23 fevereiro 2012

EU PREFIRO SER UM DIZIMISTA...


Há algum tempo, alguns colegas postaram no FACEBOOK, a foto de um documento de um veículo, cujo valor é de 140 mil reais. O veículo, segundo eles, pertence à Igreja Universal do Reino de Deus. Abaixo da foto está uma frase irônica: “ESTA É A OBRA QUE O SEU DÍZIMO PAGA”. 

Eu tenho muitas divergências em relação à IURD. Acho que ela nem deveria ser considerada uma Igreja Evangélica, devido às doutrinas e práticas que expõe, como uso de sal grosso, galho de arruda, defesa do aborto, ênfase apenas no bem-estar material e financeiro, barganha com DEUS e pregação de milagres mediante contribuições à Igreja. São práticas que contrariam o ensino bíblico e o cristianismo histórico. Entretanto, com relação à prática do Dízimo, é uma recomendação bíblica. O Dízimo é uma expressão de gratidão a DEUS pela provisão e um compromisso com a divulgação do Evangelho.

Se, no entanto, a Igreja que recebe os dízimos, utiliza-o para outros fins, alheios à pregação do evangelho, servindo para enriquecimento dos seus líderes, é a DEUS que estão roubando. Certamente haverão de prestar contas com Ele, pois, Deus não se deixa escarnecer.

Ora, eu sou um dizimista há alguns anos e nunca me fez falta o dinheiro que contribuo na Igreja que faço parte. Ao contrário: Percebo a bênção de Deus a cada dia em minha vida. 

Conheci muitas pessoas que sempre foram contrárias ao dízimo, afirmando que não iriam dar dinheiro para a Igreja. No entanto, davam quantias muito mais vultosas, para adquirir produtos cujas propagandas afirmavam ser "uma boa idéia", "a número 1", "a que desce redondo", "o que desce macio e reanima", etc. O uso destes e outros produtos similares, lhes trouxeram danos irreparáveis ao fígado, ao coração, aos pulmões, etc. 

Alguns deles, devido ao uso desses produtos, perderam a família, amigos, empregos, etc. Outros vegetam nas sarjetas das grandes cidades, pois, perderam a família e a autoestima, preferindo se autodestruírem. Há ainda os que dão quantias diárias à SOUZA CRUZ, ou à PHILIP MORRIS (o nome é bem sugestivo), deixando às vezes de comprar pão para os seus filhos para comprar produtos que serão queimados e, como consequência, adquiriram câncer de pulmão, do estômago, da laringe, problemas do coração, infartos e derrames, impotência sexual, mau hálito e morte prematura.

Há ainda os que não dão dízimos, pois, segundo eles não são idiotas. Porém, estes mesmos, ajudaram Fernandinho Beira-mar, Pablo Escobar, Juan Carlos Abadia, Marcola, Nem da Rocinha e muitos outros do mesmo ramo, a comprarem mansões e carros muito mais luxuosos. Além disso, as figuras citadas acima mataram impiedosamente muitos jovens, policiais, juízes e muitos moradores de comunidades carentes.

DIANTE DO EXPOSTO, AINDA PREFIRO SER UM DIZIMISTA. ACHO MUITO MAIS PROVEITOSO.

Pb. Weliano Pires

21 fevereiro 2012

A Importância da Bíblia para dias atuais

Pr. Paulo Romeiro

A Palavra de Deus - viva, infalível, eterna - é totalmente fidedigna. É somente ela que deve nortear as decisões, que sacia a fome do coração e preenche as lacunas da alma. Ela revela quem é o Criador, quem é Satanás, exibe o plano de Deus para salvação dos perdidos e expõe os erros que vão surgindo, frutos dos pecados e imperfeições humanas.

Os fatos históricos demonstram que os relatos e os ensinos bíblicos são de origem divina. A Bíblia contém uma revelação divina. Não se trata de uma fé cega, calcada no subjetivismo. Trata-se de uma fé objetiva que pode ser analisada e explicada. A pessoa que abraça o cristianismo não precisa aposentar a cabeça. Ela deve continuar pensando e exercendo o seu senso crítico. A fé cristã, embora transcenda a razão, não é irracional. Ela faz sentido. Alguém até colocou isso muito bem na seguinte frase: "O meu coração não consegue se alegrar totalmente com aquilo que a minha mente não entende a contento".

