionamento entre os cristãos: Longanimidade, benignidade, bondade.
a) Longanimidade. Qualidade do que é paciente; Demora em irar-se. Deus é longânimo e tem demonstrado isso, tolerando pacientemente todas as iniqüidades do homem.
b) Benignidade. Qualidade do que é desejoso do bem a todos, inclusive dos inimigos. Quem é benigno mostra-se afável e gentil para com o próximo, sem amargura e inflexibilidade.
c) Bondade. Generosidade que flui de uma santa retidão dada por Deus. Deus é bom e aqueles que têm o fruto do Espírito, praticam o que é bom para todos, sem acepção de pessoas. 
3) Demais qualidades. Fé, mansidão e temperança ou domínio próprio.
a) Fé ou fidelidade. É a certeza de que Deus existe e está sempre conosco. (Hebreus 11.6) A fé é a confiança plena da alma em Jesus Cristo, resultante de uma experiência com Ele.
b) Mansidão. Submissão do homem para com Deus e em seguida para com o próprio homem. É o resultado da verdadeira humildade, que nos leva a reconhecer o valor dos outros e a recusar considerar-se superior a eles.
c) Temperança ou domínio próprio. Qualidade ou virtude de quem é moderado; sobriedade; Autocontrole. Uma pessoa temperante evita os extremos. Devemos ser moderados nas palavras, nas ações e nos pensamentos.
O Fruto do Espírito Santo não é produzido na vida de quem vive de qualquer maneira. O cristão precisa dedicar-se à oração, ao estudo da Palavra de Deus e passar por várias provas, para alcançar o seu crescimento espiritual.


LIÇÃO 13 – O DISCÍPULO E O EVANGELISMO


“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. (Marcos 16.15).
Evangelismo é a ação, cujo objetivo é levar os homens a conhecerem sua condição de pecadores perdidos e o plano de Deus para sua salvação; Induzi-los à aceitação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador e integrá-los na vida Cristã. Em outras palavras, é o emprego da Palavra de Deus por todos os crentes, com o sincero desejo de ganhar almas para Cristo em todos os lugares, em todo o tempo e por todos os meios.
Devemos evangelizar por pelo menos quatro razões:
1. Todos precisam de um salvador. Toda a humanidade sem Cristo estará perdida, sem exceção alguma. Por isso precisamos urgentemente anunciar o evangelho. (Atos 4.12; João 14.6; Marcos 16.15,16).
2. Porque recebemos uma ordem do Senhor Jesus. Jesus não nos pediu para evangelizar se quisermos. Ele nos deu uma ordem, portanto é nossa obrigação falar de Jesus para as pessoas. (Marcos 16.15; Mateus 28.19, Atos 1.8; Lucas 24.47).
3. Deus nos concedeu o privilégio de participarmos da sua obra. A proclamação do evangelho é um privilégio que Deus concedeu aos homens e Ele recompensará a cada um, de acordo com o seu trabalho. Os anjos desejam ardentemente realizar esta tarefa, mas Deus não lhes deu este direito. 
4. O tempo de Deus é agora. Devemos fazer a obra de Deus agora, porque não sabemos quando seremos recolhidos pelo Senhor, não sabemos o dia da sua vinda, nem quando os pecadores morrerão. Hoje no nosso país, temos liberdade de pregar em qualquer lugar livremente, porém não sabemos se no futuro será assim. 
Não podemos fazer cultos em todos os lugares, mas podemos ganhar almas individualmente em vários lugares: Nos cultos, nos lares, no trabalho, nos transportes coletivos, nos hospitais, nas penitenciárias em outras instituições públicas. 
O ganhador de almas precisa em primeiro lugar, ser salvo. Ninguém poderá fazer pelos outros, aquilo que ainda não foi feito por si. Quem ainda não tem convicção da sua própria salvação, não tem condições de evangelizar. Além disso, é necessário ler e estudar a Bíblia diariamente, ter ardente amor pelas almas, ter uma vida santa, aprender com o Mestre Jesus e ser cheio do Espírito Santo. 
A Igreja de Cristo existe, com três objetivos principais: Adorar a Deus, evangelizar o mundo e proporcionar o crescimento espiritual dos crentes. Uma Igreja que não evangeliza não pode ser chamada de igreja. Perdeu a sua identidade e a sua razão de ser. 
Tenho absoluta certeza de que com este “Curso de discipulado 1”, você cresceu mais no conhecimento, fazendo-se um servo melhor, para o serviço do Mestre. Estas treze preciosas lições, são parte das doutrinas fundamentais da Bíblia Sagrada, que terão continuidade no Curso de discipulado 2.
O referido curso é um resumo das lições bíblicas de discipulado, da Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD).


Deus o abençoe,


Pb. Weliano Pires 
Superintendente da Escola Dominical da
Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Ministério do Belém
Jardim Colina do Oeste - Osasco-SP

O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ

(Comentário do 1º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos do padrão de conduta d...