Existem aqueles que afirmam não crer na Bíblia por que ela foi escrita por homens. Quando alguém me diz isso, pergunto logo: "E você, queria que ela tivesse sido escrita por um cavalo? Aí sim, não daria para crer". A Bíblia foi de fato escrita por homens, e o próprio apóstolo Pedro não negou isso ao escrever: "Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (II Pedro 1.20, 21).

UM LIVRO INCOMPARÁVEL

O que vem a seguir sãos algumas declarações que demonstram ser a Bíblia Sagrada um livro sem paralelo, diferente de todos que já foram escritos:

A Bíblia é o único livro no mundo que oferece provas objetivas de ser a Palavra de Deus. Somente a Bíblia fornece provas reais de ser divinamente inspirada.

A Bíblia é a única Escritura sagrada que oferece salvação eterna como um dom totalmente gratuito da graça e da misericórdia de Deus.

A Bíblia contem os mais elevados padrões morais dentre todos os livros.

Somente a Bíblia apresenta o mais realístico ponto de vista sobre a natureza humana, tem o poder de convencer as pessoas de seus pecados e a habilidade de transformar a natureza humana.

Somente a Bíblia oferece uma solução realística e permanente para o problema do mal e do pecado humano.

As características internas e históricas da Bíblia são excepcionais em sua unidade e consistência interna, apesar dela ter sido produzida por um período de mais de 1,500 anos, por mais de 40 autores diferentes, em três línguas, em três continentes, discutindo uma enorme quantidade de assuntos controvertidos, e ao mesmo tempo mantendo uma harmonia entre eles.

A Bíblia é o livro mais traduzido, mais comprado, mais memorizado e o mais perseguido em toda a história.

Somente a Bíblia tem resistido dois mil anos de intenso escrutínio pelos seus críticos, não apenas sobrevivendo aos ataques, mas prosperando e tendo a sua credibilidade fortalecida por tais críticas.

A Bíblia tem moldado a história das civilizações mais do que qualquer outro livro. A Bíblia tem tido mais influência no mundo do que qualquer outro livro.

Somente a Bíblia tem uma Pessoa específica (centrada em Cristo) como assunto em cada um de seus 66 livros, detalhando a vida dessa Pessoa através de profecias e tipos, por um período de 400 - 1,500 anos antes dela nascer.

Somente a Bíblia proclama a ressurreição de sua figura central (Jesus Cristo), provada na história. [1]

A IMPORTÂNCIA DA HERMENÊUTICA

O mundo vive cercado de um desenvolvimento tecnológico e científico sem precedentes na história da humanidade. E apesar de todos os avanços conseguidos até agora, o ser humano continua sendo um fracasso moral e espiritual desde o Éden. Por essa razão, a Bíblia Sagrada tem sido, e sempre vai ser, um livro indispensável.

Por se tratar de um livro de extrema importância, é preciso, ao mesmo tempo, interpretá-lo de acordo com as regras da hermenêutica, a ciência que estuda a interpretação de textos.

Assim, pode-se dizer que a Bíblia é como uma navalha. Com ela se faz a barba, mas com ela se corta também o pescoço... Depende da maneira como ela é usada. Quando os princípios da hermenêutica e da exegese bíblica são abandonados, os abusos, as manipulações e os ensinos controvertidos começam a se multiplicar ao redor da Palavra de Deus. A ética desaparece do ministério cristão e da vida dos adeptos do cristianismo. Infelizmente, a situação atual reflete bastante este abandono da fidelidade bíblica, gerando mau testemunhos, suspeita, heresias e transtorno para o progresso do evangelho. Parte disso será tratado, a partir de agora, neste artigo.

O leitor vai constatar que vários segmentos do evangelicalismo brasileiro abandonaram os princípios sólidos de interpretação bíblica, sucumbindo às pressões do marketing, do mercado e do capitalismo, em suas formas de atuar e de desenvolver o ministério cristão.

O QUADRO ATUAL

Uma das características de boa parte da Igreja Evangélica Brasileira é a sua avidez por novidades. Muitas igrejas hoje, ditas evangélicas, não se contentam mais com a sã doutrina pregada pelos apóstolos e pais da Igreja - mais tarde defendida pelos reformadores - e vivem numa busca constante de novidades e modismos doutrinários.

Uma das últimas novidades a invadir o arraial evangélico brasileiro chegou de Bogotá, na Colômbia. Idealizado por César Castellanos Dominguez, o G 12 (Grupo dos Doze) é um movimento que propõe o crescimento das igrejas através de células, com reuniões nas casas. Até aí, tudo bem! De fato, não existe nada de errado em dividir a igreja em células ou grupos familiares para reuniões nos lares ou outros locais. Muitos grupos ao redor do mundo tem feito isso e até com bons resultados. Pode dar certo para uma igreja, enquanto que para outras não. Depende das circunstâncias, do contexto geográfico, social ou de outros fatores.

Agora, o que preocupa em relação ao G 12 é o emprego de práticas e ensinos contrários a Palavra de Deus, tais como quebra de maldições hereditárias, cura interior, mapeamento espiritual e liberar perdão à Deus. O G 12 é ainda apresentado como o último avivamento de Deus na terra. É, de fato, muita pretensão!

Outra coisa curiosa é a facilidade com que muitos líderes têm de criar os locais sagrados de peregrinação. Enquanto o catolicismo romano conta com Aparecida do Norte, Lourdes, Fátima, o movimento da Nova Era com a Fundação Findhorn, na Escócia, o Instituto Esalen, na Califórnia, Machu Pichu, no Peru, muitos evangélicos partiram em caravanas para Toronto, no Canadá, em busca da gargalhada sagrada.

Outros foram em grupos para Pensacola, nos Estados Unidos, em busca de avivamento. E agora a febre virou-se para Bogotá, na Colômbia, em busca, segundo seus adeptos, da única fórmula capaz de fazer a igreja crescer aos milhões. Qual será a próxima onda?

A igreja evangélica, hoje, em sua grande maioria, é uma igreja mundana, que segue os mesmos padrões de mercado e competição do mundo secular. Há uma mudança da visão bíblica para a visão empresarial.

Antigamente, as qualidades valorizadas num líder cristão eram a sua vida de oração e ética, as suas habilidades e dons para interpretar e transmitir a Palavra de Deus, o seu convívio com as ovelhas, cuidando de suas feridas e levando as suas cargas.

Hoje, o líder bem sucedido deve ser um animador de auditório, um especialista em marketing, sempre apressado, vestido com roupas de grife, freqüentando os melhores restaurantes e vivendo em mansões, com uma agenda cheia, sem tempo para orar, meditar e conviver com as ovelhas. Aliás, há muitos líderes hoje que amam a multidão e odeiam os indivíduos. Eles gostam da massa, mas nunca têm tempo para as pessoas. Os tempos realmente mudaram!

Assim, as pressões do mercado levam os líderes e as igrejas a se tornarem extremamente criativos na tarefa de arregimentar seguidores. Estes já não são vistos como uma vida, uma alma pela qual Cristo morreu, mas como uma fonte de renda para encher os cofres de uma instituição que vai saciar a ganância e a luxúria de seus dirigentes. Surgem, assim, as sete sextas-feiras do poder, as sete quartas-feiras da prosperidade, os cultos de libertação, a reunião dos empresários, etc.

Outra coisa preocupante é o grande uso de símbolos, práticas e artefatos para pregar-se o evangelho. Há de tudo: tapete ungido, arruda, sal grosso, corredor do amor, vassoura de fogo, mirra para embelezamento do corpo, cair, soprar, sandália de fogo, uma série enorme de correntes (da prosperidade, libertação, saúde, do amor etc.).

Ora, o evangelho não foi feito para os olhos. O evangelho foi feito para o coração e para o intelecto, para a mente. Tanto que a fé cristã tem poucos símbolos. Ela tem os símbolos do batismo e da ceia. Não há preocupação com uma variedade de símbolos, pois o cristão adora a Deus em espírito e em verdade.

Isto quer dizer que o nosso serviço a Deus deve ser segundo a orientação do Espírito Santo em dentro dos parâmetros da Palavra de Deus, que é a verdade (Jo 17.17). Assim, uma grande necessidade do momento no mundo evangélico é uma volta ao fundamento firme da Palavra de Deus.

DE VOLTA À BÍBLIA

Quando o apóstolo Paulo chegou a Mileto, enviou um recado aos anciãos de Éfeso para que se encontrassem com ele, pois queria falar-lhes. O texto de Atos 20.17-38 revela vários aspectos do caráter de Paulo e algumas de suas prioridades ministeriais. O texto também fala de sua humildade, suas lágrimas e tentações na pregação do evangelho.

Paulo relata aos líderes de Éfeso que, nas suas viagens, ele nunca sabe o que lhe vai acontecer, senão aquilo que o Espírito Santo lhe revela, de cidade em cidade, dizendo que lhe esperam prisões e sofrimentos (v. 23).

Assim, pode-se perceber que não existe na vida do apóstolo a preocupação com o conforto, a busca do luxo ou de reconhecimento. Ele nem mesmo considera a sua vida importante. Para ele, o mais importante é cumprir a sua carreira e dar testemunho do evangelho (v.24). Por isso, Paulo nunca deixou de anunciar-lhes toda a vontade de Deus (v.27).

Em seguida, Paulo faz uma séria advertência: "Sei, que depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos levantar-se-ão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos para si. Por isso, vigiem! Lembrem-se de que, por três anos, jamais cessei de advertir a cada um de vocês, noite e dia, com lágrimas" (Atos 20.29-31).

Por um lado, vemos hoje o crescimento das seitas e a infiltração de heresias no seio da igreja evangélica com muita tristeza. Por outro lado, somos obrigados a reconhecer de que se trata de um cumprimento profético.

A Bíblia diz que isso iria acontecer. Ao escrever à Timóteo, Paulo declara: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios" (1Timóteo 4:1).

Na segunda vez que escreve a Timóteo, o apóstolo volta ao assunto. Mesmo sabendo que sua morte está próxima, a preocupação de Paulo ainda é com a sã doutrina. Observe suas palavras:

Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo seus próprios desejos, juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. (2Timóteo 4.1-4).

Paulo não diz à Timóteo: pregue sonhos, visões, revelações ou experiências. Embora haja espaço para tudo isso na vida espiritual, a ênfase do apóstolo é na Palavra de Deus.

Não foi apenas Paulo quem se preocupou com a sã doutrina. O apóstolo Pedro também tratou do assunto na sua segunda carta, ao escrever:

Mas surgiram também profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos destes homens, e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. (2Pedro 2.1-2).

Talvez esteja aqui a resposta que muitos têm nos feito ao redor do Brasil. Por que os movimentos religiosos controvertidos e as igrejas evangélicas que abrem suas portas para ventos de doutrinas crescem tanto? A resposta é: por que é bíblico. A Bíblia disse que muitos seguiriam os seus falsos ensinos. Muitos, hoje, querem dar validade bíblica a um determinado movimento por causa do seu crescimento.

Ora, o crescimento numérico não é um critério válido para definir se algo é de Deus ou não. Se assim fosse, como ficaria o dilúvio, quando a maioria estava fora da arca e apenas uma minoria dentro dela? Se a quantidade fosse um critério válido, teríamos então que admitir que o Islamismo é a única verdade de Deus na terra, pois não há grupo maior ou que cressa mais.


Multidões de Muçulmanos em Meca

O argumento da quantidade é muito usado pelos líderes do G-12. Ora, se juntássemos todas as igrejas do G-12, o movimento não seria maior do que a Igreja Mórmon. Logo, quantidade não pode ser a evidência de que Deus esteja aprovando algum movimento.

Como é bom constatar que os líderes de Éfeso levaram a sério as palavras de Paulo em Mileto. Quando lemos a carta à Igreja de Éfeso, no Apocalipse, vamos encontrar a seguinte declaração do Senhor:

Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por cauda do meu nome e não tem desfalecido. (Apocalipse 2.2, 3).

Diante dos textos mencionados aqui e ao olhar o cenário evangélico brasileiro hoje, nada se torna mais importante para igreja evangélica do que uma volta à Palavra de Deus.

A Igreja no Brasil precisa, urgentemente, voltar a pregar o evangelho da salvação e não da solução. A enfatizar os tesouros eternos e não o sucesso presente.

Lamentavelmente, há igrejas, hoje, mais interessadas em fabricar milionários do que em transformar pecadores em santos. Infelizmente, em muitos púlpitos evangélicos, Satanás já levou a melhor. Que Deus tenha misericórdia de nós!

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[1] Essas declarações foram extraídas da Encyclopedia of Cults and New Religions (Enciclopédia de Seitas e Novas Religiões), de John Ankerberg e John Weldon, Harvest House Publishers, Eugene, Oregon, EUA, 1999, pp. 670 - 671.


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06 fevereiro 2012

CLASSE MÉDIA SEM DEIXAR DE SER POBRE

Todo inverno é a mesma história: os alquimistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e os acrobatas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, aquecem o governo a que se subordinam com mágicas numéricas que ampliam a extraordinária coleção de espantos produzidos pela Era Lula. Nesta semana, por exemplo, (em Julho /2009) o IPEA descobriu que, apesar da crise mundial, a classe média brasileira ficou só 1% menor. Uma marolinha.

Rogério precisa saber que continua onde nunca esteve, lembrei. Em 6 de agosto de 2008, contei-lhe a grande notícia do inverno passado: em companhia de outros 4 milhões de brasileiros, acabara de subir de categoria social. “Você agora é da classe média”, comuniquei ao paulistano João Rogério de Sousa Alves, 36 anos, casado há 15, motorista de táxi há 13, que mora com a mulher e duas filhas no bairro de Cachoeira, um amontoado de construções tristonhas na periferia profunda de São Paulo.

A rua é asfaltada e o serviço de água funciona razoavelmente, mas a rede de saneamento básico ainda não chegou lá. Como os vizinhos, os Alves jogam detritos e dejetos no leito de um córrego que os despeja no Rio Tietê. A casa, alugada por R$ 300 mensais, tem dois cômodos de 12 metros quadrados cada um. Um serve de cozinha, sala de visitas, sala de jantar e copa. O outro é o quarto, dividido ao meio por um lençol ali pendurado para proteger a privacidade inexistente: do outro lado da cortina improvisada ficam as camas das filhas e a TV comprada em janeiro de 2006 por R$ 800, fatiados em 12 prestações.

Acorda às 5h, busca o carro na garagem da frota de táxis, estaciona antes das 6h numa esquina na região dos Jardins, trabalha 16 horas por dia e vai dormir perto da meia-noite. Folga aos domingos se juntou o necessário durante a semana. Não tira férias há mais de 10 anos. “Não tenho esses luxos”, resume. ”Vivo uma vida de pobre”. Ganha por mês cerca de R$ 1.800, que se somam aos R$ 400 que a mulher consegue como diarista. A renda familiar, portanto, ultrapassa os R$ 1,064 que, por decisão do IPEA, riscam a fronteira onde acaba a classe pobre e começa a classe média.

“Quem ganha mais que mil e sessenta e quatro reais mudou de classe”, insisti. Ele achou estranho ter subido na vida sem mudar de vida. Só é pobre quem ganha entre R$ 207 e R$ 1.063, expliquei. ”Como é que posso ser da classe média se não tenho como fazer o que faz a classe média?”, intrigou-se. E como acha que é a vida na categoria a que foi subitamente promovido pelo governo?

A classe média vai ao cinema ou ao teatro uma vez por semana, exemplificou. Rogério não vai ao cinema há 15 anos e nunca foi ao teatro. “Vontade eu tenho, o que não tenho é dinheiro”, resignou-se. Ficou quieto alguns minutos. No fim da corrida, revelou que estava pensando em fazer um teste. ”É fácil descobrir se deixei mesmo de ser pobre”, sorriu. ”Vou tentar subir pelo elevador social pela primeira vez”.

Ficou sabendo hoje que a classe média continua do mesmo tamanho. Ele permanece, portanto, onde o IPEA decidiu que está há quase um ano. Perguntei-lhe se fez o teste. João Rogério de Sousa Alves contou que a classe média das estatísticas continua subindo pelo elevador de serviço.

TEXTO DO JORNALISTA AUGUSTO NUNES

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/a-classe-media-inventada-pelos-alquimistas-federais-continua-a-subir-pelo-elevador-de-servico/

CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 03: O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO)   Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, veremos que o Céu é o alvo de to...